terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Crítica Literária: «A Raposa Que Não Amava», de Guilhermina Filipe

 Ora cá está uma daquelas prendas para as quais dá jeito um sapatinho roto.


Chegou-me às mãos há alguns dias aquela que parece ser a mais recente obra de Guilhermina Filipe, de quem cujas obras já se falou antes em mais do que uma ocasião. Noutras não achei que valesse a pena falar mas lá abri esta excepção para dar a conhecer, e já se perceberá porquê, «A Raposa Que Não Amava».


- Género - Fábula, editada pela própria autora em Novembro de 2021.


- Organização - A habitual, que é nenhuma. 15 páginas sem subdivisões.


- História - Uma raposa tinha ido comer algumas galinhas a uma casa de gente pobre e andava feliz da vida pela floresta, de barriga cheia, quando se cruzou com a Senhora Garça. Garça, sim, embora a capa tenha um papagaio(?!).  Aqui começa uma conversa entre elas que vai dum raspanete inicial à raposa ao desenvolvimento de uma bela amizade entre ambas. Noites mais tarde, a raposa estava decidida a não voltar a pilhar capoeiras de pobres. Então foi vagueando pela floresta em busca de uma presa qualquer. No meio do escuro, vislumbrou o vulto dum pássaro e nem hesitou: papou-o logo. Os dias sucederam-se e a raposa nunca mais encontrou a sua amiga, com quem tanto gostava de conversar. Acabou por descobrir que a amiga fora comida por si. Caiu em desgosto, sem comer nem beber. Durante uma caçada, levou um tiro e foi morta. Porém, os caçadores julgaram-na doente e deitaram-na fora «para que outros animais a comam».


- Crítica - Lendo a história, o que se faz com feliz rapidez, depressa se chega à conclusão que a Litográfis deve ter na autora uma cliente de valor. Também se conclui que Guilhermina Filipe não aprende nada com a sucessão dos volumes e, portanto, a suposta prática.

É que, no que diz respeito à forma, a narrativa continua, à semelhança das anteriores, pejada de gralhas. As falhas e erros de pontuação são abundantes, tais como no que diz respeito à carência de pontos finais, de exclamação e interrogação, de travessões, de aspas e vírgulas. Mesmo muita da pontuação que aparece está nos sítios errados. É difícil perceber, mesmo tentando seguir o sentido do discurso, o que é fala de determinada personagem, o que é fala de outra e o que é narração. São também tantas e tão grosseiras as calinadas na língua que a leitura se desaconselha a gramáticos e linguistas, sob pena de poderem cortar os pulsos de desespero. São mais erros gráficos e de acentuação que as vezes que o Marques Mendes diz «eu acho» ao longo dos seus comentários na S.I.C.! Não há norma ortográfica que justifique tamanhos atropelos ao nosso já de si correntemente maltratado idioma.

No que concerne ao conteúdo, só falta um pouco de droga e uma casa-de-banho para que a conversa entre a raposa e a papagaia, perdão, garça, se assemelhe a um diálogo extraído dum filme de Quentin Tarantino. O final abrupto que a história, se tal se lhe pode chamar, tem só não se pode dizer que foi a sua machadada final porque a garça foi comida viva (e esqueçamos a pornografia, suas mentes porcas, que aqui ela foi mesmo ingerida) e a raposa foi abatida a tiro. Mais uma vez, como sempre, chegamos ao fim da leitura aliviados com o fim dela e sem percebermos o porquê de tudo aquilo. Consequentemente, não compreendemos a publicação daquilo. Mas a Litográfis agradece, que não estamos em tempos de dizer que não a um trabalho.


