segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Atribulações rodoviário-brigadescas do Monstro da Estrada

 Eu sou um monstro da estrada, já é sabido, e às vezes os monstros fazem monstruosidades. Porém, também há ocasiões em que ficam pasmados com as monstrices dos outros. Umas vezes são as alarvidades dos condutores, como se não bastassem já as minhas. Outras são, espantemo-nos, atitudes das autoridades que dão que pensar. É deste último caso que vos falo agora.


Seguia eu em viagem de noite e deparo-me com um cenário de acidente. A faixa da direita estava cortada. Nela encontravam-se uma ou duas viaturas sinistradas e uma outra da Brigada de Trânsito da G.N.R., todas já de carreirinha e assinaladas na extremidade por onde eu cheguei por dois pinos e um triângulo de sinalização entre eles. A faixa da esquerda estava desimpedida e o tráfego no sentido contrário processava-se por aí. Desse lado e já fora da estrada, mais veículos, um deles outro acidentado. Dois guardas estavam no ponto oposto de todo este aparato e colocaram-se no meio da faixa da esquerda à passagem do último veículo que seguia no sentido contrário ao meu. A luz era pouca, apenas a de alguns dos veículos no local, pelo que a visibilidade era diminuta.


O que é que qualquer um que se visse na mesma situação que eu concluiria? Que o trânsito se processaria alternadamente pela via disponível. Só isso explicaria o cenário descrito e o posicionamento dos dois guardas: uma via desocupada por onde se circulava e eles a controlar as passagens.

 

Como tal, depois do último veículo passar por mim e dos guardas bloquearem o outro topo deste corredor, eu passei a circular por ele, ainda que hesitante.  Ao chegar perto deles, um mandou-me parar e dirigiu-se a mim. Abri a janela. Zangado, disse-me:

- Você fez o impossível!

   Fiquei admirado e perguntei-lhe:

- Como assim?

- A circulação era para ser pela berma. - respondeu-me ao mesmo tempo que me abriu a porta e apontou para trás, acrescentando - Não viu os pinos?

   Olhei para trás pela porta. Daquele lado não vi pino algum. Porém, como com as autoridades é como no comércio, «o cliente tem sempre razão», apressei-me a pedir-lhe desculpas enquanto ele me fechava a porta bruscamente e dizia:

- Nem para vocês são!

    Pus-me logo a andar, tão atabalhoadamente que dei uma aceleração brusca ao mesmo tempo que me enganei a meter a mudança. Ao termo de um breve instante de ponderação, depressa verbalizei a minha indignação para com aquela tolice. Parecera-me que o meu alegado engano era justificado e, pelos dizeres e atitudes do guarda, não terei sido o único. Porque será?


Apresento uma sugestão para que o mesmo não se repita. O ideal era haver à chegada do local, para além dos pinos ou do triângulo, um sinal indicando por onde se processaria o trânsito naquele sentido. Não o havendo e estando dois guardas disponíveis, ficaria um em cada lado do cenário de acidente e das duas uma: ou se procederia de forma a que o tráfego fosse alternado pela via disponível ou ficariam a indicar aos condutores que chegassem por onde haveriam de seguir. Pelo menos é o que se costuma fazer. Mas isto digo eu, que posso estar a ver tudo muito mal.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!