terça-feira, 21 de dezembro de 2021

Crítica Literária: «A Raposa Que Não Amava», de Guilhermina Filipe

 Ora cá está uma daquelas prendas para as quais dá jeito um sapatinho roto.


Chegou-me às mãos há alguns dias aquela que parece ser a mais recente obra de Guilhermina Filipe, de quem cujas obras já se falou antes em mais do que uma ocasião. Noutras não achei que valesse a pena falar mas lá abri esta excepção para dar a conhecer, e já se perceberá porquê, «A Raposa Que Não Amava».


- Género - Fábula, editada pela própria autora em Novembro de 2021.


- Organização - A habitual, que é nenhuma. 15 páginas sem subdivisões.


- História - Uma raposa tinha ido comer algumas galinhas a uma casa de gente pobre e andava feliz da vida pela floresta, de barriga cheia, quando se cruzou com a Senhora Garça. Garça, sim, embora a capa tenha um papagaio(?!).  Aqui começa uma conversa entre elas que vai dum raspanete inicial à raposa ao desenvolvimento de uma bela amizade entre ambas. Noites mais tarde, a raposa estava decidida a não voltar a pilhar capoeiras de pobres. Então foi vagueando pela floresta em busca de uma presa qualquer. No meio do escuro, vislumbrou o vulto dum pássaro e nem hesitou: papou-o logo. Os dias sucederam-se e a raposa nunca mais encontrou a sua amiga, com quem tanto gostava de conversar. Acabou por descobrir que a amiga fora comida por si. Caiu em desgosto, sem comer nem beber. Durante uma caçada, levou um tiro e foi morta. Porém, os caçadores julgaram-na doente e deitaram-na fora «para que outros animais a comam».


- Crítica - Lendo a história, o que se faz com feliz rapidez, depressa se chega à conclusão que a Litográfis deve ter na autora uma cliente de valor. Também se conclui que Guilhermina Filipe não aprende nada com a sucessão dos volumes e, portanto, a suposta prática.

É que, no que diz respeito à forma, a narrativa continua, à semelhança das anteriores, pejada de gralhas. As falhas e erros de pontuação são abundantes, tais como no que diz respeito à carência de pontos finais, de exclamação e interrogação, de travessões, de aspas e vírgulas. Mesmo muita da pontuação que aparece está nos sítios errados. É difícil perceber, mesmo tentando seguir o sentido do discurso, o que é fala de determinada personagem, o que é fala de outra e o que é narração. São também tantas e tão grosseiras as calinadas na língua que a leitura se desaconselha a gramáticos e linguistas, sob pena de poderem cortar os pulsos de desespero. São mais erros gráficos e de acentuação que as vezes que o Marques Mendes diz «eu acho» ao longo dos seus comentários na S.I.C.! Não há norma ortográfica que justifique tamanhos atropelos ao nosso já de si correntemente maltratado idioma.

No que concerne ao conteúdo, só falta um pouco de droga e uma casa-de-banho para que a conversa entre a raposa e a papagaia, perdão, garça, se assemelhe a um diálogo extraído dum filme de Quentin Tarantino. O final abrupto que a história, se tal se lhe pode chamar, tem só não se pode dizer que foi a sua machadada final porque a garça foi comida viva (e esqueçamos a pornografia, suas mentes porcas, que aqui ela foi mesmo ingerida) e a raposa foi abatida a tiro. Mais uma vez, como sempre, chegamos ao fim da leitura aliviados com o fim dela e sem percebermos o porquê de tudo aquilo. Consequentemente, não compreendemos a publicação daquilo. Mas a Litográfis agradece, que não estamos em tempos de dizer que não a um trabalho.


- Veredicto - Pode haver, e com justiça, que haja quem diga que este livro, assim como os outros todos de Guilhermina Filipe, são lixo literário. Contudo, mais do que a consciência ambiental leva-me a dizer que este e os outros merecem ser encaminhados para um de dois destinos. Um é a reciclagem, para que o papel que compõe estes volumes possa vir a conhecer uma existência mais digna num livro mais interessante, num panfleto de campanha ou publicidade ou até em papel higiénico. Há dúvidas? Pensemos na missão honrosa que o papel higiénico faz em prol da saúde pública. E se o próprio papel tiver dúvidas, ele que imagine os belos corpos em que pode vir a ser esfregado. O outro destino dos livros desta autora é o de serem guardados e preservados como obras de referência e perfeitos exemplos daquilo que uma obra literária jamais pode ser. São tão maus que nem servem para nos rirmos às custas deles, tais não são as desgraças. Bem vistas as coisas, não sei porque é que a autora perde tempo precioso e irrecuperável de vida a escrever algo tão isento de qualidade e deita fora precioso e cada vez mais escasso dinheiro, que tão difícil é do comum trabalhador ganhar, a publicar folhas que suplicam aos novos donos e improváveis potenciais leitores por uma gloriosa deposição no papelão mais próximo para reencarnarem numa existência mais digna. De igual modo, também eu não percebo porque é que me dou ao trabalho de continuar a comentar estes chorrilhos de disparates quando há tantas obras mais interessantes para apreciar. Devia haver uma vacina contra a literatura reles. Sabe-se lá se isto não é contagioso. è que às tantas qualquer dia eu ainda começo também a escrever assim tão mal.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Sem comentários:

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!