- Veredicto - Pode haver, e com justiça, que haja quem diga que este livro, assim como os outros todos de Guilhermina Filipe, são lixo literário. Contudo, mais do que a consciência ambiental leva-me a dizer que este e os outros merecem ser encaminhados para um de dois destinos. Um é a reciclagem, para que o papel que compõe estes volumes possa vir a conhecer uma existência mais digna num livro mais interessante, num panfleto de campanha ou publicidade ou até em papel higiénico. Há dúvidas? Pensemos na missão honrosa que o papel higiénico faz em prol da saúde pública. E se o próprio papel tiver dúvidas, ele que imagine os belos corpos em que pode vir a ser esfregado. O outro destino dos livros desta autora é o de serem guardados e preservados como obras de referência e perfeitos exemplos daquilo que uma obra literária jamais pode ser. São tão maus que nem servem para nos rirmos às custas deles, tais não são as desgraças. Bem vistas as coisas, não sei porque é que a autora perde tempo precioso e irrecuperável de vida a escrever algo tão isento de qualidade e deita fora precioso e cada vez mais escasso dinheiro, que tão difícil é do comum trabalhador ganhar, a publicar folhas que suplicam aos novos donos e improváveis potenciais leitores por uma gloriosa deposição no papelão mais próximo para reencarnarem numa existência mais digna. De igual modo, também eu não percebo porque é que me dou ao trabalho de continuar a comentar estes chorrilhos de disparates quando há tantas obras mais interessantes para apreciar. Devia haver uma vacina contra a literatura reles. Sabe-se lá se isto não é contagioso. è que às tantas qualquer dia eu ainda começo também a escrever assim tão mal.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Mensagem de Boas Festas do Pombocaca

 Caros pombos amigos


Estamos de novo naquela que é a mais emocionante e mágica época do ano: o Natal. Os dias da amizade, da alegria, da ternura, da fraternidade, enfim, do amor. E então fico aqui a pensar numa coisa. Se estes dias são dias disto, não há nisso nenhuma novidade ou desafio e há tantos dias no ano, porque não fazer desta época um tubo de ensaio, ou melhor, um alguidar onde o pão natalício possa levedar para vir a ser cozido e consumido todos os dias do ano que está mesmo a bater à porta. Quero com isto dizer que, se estes são dias por excelência dos referidos sentimentos, que dificuldade há em replicá-los em qualquer outro dia, senão mesmo no ano todo?


Estas festas de fim de 2020 e inícios de 2021 têm novamente o sabor amargo da pandemia, o que nos leva a estarmos obrigados a um certo constrangimento nos nossos tratos, não tendo a desejada proximidade de outrora. Contudo, se há lição que deveríamos ter tirado das festividades do ano passado é que mais importante que a proximidade física é a proximidade afectiva, isto é, ainda que estejamos longe, sentirmos que algures num outro recanto do Mundo há alguém, uma ou mais pessoas, que pensam em nós, nos desejam e estimam. Não será isso bem melhor e mais forte do que estarmos na companhia de alguém que nem por isso é alvo da nossa apreciação e vice-versa?


Lembremos o exemplo de Maria, José e Jesus Cristo, já há para cima de 2000 anos, sòzinhos naquele estábulo de Belém. Sem sequer imaginarem, naquela noite fria de Inverno, muitos camponeses da zona dirigiram-se até junto deles para partilharem com eles o milagre da natalidade, da nova vida que veio ao Mundo, um pouco de calor humano. Eles não se conheciam, não tinham qualquer afinidade, mas uniram-se todos em torno de um bem maior para todos eles. Eles uniram-se pelos laços do amor.


Há um ano atrás, dizíamos todos que tudo seria diferente, tudo mudaria, que nada seria como antes, ignorando que tudo isto já tinha acontecido numerosas vezes no passado. Passado este tempo todo, digo, como o disse então, que isso era tudo uma ilusão do momento. Alguns aprenderam. A generalidade das pessoas nem por isso. Não é uma doença, uma guerra, uma tempestade, um terramoto ou qualquer outra catástrofe que vai fazer a Humanidade mudar. As pessoas só mudam se essa mudança vier de dentro. É de dentro de nós e também por influências mútuas de quem fez vir ao de cima algo de dentro de si que alguém muda. O impulso para a mudança pode ser desencadeado por algo exterior mas se o indivíduo não sentir o chamamento para seguir o caminho indicado, ficará sempre na mesma.

