sexta-feira, 25 de abril de 2014

Monstro da Estrada e as Caramelices Rodoviárias

Parece o nome dum filme de comédia, não parece? E é, mas de muito mau gosto. Hoje gostaria de alertar para duas situações que se passam nas estradas e que não são lá muito agradáveis de presenciar. Portanto, cá vão as bujardas, em dois volumes de simulação retro-estereofónica.

CASSETE 1
LADO A - Vai um tipo a conduzir satisfeitinho da vida e, se tem o azar de ter um furo ou por qualquer motivo ter de se imobilizar dentro de uma rotunda, está xaringado ao máximo. Se não são os outros automobilistas a quererem-nos linchar, são os amigos da bóina que nos aparecem a fazer uma visita e cá vai uma pastilha.
LADO B - A cada passo, damos de caras com os referidos amigos da bóina, malta conhecida em geral como a Geninha, escarrapachados no meio das rotundas a atrofiar ainda mais a circulação num ponto da via já de si problemático. Muitas vezes estão só a mirar, como turistas fardados. Outras vezes ainda se põem a semear o caos rodoviário fazendo ali operações stop, para nosso desespero e alongamento de bichas. Por amor de Deus: há tantos sítios onde parar e mandar fazer paragens, porquê num dos piores sítios possíveis?! Isso seria o mesmo que meter a Companhia Nacional de Bailado a actuar no meio da pista do Aeroporto da Portela!

CASSETE 2
LADO A - Vai um tipo a conduzir satisfeitinho da vida e a cumprir os limites de velocidade. Entra numa zona de velocidade controlada, comporta-se a preceito e o trânsito flui com normalidade.
LADO B - Um indivíduo segue assim, cumpridor, mas há um paspalho, daqueles que pensam que as sardinhadas se fazem sobre o pavimento, visto que andam sempre na brasa, ultrapassam todos os cumpridores, passam os semáforos verdes e os desgraçados que nunca fizeram nada de mal naquele percurso acabam por ficar a gramar o semáforo vermelho por causa daquele pacóvio da treta. A esta espécie de egoístas raliseiros só gostaria de os advertir para uma situação. Tu, meu grande cara de cu à paisana, se andas por aí a alarvejar e a melgar o juízo dos outros à custa da tua cavalagem e estupidez, para mais pondo em risco a segurança rodoviária, fica sabendo que, qualquer dia, se não te puseres na linha, há-de haver alguém, não eu, que não sou dessas coisas, mas há-de haver alguém que te arreie um pêssego bem aplicado nessas trombas e te esbronque a cremalheira toda. Já agora, essa mania da treta deveria ser punida com sodomizações a sangue frio por manadas de elefantes!

Juizinho!

Fica aqui o desabafo.

Que a caca esteja convosco!!!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Campeões, ressuscitados e maus matemáticos

A esperança jazia sobre a relva, a ansiedade crescia e as rotundas preparavam a consumação do seu destino primário, a reserva para a recepção dos gloriosos. E então, ao terceiro dia, neste caso ao fim de quatro anos, a águia, não fénix, reergueu-se do túmulo. Ei-lo de novo na Páscoa Futebolística, Jesus, o Jorge Jesus, prestes a irradiar sobre os adeptos línguas de «pertantes», más conjugações verbais e alegrias imensas sobre os benfiquistas num pentecostes de arrecadar troféus e faixas! E é no meio deste êxtase de vermelho e branco que vemos as multidões de papoilas saltitantes exultarem com a conquista do 33º campeonato de futebol pelo grande Sport Lisboa e Benfica! Ouvindo isto, fiquei a pensar cá para mim: «trigésimo terceiro? Como assim?»

Pus-me a contar um por um cada campeonato que o Benfica venceu desde a criação da competição, em 1938-39. Contei, com esta 30. Voltei a contar... 30. Outra vez... 30. «Mau Maria...», pensei eu. Foi então que reparei que os 33 encaixavam na conta se incluíssemos os três Campeonatos da Primeira Liga Experimental que o Benfica venceu em 1935-36, 1936-37 e 1937-38. Assim sim, 33! Mas ai, há aqui um problema. É que se vamos incluir na contagem de títulos os de uma competição anterior ao actual Campeonato Nacional, porque não haveremos de incluir os da outra anterior, mais antiga? Pois, é que antes de 1936, o Benfica já tinha sido campeão nacional por três outras vezes, em 1929-30, 1930-31 e 1935-35. A diferença é que o Campeonato de Portugal, como era designado, disputado desde 1922, era por eliminatórias e não por jornadas, como é hoje. Assim sendo, o Benfica foi campeão 36 e não 33 vezes.

Então, 36 até é um número mais redondo, mais jeitoso, mais avultado, mais apto à gabarolice e fanfarronice!
Ai essas contas...

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Malandrice no Rio?

Tenho achado realmente intrigante o final de um anúncio do Continente acerca do Rock In Rio. Sim, aquela parte em que o locutor diz algo do género de «este ano, "rock" escreve-se com "c" grande». Pode ser só impressão minha mas «rock» com «C» grande... é «Cock»! Quem não perceber esta, pergunte a quem sabe. Das duas uma: ou houve alguém muito distraído e ingénuo a escrever o texto ou esse alguém fez passar uma malandrice de proporções fálicas.

Que a caca (ou a «Cacka») esteja convosco!
Boa Páscoa!

P.S.: Talvez a imagem seja elucidativa, apesar de mais natalícia que pascal
.
P.P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Adeus, Mocada!

Pois é, já lá dizia aquele famosíssimo tema dos Xutos e Pontapés, «O Homem do Leme», que «a vida é sempre a perder. Ao longo da vida vamos ganhando umas coisas e perdendo outras. Ganhamos amigos, experiência, conhecimento, habilidades, bens materais eàs vezes novos familiares. Ao invés, o tempo vai-nos retirando ora aos poucos ora aos moitões tudo aquilo que adquirimos, com frequência à custa de sacrifícios.

