quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Chega de extremos

Tem-se falado muito nos últimos tempos na chegada da extrema direita à Assembleia da República, da mesma maneira que os sociais-democratas e centristas gostavam muito de alcunhar os do Bloco de Esquerda de «esquerda radical» ou «extrema-esquerda» há quatro anos atrás, aquando das últimas eleições. Desta vez, o rótulo de «extrema-direita» visa um dos novos partidos com assento parlamentar, o Chega. Ora quanto a isto, há que ter dois factores em consideração.

1 - Não existe nem esquerda nem direita em Portugal. A noção de esquerda e direita parlamentares advém de duas origens. Uma, de, no Parlamento Inglês, já de longa data, os partidários de cada um dos principais partidos, o Trabalhista e o Conservador, se sentarem à esquerda e à direita do Presidente da Câmara dos Comuns. Outra, mais condicente com o que se verificou daí em diante, de aquando da constituição da Assembleia Nacional, em França. Os ânimos estavam muito exaltados durante a Revolução Francesa, o que levou a que os deputados ficassem dispostos desde os mais revolucionários, na ponta esquerda, progressivamente até aos mais conservadores, na ponta direita, como forma de evitar confrontos, o que era comum. Em Portugal, essa questão não se pode colocar. Já todos nós vimos partidos ditos de esquerda a levar a cabo o que se esperava de direita e vice-versa, pelo que a diferença, neste aspecto, não é notória e, logo, não faz sentido fazer esta distinção.

2 - Eu não sou militante nem simpatizante de nenhum partido em particular, pelo que me acho com legitimidade para afirmar o que se segue. Agora quem lê isto diz «isso dizes tu» e é verdade, eu não o posso provar. Apenas posso dizer que quem me conhece pode comprová-lo. Não tive ocasião de ver nem ouvir qualquer tempo de antena nem ver o que quer que fosse de campanha. Obrigações laborais. Foi isto uma pena porque eu gosto de estar sempre bem esclarecido para melhor fundamentar a minha decisão. Portanto, considerei que o trabalho efectuado pelo socialista António Costa e o seu Governo da Geringonça, com todas as suas vicissitudes, erros e atribulações em muitas vezes evitáveis, tem tido um saldo positivo para o país, como se pode ver na acalmia social e no primeiro excedente orçamental desde o Estado Novo! Porém, depois de terem saído os resultados das eleições, verifiquei a entrada de três novos partidos na Assembleia e, mais ainda e com surpresa, as fortes hostilidades, em boa parte vindas de uma alegadamente isenta e apartidária comunicação social, para com um dos novatos, o recém-formado Chega, a toda a hora apelidado de «extrema-esquerda», perigoso, racista, machista, xenófobo e muito mais. Todas as bancadas parlamentares tiveram ocasião de discursar no dia da abertura da nova legislatura menos o Chega. Então que espécie de democracia vem a ser esta... e que partido vem a ser este? Curioso quanto aos novos ocupantes do Hemiciclo, pus-me a ler as declarações de princípios, manifestos e programas destes três partidos, bem como do P.A.N., em torno do qual muito se fala, com ou sem substância. Ao fim de muita leitura, cheguei à conclusão que o proposto e defendido pelo Chega é mais credível, verosímil, sensato, lógico, exequível e proveitoso ao país que os do Livre, que é um Bloco de Esquerda com outro nome, ou não resultasse de dissidentes deste,  ou do Iniciativa Liberal, uma espécie de Bloco de Esquerda com tiques americanos. Não lhes vi qualquer indício que fosse contrário aos mais elementares princípios democráticos. Em suma, ou muito me engano ou a haver aqui algum radical, ele seria mais depressa identificado entre as fileiras do Bloco de Esquerda, P.A.N., Iniciativa Liberal, Livre ou mesmo P.C.P. do que entre os apoiantes do Chega. Muito surpreendido fiquei pelos ideais destes últimos terem cativado mais o povo miúdo do interior, Alentejo em particular, que as altas esferas dos eruditos.

Portanto, das duas uma: ou o Chega professa uma coisa e pretende levar a cabo outra ou, por detrás daquela agressividade aparente do André Ventura, há boas intenções. O tempo esclarecerá tudo e mais vos digo: se se verificar a segunda hipótese, os outros partidos que se ponham a pau pois depressa o Chega despertará os sensatos e subirá nas intenções de voto.

Em caso de dúvida, é só ler os programas, manifestos e declarações de princípios, como eu fiz.

Que a caca esteja convosco!


P.S. (não o reeleito): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!