quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Ó compadre não te estiques!

O Governo de António Costa tem tido algumas coisas a que se apontar o dedo. Não tanto na administração em geral do país mas quanto a certos relacionamentos em particular. Primeiro, certas nomeações. Depois, regimes especiais, como o dos administradores da Caixa Geral de Depósitos. Agora, o fim da responsabilização dos autarcas pelos delitos cometidos em funções. Passo a explicar. Se algum autarca causava dano às contas da sua autarquia, tinha de pagar do seu próprio bolso pelo delito cometido, naturalmente. Agora isso acabou.

Esta medida, mais esta, é gravosa em dois sentidos. Por um lado, ajuda a acentuar o clima de impunidade, desresponsabilização e vale tudo generalizado em Portugal. Em segundo lugar, é desprestigiante para o Governo, que fica conotado com um retrocesso civilizacional, mais um, e agrava as desconfianças que há entre todos relativamente a favorecimentos e métodos imorais de livrar delinquentes instituídos de consequências pelas suas más acções. É que se não é, parece. A uma entidade ou governante em particular, não basta sê-lo, há que parecê-lo, e o presente executivo tem dado a entender parecer algumas coisas nada boas, o que não é abonatório para o exercício do poder em Democracia, que assim resvala para terrenos de ilegitimidade. É que, ao contrário do que os políticos dizem, o poder não é legitimado pela eleição mas pelo cumprimento recto e isento do dever e às vezes o Governo peca em parecer, não querendo dizer que o seja, pouco recto e de isenção suspeita. Portanto, é bom que o Governo não se estique e siga o exemplo da mulher de César. Conselho de amigo, sim? É que nós ainda nos lembramos do executivo anterior e não nos apetece tê-lo de volta. E do de Sócrates também, já agora.

Que a caca esteja convosco!


P.S.(nada a ver com o partido, apesar da conversa): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

O que Trump tem de bom?

Continuando na temática do multimilionário eleito para ser o próximo inquilino da Casa Branca, que é como quem diz o manda-chuva das Terras do Tio Sam e arredores, fica-nos no ar a dúvida: haverá alguma coisa de bom ou bem feito vindo da parte de Donald Trump, depois de uma atitude tão aparentemente alarve na campanha eleitoral? A resposta é... sim! Não não me estou a referir às milhentas piadolas feitas às custas dele, é mais outro género de coisa com piada. Nada mais nada menos que a filha, Ivanka Trump. Há dúvidas? Ora então vejamos.

Continuam a haver dúvidas? Foi ou não foi um bom trabalho? É certo que a menina foi à faca e deu um pequeno retoque mas vi fotografias antes disso e a diferença é quase nula. Ela é mesmo gira. Agora resta ver se a presidência de Donald Trump também será assim tão bem feita e sem levar retoques. «A ver vamos», como dizia o cego.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Vai haver Trump(a)...

Dia 8 foram, finalmente, as eleições americanas e o impensável aconteceu. Aquilo parecia um anúncio de televisão por cabo: «Um tornado de tubarões? Aranhas gigantes de lava? Backstreet Boys ressuscitados num western de zombies? Trump na Casa Branca? Só no SyFy!» Mas desta vez não é ficção com bebida adulterada a martelo, é mesmo realidade. Donald Trump venceu as eleições, numa forma idêntica à de Bush Filho, com menos votos mas mais lugares no Colégio Eleitoral, e será o 45º Presidente dos Estados Unidos da América.

