domingo, 29 de junho de 2025

Apontamentos sobre as Marchas Populares de Lisboa

 Vou confessar-vos uma coisa. Eu adoro festas populares! É a alegria contagiante da animação, da côr, da música, também até do cerimonial, enfim, é o pulsar da tradição que nos faz o sangue exultar pelos nossos corpos! Como tal, e se possível, eu tento ver as transmissões dos Casamentos de Santo António e as Marchas Populares. Este ano tive a oportunidade que já há muitos anos não tinha de poder assistir às marchas de fio a pavio. Como sempre, espectaculares, impecáveis, magníficas!

Haviam marchas com trajes e adereços muito elegantes, elaborados e engraçados, como as de Alfama, Carnide, Boavista, Lumiar, Bairro Alto, Olivais, Alto do Pina, Mouraria, Madragoa ou São Domingos de Benfica, mas que tinham temas cujas melodias e/ou letras não conseguiam ser brilhantes como o resto ou repetitivos ou coreografias que podiam ter sido melhores, embora algumas destas tivessem conseguido conjugar todos os parâmetros na perfeição. A do Alto do Pina, por exemplo tinha uma óptima coreografia e a solução engenhosa das luzes dando a ideia de água a derramar-se. Da do Lumiar adorei o mastro e as saias que se levantavam em balão. Genial! E estas só para nomear algumas.

 

No entanto, fiquei aqui com algumas pulgas atrás das orelhas, as quais gostaria de partilhar convosco.

(Coisa bizarra, não é? Onde é que já se viram sapos com pulgas ou sequer orelhas?)

 

1 - A Grande Marcha de Lisboa - Desta vez, a música que venceu o concurso para grande marcha, o tema único que todas as colectividades vão tocar, cantar e marchar, foi o «Alma de Lisboa», de Eugénio Lopes. Alguém conhece? Não? Pois é o Gimba, autor de tudo e mais alguma coisa do mais variado e extremo possível, desde os temas da «Prova Oral» e d'«O Homem Que Mordeu o Cão & Outras Histórias» ou «Praias de Lisboa» das Royalletes até ao quase inaudível «É Só Copos, Copos, Copos». Esta grande marcha não é das mais notáveis da História da Música mas é bastante alegre, melódico e marchável, de boa qualidade. Tomando atenção à letra e olhando à presente conjuntura, com a capital invadida por hordas de turistas e quase que tomada por fundos de investimento imobiliário mormente estrangeiros, que ameaçam aniquilar a tradição e casas históricas, como a referida Ginginha, e varrer os lisboetas da cidade para fora, ficamos quase com a impressão de estar a ouvir uma reedição do «Lisboa, Não Sejas Francesa». Há dúvidas? Atentemos a estes versos.

«Ela é tua e minha

Ela é de quem nasceu aqui.

(...)

Ai ela é nossa

É toda nossa.»

Estes versos são a chave de tudo. A música fala na «alma» de Lisboa como se ela fossa a própria Lisboa. Pode parecer uma errada impressão minha mas parece que a «ela» da canção é mais do que a alma, é Lisboa. Faz sentido. O povo e o seu território são duas partes da mesma coisa, certo? Foi assim que aprendi.

Na transmissão televisiva, que vi posteriormente, houve, não me lembro quem, quem tivesse referido que Lisboa era uma cidade multicultural e que esta música traduzia isso mesmo visto possuir uma volta de notória inspiração brasileira. Resta saber é onde, porque não dei por isso. Ou então não ouvimos o mesmo tema.


2 - Alto e Pina o bairro! - Logo à entrada, os marchantes gritam por três vezes «Alto! Pina!» O grito parece feito de forma imperativa. Se é assim e eles mandam, quem somos nós para repudiar a determinação, hehehe!


3 - Ogres nas marchas? - A marcha de Alcântara era formidável, com bom tema musical e esplêndida coreografia e bem executada, com todos sincronizados. Porém, os trajes não me cativaram.Mais estranho que tudo foi o porta-estandarte, que destoava completamente de todos os colegas e vinha com a cara pintada de verde. Qual a ideia? Das duas uma: ou aquilo foi um improviso bizarro de última hora por causa de um problema qualquer, que eu duvido que o tivessem querido fazer de propósito, ou o Shrek participou nas marchas lisboetas. Ainda haveremos de ver Scully e Mulder a investigar esta aparição.


4 - Filme de série B - Fiquei um pouco desapontado com a marcha de Benfica, pobre em todos os aspectos, do tema à música, passando pelos trajes. Parece que houve falta de imaginação e que tudo foi feito à pressa. É pena. Muito se poderia ter feito sob a égide do cinema. Melhores anos virão, com certeza.

 

5 - As «mulheres de meia porta» da Bica - A marcha da Bica foi, no mínimo, reprovável, já para não dizer escandalosa. O tema escolhido foi desapropriado e indecoroso mas houve quem tivesse falado, não sem razão, em escandaloso. Concordo. As marchantes vinham de vestido curto, cintas de ligas e mamas em bicos, à falta de melhor descrição. Assim que chegam, gritam:

«Vira aqui, vira acolá, 

O que é da Bica, a Bica dá.»

E pelos vistos, deu mais do que deveria. Estas figuras eram a representação das prostitutas, visto que é na Bica que fica o Cais do Sodré, zona outrora de má fama e conotada com a prostituição. Estas «mulheres de meia porta», que em certas passagens diziam ser de porta e meia,que iam esperar os marinheiros, eram as prostitutas. Daí que os membros masculinos da marcha viesses vestidos de marinheiros com as calças desabotoadas. Logo, a marcha da Bica deste ano foi uma espécie de homenagem à prostituição. Bizarro... Não creio ser assunto digno de homenagem, antes sim de reprovação e combate. Por isso, não sei se as marchantes acharão graça a chamarem-lhes «p#74$» e eles serem apontados como «p#74%/&!=0$». Eu pelo menos não aceitaria marchar orgulhando-me de ser prostituta ou o idiota dum cliente marujo. A música era muito repetitiva e exaltadora da actividade. A coreografia,  que a certa altura parecia um can-can de cabaré reles, em particular na parte em que elas levantam os rabiosques e os exibem à multidão e aos telespectadores, ainda ajudou a acentuar mais isso e não achei isso apropriado à ocasião. Mais uma vez, eu não sei se gostaria que me vissem a retaguarda pela televisão em todo o Mundo ou a de uma esposa, namorada, filha, neta ou até mãe. Caramba, são as festas de Santo António, por amor de Deus! Mas creio que tirando este aspecto, não foi a pior.

Enfim, há sempre uma ou outra pérola. Contudo e em geral, as marchas são lindas!

Que a caca esteja convosco!



P.S.:NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Prognósticos? Já não digo mais nada!

 Estou aborrecido.

Disse que o Durão Barroso nunca seria primeiro-ministro e chegou lá.

Disse que o Jorge Jesus nunca treinaria o Benfica e treinou.

Disse que o Jorge Jesus nunca regressaria ao Benfica e regressou.

