terça-feira, 24 de setembro de 2019

O Nosso Final Frouxo em Havana

Tenho sido um espectador assíduo da série da R.T.P. «O Nosso Cônsul em Havana», a qual acompanha a passagem de Eça de Queiroz por Cuba no desempenho do cargo de Cônsul de Portugal em Havana. Devo dizer que gostei muito da série, e não foi só por causa dos olhinhos entusiasmados (e não só) da actriz Mafalda Banquart. Narrativa histórica ligeira mas interessante, sóbria, polida, séria e com uma pitada de humor, soube captar a atenção de espectadores como eu ao longo de 13 episódios. Dir-se-ia que Francisco Manso estava de parabéns com a sua obra. O décimo quarto constituiu uma surpresa mas pela negativa, surpresa esta por ser o último episódio. Havia tanto ainda para deslindar que foi para mim um espanto o súbito término da série. Está bem, os capangas do mânfio de serviço levam uma chumbada cada um mas e que é feito dos seus mandantes? E do Capitão-General Governador de Cuba? Então e o casório da Dona Antónia com o Professor Torradellas? Teria sido interessante incluí-lo, ou ao jantar para o qual seguia o Eça de Queiroz quando foi atacado, nem que fosse de relance. Então e já que a questão ficou mais ou menos esclarecida, que é como quem diz num impasse, quanto à Molly Bidwell, como é que ficou a coisa quanto à Anna Conover? Ela encontra o marido ou prefere continuar a afiambrar-se ao cônsul? É que a actriz Leonor Seixas foi anunciada com um certo destaque para esta série mas mal apareceu nos seus episódios terminais. Bem, uma coisa é certa, Eça com nenhuma se casou: a acção passa-se entre 1872 e 1874 e só veio a casar em 1885 com Emília de Castro. Os chineses escravizados viram também a sua situação regularizada e as suas vidas melhoradas ou nem por isso? Parecendo que não, dava ideia que esse tema era quase central na narrativa. E depois o remate final com aquela estranha prolepse até aos anos 90 do século XX. Acaba tudo de repente e nós ficamos a pensar «quê?!» Talvez não fosse defeito estender a narrativa por mais uns dois episódios, não?

É uma pena tudo acabar assim, com um sabor semelhante ao que tivemos ao ver os últimos dois episódios dum afamado «jogo de tronos»...
Pois é, até ele ficou admirado com esta.

Vá lá, para a próxima há-de ser melhor.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Haverá sempre um amanhã?

A canção dos Íris diz que «há sempre um amanhã» e acredito que sim, agora se ele será para nós, humanos, isso é que já não sei.

Está aí mais uma cimeira do clima, desta vez promovida pelo Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, o nosso bem conhecido ex-Primeiro-Ministro António Guterres. O objectivo é o do costume: criar compromissos sérios e que sejam, de facto, levados avante para, literalmente, salvar o Mundo.  Porém, a tarefa está longe de vir a ser bem sucedida, e falo dos compromissos, quanto mais da sua execução. Se Portugal foi um dos países a apresentar intenções e medidas concretas que visam a neutralidade carbónica em 2050, outros têm líderes que não parecem muito importados com o processo de extinção em massa que está em curso. Trump, pois claro, tem sido sempre um acérrimo céptico quanto à evidência do aquecimento global, que isso para ele é só uma estratégia económica da China. O Primeiro-Ministro da Austrália está muito apostado em incentivar a exploração e uso do carvão mineral, altamente poluente. Bolsonaro está-se a borrifar para se a Amazónia acaba de arder e como se não bastasse o Pulmão do Mundo estar a definhar com rapidez alarmante, as grandes florestas da Indonésia ardem propositadamente com intencionalidade em prol de plantações e produções industriais de óleo de palma. Estas, entre outras inúmeras e gravíssimas situações, a par do insucesso de todas as cimeiras e acordos anteriores, pintam um cenário muito negro para o desfecho da reunião de líderes mundiais.