Tal como dizia o título de primeira página de um jornal no dia seguinte, o Mundo acabara de entrar em terrenos desconhecidos. É que nunca se imaginou que o polémico candidato republicano viesse a ganhar o escrutínio, tal não era a feroz e louca campanha por ele protagonizada. Aparentemente machista, xenófobo, racista, bélico e provocador, Trump defendia que se fechassem as portas do país a muçulmanos e talvez pôr os do sítio a mexerem-se para outras bandas, o aumento da muralha com o México devidamente custeada pelo Governo Mexicano, que o aquecimento global era uma tanga inventada para abrandar a economia americana e incentivar a produção industrial chinesa e por aí a fora. De cada vez que abria a boca, saía dali cada ideia louca de bradar aos céus que deixava quem a ouvia a pensar se devia rir às gargalhadas ou ter receio. Rir, definitivamente, pois nunca foi de crer numa vitória sua. Agora que ganhou, tem aparecido com um discurso muito mais conciliador, afável e sensato, o contrário do que é normal. Então em que é que ficamos? Será que Trump é passadinho dos carretos como dava a entender ou será que se apresentava como tal para angariar votos? Desde o Tiririca no Brasil que eu não digo nada mas uma coisa é certa. Aquela animosidade toda entre ele e a Hilary Clinton não era real. Depois da eleição, Trump referiu em várias entrevistas que falou ao telefone com ela e com Bill várias vezes, dando a entender que era comum fazê-lo. Se isso acontece, é porque até são próximos uns dos outros. E não o serão? Ora vejamos só quem foi convidado para o casamento de Trump com a sua presente esposa, em 2005.

Pois é, parece que afinal Clintons e Trumps são amigos!

Se as suas promessas serão mesmo cumpridas e as suas ideias insanas apresentadas na campanha postas em prática ou não, isso só mais tarde saberemos. Contudo, o que é preocupante não é a eleição de alguém aparentemente maluco. Realmente perturbador é que ele tenha sido eleito por causa das suas ideias e propostas malucas. É que, quer Donald Trump acredite mesmo no que afirmou durante a campanha quer tenha apenas feito de conta para dar ao eleitorado apenas o que ele queria ouvir, o facto é que as pessoas votaram nas tais ideias e propostas malucas.

Michael Moore interrogava-se no seu documentário «Bowling For Columbine», em 2002, quanto a se os Ameicanos seriam loucos por armas ou simplesmente loucos. Acho que a resposta está dada. Posto isto, resta-nos navegar em marcha à vista.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Como deveria ter acabado o «Bem-vindos a Beirais»: Versão Taralhouca

Acrescente-se: como não podia deixar de ser.

Eu fui um daqueles que viu o mais recente êxito da ficção na televisão portuguesa: «Bem-vindos a Beirais», a história de um homem, Diogo Almada, que estava a levar uma vida muito enervante, desgastante e atarefada em Lisboa até lhe dar um badagaio que o obrigou a mudar radicalmente de vida se queria continuar a contar a passagem dos dias. Vai daí e mudou-se para Beirais, uma pequena aldeia do interior onde nem por isso teve mais sossego. Vi a série e, como perdi muitos dos episódios, estou a revê-la, mas aquele sentimento amargo continua sempre.

Ao fim de uns loucos 640 episódios, a série teve um final abrupto a 23 de Março de 2016, mesmo os actores não compreendem o porquê, dado o sucesso inesperado à partida, e muitas coisas ficaram em suspenso. E nós, os telespectadores, ficamos naquela. «Quê?! Então e o Moisés fica assim apartado da Patrícia? E a Luna permanece amuada com o Julien por causa dos caracóis do cabelo serem falsos? E o Agostinho safa-se sempre das trafulhices todas? E o Sandro e a Alexandra, noivos desde a primeira temporada, nunca se chegam a casar? Não, isto não pode ser!» E não pode mesmo. Por isso, invocámos o nosso inspirador Quentin Tarantino e deixámo-nos possuir por ele.