Disse que o Gouveia e Melo nunca se candidataria à Presidência da República e ele deu o dito por não dito e candidatou-se. Mas onde é que o homem tinha a cabeça para ceder assim a pressões? E ainda por cima para se apresentar como candidato em vésperas de eleições legislativas? Não sei quais as suas ideias e propostas, o seu perfil e características, mas este arranque atabalhoado não me deixou impressionado pelo melhor. Vejamos como decorre o que há-de vir.

Já eu, aqui o Migas-o-Sapo, reconheço que sou um péssimo analista e vou ver se aprendo mas é a ficar calado que é para evitar mais canibalismo, que eu estou farto de engolir tanto meu congénere!

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Ainda as eleições

 Não tive oportunidade de escrever mas a quem me ouviu, eu disse que destas eleições sairia um resultado semelhante ao das anteriores. A A.D. voltaria a ganhar mas sem maioria absoluta. O P.S. levaria no toutiço e com justiça, até porque, enquanto líder, Pedro Nuno Santos estava queimado à partida e não era nem ave nem morcego. P.C.P., Bloco de Esquerda, P.A.N. e Chega perderiam votos e deputados e Iniciativa Liberal teria uma pequena subida. É verdade que ficou quase tudo na mesma, diga o que disser a comunicação social, mas não deixei de sentir uma pequena surpresa com a introdução do J.P.P. na Assembleia, a descida da Iniciativa Liberal e uma maior subida do Chega, contrária à maioria das sondagens, que o acreditava já para além do zénite e agora em rota descendente. E é neste último que se focou toda a conversa dos dias seguintes.

Ouvi muitos analistas e políticos opinarem da forma mais ridícula possível perante a contínua ascenção do Chega. Bastava alguém sair à rua e ouvir a população para saber as razões. Não houve nenhum voto de protesto, isso é uma invenção dos comentadores, não existe. Houve até quem dissesse que afinal existiam por aí mais fascistas escondidos do que se pensava. Ora não creio que grande parte do povo seja convictamente fascista. As pessoas estão é descontentes. Os partidos que se alternam no poder são sempre os mesmos e fazem sempre o mesmo e os restantes com assento parlamentar parecem pouco mais que meras variantes dos outros. A arraia-miúda deixou pura e simplesmente de acreditar neles e agora vira-se para quem, credível ou não, não o discuto, vem prometer resolver os problemas do país em termos com os quais muitos concordam. Como se não bastasse, o Chega tem sido um alvo constante de ataques indiscriminados quer dos adversários políticos quer da comunicação social, o que só tem ajudado a dar razão a este partido quando se queixa de ser vítima de perseguição e a  alimentar-lhe a popularidade. Portanto, André Ventura tem muito que agradecer a Ricardo Araújo Pereira, Joana Marques e outros que tais.

Quanto ao resultado do ponto de vista de Luís Montenegro, vem dar-lhe legitimidade para calar os adversários e continuar a governar... mas de forma muito relativa. Aliás, não fossem as limitações de poderes presidenciais nos últimos e nos primeiros seis meses do mandato e para o ano que vem teríamos novas eleições, quem sabe se não com o desaparecimento do P.A.N., do Bloco de Esquerda e do P.C.P., que, a bem dizer, não parecem fazer falta nenhuma, e a hipótese de uma eleição cheguista.

A ver vamos daqui por uns dois anos, no máximo.

Que a caca esteja convosco!



P.S. (não o partido, que se entalou em grande ficou a contar Carneiros): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Considerações sobre eleições

 Caros colegas de pombal


Gostaria de ter explorado alguns temas antes das eleições do mês passado. Infelizmente, não me foi possível, pelo que deixo agora aqui breves e resumidos tópicos, nem que seja para memória futura.

Voto correcto: útil ou convicto

Fala-se muito no voto útil, aquele que se dá de forma a beneficiar ou prejudicar determinada candidatura ou determinadas candidaturas. Desta forma, prescinde-se de se votar em quem à partida seria o objecto do voto para que um outro objectivo, considerado mais importante, seja alcançado. Ou seja, muitas vezes um voto seria direccionado para uma candidatura que, à partida, não sortiria efeito prático, normalmente por se saber que não tem impacto na vivência política e que não vai ser eleito, considerando-se assim este voto inútil e que apenas serve para dispersar votação. Votando de forma «útil», os votos concentrar-se-iam em candidaturas com relevância política e capacidades de ganhar ou causar impacto na governação. Na minha maneira de ver, a teoria do voto útil não funciona e é um absurdo, visto que retira qualquer possibilidade de candidaturas menores se fazerem notar ou causarem impacto ou até ganharem um escrutínio, impedindo uma renovação política. O próprio princípio em si de votar em quem não é o alvo da nossa preferência é uma incoerência e vai contra a essência da própria eleição. Portanto, um voto só me parece correcto se o eleitor votar na candidatura que lhe merece confiança e na qual se revê. O contrário não tem qualquer lógica, seja em que circunstância for.


Liberdade ou obrigatoriedade

De vez em quando há iluminados que aparecem com ideias recorrentes. Esta é uma delas. Com frequência antes ou depois de algum escrutínio e perante os números sempre pesados da abstenção, há alguém que vem sugerir que o voto deixe de ser um direito para passar a ser uma obrigação. Segundo esta hipótese, quem não fosse votar deveria ser sancionado com uma multa ou um agravamento fiscal. Este cenário verifica-se nalguns países, como a Bélgica. Creio que não é a melhor forma de encarar o problema e que isso só vem mascarar o descontentamento que existe entre a população para com a classe política. Aliás, a liberdade de voto não se coaduna com este processo que alguns pretendem. Da minha parte digo sem margem para dúvidas: a partir do momento em que o voto passasse a ser obrigatório, eu não votaria mais enquanto esse princípio não fosse revogado. Devemos ter o direito de votar e não a obrigação. Ser obrigado a votar é igual a ser obrigado a não votar. A partir do momento em que se obriga alguém a votar, quem fica a perder é a Democracia e a Liberdade.

 

Analógico ou digital? O voto electrónico.

Também se fala muito na introdução do voto electrónico. Não sou fã nem acredito na sua eficácia. Sem dúvida que reduziria as despesas em papel e meios de transporte e segurança mas a necessidade de computadores e programas e, logo, técnicos informáticos, obrigaria a outro tipo de despesas e a negócios muito lucrativos para certas partes, como se pode ver nas escolas antes com os manuais, depois com as calculadoras gráficas e agora com computadores, e isto só para dar um de muitos exemplos. Ora as eleições não devem ser negócios. Por outro lado, os sistemas informáticos, por muito bons que sejam e por maior que seja a qualidade das suas protecções, estão sempre sujeitos a ataques e adulterações relativamente fáceis. Por isso, e embora seja mais moroso, não há hoje método de voto secreto melhor do que a da cruz feita num boletim de papel depois enfiado numa urna.  E mais digo: que o sistema de contagem deveria ser feito à vista de todos, como se faz em Timor, como forma de não deixar qualquer margem para dúvidas.


