domingo, 20 de março de 2016

Crítica Literária: «Cruz de Fogo», de Eurico Augusto Cebolo

Já há uns quantos anos que eu possuo um livro que me ofereceram, autografado pelo autor e tudo. Quantas vezes não passei por ele e o agarrei sem o ler? Só Deus sabe. Porém, apenas depois de ouvir o programa radiofónico de Nuno Markl «Caderneta de Cromos» e a sua reedição na M80 nos quais a obra era abordada é que ganhei coragem para finalmente esfolhear «Cruz de Fogo».

Eurico Augusto Cebolo, célebre músico, compositor e escritor, ficou conhecido pela sua vasta obra literária que envereda por duas correntes, uma ficcional e outra, de maior renome, didáctica, a qual versa sobre a facilidade na aprendizagem da música e do manuseio de instrumentos digitais. Até agora, conta com 10 romances e 51 livros técnicos. Eis alguns títulos mais conhecidos do género musical.
Tão ingénuos e inocentes que nós éramos naqueles tempos... Hoje seria impensável.
Acho que já dá para ter uma ideia. Pois a certa altura da sua vida, o nosso amigo músico decidiu dar asas à sua imaginação e dedicar-se à ficção. Assim assistimos à chegada de «Cruz de Fogo».


- Género - Romance, editado no Porto pelo próprio autor e publicado em 1986.

- Organização - 427 páginas divididas em Dedicatória, Agradecimento, Prefácio de Ernâni Rosas e 28 capítulos.

- História -A par dos acontecimentos históricos que ocorrem desde o dia da crucifixacão de Jesus Cristo, em Jerusalém, até à dramática queda do Imperador Nero, em Roma, a narrativa acompanha a vida trágica de Miriam e sua família e amigos, muitos deles não por muito tempo. Acontece de tudo a Miriam, desde ser cegada a ser feita escrava, maltratada à fartazana, usada, marcada com ferros em brasa e ora perder ora reencontrar familiares e elos perdidos até à condenação à fogueira durante as cruéis perseguições movidas aos cristãos.

- Crítica -No que diz respeito ao aspecto da edição deste e outros volumes da colecção, está excelente para uma edição de autor: muito bem encadernada e esplendidamente ilustrada por J. Tavares segundo indicações do próprio Eurico Cebolo, «segundo reza a lenda», já lá dizia a amiga Livreira Anarquista. Aquilo, meus caros, é arte.
Quanto à escrita, nota-se que, nesta fase primordial da produção literária, o autor ainda não estava muito acostumado à ficção. A escrita é rica, detalhada e de vocabulário abundante e variado. Contudo, tem uma certa tendência para repetir algumas palavras, às quais não se daria notícia não ser o seu uso pouco corrente, como são os casos, entre outros, de «estertor», «torpe» e seus familiares e, principalmente, «opróbrio».
No que concerne à narrativa, que posso eu dizer? O homem é um Dan Brown à portuguesa, é genial. Em primeiro lugar, os títulos conseguem logo cativar os leitores. Este nem é dos mais apelativos mas a ilustração soberba da capa ajuda. Consegue na longa história entrelaçar na perfeição os factos verídicos com o que não aconteceu mas poderia muito bem ter acontecido tal como a prosa descreve. Típico do seu estilo, como se veria mais tarde nas outras produções não técnicas, e aproveitando a brutalidade da época conturbada em que a acção decorre, a depravação e em particular a violência atingem píncaros e requintes sádicos de proporções que só um filme ou série sobre o Apocalipse poderiam vir a ter. Não nos podemos esquecer que a derradeira parte da Bíblia foi redigida nesta época.

- Veredicto - Mais matança que no «Braveheart», mais violência que no «Jogo/Guerra/O Que Quer Que Seja dos Tronos», mais perversão que uma biografia do Marquês de Sade, mais sexo que na secção de pornografia dum clube de vídeo da Época Croma, este é um livro que transmite uma mensagem de amor, fraternidade e virtudes cristãs mas que nem por isso se adequa pròpriamente aos meninos da catequese. É incrível o que por ali se lê. Postos os nossos olhos em semelhante matéria, depressa nos interrogamos sobre a quanto recalcamento existia na mente de Eurico Cebolo! É um caso autêntico só que numa proporção diferente de Dr. Jeckill e Senhor Hide. E o mais preocupante é que adoramos! O livro é maçudo mas excelente. Faz lembrar uma telenovela brasileira só que sem «cafagestes» e «jararacas» e, por muito difícil que possa parecer, mais brutalidade e lascívia. Imaginemos um Baratheon a passear pelo Red Light District. Não é ao acaso que Eurico Cebolo terá escrito alguns argumentos para histórias da clássica revista «Gina». Aliás, é tão longo o seu alcance de intelecto que terá servido de influência à obra da escritora americana Sherrilyn Kenyon. Claro que também há quem teorize que ela é sua filha mas essa é outra história.

O melhor de tudo isto é que há mais nove livros do género com toda a sorte de depravações e títulos muito sugestivos, a saber:




Alguma dúvida?

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!