COMO DEVERIA TER ACABADO O
«BEM-VINDOS A BEIRAIS»
(VERSÃO TARALHOUCA)

Na agência funerária, Moisés e Joaquim continuam a tratar do principal negócio da empresa, que é o contrabando de mercadoria rasca a preços exorbitantes. Desta vez, estavam nos sanitários da agência a esconder cocaína por detrás dos azulejos e no autoclismo da sanita. Moisés diz a Joaquim:
- Sabes, eu posso parecer assim, poucochinho...
- Parecer? - interrompeu-o o Joaquim - Deves estar a gozar.
- A sério. - insistiu o Moisés - Posso parecer assim mas sou entendido nalgumas matérias e já viajei um pouco. Ainda aí há uns tempos, por exemplo, fui a França. Aquilo lá é porreiro. Até me confundiram com um terrorista islâmico no aeroporto. Fui detido e tudo.
- Francamente, já não há respeito por um cangalheiro... - comentou o Joaquim com falsa preocupação. O Moisés continuou.
- Lá é tudo muito diferente, sabes?
- Diferente? Como assim?
- Diferente. Olha, por exemplo, eles falam francês, nós não.
- Hum... - escarneceu o Joaquim com surpresa fingida.
- E a comida. É tudo diferente, até mesmo nas grandes cadeias de restauração, como na MacDonalds. Sabes como é que eles chamam lá a um Royale Com Queijo?
   E o Joaquim inquiriu o Moisés, franzindo o sobrolho:
- Então ele lá não lhes chamam também «Royale Com Queijo»?
- Não, pá, eles têm lá o Sistema Métrico. - esclareceu o Moisés. O Joaquim estranhou aquilo ainda mais:
- Mas nós também temos o Sistema Métrico.
- Agora que falas nisso... - pensou alto o primo, para revirar de olhos do Quim. - Mas não interessa. Eles lá chamam-lhe... «Croissant».
- «Croissant»? - duvidou o Joaquim, para insistência do Moisés:
- Sim, a sério. Pergunta ao Julien, se quiseres.
   A menção daquele nome irritou o Joaquim e ele demonstrou o incómodo com palavras cheias de desprezo:
- Não quero saber desse... rapazolas. Ele anda aí a papar a minha Luna...
- Andava, - corrigiu o Moisés - que ela anda lá chateada por causa da permanente que ele fazia para ter caracóis.
- Gajas, que é que se há-de fazer? - rematou por fim o sócio mais avantajado.
   Assobiava ele o «Camionista Cantor» quando o primo deixou cair um pacote. Este rompeu-se e eles verificaram que aquilo não era cocaína mas sim farinha Amparo passada do prazo. Raios! Se fosse Branca de Neve com uns cinco anos além do limite ainda conseguiam ludibriar o Turco. Agora assim estavam lixados. Pior: tinham sido enganados pelo fornecedor, o Agostinho. Uma ideia correu-lhes a cabeça: 
- Vamos lixar esse bandalho até os cães cantarem o fado. - verbalizaram em simultâneo.
   Chamaram o Júlio, o Vítor e a Zèzinha e mostraram-lhes um caixão cheio de documentação que tinham conseguido reunir ao longo dos episódios sobre as artimanhas do ex-autarca mafioso e do seu antigo sócio de conluio ilícito, o Fernando.
- Finalmente vamos poder prender o maior meliante de Beirais - afirmou orgulhoso o sargento à Zé.
- Quem, o Homem-Burro ou o Mancha Negra? - procurou esclarecer o Vítor, para desnorte dos restantes presentes.

Entretanto, a Luna lá reconheceu que era uma parvoíce deixar o Julien por causa de uma futilidade. Francamente, deixarem-se por causa de caracóis? O Hélder Agapito, protagonista de Julien, até tem mesmo caracóis! Portanto, foi-lhe pedir desculpas, reataram o namoro e foram passear pelo campo que é para tratarem de uma caracolada... ao natural! Pelo caminho cruzaram-se com o jipe da Guarda a alta velocidade, cerca de 30km/h.
- Para onde irão? - interrogou-se o Julien. A Luna acenou-lhe com os seus cometas e aconselhou-o a não se desconcentrar, quer era para não queimar os caracóis.

Chegados à casa do Fernando, os guardas e os cangalheiros confrontaram-no com as provas enquanto ele mudava a fralda ao filho, já que a esposa estava a tratar da gestão da fábrica. Confirmou os factos, acrescentou mais uns quantos, colaborou com a investigação e juntou-se ao grupo para irem linchar, quer dizer, deter o Agostinho.

