quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Descentralização da areia nos olhos

O Governo anunciou que três das suas cinquenta secretarias de estado vão passar a estar sediadas fora de Lisboa, embora aí vão mantendo gabinetes, como forma de descentralização estatal. Citando o jornal «Público», «a Secretaria de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, ocupada por João Catarino, ficará em Castelo Branco. O governante já estava nesta capital de distrito, onde tutelava a Valorização do Interior. Agora, esta pasta muda de mãos e passa a ser gerida a partir de Bragança. Aliás, Isabel Ferreira, secretária de Estado da Valorização do Interior, já está desde segunda-feira instalada em Bragança (onde vive). Finalmente, a Secretaria de Estado da Acção Social, de que é titular Rita da Cunha Mendes, terá sede na Guarda, a partir de 9 de Dezembro.»

Como é que eu hei-de dizer isto?

É curioso haver quem acuse outros de populismo e vá fazer a mesma coisa, só que de forma encapotada. Tal medida não é mais do que atirar areia para os olhos porque nada fica descentralizado. A descentralização pode e deve sim passar pela devolução e atribuição de competências às autarquias, as quais têm sido usurpadas por sucessivos governos ao longo das décadas, para não dizer mais, e não apenas de despesas acrescidas, como tem sido sempre o costume. Não há só descentralização dos encargos financeiros, mas também e acima de tudo da acção governativa.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

«Fim dos Chumbos» ou o «Romance da Raposa Rosa»

Começa mal o segundo mandato do executivo chefeado por António Costa.

O Governo apresentou no seu programa, à abertura da legislatura, a intenção de acabar com os chumbos dos alunos até ao 9º ano de escolaridade. Para isso, alega que a medida permitirá uma poupança de 250 milhões de euros (para os saudosos, 50.120.500.000$00, o que é uma soma considerável) por ano.

Tendo em conta que já conheci pessoalmente gente no ensino superior que mal sabia ler, gaguejando ao fazê-lo em voz alta, e escrever, o que é mesmo muito comum e mais ainda nem saber falar num português que se perceba, fico a pensar se uma decisão deste género não só não baixará consideràvelmente o nível de exigência e qualidade quer dos alunos quer dos estabelecimentos e do sistema de instrução em geral como não sei até que ponto os custos, diga-se, graves prejuízos, a médio e longo prazo não serão maiores que esta imediata e idiota poupança.

É certo que as contas públicas chegaram a um equilíbrio, ainda que muito precário, mas não será isto já um exagero com défice garantido?

Na minha muito ignorante maneira de ver, não se pode pensar só em questões orçamentais. O dinheiro não é tudo! Aliás, na governação, é até uma parte menor. Quem pensa o contrário, jamais terá aptidão para administrar. Os chumbos não só não deviam ser abolidos como deviam de ser reincrementados. Na instrução como em tudo, tem de haver critério, rigor, disciplina e exigência. Só assim se alcança a qualidade. Porém, hoje em dia assistimos a uma generalizada despenalização e desresponsabilização em todas as áreas. Toda a gente e logo desde cedo deve estar ciente de que a cada comportamento corresponde uma consequência. Ora se os alunos, que já de si em geral gostam de não ter aulas e nem por isso olham para a escola com grande respeito e menos receio (e eu sei bem o que digo, que já lá andei outrora), como podem eles agora estar motivados ou impelidos ao estudo ou a sequer pôr os pés numa sala de aulas se sabem que, aconteça o que acontecer, nunca chumbarão? Mais vale a pena nem lá irem, não é?

Ai se o P.A.N. me ouve, estou lixado, mas a verdade é que apanhar uma raposa com justiça nunca fez mal a nenhum aluno.

Quer-me cá parecer que os nossos governantes estão a comportar-se como uma Salta-Pocinhas «raposeta, matreira, fagueira, lambisqueira» que pensa que pode enganar os outros e encher a barriga com facilitismos e preguiças. Esquecem-se é que esta espécie de reedição do clássico de Aquilino Ribeiro só pode acabar por se parecer menos com o imaginário fabuloso infanto-juvenil da obra e mais com o percurso político e criminal do autor.

Cuidadinho, meus caros, guardai as vossas galinhas que a raposa Salta-Pocinhas anda por aí.

Que a caca esteja convosco!


P.S. (não o das raposas): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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AVISO IMPORTANTE: DADO O ELEVADO TEOR EM EXCREMENTOS CORROSIVOS, NÃO SE RECOMENDA A VISUALIZAÇÃO DESTE BLOG EM DOSES SUPERIORES ÀS ACONSELHADAS PELO SEU MÉDICO DE FAMÍLIA, PODENDO OCORRER DANOS CEREBRAIS E CULTURAIS PROFUNDOS E PERMANENTES, PELO QUE A MESMA SE DESACONSELHA VIVAMENTE EM ESPECIAL A IDOSOS ACIMA DOS 90 ANOS, POLÍTICOS SUSCEPTÍVEIS, FREIRAS ENCLAUSURADAS, INDIVÍDUOS COM FALTA DE SENTIDO DE HUMOR, GRÁVIDAS DE HEPTAGÉMEOS E TREINADORES DE FUTEBOL COM PENTEADO DE RISCO AO MEIO. ISTO PORQUE...

A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!