 

Por isso, apelo, como tem sido costume todos os anos, que deixemos os nossos corações abrirem-se e permitamos que eles sigam o caminho que o amor nos indica. Viremos as nossas caras às diferenças, esqueçamos as divergências para com aquele que é de outro partido ou clube desportivo ou professa uma religião diferente, as sacanices do vizinho que nos atormenta, os joguetes mesquinhos do colega de trabalho mesquinho invejoso, o suposto ódio do desconhecido do outro lado do campo de batalha de quem nem sequer alguma vez ouvimos falar, o nosso pior inimigo que somos nós próprios com todos os nossos defeitos, em suma, tudo aquilo que nos possa afastar uns dos outros. No meio da peculiar natureza quase ambígua da afectividade, sejamos objectivos o suficiente para deixar entrar em nós o facto de que somos todos iguais e, de uma maneira ou outra, desejamos a felicidade. Deixemo-nos guiar por essa estrela que brilha no nosso céu interior e sejamos como os camponeses, as ovelhas, os burros, as vacas, os anjos e os que mais viventes acorreram àquele pobre estábulo de Belém. Deixemo-nos pois unir fraternalmente pelo apelo do amor e assim deixarmo-nos ficar, em harmonia, para a posteridade. Aí sim veremos que a Humanidade progride e o Universo será um lugar muito mais feliz. Nunca se sabe se teremos uma próxima oportunidade para abrir o nosso coração.



Feliz Natal, um esplêndido ano novo de 2022, de preferência longe de qualquer COVID-19, e que a caca esteja sempre convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Breves notas sobre o Belenenses SAD - Benfica

 Muito se tem falado e escrito sobre o jogo de há dias entre Belenenses SAD e Benfica para o Campeonato Nacional de Futebol. Jogo, salvo seja: meio jogo! Não me vou alongar muito, até porque já não deve haver nada de novo a acrescentar.


Quando penso na vergonha a que assistimos, sejamos ou não apreciadores do desporto, lembro-me sempre da Volta a Portugal em Bicicleta. Nessa prova, é norma desde o ano passado uma equipa ser excluída se forem detectados pelo menos três infectados. Só entre os jogadores do Belenenses SAD eram 13, muitos dos quais com a nova estirpe do coronavírus. Esta partida nunca deveria ter-se realizado. Nesse aspecto, tanto as autoridades de saúde como a Liga de Clubes falharam completamente pois deveriam ter adiado o jogo. A sua realização expôs outros jogadores, público e demais intervenientes a um risco de contágio.


Em segundo lugar, alguém está a mentir. A Liga diz que ninguém pediu adiamento do jogo. O Presidente do Belenenses SAD diz que o relatório é falso e que a sua equipa foi obrigada a jogar. Uma coisa é certa. Agora todos fogem às responsabilidades, desde autoridades a Liga e clubes, empurrando as culpas uns para os outros. Só o Benfica aparenta estar, à partida, isento, pois limitou-se a aparecer para jogar com todos os requisitos exigidos.


Enfim. Mais do que outro triste episódio que desprestigia ainda mais o desporto nacional, que vive debaixo de constantes polémicas e suspeições, é um forte sintoma do mau funcionamento generalizado das entidades em Portugal, seja face a Covid-19 ou a qualquer outro aspecto. Há um longo caminho a percorrer. Espero que ainda o consigamos percorrer. Comecemos por fazer com que episódios destes não se repitam, no desporto e fora dele.

 

Que a caca esteja convosco! 



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Covido-lembrete

 Ainda alguém se lembra do que eu disse aí há um ano atrás? Pois é, o pessoal não tem juízo e já vamos na quinta vaga da doença em Portugal.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

terça-feira, 21 de setembro de 2021

Aposta na publicidade

 Eu confesso que a publicidade televisiva deixa-me, por vezes, perturbado. Já lá vão os anos saudosos em que o que se fazia para encher chouriços nos intervalos dos programas era material engraçado e que nos acalmava a vontade de desligar a televisão ou rebentá-la a marteladas, se é que não nos esquecíamos entretanto daquilo que estávamos a ver antes do intervalo. Detergentes, óleos de motor, parques, espectáculos, telemóveis, sapatilhas, perfumes, tudo e mais alguma coisa era publicitado. Hoje em dia parece que não.


Não sei se já alguém reparou mas parece que desde há uns quantos anos para cá, uns 10, pouco mais ou menos, os anúncios parecem em geral visar só determinado tipo de produto. Houve uma fase em que desataram a aparecer quase só anúncios de produtos com aloé vera. Depois, durante um longo período, a atenção virou-se quase em exclusivo para produtos contra onicomicoses. Sim, parecia que os fungos nas unhas estavam mais disseminados que o COVID-19, ou pior, os impostos. Entretanto, foram as viaturas eléctricas, os ascensores de escadas e as banheiras para quem tem mobilidade reduzida. De seguida, mangustão e outros que tais, as assumidas banhas da cobra da modernidade, capazes de curar tudo e mais alguma coisa, desde chatos a cancro e dívidas à Segurança Social. Veio então a vaga dos aparelhos auditivos.