Na igreja, o Sandro e a Alexandra estavam finalmente a casar. No momento em que o padre dizia aquela lenga-lenga do se alguém tem algo contra o casório e blá blá blá, o grupo entra de rompante com o jipe pela portada do templo e saem de lá de canhangulos em riste, para susto e espanto geral. Grita o Júlio:
- Mãos ao ar, patife! Estás detido em nome da lei!
O Moisés ainda pôs as mãos no ar mas o Joaquim deu-lhe uma cotovelada e apontou para o Agostinho, que se levantara de entre a multidão que assistia à boda. Entretanto, o ex- presidente da Junta saca de uma metralhadora escondida no casaco e grita para os guardas:
- Ninguém me apanha, aqui mando eu, seus anormais, aberrações, seus, seus... suas aventesmas, estropícios!
O público entra em debandada à medida que as balas esvoaçam de parte a parte. O Moisés atirou-se à Patrícia, gritando o seu nome, e derrubou-a mesmo a tempo de se escapar a uma rajada de balas nas horas dum cacete, as quais ficaram cravejadas no retábulo logo ao lado. Deitados no chão, a Patrícia olhou maravilhada para o seu antigo parceiro de namoro, levou-lhe as mãos à cara e disse-lhe com admiração:
- Moisés, tu salvaste-me a vida!
- É, sabes como é, - disse ele com embaraço - ele indicava «três» com os dedos de forma suspeita, não como nós fazemos. Eu já andava desconf...
Com um beijo ela calou-o e ali ficaram no arrefinfanço enquanto o tiroteio prosseguia acima das cabeças deles.
Eventualmente, as munições acabaram-se. Nesse instante, o Agostinho sacou do seu sabre japonês e lançou-se aos militares da G.N.R.. Surpreendente, o Quim travou-o com a sua Hattori Anzo.
- Calminha aí, ó compadre. Agora é que vais ver como aqui o Quebra-Ossos fatia as batatas...
Lâminas bateram, metal faiscou e a população ficou boquiaberta com aquele duelo inesperado de piruetas e malabarismos que parecia saídos da «Guerra das Estrelas» ou do «Era Uma Vez Na China». Até se ouvia o «Duel of Faits» de fundo e nem a Dona Olga se queixou da natureza inadequada do tema para um coro eucarístico.
- Não me chates! Vai ter com o Zed! - gritou o Agostinho ao Joaquim. Este relembrou-o:
- Não te esqueças que eu sou cangalheiro. Sei muito bem que o Zed está morto, querido. O Zed está morto.
E como isto não andava nem desandava, o Diogo chegou-se ao pé do Agostinho e aplicou-lhe um pêssego do Programa Origens no focinho, que o tipo ficou logo estendido, inconsciente.
- Vá lá, os moços estão já a ver que não se dão mesmo casado!
A Clara despachou-se a abraçá-lo e a dizer-lhe aquela coisa do «és o meu herói», embora ela quisesse mesmo era «cultura de morangos» e podia ser daqueles que davam moca e tudo. Horas mais tarde, estava o Agostinho no xadrez com um olho à Belenenses, o Diogo e a Clara na morangada e a população de Beirais em geral feliz da vida.

Então, seria assim tão difícil engendrar um grande final destes? Tarantino é que sabe!

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Zarolhos de Água: O Espelho da Raposa

What a fox say? «The truth is out there», claro!