Abstenção

Votar é tanto um direito quanto não votar. Porém, parece haver uma pressão no sentido de levar a que as pessoas votem, pelo menos da parte dos políticos. Com perturbadora frequência, oiço gente dizer, mesmo na comunicação social, «não deixe que os outros decidam por si». Quando oiço esta expressão, fico sempre desconfiado. Se alguém decide não votar, apenas está a excluir-se a si próprio da votação, a abdicar naquele instante do seu dever, não são os outros que vão votar no lugar dele. Ou será que são? Para bem da Democracia, espero bem que não se verifiquem verdadeiros certos rumores que às vezes soam por aí nesse sentido, se é que me faço entender. 

Outro aspecto a ter em conta é a falta de compreensão dos analistas, comentadores e, acima de tudo, políticos quanto a esta matéria. Em breves palavras, as pessoas dizem abertamente que não vão votar porque não estão para perder tempo com gente que consideram ser «toda a mesma canalha», isto é, que, nos seus dizeres, só se importam com os seus próprios interesses e não se interessam pelos problemas do país. Alguém vai ter de aprender uma lição mais cedo ou mais tarde com a elevada abstenção e também aprender a ouvir o povo.

Debate ou entrevista

As eleições dos últimos anos tornaram-se verdadeiros circos mediáticos comparáveis às mais decadentes temporadas do «Big Brother» e afins, ou seja, vazias de conteúdo e cheias de algazarras, trocas de acusações e insultos e tricas pessoais. Para o efeito, nada melhor que os debates para ilustrar esta época fecal da política. Ver ou ouvir um debate é uma perda de tempo, a não ser para quem queira rir às gargalhadas com um espectáculo deprimente onde amiúde nem se percebe o que e que cada um está a gritar, nem falo em dizer, e durante o qual nenhuma ideia ou proposta é apresentada, analisada ou contraposta. Tal como tenho dito e por estes motivos, nenhum debate é decisivo, ao contrário do que a comunicação social gosta de dizer, nem que ele até decorresse de forma civilizada, nem que um candidato se pusesse de em pelão ou fizesse a saudação nazi. Ao invés, numa entrevista controlada, um candidato pode apresentar as suas ideias e ser relativamente conduzido ou escrutinado pelo entrevistador, o que resultará em proveitoso esclarecimento para os eleitores. Daqui só se gerará desordem se houver numa ou ambas as partes um certo grau de alarvidade.


Estamos esclarecidos?

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pouca Vergonha IV: Greves

 Não posso deixar passar sem assinalar o seguinte. Durante o período que antecedeu estas últimas eleições legislativas, uma torrente de greves assolou o país. Uma delas em particular destacou-se das restantes, que foi a dos ferroviários, quer pela sua amplitude quer pela duração. Devo dizer que foi mais que lamentável, foi vergonhoso. Como podiam os sindicatos exigir o que quer que fosse se não havia a quem exigir? Parece que se esqueceram que o Governo apresentara a demissão e estava em gestão. Não seria mais proveitoso aguardar pelas eleições, pela tomada de posse do novo executivo, neste caso o mesmo, pelas negociações e pelos resultados destas para tomar uma decisão? É que assim ninguém ficou a perceber qual a ideia, qual a intenção dos grevistas. Desta feita, estes jamais satisfizeram as suas reivindicações e quem se lixaram foram os do costuma, os utentes.

Fica aqui a nota. Juizinho para a próxima.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

De novo regressado... e cansado...

Mais uma vez, estou de volta, regressado de mais uma temporada de labor intenso e com poucas possibilidades de ter continuado a dar à pena informática. Sem dúvida que a cultura, o lazer e a informação requerem tempo, que é o que eu não tenho. Comprova-se: quem passa muito tempo a escrever coisas na Internet, pouco ou nada faz da vida. Vai daí e passou-se mais uma larga temporada sem que eu tivesse dado notícias, o que é pena porque eu tinha muitas matérias das quais gostaria de ter falado, desde comentários a livros, filmes e acontecimentos a Zarolhos de Água e piadas do calibre de parvoíce a que nos habituámos neste parlamento virtual de excrementos de aves. Mas avante, sigamos em frente sem perder tempo!

Que a caca esteja convosco!

P.S.: Não resisto a contar uma dessas piadas que não tive tempo de publicar. Desde dia 8 de Maio que o Vaticano se tornou um lugar perigoso para os sportinguistas. Porquê? Porque dizem que há lá um Papa Leão!

P.P.s.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

segunda-feira, 17 de março de 2025

Pouca Vergonha III: Nacional Mais Uma Vez

 Na passada terça-feira dia 11, foi a debate e votação a tão falada moção de confiança. Como era de prever, foi rejeitada e o Governo caiu. Depois da votação, deu-se algo de tão surpreendente quanto inédito: ao contrário dos aplausos de uma parte e dos protestos de outra que se costumam verificar, desta feita verificou-se silêncio entre as bancadas, com os deputados apresentando um ar abatido e cabisbaixo. Porque seria? Adivinha-se com facilidade. Decerto ressentiram-se todos perante a vergonha que acontecera e com a certeza de que tinham tomado parte numa enorme asneira. O Governo não foi pròpriamente exemplar, nem de perto nem de longe, mas as politiquices e a falta de juízo foram muito além do admissível. Restam-nos mais umas eleições a seguir a outra campanha vazia de conteúdo, como sempre.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sábado, 8 de março de 2025

Pouca Vergonha II: Nacional

 Nem só lá por fora há escassez de vergonha. Aqui no nosso pequeno mundo também há um défice notável.

Na passada quarta-feira fiz algo que há muito que não fazia. Desde que tenho lembrança de o darem em fazer que acompanhava os debates parlamentares na rádio. Por imperativos laborais, deixei de ter oportunidade de o fazer mas neste dia tive oportunidade e pude voltar a sintonizar a Antena 1 para me deliciar com este espectáculo, ainda que um espectáculo profundamente decadente. Razão teve o deputado António Filipe, referindo-se à Assembleia da República, que afirmou que toda esta situação só desprestigia um lugar já de si com pouco prestígio aos olhos do povo.