Já perdi a conta àqueles bons vizinhos, familiares e amigos que desapareceram da minha vida. Uns dispersados no seguimento das suas vidas próprias, outros tresmalhados por teias de enganos e outros infelizes cumpridores das mais elementares regras da existência, adormecidos no tenebroso sono perpétuo. E que dizer daqueles animais de estimação, desde os cães às galinhas e ao gado? Tantos foram eles, humanos e não humanos, desde a minha tenra idade até aos mais recentes dias, até às vésperas deste mesmo dia em que escrevo estas linhas. Porém, nem só os viventes trazem em si a vida, ainda que não vivam. Também os comuns objectos inanimados.

Às vezes, há pessoas que são censuradas por serem muito agarradas aos bens materiais e encherem as suas casas de trujias até ao tecto. Materialistas, chamam-lhes, ignorando que nem só o valor pecuniário ou o gosto de posse são associáveis a objectos. Algo de mais importante está neles depositado: as memórias. Frequentemente, a um objecto está associada uma ideia ou lembrança e só isso vale muito mais que qualquer associação monetária ou estética que se lhe possa fazer.

É no seguimento desta ideia que lamento a perda da Carrinha Mocada, ainda que para bem dela. A vida não está fácil, independentemente daquilo que o Governo e muitos dos economistas nos fazem crer, e a pobre exigia alguém que tivesse capacidade para a sustentar e dar-lhe os tratos de que ela tinha necessidade. Portanto, não tive outra solução senão deixá-la seguir para as mãos de quem melhor podia acarinhá-la do que eu. Para trás ficaram anos de viagens, tropelias, nervos, alegrias e muito trabalho, enfim, muitas lembranças, sem que eu tivesse concretizado o desejo dum quase solitário de viajar com ela repleta de gente.

Que será do Monstro da Estrada sem a sua enorme viatura só para doidos como eu? O tempo que tira tudo logo tirará também esta dúvida mas vai ficar aqui sempre a pena de, por muito bem aviado que venha a ficar, ter sido obrigado pelas circunstâncias a apartar-se da derradeira máquina de transporte rodoviário de passageiros e mercadorias.

Que a caca esteja contigo, saudosa Carrinha Mocada!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

terça-feira, 1 de abril de 2014

Cinema Purgatório: «O Bom, o Mau e o Esquisito»

Caro amigo pombo.

Gostas de «coboiada»? De tiroteios infindáveis, explosões à fartazana e porrada de criar bicho? Então senta-te um pouco e relaxa ao ver uma das mais loucas criações cinematográficas alguma vez feitas: «O Bom, o Mau e o Esquisito».

Depois do clássico do «western-spaggetti» «O Bom, o Mau e o Vilão», do memorável mas quase esquecido «western-açorda» «Alentejo Sem Lei» e da paródia televisiva «O Bom, o Mau e o Espanhol», eis a mais absurda e tresloucada versão da película de Sérgio Leone.

Neste exemplar de «western-sushi» ou algo do género, os cineastas sul-coreanos surpreendem qualquer espectador com uma caça ao tesouro em que pouco mais falta que a Catarina Furtado para ajudar a compor o ramalhete, tal não é a sucessão de anacronismos! Há um mapa do tesouro, «cowboys» trajados a rigor como no século XIX, entre eles o nosso, digamos, «Bom», um vilão de aspecto lambidão saído dos Tokio Hotel ou qualquer banda infanto-juvenil pseudo-rocalheira e um fulano rechonchudinho, caricato e de barrete tão bom a fazer assaltos como a espalhar-se de mota. É isso mesmo: temos uns montados a cavalo e outros de motas e jipes, isto já para não falar num comboio de aspecto de inícios do século XX sobre linhas de carris assentes em travessas de betão muito à anos 90 ou século XXI. De repente, a coisa descamba à bruta e, quase sem darmos por isso, a par disto surge um exército artilhado ao género da Segunda Guerra Mundial. A fabulosa salganhada de elementos sacados dos seus tempos e unidos a martelo só consegue ser igualada e passada mìnimamente despercebida pelas espingardas com munições que nunca mais acabam, como as flechas da aljava do Légolas, e pela acção estonteante. Nem sei se o «Don't Let Me Be Missunderstood» assentou melhor no duelo da Beatrix Kiddo com a O'ren Ishi no «Kill Bill» ou na rocambolesca confusão que premeia os espectadores nesta insanidade cinematográfica. Nem imagino como é que isto seria se houvesse aqui mão do Tarantino!

Com uma cavalgada destas, até ficamos de olhos em bico!

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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AVISO IMPORTANTE: DADO O ELEVADO TEOR EM EXCREMENTOS CORROSIVOS, NÃO SE RECOMENDA A VISUALIZAÇÃO DESTE BLOG EM DOSES SUPERIORES ÀS ACONSELHADAS PELO SEU MÉDICO DE FAMÍLIA, PODENDO OCORRER DANOS CEREBRAIS E CULTURAIS PROFUNDOS E PERMANENTES, PELO QUE A MESMA SE DESACONSELHA VIVAMENTE EM ESPECIAL A IDOSOS ACIMA DOS 90 ANOS, POLÍTICOS SUSCEPTÍVEIS, FREIRAS ENCLAUSURADAS, INDIVÍDUOS COM FALTA DE SENTIDO DE HUMOR, GRÁVIDAS DE HEPTAGÉMEOS E TREINADORES DE FUTEBOL COM PENTEADO DE RISCO AO MEIO. ISTO PORQUE...

A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!