Continuando ainda na temática da referida série espanhola, fico aqui com a pulga atrás da orelha. Pulga? Não, que agora já não há Pecusanol. Aqui a palavra certa é mesmo raposa. Isto porque, olhando para a beldade Hiba Abouk, ficamos com a impressão de já a ter visto antes aqui na televisão portuguesa e não foi exactamente em produções dos «nuestros hermanos». Vamos lá deixar-nos de rodeios. Será que só eu é que reparei que a protagonista de Fátima Ben Barek n'«O Príncepe» é extremamente parecida à nossa Sara Barradas? Será caso? Pois então vejamos:
Cabelo semelhante, postura semelhante, fisionomia semelhante, enfim, tudo muito semelhante. Alguns dirão que a Sara Barradas é mais sorridente. É verdade. É que isto em Portugal já se sabe: é uma festa! E depois viver numa toca de raposas deve ser obra. Que o diga o José Raposo. Aquele homem é demais. Nem sei se o deveria felicitar ou malhar. É que ele cativa sempre as mulheres mais jeitosas e ainda nos consegue deixar todos a rir. Ainda alguém se lembra da Maria João Abreu? Não? Eu relembro.
Em nova, dava-nos cabo... da cabeça! Mas voltando à questão central, eu posso estar aqui só a equivocar-me mas será que a Menina, que dizer, Dona Sara anda a fazer também uns trabalhinhos em Espanha sob o nome artístico de Hiba Abouk? E se não forem duas ilustres beldades (pouco) distintas mas sim a mesma e única pessoa? Ou, sendo duas maganas como manda a lei, não teriam elas sido irmãs quase gémeas semi-siamesas separadas à nascença? Se não são, podiam muito bem ser, não?
Akrab? Akrabo e não só!

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Como deveria ter acabado «O Príncepe», Versão Taralhouca

Eu sei, já acabou há algum tempo, mas esta espinha ficou-me sempre aqui atravancada na goela. Vi a série espanhola que passou no Canal 2 até ao mês passado e tive sempre esperança num final estrondoso... mas não daquele género.

Sim, é verdade, não gostei do modo como acabou. Então que espécie de história acaba com a morte da grande boazon... aaah... quer dizer, amada do romance, uma das personagens de topo do enredo, deixando o herói triste, só e abandonado, gelado, gelado? Então e o grande comparsa dele? Feito passador? Está bem, ele despachou o mauzão cabecilha do grupo terrorista mas isso não dava aos argumentistas azo a que o despachassem nos segundos seguintes? Em suma, que espécie de treta de lenga-lenga é aquela de tudo acabar no mar e sal e ronhonhó coñocitos? Mas está tudo doido? Pois claro! Como é óbvio, o casal maravilha tinha de perdurar para a posteridade, não com a Fátima Ben Barek com um tiro no pescoço e a esvair-se em sangue.

Vai daí e pus-me a pensar. Se o Quentin Tarantino tivesse feito esta série, como é que ela teria acabado? Não podia haver grande diferença. Aqui há droga, tiros, explosões e conversas da treta, tal como em qualquer filme deste moço marafado. Ora cá vai disto.

