sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Crítica Literária: «Bifes Mal Passados» de João Magueijo

Hoje tenho uma sugestão altamente indigesta para presentear os nossos (inexistentes) leitores: «Bifes Mal Passados; Passeios e Outras Catástrofes Por Terras de Sua Majestade», da autoria de João Magueijo, célebre astro-físico com várias publicações sobre o assunto e formulador da Teoria da Velocidade Variável da Luz.

- Género - É um pseudo-guia ou roteiro marado de viagens cheio de úteis advertências, aquilo a que os Bifes e o autor designam por «rough guide».

- Organização - Esta edição da Gradiva apresenta-se com 187 páginas divididas em 12 capítulos, Epílogo, Nota do Autor e, curiosamente no fim, Agradecimentos e Dedicatória. O Capítulo 9 é um tratado desdobrado em 15 itens.

- Crítica - Começamos logo com dois apontamentos peculiares. O tipo de ar sonolento na capa parece o economista Camilo Lourenço. A sério! Basta comparar as imagens abaixo. A obra é dedicada, entre outros, a Isabel II! Posto isto, vamos ao ataque.


 A leitura requer do leitor alguma prática entre os escritos de modo a perceber o correcto significado das frases em consequência da escassa e muito deficiente e, apesar disso, amiúde mal colocada pontuação, em especial vírgulas e pontos finais. Aspas e travessões são uma raridade, o que nos leva a duvidar por vezes, se nos falhar a atenção, quanto a se determinada passagem é narração, pensamento, fala ou citação. A construção das próprias frases é, muitas vezes, atentatória do ponto de vista gramatical. Tudo isto nos leva a chegar a três conclusões: o entusiasmo com que o livro foi escrito e (não) revisto, a falta de prática do autor na escrita e o hábito do emprego da língua inglesa. Note-se que muitas frases têm uma construção típica da literatura inglesa, não portuguesa. Acrescente-se que esta é a primeira obra do autor em português.

Os palavrões são tão abundantes quanto n'«O Anjo Mais Estúpido», de Christopher Moore. Tão? Quase com certeza que mais. Não havia necessidade de tanta brejeirice. Pode conferir alguma graça ao discurso mas quando é demais, como aqui, acaba-se por cair no erro, por exemplo, das constantes cenas de nudez e sexo no filme «O Mistério da Estrada de Sintra», película já de si boa mas em que se recorreu ao modo mais fácil de cativar espectadores, mais ou menos como a Soraia Chaves em todos os filmes e anúncios onde apareça. Não é que eu me queixe.

Volta e meia e vem à baila o assunto central da vida britânica: comida má e bebedeiras, algo essencial para um livro desta natureza.

Perante tão rico e aprofundo estudo aos Bifes, o autor peca num ponto ou outro do conteúdo. De assinalar há o constante na página 180: «Aqui ninguém fica chocado por um Professor Catedrático [maiúsculas desnecessárias] dizer caralho [faltam aspas], o escândalo seria o Senhor Professor Doutor [idem] não publicar ideias novas. Portugal é o preciso oposto.» Pois é, meu caro. Lá não termos por cá ideias novas é um sabido mal mas fica sempre mal largarmos impropérios boca-fora. Um professor catedrático não o faz, pelo menos em público, e quem diz este diz outro dignitário, por uma questão de respeito e boa educação. Para mais, a educação deve ser directamente proporcional à instrução, ou seja, quanto mais instruído um indivíduo é, maior obrigação tem ele em ser bem educado.

- Veredicto - Hilariante, fidedigno e genial. Demonstra não só a insana realidade das Ilhas Britânicas como dá a entender que o nosso amigo cientista também andou/anda metido numas valentes loucuras. Terá sido contaminado pela bifice ou é só efeito da vacina?

Imperdível, leitura obrigatória a quem quiser compreender os povos britânicos, Ingleses em particular, e rir às custas deles. Rir ou chorar, a avaliar pelo calibre das enormidades. Mostra que têm tudo para viverem bem e terem um país genial mas não são capazes de darem o passo em frente, rumo à inteligência. Quase tão grave, mostra que nós somos obrigados a ir para lá e lugares que tais para podermos vir a ser alguém na vida.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Esquizofrenia Rodo-Ferroviária

De vez em quando, o Governo surpreende os cidadãos com mais umas ideias peregrinas, coisa típica dos políticos da Terceira República quando o tema versa sobre mais do que aborto, regionalização e União Europeia, o que já de si é mais da mesma parvoíce. Eu até gostaria de ter escrito isto há uns meses, quando a ideia saiu, antes de ser aplicada, mas a minha torradeira é como já se sabe e, enfim, tenho de me haver com o que há.