O caso já se arrasta há várias semanas sem que daqui venha qualquer benefício para Portugal e explica-se em breves palavras. Luís Montenegro tinha uma sociedade de advogados e uma empresa ligada ao ramo imobiliário. Quando se tornou Presidente do Partido Social-Democrata, em 2021, deixou a firma de advocacia e entregou a empresa de imobiliário à sua esposa. Entretanto, tornou-se Primeiro-Ministro de um governo que aprovou a nova Lei dos Solos, de que já falei e disse que ia dar mau resultado. Um secretário de Estado que criou duas empresas do ramo a seguir à aprovação da lei, teve de abandonar o executivo. Entretanto, a comunicação social «descobriu» esta empresa ligada a Luís Montenegro e fez do assunto um bicho de sete cabeças com alegações de conflito de interesses à medida que as opiniões dos comentadores e dos opositores se ampolavam e inflamavam. Coisa curiosa pois tal não aconteceu com casos idênticos de outros primeiros-ministros, como os mencionados aquando do debate, Mário Soares e o colégio da sua mulher e Pinto Balsemão com o grupo empresarial ao qual pertencia o semanário «Expresso». Pedro Nuno Santos bem criticou Luís Montenegro pelo sucedido, esquecendo que há dois anos tinha sido alvo de igual escrutínio e defendeu uma vida de trabalho e investimentos para além da política. A tal empresa passou para os filhos do Primeiro-Ministro, que bem se explicou, mas isso não impediu que fossem apresentadas duas moções de censura na Assembleia, as quais foram, claro está, rejeitadas porque ninguém quer ser acusado de ser o culpado pela queda de um governo e porque a oposição sabe que umas novas eleições a curto prazo ser-lhe-ia desfavorável: bloquistas eclipsando-se, comunistas em risco de desaparecerem do Parlamento e cheguistas e socialistas com quebra das intenções de voto. Só a Iniciativa Liberal parece estar sóbria no meio desta embriaguez eleitoral, e isto porque sabe que a sua votação vai aumentar. André Ventura, curiosamente, apresentara a primeira moção de censura, da parte do Chega, mas votou contra na segunda, de iniciativa comunista. Já os socialistas abstiveram-se mas afirmam que votarão contra a moção de confiança a debater no próximo dia 12. Mais estranho de tudo, duas coisas. Uma é que está tudo mais que explicado. O Primeiro-Ministro até explicou o que não lhe foi pedido, que foi o caso da compra da casa na Lapa, em Lisboa, para o filho, mas vários partidos, em especial o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda, continuam a exigir explicações e clarificações. A outra é que o Partido Comunista apresentou esta segunda moção de censura mas foram tantas as acusações que lhe foram dirigidas que mais parecia que era ele a ser censurado.

Confesso-vos uma coisa. Não tenho nem pretendo ter qualquer filiação política, nunca votei nem votarei no P.S.D., o que acho que é compreensível vindo de quem passou por dez anos de Governo de Cavaco Silva, e não tenho sequer simpatia por Luís Montenegro, pelo que creio ter legitimidade para dizer o que se segue. Neste caso, acredito que ele está a agir de boa fé e que a oposição não está a prestar um bom serviço ao país. Se o Governo vai cair, como tudo indica que vai, então este é um motivo muito frouxo para tal. Com tantos motivos que há, tinha de ser por isto?

Estamos, de facto, a perder tempo e energia preciosos que poderiam ser empregues a debater e procurar soluções para os tantos, tão graves e cada vez mais e maiores problemas do país. Em vez disso, a política nacional está, como de costume, a fazer-se de manobras de diversão, trocas de acusações, jogadas palacianas e de bastidores, em suma, politiquices, que é tudo aquilo de que o povo não quer saber. Assim vai Portugal caminhando, errático e decadente, rumo a um previsível precipício. Como é que há-de a população de olhar bem aos políticos? Não pode.

Que vergonha...

Que a caca esteja convosco!



P.S.(não o que se irá afundar ainda mais nas próximas eleições, cortesia do seu líder): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pouca Vergonha I: Internacional

 Acho que nem vale a pena alongar-me muito com este comentário pois todos nós sabemos que Trump e a sua horda de apoiantes são gente com pouca ou nenhuma vergonha. Para o provar está a recepção feita a Zelensky na Casa Branca há uma semana atrás, onde o Presidente da Ucrânia foi enxovalhado não só pelo seu homólogo americano mas por toda a comitiva que o recebeu. Propositadamente, quanto a mim. Basta ver que o encontro foi transmitido em directo pela televisão. Se tiver sido essa a intenção, acredito que deve ter tido o efeito contrário. Pelo menos num povo de gente normal teria. Por outro lado, e mesmo sabendo que a Ucrânia depende fortemente da ajuda dos Estados Unidos da América, é evidente que Zelensky, se o Tico e o Teco faiscaram entre si na sua «caixa ucraniana», deve ter acabado por concluir que recorrer a este aliado foi o mesmo que fazer um pacto com o Diabo. Mais cedo ou mais tarde, o mafarrico cobraria a alma, ou neste caso os minérios preciosos, em troca da ajuda.

Enfim, numa só palavra, vergonha, que é o que Trump(a) e os seus «lacacaios» não têm mas que a esta hora os Estados Unidos da América devem ter de sobra por terem eleito para a Presidência alguém assim.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Dinamarca e telemóveis: exemplo a seguir

 O Governo da Dinamarca decidiu proibir o uso de telemóveis e tablets nas escolas do país, mesmo durante os intervalos das aulas. A decisão vem na sequência de um relatório apresentado por uma comissão dedicada à apreciação do assunto e que conclui que o uso destes aparelhos é prejudicial aos jovens e não deveriam ser usados por estes até, pelo menos, aos 13 anos de idade. A medida pretende evitar comportamentos aditivos nas crianças e trazê-las de volta ao são convívio entre elas. Não é nada de novo. Decisões idênticas já tinham sido tomadas em França em 2018 e, posteriormente, na Noruega.

Ainda se diz que «há algo de podre no Reino da Dinamarca». Para quando semelhante regra na podre República de Portugal?

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 26 de janeiro de 2025

Miguel Arruda, o «Bagageiro»

Já que falamos de política, que dizer da polémica em torno de Miguel Arruda, o deputado à Assembleia da República acusado de furtar malas pelo menos no Aeroporto da Portela? A fazer fé nas imagens das câmaras de vigilância deste aeroporto, Miguel Arruda aproveitaria a confusão habitual neste lugar para levar malas alheias, vendendo posteriormente alguns dos artigos furtados através da Internet. O deputado alega que as imagens são falsas e podem ter sido criadas por programas de inteligência artificial mas buscas realizadas na sua casa de Lisboa levaram à apreensão de doze malas. Resta saber o que pode ser encontrado na sua casa nos Açores, de onde é natural. Consequentemente, foi constituído arguido.

Como é previsível e comum em muitos partidos, o Chega, que Miguel Arruda representava na Assembleia, pressionou-o a suspender o seu mandato parlamentar e sair do partido se não quisesse ser expulso. De facto, saiu do partido mas nem por isso abandonou a Assembleia, permanecendo como deputado não-inscrito, o que, mais uma vez, causou mau-estar nas bancadas do Hemiciclo.

Não sei como é possível persistirem situações destas, as quais têm vindo a tornar-se recorrentes e cada vez mais frequentes. Na minha maneira de ver, quando os eleitores vão votar nas eleições legislativas, votam em partidos. Se formos a olhar para os boletins de voto, constam lá nomes de partidos, não de pessoas a título individual. Logo, votamos em partidos. Portanto, quando um deputado eleito se desvincula ou é expulso do partido que representa, parece-me lógico que deixa de ter legitimidade para manter o cargo. Deveria abandonar a Assembleia e ser substituído pelo primeiro candidato não-eleito no respectivo círculo eleitoral. Talvez assim se evitassem as quase constantes polémicas e vergonhas que afectam agora o mais alto parlamento de Portugal.