 

De momento, desde que a difusão da Internet inviabilizou o exclusivo do jogo autorizado nos casinos e por via da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, para fins de benfeitorias, houve uma verdadeira explosão de páginas e canais de jogo «on-line».  E então é vermos na televisão e saturarmo-nos com publicidade de uma miríade de «sites» de apostas que se apresentam como um divertimento total maior que a mistura entre a Feira de São Matias, a Ovibeja e os festejos do Campeonato de Futebol na Rotunda do Marquês, tudo isto só que com bailarinos chiques, balões e lantejoulas. A toda a hora e quase ininterruptamente, temos Betcricas, Betuinhas, Fac-n-a-plays, Butânus, Bêst Onlines, Bêstvai, Coitcoitcoito e outros que nos aliciam com riqueza, sorte e alegria. Não faltam até os que dão uns tostanitos para começarmos a jogar à vontade se não tivermos ainda rebentado com tudo noutro lado.  Sempre gostaria era de ver a festa de quem vê escorrer pelas mãos uma rica soma, ficando não com ganhos mas com dívidas, apesar do sensato e sempre louvável constante aviso «jogue com moderação». Sim, senhor, grande exemplo que nos dão...

 

Não ligo muito ao que os outros dizem. Contudo, fico sempre a pensar que qualquer um de fora que veja a nossa televisão passa a acreditar que nós somos uma gente com as unhas chagosas, que se mexe com dificuldade, é tramouca e viciada em jogatana a bem mais que feijões. Ora nós sabemos que nada temos a ver com isso.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!


terça-feira, 27 de julho de 2021

Dúvidas judício-pseudo-desportivas existenciais

Tem havido desde há uns tempos um grande alarido com a detenção de Luís Filipe Vieira por problemas com a Justiça, que nos dias de hoje é o mesmo que dizer com o Fisco. Vou ser-vos sincero. Não fiquei admirado. Não é por nada, é só porque eu desconfio sempre de ascenções meteóricas na vida. Ora vejamos: um homem simples que enriquece, segundo se diz, com um pequeno negócio de pneus, torna-se presidente de uma pequena filial benfiquista, o Alverca, e depois ascende à liderança do clube da Luz pela mão do seu antecessor, Manuel Vilarinho. Às tantas, tudo se processou com rigor e por via do mérito. Não ponho isso em causa. É só a rapidez de tudo que me costuma meter impressão, eu que sou pessoa de vagares.


Contudo, há uma coisa que me mete impressão. Luís Filipe Vieira foi detido. Bruno de Carvalho (Sporting) também. Valentim e João Loureiro (Boavista) tiveram e têm igualmente problemas com a Justiça. Pimenta Machado (Vitória de Guimarães) foi outro. Muitos mais exemplos podem ser dados. Apenas aquele que é mais óbvio a todos e que nem sequer escondeu grande coisa parece ser imune a tudo, seja no plano nacional seja no internacional. Então, ninguém sabe a quem é costume referirem-se nestes termos? Vou dar uma dica: os seus testículos costumam ser gabados como as «Bolas do Dragão»... e o Songoku nada tem a ver com elas!

 

Bom, vou descansar um pouco o apito dourado que eu tenho de ir trabalhar.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 21 de março de 2021

Cavaco: caso clínico

 Lá o Professor Marcelo tomou posse para o segundo mandato na presidência da República, como seria de esperar. Facto curioso do dia foi a saída à pressa de Cavaco Silva, que pareceu não querer cumprimentar o seu sucessor. Porque seria? Choveram logo acusações de que teria sido mais um daqueles seus característicos achaques de mau humor. Nada disso, tratou-se de um caso de saúde.


Consoante o diagnóstico, assim a situação se resolve fàcilmente com Renie ou Gaviscon ou então com Hirudoid ou Reumongel. É certíssimo!


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Grande Mascarada

 

 Caros pombos amigos


Costuma-se dizer que é ou deveria ser Natal todos os dias. Não digo que não. Porém, já antes, com tantas parvoíces que se viam, e agora, com a necessidade de usar máscaras de protecção a cada passo, bem que se pode dizer que, se não era, então agora deve ser Carnaval todos os dias.


Vá, seus foliões, toca mas é de festejar em casa.