Caros amigos pombos. Esta é uma guerra de proporções planetárias e nós estamos a perder por muito. Há décadas que o alerta soou mas não só o problema não teve nem melhoras nem resolução como se agravou em proporções nunca vistas. Se o conhecimento não nos levou a uma sábia convivência no Mundo com todo o legado recebido, então não nos resta muito mais senão esperar para morrer. Temos cerca de uma década para inverter o rumo dos acontecimentos, o que é quase impossível. Da minha parte, continuarei a fazer os possíveis. Porém, sinto que estou a perder a esperança na Humanidade. Adoraria que desta reunião e de actos isolados dos príncepes das nações saíssem não promessas mas obras que me fizessem sentir que não estou a remar contra a maré. No dia em que eu e os outros resistentes nos cansarmos de remar, Deus nos acuda!

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pseudo-ambientalismo anti-vacum = estupidez

A Universidade de Coimbra vai banir a carne de vaca das cantinas a partir de Janeiro de 2020. Esta decisão prende-se com questões ecológicas, visto que o tubo digestivo das vacas produz gás metano, que é um forte causador de efeito de estufa e consequente aquecimento global.  A Associação Académica e o Ministro do Ambiente, entre outros, aplaudiram a decisão. Pessoalmente, eu considero que é uma completa parvoíce.

É verdade que uma molécula de metano tem uma capacidade causadora de efeito de estufa 25% superior a uma de dióxido de carbono mas vamos lá assentar os pés na terra e pensar de forma clara e racional. Por cada vaca que existe e que esporàdicamente se peida, quantos carros, camiões, autocarros, aviões, comboios, geradores, centrais energéticas, barcos, moto-serras, corta-relvas e sei lá que miríade de maquinaria que emprega combustíveis fósseis na sua laboração manda para a atmosfera toda a espécie e mais alguma de gases poluentes e causadores de efeito de estufa? E quantas queimadas e incêndios não fazem o mesmo? Já agora, porque não, às bufas e rateres de quantas manadas não equivalerá só que seja uma erupção vulcânica ou o fogo-de-artifício que uns drones fazem numas refinarias sauditas?

Este é um tema sério e esta decisão absurda só serve para a ridicularizar.

Vamos lá deixar-nos de extremismos e ganhar juízo, está bem?

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Ponderações Filosófico-Meteorológicas: bom e mau tempo

Já que se fala em chuvinha...

Há duas coisas que me irritam quando alguém fala do estado do tempo.

Uma é aquela estranha tendência de se desejar sempre as condições atmosféricas opostas àquelas que se verificam. Passa alguém a desejar durante uma temporada que refresque e se a temperatura baixa, logo se queixa do frio. Se se queixa do Sol, logo passa a amaldiçoar as nuvens dum mero aguaceiro. E vice-versa. As pessoas nunca parecem estar satisfeitas com o que têm. Arrisco-me quase a teorizar se não será este um reflexo transposto a esta matéria da estranha ambição e constante insatisfação que atiça os espíritos contemporâneos. Hoje em dia todos querem o que não têm, querem mais... e até da atmosfera o requerem!

Outra é a visão nórdica e heliófila do estado do tempo. Segundo esta concepção muito em voga, o Inverno é tristonho e mórbido, enquanto o Verão é alegre e festivo. De igual modo, mau tempo é chover e bom tempo é fazer Sol. Há ainda malta que parece sempre fascinada com aquilo que consideram uns «excelentes e animadores 30 e tal ou 40 e tal graus de temperatura»!

Que tenho eu a dizer quanto a tudo isto? Perfeito DISPARATE!

Em primeiro lugar, é bom que as pessoas queiram mais como forma de evoluírem e se melhorarem mas há um limite até ao qual esta vontade de terem o que não têm pode ir. Esse é a constância. Se a toda a hora se deseja algo diferente, deixa de haver constância, o que é característico dos humores voláteis. Ora a volatilidade só trás instabilidade. Neste caso do estado do tempo, só há três coisas que se podem fazer:
1º - zelar para que se evite, tanto quanto possível, as alterações climáticas (e, infelizmente, estamos muito em défice neste aspecto);
2º - agir preventivamente face a qualquer condição atmosférica que possa aparecer;
3º - tentar obter o melhor proveito possível de qualquer condição atmosférica .

Em segundo lugar, e de certa forma relacionado com o sobredito, o Inverno é tão triste ou alegre quanto a Primavera, o Verão ou o Outono. Se nos habituarmos a ver no Inverno um tempo negro e solitário, associá-lo-emos sempre a uma época de infelicidade, tal como acontece com as outras estações e o que lhes é considerado característico.  Ora isso é um ponto de vista muito do Norte da Europa, onde os Invernos se processam em escuridão prolongada e gelo tão grande, aos nossos olhos, que parece que a vida paraliza, se é que não é destruída. Porém isso é meramente psicológico pois a vida continua sempre. Se nos habituarmos a ver as estações do ano todas como elas são, então saberemos sempre tirar proveito delas e chegaremos à conclusão de que todas elas são boas.