Quem não se fez rogado foi um conjunto de marcas, desde o Ikea ao Licor Beirão, que se inspiraram no sucedido para criarem novas e hilariantes campanhas publicitárias. Há malta que até a dormir sonha com as piadolas que vai contar no dia seguinte. A imaginação não tem limites.


 Publicidade do Ikea, que parece não perder uma ocasião!

Quanto a Miguel Arruda, logo se verá o que vai mais acontecer. Mas aconteça o que acontecer, este é apenas outro caso vergonhoso a manchar a política nacional.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pedro Nuno Valham-no os Santos

 Esta semana política ficou marcada pela entrevista concedida por Pedro Nuno Santos ao jornal «Expresso». Nela, o Secretário-Geral do Partido Socialista reconheceu que o Governo de António Costa, do qual fez parte, não lidou bem com a questão da imigração e que esta deveria ser regulamentada, bem como que a intenção de interesses necessária à legalização dos imigrantes não sortiu o efeito desejado, criando uma espécie de «efeito de chamada».

Vai daí e deu-se uma série de reacções, até dentro do próprio partido, umas a favor e outras contra.

Calhou anteontem eu ter tido ocasião de ouvir o programa «Antena Aberta» da Antena 1, algo que, por imperativos profissionais, há anos não acontecia. Perguntavam aos ouvintes qual era o balanço que faziam da liderança partidária de Pedro Nuno Santos e não houve um único ouvinte que lhe desse por bendito o desempenho em tais funções. Outra coisa não seria de esperar. Tivesse eu participado e teria dito o seguinte. Enquanto ministro, não só foi um fraco governante como esteve a cada passo envolvido em trapalhadas e polémicas e foi sempre uma pedra no sapato de António Costa. Como o foi no Governo, é-o na liderança do Partido Socialista. Ele apenas continuou a ser o que era. Fala pouco e o melhor mesmo era ficar calado, posto que muitas vezes fala tarde e noutras inoportunamente e sem correcção de conteúdos ou ideias, quando as há. Há quem diga que de quase todas as vezes que abre a boca, as asneiras que saem são tantas que nem deixam as moscas entrarem. Também não é assim mas não deixa de ser verdade que lhe falta visão e conhecimento da realidade e que dá amiúde o dito pelo não dito e muda de opinião a cada passo, no qual se parece muito com uma versão menos reactiva, ou deverei dizer mais apática, do André Ventura. Para «líder da oposição» é fraco e qualquer dia arrisca-se a perder esse título de consolação para o seu referido homólogo do Chega, se ele não for para o Governo. Com tudo isto, para além de outros factores que não dependem dele, o partido tem-se afundado das intenções de voto, de acordo com as sondagens.

Tendo isto em mente, como pode Pedro Nuno Santos falar em preparar-se e ao partido para umas eventuais eleições antecipadas? Ter-se-á já arrependido de ter aprovado o Orçamento de Estado para este ano, que até foi feito muito à base de cedências e à medida socialista, e pretenderá chumbar já, à partida e sem conhecer o seu conteúdo, o para o ano que vem? Ou estará já a pensar numa moção de censura?  Curiosas hipóteses para um Governo quase ou tão esquerdista quanto o Partido Socialista ou para um Partido Socialista quase ou tão direitista quanto este Governo. A diferença entre esquerda e direita em Portugal é pouco mais que relativa aos assentos na Sala do Hemiciclo. Tenho dito. Para todos os efeitos, umas eleições antecipadas neste contexto traduzir-se-iam sempre num tiro no pé dos socialistas que, por este andar, ainda se arriscam a verem-se ultrapassados pelo ainda indefinido Chega.

Quanto à questão que se tornou central na entrevista, acho que, qualquer que fosse a conduta dele face à questão, sairia dela sempre fragilizado. A defesa da insistência socialista (e não só) em manter um não-sistema de portas escancaradas, desregulação total e consequente decadência identitária portuguesa só poderia continuar a levar o P.S. ao descrédito e à impopularidade. O presente reconhecimento dos erros passados e da necessidade de mudanças só pode fragilizar ainda mais a sua liderança mediante o aumento das críticas e da oposição interna e, por consequência, fragilizar o próprio partido.

Em suma, pode ser muito boa pessoa mas não tem qualquer jeito para a política. Eu sempre disse que o melhor candidato à liderança socialista era o José Luís Carneiro, mais calmo, sensato e consensual.

Que a caca esteja convosco!



P.S. (não o que está a ficar lixado): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Perigosa «Trumpalhada»

 Ainda nem tinha tomado posse e já Donald Trump se mostrava irrequieto em pensamentos, palavras e acções. Uma vez de volta à Casa Branca e desta vez com o apoio do Congresso e do Senado, não perdeu tempo a começar a pôr em prática as suas promessas eleitorais. Ao menos, nisso ninguém o pode censurar.

Muito se fala das deportações de imigrantes ilegais. Contudo, essa medida, que não é nova nem nada de mais, apesar de se falar delas numa dimensão muito superior ao habitual («milhões e milhões», diz Trump) é uma mera manobra de diversão para distrair as atenções de políticos e comunicação social da Europa. Oficialmente, o nome «Golfo do México» já foi substituído pela designação «Golfo da América» na documentação oficial dos Estados Unidos, tal não é a arrogância do novo-velho líder. Acabam os apoios à aquisição de veículos eléctricos (nem sei como é que o amiguinho Elon Musk foi nisso pois dá cabo do seu negócio da Tesla) e regressam os incentivos à exploração de carvão mineral e petróleo, bem como a uma nova campanha de reindustrialização. Não faltam medidas que visam uma certa censura nos meios de comunicação social, em muito graças aos oligarcas que rodeiam, sustentam e dependem de Trump. Mais uma vez, a Administração Federal  retirou os Estados Unidos da América do Acordo de Paris sobre o ambiente e o clima e se não fossem os donativos compensatórios de particulares, este seria pouco mais que papel para reciclagem. Também retirou da Organização Mundial de Saúde, para o qual era o maior contribuinte, levando a entidade a um estado de difícil sobrevivência, apesar do importante trabalho levado a cabo. Equaciona até a saída da N.A.T.O., que até agora tem sido vista por muitos como uma mera extensão do poderio militar norte-americano. Decidiu ainda levar a cabo uma guerra comercial sem sentido com a União Europeia e a China. Porque havemos nós de comprar carros, alimentos e outros produtos americanos se os nossos são melhores?