Estão todos na praia, o Kahled, o Morey, o Fran e a Fátima. O Kahled arrasta consigo a Fátima com um canhangulo apontado ao delicado narizinho da moçoila e diz-lhe:
- Mexe-te, gaja, senão eu dou-te algo bem pior que um ar condicionado forçado na tua cabeça. Dou-te uma dissertação sobre as questões semânticas e simbologia analítica nas obras do Saramago.
- Não! - gritou ela em desespero - Socorro, Morey, salva-me! Quero antes morrer que ser torturada desta maneira!
- Ainda chamas pelo teu amantezinho da treta, aquele «putain de la merde»! Raios, já eu estou a falar francês com um pseudo-forçado sotaque castelhano! Pois ele que venha que eu rebento-lhe a beiça com a AK-47! - resmungou o grande chefe terrorista com a menção do nome daquele que o privava da admiração daquela por quem ele era acervaladamente cego até à suprema estupidez. Ser-se terrorista era obra mas deitar tudo a perder por uma tipa que o deixava montá-la mas não o podia ver nem pintado com o equipamento do Real Madrid era coisa de outro nível.
Eis senão quando aparece o Morey ferido à entrada do areal a mandar balázios ao desgraçado que aprisionava a sua amada. Pára de disparar, podia acertar na Fátima. Mas ela resolve o problema com uma joelhada nos tomates do maridinho, que fica a gemer, encolhido como um cão vadio com frio.
- «Ezequiel: 29, 17»... Que é que eu estou para aqui a dizer? Eu sou muçulmana. - diz ela ao Kahled antes de se atirar à água. O Morey vai para disparar mas já não tem munições. Joga-se à parva ao Kahled após uma correria marada digna do Super-Homem e engalfinham-se os dois numa cena de porrada de criar bicho. Arreia o Morey um pêssego nas ventas do Kahled e este pergunta-lhe:
- Já viste que este gajo escreveu «príncepe» em vez de «príncipe»?
Depois de receber uma punhada bem aplicada nas ventas que lhe fez sair um esguicho de sangue da narina esquerda, o Morey explicou-lhe:
- Sabes, é que os «tíos» de Portugal dizem «príncepe», não «príncipe»; o feminino é «princesa» e não «princisa»; a dissimulação na gramática da língua portuguesa só acontece de «e» em «i», nunca ao contrário; e a raiz etimológica é o latim «princeps», não «princips».
Terminada a sessão de um murro a cada argumento, o Kahled cuspiu alguns dentes partidos e praguejou qualquer coisa em árabe e acrescentou:
- Mas a escrita oficial é «príncipe»...
Respondeu-lhe o opositor com mais uma lamparina aplicada a preceito:
- Que é que queres? São Portugueses! É por isso que nos ganham. Confundem-nos. Até a eles próprios se confundem. Só sabem inventar coisas para xaringar um gajo. «Coños»!
Entretanto, do meio da água, ouve-se alguém a arraspar as goelas, como que a querer chamar a atenção. Era a Fátima, com cara de poucos amigos.
- Então? Posso eu morrer aqui afogada que essa conversa da treta nunca mais acaba. Sim, é que eu posso passar meia série na piscina a dar umas braçadas que só me lembro que não sei nadar quando chego ao mar.
O Morey começou a relembrá-la toda molhadinha e não se fez rogado. Atirou-se logo à água e agarrou-a... com firmeza. Nisto, o Kahled voltou a empunhar a sua Kalashnikov e foi para disparar aos gritos furibundos de:
- Não! Morrereis, seus cães infiéis! Tu, meu papa-esposas, e tu, rameira tinhosa! Aaaaaaaahhhh!
Porém, eis que uma bala certeira embateu na metralhadora e fê-la saltar das mãos do mouro possesso. Os olhares desviaram-se todos para a origem do disparo. À beira-mar, Fran parecia um crivo mas estava ali de pedra e cal, a segurar na sua pistola.
- Kahled, sim, tu, seu estropício. - chamou o pistoleiro solitário - Tu que nasceste lá na terra dos Aveques, diz lá. Como é que chamam a um Big Mac em França?
Antes que o idiota respondesse com uma rajada de tiros ou uma resposta parva à pergunta, o Fran atirou-lhe à pinha a sua última munição. Finalmente, o mau da fita estava quinado. O grupo terrorista estava terminado, o primo dos Ben Bareks já podia traficar haxixe e marijuana à vontade e sem concorrência, bem como afiambrar-se ao coiro da empregada do Kahled, a Fátima estava livre daquele palonço e o Morey podia parar de esgotar as reservas de aspirinas e a paciência dos colegas do C.N.I.. Pelo sim pelo não, pois o «cabrón» do líder terrorista ainda estrebuchava, o Morey sacou da sua Hattori Anzo, guardada sabe-se lá onde, e sacou a cabeça do inimigo. Deliciada, a Fátima aplaudiu.
- «Croissant», «p&%a madre». - respondeu o Fran á sua própria pergunta, parafraseando parcialmente os Cebola Mol.
E assim acaba a série. O Fran recuperou e pôde voltar para a sua esposa e arrefinfar-lhe como se estivesse com a mamalhuda do café com quem andava. A colega girinha da Polícia, não me lembro o nome, recuperou do trauma mas nunca mais teve namorados mouros. Já o Morey e a Fátima puderam respirar de alívio e regressar ao...
Bem, nós sabemos.

Ela logo voltará ao Pombocaca.

Que a caca esteja convosco!



P.S.:NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!