Que a caca, e não o coronavírus, esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sábado, 23 de janeiro de 2021

Sport Covid e Benfica

 Caros colegas de pombal.


Com a quantidade de casos de infecção pelo novo coronavírus que o Benfica tem contabilizado, mais um pouco e quase que podia mudar de nome, nem que fosse provisòriamente, para «Sport Covid e Benfica».


Eu sei, não tem graça mas era uma piada previsível, não era?


Boa sorte e boas recuperações a uns e escapatórias a outros!


Que a caca esteja convosco!



P.S.(nada a ver com o do Governo, que também está coronado): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Regresso ao Confinamento

Há uns meses atrás, pouco depois do fim do confinamento, levei o veículo dum parente à oficina. No decorrer da conversa, perguntei ao mecânico acerca de férias. Respondeu-me ele que costumava fazê-las em Agosto ou Setembro mas que, desta vez, não faria porque acreditava que, mais cedo ou mais tarde, voltaria a fechar tudo de novo e aí teria férias. Olhando para o modo como as pessoas se comportavam ainda durante o confinamento e depois de tudo reabrir, isso era por demais previsível a quem tivesse dois dedos de testa.

 

De asneira em asneira, desleixo após desleixo e com uma boa dose de laxismo à mistura, quer da população quer das autoridades, eis que, passados uns quantos meses, vamos voltar a ficar enclausurados em casa... para nosso próprio bem! E daqui por uns tempos, lá nos iremos queixar das consequências económicas e sociais. Com toda a razão, pois bem. Contudo, nada me tira da cabeça a crença segundo a qual esta medida importante, que à partida não vejo a ser cumprida com grande rigor, como por fim não o foi o primeiro período de clausura geral, tenha as consequências que tiver, só peca por tardia. Mais uma vez, o Governo deixou tudo chegar ao último estado antes de decidir seguir em frente, como se receasse causar dano a algo que, de outra forma, acabaria ainda mais danificado. E outra coisa vos digo: que a culpa não morre solteira pois o Serviço Nacional de Saúde e, por consequência, o Executivo não se veriam à rasca e nada disto seria necessário se muita gente desprovida de bom senso se tivesse comportado com responsabilidade. Agora é acartar com as consequências e, com a alegria possível, recolher ao lar e apreciar em sossego as duas semanas que nos esperam, no mínimo.


Juízo e que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Mensagem de Boas Festas do Pombocaca

 Eu sei, já é dia 4 de Janeiro. Quando se tem de partilhar o computador com alguém em tele-trabalho, acontecem destas coisas. E ademais, nunca é má altura para desejarmos algo de bom. É verdade que chegámos a um ponto em que parece que é Carnaval todos os dias, ou não andássemos agora por triste necessidade de máscara. No entanto, se todos os dias nasce alguém ou mesmo algo de bom dentro de nós, então continua a ser todos os dias sempre Natal.


Caros amigos de pombal. Não me vou demorar muito com paleios desta feita.

 

Como tenho dito repetidas vezes, nunca existiram vias, transportes e meios de comunicação em tão grande número, rapidez, variedade e eficácia. Porém, nunca estivemos tão apartados uns dos outros como nos tempos que correm. Por ironia do destino, tinha de aparecer esta maleita que nos obrigou a estarmos, de facto, cada um para seu canto. Quando podíamos estar juntos, separávamo-nos. Agora que nos queremos juntar, temos de ficar isolados. Como se não bastasse, fomos acometidos por todo um conjunto de adversidades resultantes da doença que grassa entre nós. Este ano que passou foi complicado e sabe-se lá o que ainda mais há-de vir.  Mas tudo isto, se pode constituir motivos de desânimo, também pode ser encarado como um desafio. As novas descobertas científicas mas também as lições do passado dão-nos luzes de esperança para enfrentar o futuro que temos pela frente com um sorriso na cara. As inovações trouxeram-nos novos tratamentos e vacinas preventivas que colmatam o que à prudência pode faltar. Epidemias muito mais graves e severas que esta passaram por nós e ceifaram muitas vidas mas a Humanidade aqui está, para o melhor e para o pior. 