Mas eis que chegámos ao domínio do grotesco e do verdadeiramente perigoso. Trump pretende anexar o Canal do Panamá, o Canadá e a Gronelândia. A ideia é fazer estes territórios ingressarem os Estados Unidos da América de forma voluntária ou por via de compra e venda. Ora os responsáveis do Canadá rejeitam esta intenção, os do Panamá lembram que o canal não foi um presente americano e, como tal, não têm nada que o devolver, nem que o tivesse sido, e a os da Dinamarca afirmam que a Gronelândia não está à venda. Porém, Trump insiste em ampliar o «Império Americano», já há muito dono do Havai e de Porto rico e o mais influente e poderoso país do Mundo, sob alegações vagas de «segurança nacional», que toda a gente sabe serem a camuflagem para interesses comerciais, industriais e de obtenção de matérias primas. E insiste de forma muito agressiva. Há ainda um incremento previsto do investimento militar que não deixa de ser perturbador. Como se não bastasse, tem os seus lacaios, em especial o ambicioso Elon Musk, a espalhar rumores e instabilidade pelo Mundo e a apoiar movimentos radicais.

Se aquando do seu primeiro mandato nós ainda podíamos dizer que os Americanos eram malucos e rir-nos às custas das baboseiras e percalços de Trump, agora talvez seja mais recomendável prestar atenção ao que não está só do outro lado do Oceano Atlântico mas quase omnipresente a nível global.

O comediante a as suas piadas deixaram de ter graça.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Juízo do Ano do Pombocaca

 Caros pombos amigos.


Tenho dito que o «Juízo do Ano» do «Borda d'Água» tem tido uma falha recorrente desde há anos no que diz respeito ao planeta regente, com o qual não atina. Consequentemente, o resto da prognosticação também não é correctamente apresentado. Quanto ao texto que sobra, concordo as mais das vezes e no deste ano subscrevo inteiramente a severa crítica proferida quanto à situação da habitação. Por isso, e com vista a corrigir a falta que eu aponto, passo a fazer o Juízo do Ano do Pombocaca.

Cômputo do ano de 2025

Planeta Regente: Mercúrio

Número do Ciclo Solar: 26

Áureo Número: 12

Letra Epactal: B

Número da Epacta: 0

Letra Dominical: E

Prognosticação

No que diz respeito às condições meteorológicas, este ano seria, teòricamente, de Inverno áspero e não muito frio, Primavera húmida e pouco boa, Verão quentíssimo e Outono temperado. Por consequência, haveria abundância de cereais, grãos e azeitonas. As vindimas prever-se-iam excelentes. No entanto, o rigor excessivo do Inverno e do Verão poderiam provocar más produções agrícolas e fome em alguns lugares. Como hoje em dia o clima está muito alterado face ao que era a norma, o mais provável é que, embora os princípios básicos se continuem a verificar de forma mais ou menos marcada, principalmente menos, já ninguém saiba dizer com segurança o que é que se há-de esperar das condições atmosféricas. Portanto, há-de fazer Sol quando for de dia e não houverem núvens e chover quando cair água destas. O vento há-de soprar dum lado para o outro. Trovejará quando soarem trovões.

A fazer fé nos antigos lunários e com base no que se há-de esperar dum ano mercurial, alguns principais poderão morrer e as condições adversas do estado do tempo no Inverno e no Verão poderão provocar alguns abortos e coisas invulgares ou inéditas acontecerão. Os artistas continuarão a fazer arte ou coisa a que isso chamam, os cientistas, médicos, oficiais de justiça e muitos mais a contorcer-se com falta de meios, os traficantes  a traficar, os professores e os empregados a aturar pirralhada e seus pais e encarregados de educação mal comportados, os políticos a atirar-nos areia para os olhos e fazer coisas parvas as mais das vezes e por aí a fora. Enfim, hão-de acontecer acontecimentos, como é costume.

De uma forma geral, as pessoas nascidas neste ano terão cabeça, tronco e membros. Os membros serão quatro, sendo que dois serão braços com uma mão cada e cinco dedos em cada e duas pernas com um pé em cada uma, cada qual dotado igualmente de cinco dedos cada. No tronco, por entre a organada toda, há-de bater um coração em cada vivo, embora em certos Putines, Nethaniahus e outros que tais não pareça. Cada cabeça deverá contar também com dois olhos, duas orelhas e seus ouvidos, um nariz com duas narinas, uma boca com língua e dentes, em muitas delas há-de haver cabeça e talvez barba e, parecendo que não com preocupante frequência, é de prever que haja um encéfalo a trabalhar dentro da caixa craniana.

A guerra na Ucrânia vai continuar, assim como, parecendo que não, a da Palestina. O Nicolás Maduro continuará a fazer e dizer disparates, assim como o Javier Milei e o Donald Trump, só para nomear alguns. Se não estiverem, é porque estarão a pensar em disparates. Pessoas vão continuar a nascer, a ter doenças e a morrer e quase podia apostar que os outros viventes também. A Amazónia e as outras florestas vão continuar a ser destruídas. A ganância, a estupidez e a ambição continuarão a prosperar num mundo regido pelo dinheiro e dele dependente. Assim, os pobres e oprimidos continuarão a ser mais e a sê-lo mais e a Natureza a degradar-se. Os impostos continuarão a ser cobrados e os preços de tudo continuarão a subir. Como dizia uma criadora de vacas da minha terra, «só o leite do cacete é que não aumenta!»

Acho que não vale a pena continuar. Como se vê e é de prever, 2025 será um ano de mais do mesmo, só que sempre cada vez pior. Claro que há sempre uma esperança e é a essa que nos devemos agarrar. Mas agarrar não significa que fiquemos à espera que tudo nos caia no colo. Significa sim que temos de nos fixar à ideia e pôr mãos à obra para a tornar numa realidade. Só assim se quebrará este ciclo vicioso e se o substituirá por um outro ciclo, mas virtuoso.

Que a caca esteja convosco!



P.S.(nada a ver com o partido caído em desgraça):NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 19 de janeiro de 2025

Morte de Coimbra-A, mais um prego no caixão de ferrovia

A 18 de Outubro de 1885, foi inaugurada a Estação de Coimbra-A, também conhecida por Estação Nova, visto que já havia uma outra, a de Coimbra-B, que servia a Linha do Norte. Esta agora seria um terminal do Ramal da Lousã, ao serviço da nossa bem conhecida C.P., então denominada Companhia Real dos Caminhos-de-ferro Portugueses, e permitia acesso ao centro da cidade. Entretanto, o volume de passageiros e mercadorias obrigou a uma ampliação de raiz e a estação entrou em obras em 1925. Seis anos depois, em 1931, um novo edifício, de aspecto mais clássico mas requintado e imponente, projectado por Cottinelli Telmo, foi inaugurado. E assim se manteve durante muitos anos, ao serviço dos utentes, dos Coimbrões em particular e, num sentido mais amplo, do país. Conheceu a visita de reis, presidentes e outras personalidades ilustres e as muitas vidas anónimas que por lá passaram. Mas os tempos estavam a mudar para mostrar que nada era eterno, nem mesmo o mais útil, lógico, sensato e belo e que se há algo que prevalece são os interesses e, claro, a estupidez.