Qual a bizarria desta vez? Unir Estradas de Portugal à REFER. Vamos lá ver se eu percebo. A Junta Autónoma das Estradas foi extinta, retalhada e parcialmente privatizada. A Companhia dos Caminhos-de-ferro Portugueses também já foi desfeita em pedaços. Agora agarra-se numa fracção da J.A.E. e noutra da C.P. e juntam-se... mas os meios de cada uma das partes mantêm-se dispersos.

Eu reconheço que a esperteza nunca foi o meu forte. Há quem nasça com uns quantos neurónios mais ou menos e há outros cujo Tico e Teco nasceram já em curto-circuito, que é que se há-de fazer? Mas não seria mais prático, fácil, simples, barato e natural juntar o que é de cada área? Talvez, sei lá, reunificar a J.A.E. e a C.P.? É que me parece que o modelo que no Governo apresenta, duas coisas sem relação ficam juntas mas acabam por não ter jurisdição sobre outras coisas de ada área. O novo organismo não será nem ave nem morcego e já se sabe no que é que isso dá, não é? Mas isto digo eu, que sou obrigado a reconhecer que há um estúpido ignorante aqui.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Debates decisivos?! Onde?!

Esta era boa de ter sido publicada antes dos badalados confrontos mas não pôde ser e isto é o que se arranja.

Todos ouvimos até à exaustão aquelas constantes publicidades aos dois debates que iriam defrontar Passos Coelho e António Costa, em especial o transmitido pela primeira vez nas três estações de televisão. Todos ouvimos vários comentadores afirmarem, tal como os anúncios, que os debates iam ser decisivos para o resultado do escrutínio. A todos esses e a quem acredita nessa cantilena eu digo que largue a chupeta e acorde para a realidade.

Um debate nunca é decisivo para um resultado de eleições. A apresentação de medidas ronda a nulidade, a argumentação das vantagens e desvantagens de determinada proposta defendida em detrimento de outras ronda o zero e o índice de balelas tende para mais infinito. Para dizer a verdade, qualquer tempo de antena consegue ser mais esclarecedor que um debate entre candidatos. Então se assim é, porque é que nós parecemos ter uma adoração por debates? Simples, é o nosso lado animalesco a falar mais alto. Quer queiramos reconhecer quer não, a maioria de nós aprecia ver uma espécie de luta de galos encapotada, em que mandam bocas foleiras uns aos outros e areia para os olhos dos eleitores, ou nem que seja só pela curiosidade de ver como é que cada candidato reage às provocações alheias. Para que um debate fosse decisivo para o resultado de eleições, era preciso que acontecesse algo muito fora do normal, como, sei lá, um dos candidatos mostrar as suas cuecas com uma cruz suástica, mandar manguitos directamente ao público ou chamar anormais aos contribuintes. Bem, um deles chamou piegas e, por este andar, até é capaz de ganhar outra vez.

No final, vem a pergunta: quem ganhou o debate? Meus amigos, um debate não se ganha, só se perde ou não. Feitas as contas, quem perdeu os debates não foi nenhum dos candidatos mas todos aqueles que ainda se deram ao trabalho de os ver e/ou ouvir e assim perderam irremediàvelmente precioso tempo de vida.

A patacoada continua.

Que a caca esteja convosco!


P.S. (nada a ver com o partido): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pombocaca - O Regresso

Tanto tempo depois, cá estamos nós outra vez para vos encher a mioleira de titica de pombo. Bem, nós é como quem diz. Na realidade, sou só eu. Dos três que outrora fomos, só eu ainda me dou ao trabalho de dar uns toques de desfibrilhador ao blogue, o que, a bem dizer é ainda mais ingrato ao ver que a assistência é nula. Portanto, não sei durante quanto mais tempo hei-de escrever algo mas, para já, aqui vai mais um ou outro bonico depois de longos meses de indesejada ausência. Problemas técnicos. Já alguém se interrogou quanto ao porque é que os computadores tiveram tanto êxito ou sou só eu?

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

---------------- ATENÇÃO -----------------

AVISO IMPORTANTE: DADO O ELEVADO TEOR EM EXCREMENTOS CORROSIVOS, NÃO SE RECOMENDA A VISUALIZAÇÃO DESTE BLOG EM DOSES SUPERIORES ÀS ACONSELHADAS PELO SEU MÉDICO DE FAMÍLIA, PODENDO OCORRER DANOS CEREBRAIS E CULTURAIS PROFUNDOS E PERMANENTES, PELO QUE A MESMA SE DESACONSELHA VIVAMENTE EM ESPECIAL A IDOSOS ACIMA DOS 90 ANOS, POLÍTICOS SUSCEPTÍVEIS, FREIRAS ENCLAUSURADAS, INDIVÍDUOS COM FALTA DE SENTIDO DE HUMOR, GRÁVIDAS DE HEPTAGÉMEOS E TREINADORES DE FUTEBOL COM PENTEADO DE RISCO AO MEIO. ISTO PORQUE...

A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!