Não tive oportunidade de escrever mas a quem me ouviu, eu disse que destas eleições sairia um resultado semelhante ao das anteriores. A A.D. voltaria a ganhar mas sem maioria absoluta. O P.S. levaria no toutiço e com justiça, até porque, enquanto líder, Pedro Nuno Santos estava queimado à partida e não era nem ave nem morcego. P.C.P., Bloco de Esquerda, P.A.N. e Chega perderiam votos e deputados e Iniciativa Liberal teria uma pequena subida. É verdade que ficou quase tudo na mesma, diga o que disser a comunicação social, mas não deixei de sentir uma pequena surpresa com a introdução do J.P.P. na Assembleia, a descida da Iniciativa Liberal e uma maior subida do Chega, contrária à maioria das sondagens, que o acreditava já para além do zénite e agora em rota descendente. E é neste último que se focou toda a conversa dos dias seguintes.
Ouvi muitos analistas e políticos opinarem da forma mais ridícula possível perante a contínua ascenção do Chega. Bastava alguém sair à rua e ouvir a população para saber as razões. Não houve nenhum voto de protesto, isso é uma invenção dos comentadores, não existe. Houve até quem dissesse que afinal existiam por aí mais fascistas escondidos do que se pensava. Ora não creio que grande parte do povo seja convictamente fascista. As pessoas estão é descontentes. Os partidos que se alternam no poder são sempre os mesmos e fazem sempre o mesmo e os restantes com assento parlamentar parecem pouco mais que meras variantes dos outros. A arraia-miúda deixou pura e simplesmente de acreditar neles e agora vira-se para quem, credível ou não, não o discuto, vem prometer resolver os problemas do país em termos com os quais muitos concordam. Como se não bastasse, o Chega tem sido um alvo constante de ataques indiscriminados quer dos adversários políticos quer da comunicação social, o que só tem ajudado a dar razão a este partido quando se queixa de ser vítima de perseguição e a alimentar-lhe a popularidade. Portanto, André Ventura tem muito que agradecer a Ricardo Araújo Pereira, Joana Marques e outros que tais.
Quanto ao resultado do ponto de vista de Luís Montenegro, vem dar-lhe legitimidade para calar os adversários e continuar a governar... mas de forma muito relativa. Aliás, não fossem as limitações de poderes presidenciais nos últimos e nos primeiros seis meses do mandato e para o ano que vem teríamos novas eleições, quem sabe se não com o desaparecimento do P.A.N., do Bloco de Esquerda e do P.C.P., que, a bem dizer, não parecem fazer falta nenhuma, e a hipótese de uma eleição cheguista.
A ver vamos daqui por uns dois anos, no máximo.
Que a caca esteja convosco!
P.S. (não o partido, que se entalou em grande ficou a contar Carneiros): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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