A intenção de transformar o Ramal da Lousã num metropolitano de superfície, lá nos anos 90, levou ao encerramento de quase toda esta via em 2009-2010, do qual se exceptuou o troço entre as estações de Coimbra-A e Coimbra-B, que se manteve em funcionamento. Em 2017, o Governo deixou cair por terra a ideia do metro de superfície e optou por ligações de autocarros. Era o fim definitivo anunciado para o que sobrava do Ramal da Lousã. À meia-noite e vinte do dia 12 deste mês, a ligação ferroviária entre as duas estações cessou, o que determinou o encerramento da primeira destas edificações, 139 anos, 2 meses e 25 dias depois da primeira viagem de comboio.

Muita incúria e politiquice se moveu ou primou pela inércia, contribuindo para este desfecho, em particular da parte de sucessivos governos incompetentes, dentro dos quais se destaca um do qual fazia parte alguém que tratou do assunto e nada fez (Pedro Nuno Santos, então Ministro das Infra-Estruturas), e de um executivo camarário, também socialista, que decerto não vai ser reeleito e, como tal, pode dar-se ao luxo de meter a pata na poça até se afogar com tanta palermice que o seu presidente tem proferido sobre esta questão. E quem fica a perder é o povo, que necessita dos tão apregoados transportes públicos e agora ficou privado de mais um, cuja uma única composição só pode ser substituída por vários autocarros e sem a mesma eficácia. Fica também a perder por outro motivo: porque perde um valor patrimonial quer material quer imaterial. O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra afirma que a estação não vai ser demolida, como se nós ainda continuássemos a acreditar em políticos. Porém, ainda que seja mantida, perde a sua função, passa a ser só mais um edifício jeitoso no meio da cidade. Perde a honra de servir Portugal. Perdem-se memórias. Perde-se um elemento cultural com significado próprio. Todos ficarão a perder, até os idiotas que conduziram ao seu fecho.

Esta é só uma das inúmeras «Coimbras-Ás» que existem no nosso cada vez mais triste país. Há tantas estações ao abandono de Norte a Sul, centenas delas. Umas mais pequenas e modestas, outras tanto ou mais monumentais que esta, mas todas constituem testemunhas de um tempo glorioso que acabou e da pobreza cada vez maior em que a nossa triste nação caiu. Os políticos podem falar muito em investimentos nos caminhos-de-ferro e de vez em quando lembrarem-se da palermice do T.G.V. mas tudo não passa de propaganda e manobras de diversão partidária e parlamentar. Não interessa que os comboios passem cada vez mais depressa. Interessa sim é que eles parem... e daqui a bocado não passam e muito menos param em quase lado nenhum. A verdade, nua e crua, caros pombos amigos e políticos em particular, é que a «Idade dos Comboios» chegou ao fim. Este foi só mais um prego no caixão de um morto há décadas. Resta-nos apenas lembrar com saudade outros tempos e preservar, ao menos, a memória.

Adeus, Coimbra-A!


 Fotografia do «Campeão das Províncias»

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Já chega de Martim Móiz-me (ou a vergonha da polémica em torno da rusga no Martim Moniz)

 De cada vez que a comunicação social dá com uma, já não desgruda. Os políticos então, valha-nos Deus!


A semana passada, a Polícia de Segurança Pública levou a cabo uma rusga na zona do Martim Moniz, em Lisboa. Dezenas de pessoas, na sua maioria imigrantes, foram encostadas às paredes e passadas a revista. Esta operação, que já estava a ser preparada desde Agosto na sequência de várias denúncias de casos de prostituição, assaltos, violência e tráfico de droga, resultou num saldo, apesar de tudo, bastante fraco: dois detidos apenas e ambos portugueses, um por posse de droga e outro de arma ilegal. À partida, a situação daria num quase nada, não fossem as sucessivas queixas que se seguiram de partidos políticos e, por contágio, particulares e organizações. Desde então, é um alarido enorme em torno da questão.

 

 Sinceramente, já não posso ouvir falar no assunto. Não compreendo o porquê de se falar tanto sobre esta operação que até é algo relativamente comum no nosso país e noutros e, uma vez justificando-se, ainda bem. O que não falta são as autoridades fazerem rusgas assim. Numa zona próxima a onde eu nasci, posso mesmo dizer que é mesmo corriqueiro, tendo em conta a quantidade de vezes que já ouvi dizer que lá fizeram isto. Alguma vez causou alarido como neste caso do Martim Moniz? Não, nunca. Nem mesmo quando de uma das vezes fizeram lá uma carga de cavalaria, há uns 15 ou 20 anos. Então fico a pensar no porquê desta ocorrência agora ter tido tanto mediatismo. A resposta é simples. Muitos dos visados eram de determinadas nacionalidades e o ocorrido deu-se agora. Se se tivesse dado há uns anos ou mesmo agora mas com outros imigrantes ou com portugueses, tudo teria passado ao lado. Como se não bastasse, não se assistiu a nenhuma brutalidade nem abuso de autoridade ou sequer falta de respeito da parte dos polícias. De facto, vejo para aí muitos caramelos queixarem-se do sucedido mas não consta que algum dos que foram revistados pela Polícia tenha apresentado queixa ou se tenha queixado de alguma outra forma. E mais afirmo: fala-se tanto em aproveitamento político da questão e não duvido que o haja mas acima de tudo da parte de bloquistas, comunistas e socialistas, acima de outros. Estes e outros continuem assim que decerto farão o Chega continuar a subir nas intenções de voto e depois logo se queixam.

 Fala-se muito em vergonha mas se alguma há é a de todo o falatório que se tem feito questionando o que se passou. Se as autoridades não tivessem feito nada, de certeza que queixas também se fariam ouvir. Deixo-me até ficar aqui com uma última questão que dá que pensar. Para uma acção desta envergadura, com tão prolongado planeamento e tão fortes indícios ter tido tão frouxos resultados, ou a Polícia caiu num erro gigantesco, ou foi alvo de falsas denúncias e caiu numa emboscada ou os que haveriam de ser detidos no Martim Moniz fugiram da zona antes das autoridades chegarem, se é que me faço entender.

A Lei não conhece nacionalidades. Apenas a necessidade de ser cumprida em prol da ordem pública e do bem-estar comum.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 22 de dezembro de 2024

Mensagem de Boas Festas do Pombocaca

 Mais um ano está a chegar ao fim e com ele vem a mais encantadora das épocas.  Com a chegada do cúmulo das longas noites, inicia-se o Inverno que, com a sua aspereza aparente, trás apesar disso consigo a esperança de um renascimento da vida com uma quase de início imperceptível paragem da diminuição dos dias e depois com o seu novo crescimento. É neste contexto que temos logo a seguir o Natal, o verdadeiro carimbo cristão que certifica essa vitória da vida sobre a morte.