Meus amigos. Se nos safarmos desta, ou melhor, quando nos safarmos desta, encaremos a vida e o Mundo que nos rodeia, mesmo o Universo, de forma mais humilde e com a lição aprendida. Olhemos, compartilhemos momentos e sensações e abracemos os outros enquanto podemos. Por muito solitário que alguém seja, é sempre inegável o apelo do colectivo. Nós, humanos, somos criaturas gregárias e é do equilíbrio entre o indivíduo e o grupo que se faz o sucesso da sociedade. Hoje estamos sós em corpo mas unidos uns aos outros em espírito. E não desanimemos perante as dificuldades. Lembremo-nos de José e Maria, há mais de 2000 anos, também em apuros e arredados de todos, com um cenário que não era nada promissor. E contudo, a estrela sorriu-lhes e logo se viram rodeados por muita gente, fossem os humanos que se foram acercando ou o gado que com eles dividia a malhada. Juntos venceram na vida. E assim, tal como tudo correu bem com eles, unidos por uma criança mas também por um ideal, também nós todos haveremos de alcançar a superação, de momento juntos em mente e um dia de novo de mãos dadas. Tenho toda a profunda e sincera fé nisso.




Abraços a todos com votos de muita saúde e felicidades, são os votos deste vosso Migas-o-Sapo.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Atribulações rodoviário-brigadescas do Monstro da Estrada

 Eu sou um monstro da estrada, já é sabido, e às vezes os monstros fazem monstruosidades. Porém, também há ocasiões em que ficam pasmados com as monstrices dos outros. Umas vezes são as alarvidades dos condutores, como se não bastassem já as minhas. Outras são, espantemo-nos, atitudes das autoridades que dão que pensar. É deste último caso que vos falo agora.


Seguia eu em viagem de noite e deparo-me com um cenário de acidente. A faixa da direita estava cortada. Nela encontravam-se uma ou duas viaturas sinistradas e uma outra da Brigada de Trânsito da G.N.R., todas já de carreirinha e assinaladas na extremidade por onde eu cheguei por dois pinos e um triângulo de sinalização entre eles. A faixa da esquerda estava desimpedida e o tráfego no sentido contrário processava-se por aí. Desse lado e já fora da estrada, mais veículos, um deles outro acidentado. Dois guardas estavam no ponto oposto de todo este aparato e colocaram-se no meio da faixa da esquerda à passagem do último veículo que seguia no sentido contrário ao meu. A luz era pouca, apenas a de alguns dos veículos no local, pelo que a visibilidade era diminuta.


O que é que qualquer um que se visse na mesma situação que eu concluiria? Que o trânsito se processaria alternadamente pela via disponível. Só isso explicaria o cenário descrito e o posicionamento dos dois guardas: uma via desocupada por onde se circulava e eles a controlar as passagens.

 

Como tal, depois do último veículo passar por mim e dos guardas bloquearem o outro topo deste corredor, eu passei a circular por ele, ainda que hesitante.  Ao chegar perto deles, um mandou-me parar e dirigiu-se a mim. Abri a janela. Zangado, disse-me:

- Você fez o impossível!

   Fiquei admirado e perguntei-lhe:

- Como assim?

- A circulação era para ser pela berma. - respondeu-me ao mesmo tempo que me abriu a porta e apontou para trás, acrescentando - Não viu os pinos?

   Olhei para trás pela porta. Daquele lado não vi pino algum. Porém, como com as autoridades é como no comércio, «o cliente tem sempre razão», apressei-me a pedir-lhe desculpas enquanto ele me fechava a porta bruscamente e dizia:

- Nem para vocês são!

    Pus-me logo a andar, tão atabalhoadamente que dei uma aceleração brusca ao mesmo tempo que me enganei a meter a mudança. Ao termo de um breve instante de ponderação, depressa verbalizei a minha indignação para com aquela tolice. Parecera-me que o meu alegado engano era justificado e, pelos dizeres e atitudes do guarda, não terei sido o único. Porque será?


Apresento uma sugestão para que o mesmo não se repita. O ideal era haver à chegada do local, para além dos pinos ou do triângulo, um sinal indicando por onde se processaria o trânsito naquele sentido. Não o havendo e estando dois guardas disponíveis, ficaria um em cada lado do cenário de acidente e das duas uma: ou se procederia de forma a que o tráfego fosse alternado pela via disponível ou ficariam a indicar aos condutores que chegassem por onde haveriam de seguir. Pelo menos é o que se costuma fazer. Mas isto digo eu, que posso estar a ver tudo muito mal.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!