Com o país de novo em processo de recessão, a sofrer uma queda abrupta do produto interno bruto e uma subida da dívida pública por causa do COVID-19, depois de um surpreendente 2019 que conheceu o primeiro excedente orçamental desde o Estado Novo, eis que o Governo anuncia uma medida estratégica para a economia. Reduzir as despesas em subvenções vitalícias? Reduzir as chefias e grupos de consultadoria em número e honorários? Acabar com as ruinosas parcerias público-privadas? Rescindir os altamente prejudiciais contratos de concessão? Parar de financiar bancos privados falidos? Reduzir os impostos sobre a produção e o consumo e investir nas empresas públicas que ainda restam para incentivar a economia? Não: a construção de uma nova ligação ferroviária entre Lisboa e Porto para o trânsito de T.G.V....
Onde é que eu já ouvi isto? Será aquela doença francesa outra vez, o «déjà vú»? Afinal estamos em 2020 ou cerca de uma década antes? Não sou contra o T.G.V., embora goste de coisas mais vagarosas, mas fico a pensar no seguinte. Não haverá algo melhor em que gastar o dinheiro que, aliás, nem sequer existe? Sim, é que o Estado Português há décadas que é deficitário. Portanto, que tal pagar as dívidas primeiro assim que houver alguns tostões?
E já agora, muitas das estradas nacionais estão uma lástima. Desde que a Junta Autónoma das Estradas foi inexplicàvelmente extinta nos anos 90 em prol de uma má privatização, o costume, que a rede viária estatal está quase ao abandono. Que tal restaurar a instituição e, porque não, as estradas?
E quem diz isso, porque não fazer o mesmo a outras empresas e instituições públicas extintas entretanto ou num estado lastimoso?
E uma vez que se começou a falar em comboios, note-se que metade da rede ferroviária portuguesa está ao abandono, bem como a generalidade das estações e demais estruturas, cortesia social-democretinata, certo, Senhor Cavaco? E que tal restituir a Companhia dos Caminhos-de-ferro Portugueses à sua condição anterior a esse malfadado executivo, recuperar infra-estruturas deterioradas que ainda subsistem e refazer as que forem possível refazer.
Como se vê, há muito por onde o Estado gastar dinheiro assim que o tiver e que é prioritário neste sector apenas. Isto é como uma obra: não se vai construir um primeiro andar, por muito sólido que seja, sobre uma rés-do-chão em ruínas, pois não?
Senhores que nos governam, vamos lá ganhar juízo, está bem?
Que a caca esteja convosco!
P,S,: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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