Muito já eu tenho falado sobre esta época e o seu significado face às tormentas e desvios de atenções que fazem padecer a Humanidade, pelo que não me porei com grandes dissertações pois creio já ter dito e repetido tudo diversas vezes sem que, contudo, a situação melhore, antes me pareça que esteja a agravar-se. Direi apenas que pode parecer que estamos no Outono dos Humanos, que a nossa felicidade, minada por invejas, diferenças, conflitos e ódios, se vai diminuindo. Que a noite dos tempos se aproxima para devorar a existência e que nós, apesar das evidências, permanecemos tão distraídos e alheios a tudo ou, ainda que conscientes, caídos em desespero. Porém, há mais de dois mil anos isso também parecia ser um facto e o nascimento de um pequeno e frágil rapaz em tão precárias condições trouxe um novo Inverno e uma promessa de nova Primavera, ou seja, esperança e vida nova para o Mundo. E se era assim tão improvável que sobrevivesse, como é que vingou? Com união, alegria e amor, pois claro. Com gente que pôs de lado as suas diferenças e rumou a Belém para ver e acarinhar a nova esperança de Deus para tudo e todos. Decerto teriam todos eles interesses, afazeres ou distracções próprias e não nutririam por alguns dos outros particular simpatia mas não deixaram de se juntar em prol de um bem comum.

Esqueçamos as nossas crenças por agora, se é que as há, e olhemos para este projecto. Porque não fazermos todos nós o mesmo hoje? Porque não deixamos para trás o que nos aparta e nos unimos para o benefício geral de toda a existência? Não constará isso apenas em deixar de fazer o mal que temos feito uns aos outros e às outras criaturas? De certeza que de uma acção destas só poderia resultar a nova Primavera da Humanidade.

Caros amigos. O Pombocaca gostaria de vos desejar um santíssimo Natal e um ano de 2025 com toda a felicidade desejada. Saúde e paz para todos!

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sábado, 14 de dezembro de 2024

Ronda pelas tradições quase esquecidas: ramos de frasca

 Para quem acha que neste blog só se escrevem asneiras, aqui vai um assunto cultural, o qual já devia ter sido falado há bastante tempo.

Foi já em Setembro de 2022 que fui a Santa Clara-a-Velha, uma pacata aldeia do Concelho de Odemira, e me deparei com a ocorrência de um casamento, algo que ali não acontecia já há cinco anos, segundo me contaram. Contudo, havia algo de invulgar a acontecer. Um grupo etnográfico local, as Gentes do Alto Mira, com os elementos trajados a rigor, tocava temas tradicionais à saída do novo casal da igreja. Numa pausa entretanto feita, a que me parecia ser a líder do grupo, a Dona Odete, explicou o que ali se estava a passar bem como o significado de uns curiosos objectos que sustinham.

Antigamente, as bodas nesta parte do Alentejo processavam-se de maneira um bocado diferente da que hoje é o uso comum. Quando alguém se casava, não tinha grandes posses. No fundo, a vida conjugal ia-se construindo ao longo do tempo. Por isso, em vez de serem os noivos a proporcionar aos convidados o copo d'água, eram os convidados que traziam consigo muitos dos comes e bebes. Para o efeito, aproveitavam os aros de madeira de peneiras cuja rede se tinha estragado e montavam uma espécie de esfera armilar fixa a uma vara com que se erguia e segurava pela mão o objecto. A esfera era então decorada com recortes elaborados de papel colorido e nele costumavam também fixar-se biscoitos ou outros tipos de bolos secos, as mais das vezes simples bolinhos de manteiga. A estes objectos peculiares dava-se o nome de ramos de frasca. Estes seriam transportados à mão, fosse a pé ou em montadas, pelos convidados até ao local da celebração, normalmente num alegre cortejo que costumava contar com cantigas.

 


Grupo «Gentes do Alto Mira» com os curiosos ramos de frasca. Fotografia gentilmente cedida por um dos convidados para o casamento.

De acordo com a mesma narradora da ocasião, a última vez que tinha tido notícia de se ter levado a cabo este costume, teria sido 80 anos antes, aquando do casamento dos seus pais, e os ramos de frasca teriam sido feitos por Delfina de Góis. A reacção de alegria não se fez esperar. Ao que parece, era parente de muitos dos presentes. Outro dado curioso que obtive é que numa derradeira ocasião mais recente o costume ainda foi usado: nada mais nada menos que 78 anos antes, isto é, em 1944, aquando do casamento dos avós do noivo que agora se casava, sendo que a autora dos ramos de frasca foi a mesma Delfina de Góis.

Achei o costume tão curioso que me pus a investigá-lo. Porém, não encontrei qualquer menção nem em documentação nem na Internet. Passei então à pesquisa no terreno e encontrei ainda recordações disso entre as pessoas mais velhas. Noutros tempos, muitas pessoas iam do Algarve para o Alentejo trabalhar nas mondas e nas ceifas. Consequentemente, o costume foi levado também para a província mais meridional do nosso país, sendo que nos inícios do século XX era um hábito corrente em pelo menos parte dela. Se o mesmo aconteceu em terras a Norte do Alentejo, isso já não sei dizer. Contudo, em meados da mesma centúria, caiu quase sùbitamente em desuso e ficou no esquecimento até este grupo etnográfico o ter recuperado.

Fiquei tão admirado quanto curioso quanto a esta celebração e só tenho a dar os meus louvores às Gentes do Alto Mira, esperando que a bonita tradição tenha sido recuperada e continue a ser feita, devolvendo assim mais um pouco de brilho e riqueza à nossa cultura.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 1 de dezembro de 2024

Viva Portugal! Viva a Restauração!

 Celebremos Portugueses

O dia da redenção

Em que valentes guerreiros

Nos deram livra a Nação!


Pois é, já foi há 384 anos que um punhado de conjurados patriotas resgatou Portugal da opressão, da ruína e da escravidão. É meu desejo que todos estejam a ter um feliz feriado e que se lembrem de quem se arriscou e sacrificou para que pudéssemos gozar da liberdade que passámos a ter.

Feliz Restauração!

Que a caca esteja convosco!

 

 

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pensamento poético-batráqueo do dia

«Poesia que não rima é prosa encavalitada.»

Migas-o-Sapo


Que a caca esteja convosco!



P.S.NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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AVISO IMPORTANTE: DADO O ELEVADO TEOR EM EXCREMENTOS CORROSIVOS, NÃO SE RECOMENDA A VISUALIZAÇÃO DESTE BLOG EM DOSES SUPERIORES ÀS ACONSELHADAS PELO SEU MÉDICO DE FAMÍLIA, PODENDO OCORRER DANOS CEREBRAIS E CULTURAIS PROFUNDOS E PERMANENTES, PELO QUE A MESMA SE DESACONSELHA VIVAMENTE EM ESPECIAL A IDOSOS ACIMA DOS 90 ANOS, POLÍTICOS SUSCEPTÍVEIS, FREIRAS ENCLAUSURADAS, INDIVÍDUOS COM FALTA DE SENTIDO DE HUMOR, GRÁVIDAS DE HEPTAGÉMEOS E TREINADORES DE FUTEBOL COM PENTEADO DE RISCO AO MEIO. ISTO PORQUE...

A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!