Na minha terra, a chuva é rara, pelo que as pessoas costuma(va)m dizer que«bom tempo é chover». Hoje, em geral, é tudo ao contrário e bom é fazer Sol. Ora então, será bom tempo fazer Sol um ano sem largar uma pinga de água, como já aconteceu aqui onde moro? Quer-me cá parecer que não. 

Bom tempo, meus caros, é a ocorrência de qualquer condição atmosférica que, pela sua intensidade e duração, se mostre benéfica. Ao invés, o mau, pelas mesmas razões, é aquele que traga malefícios. Chover brandamente por uma semana pode ser bom e à bruta por meia hora pode ser desastroso tal como fazer Sol por uma semana pode ser bom mas por um ano ser uma calamidade.

Já agora, quanto ao bom que uns dizem ser as altas temperaturas, dizem-no porque nem as gramam um ano dia-a-dia nem têm de trabalhar sujeitos a elas, senão logo viam o quanto «boas» são.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Com arrefecimento é que eu A Gosto!

Sei que há quem me vá dar no juízo mas... que se lixe.

Temos tido um Verão quente, tórrido até, como é costume. Porém, passou-se o mês de Agosto e eis que tive o verdadeiro prazer de passar mais do que uma vez pela melhor situação que se pode esperar para as jornadas estivais: chuva. E foi coisa a preceito, com trovoada que se visse e ouvisse umas boas esgarroadas de regime torrencial. Pois quanto a isso só tenho a dizer «magnífico». Não fosse o receio de me dar cabo duns trabalhos pendentes e a proibição por risco de incêndio e eu até jogaria foguetes ao ar. Contudo, há que haver bom senso. Temporais como o de Madrid a semana passada também é coisa que não é desejável. Eu digo é que, como natural de uma região onde raramente chove, uma pinguinha ou outra de vez em quando é sempre bem vinda... mas sem exageros, senão lá para baixo ainda a malta de Albufeira me manda prender.

As pessoas devem achar-me esquisitóide e com razão mas eu passo a explicar. Há três alturas em que eu tenho um enorme gosto em que chova, não podendo ser, no mínimo uns três dias por semana: Ano Novo, Carnaval e Agosto. É que em todas estas ocasiões há malta a precisar de um refresco de ideias. Na primeira, com as bebedeiras que desidratam o organismo. Na segunda, com a malta que, em pleno Inverno, lhe dá uns calores e põe-se quase em pêlo, bem a precisar de despertar do evidente sonho. Na terceira porque muitos adquirem o comportamento contra-natura de se sujeitarem aos maiores calores e espalajarem-se ao Sol que nem lagartixas para depois ficarem a descamar e reservarem lugar nas unidades de Oncologia daqui por uns anitos. Não percebo, seja em que época for, porque é que as pessoas se expõem em vez de se resguardarem. A toda essa malta, boas chuvas!

Já que se fala em chuva de Verão, tenho ouvido gente a queixar-se desta estação não estar a ser quente como a de outros anos. Quê, queixam-se? Como acontece todos os anos, há sempre alguém que se baseia em toneladas de estudos para afirmar que «este é que vai ser o Verão mais quente alguma vez registado em Portugal». Ora, as temperaturas um pouco por toda a Europa têm batido records históricos, os glaciares por todo o lado derretem a olhos vistos, a Amazónia literalmente esfuma-se, as secas deixam de serem sucessivas a serem uma só contínua. Ao invés, em Portugal até não tem sido muito exagerado, tirando períodos pontuais. E a malta ainda se queixa?! Deve ser o calor a afectar-lhes a caixa dos fusíveis. Pois se este Verão tem sido menos impiedoso na pátria lusa que nos outros lados (até agora, que agora em Setembro logo se verá), então é motivo não de queixa mas antes de alívio e regozijo.

Como já digo coisas sem nexo, acho que devo estar a ficar afectado pelo calor, que aqui é bastante. Vou deixar-vos com estes pensamentos e eu aqui fico a pensar, com saudade, noutros mais frescos.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!