quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Zarolhos de Água: O Espelho do Engenheiro Humberto

Eu já era para ter feito esta publicação mas nunca consegui encontrar uma imagem decente para comparar senão agora. Não é a melhor mas é o que se pode arranjar.

Alguém se lembra de um anúncio que dava aí há uns tempos, o do Vodafone Negócios em que a empresa exemplificada era a Hubel? Não? Que esquecediços dum camandro... Bom, eu refresco-vos a memória. O
anúncio é este:
















Atentemos no Engenheiro Humberto. A cara não vos é familiar? Então e se eu vos mostrar agora esta outra fotografia, de uma personagem-pau-para-toda-a-obra do «Contra Informação»? E esta, ein? Só o formato da cara, os traços faciais, o nariz abatatado, o intervalo entre os dentes do meio do maxilar superior... É... a cara chapada! Até o corpo entroncado é comum a ambos!

Que podemos nós concluir daqui? É simples e o habitual. Que ou os dois são uma só e a mesma pessoa ou então são dois irmãos gémeos separados à nascença! Há-de haver quem diga que um deles é um homem a sério e que o outro é um boneco, nunca poderiam ser nem a mesma pessoa nem irmãos. Então mas será que ninguém viu o «Fringe» ou o «Sobrenatural» ou coisa do género? Podem muito bem ser versões da mesma pessoa em realidades paralelas, duas versões metamorfoseáveis da mesma pessoa adaptadas a cada plano de realidade ou dois irmãos de características morfológicas que possibilitem uma adaptação física completa às necessidades e características de cada dimensão. É a Teoria da Evolução das Espécies, do Charles Darwin, no seu expoente máximo!

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!



segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Mensagem de Natal do Pombocaca

É verdade, meus caros amigos pombos, estamos novamente naquela época tenebrosa para perus, bacalhaus e polvos. Aqueles dias em que a parvatagem se apodera das pessoas e desatam a gastar o que têm e não têm e a andar à porrada em supermercados e bichas de trânsito. Aqueles dias em que até há quem queira sacar o máximo dos outros em troca do mínimo. Não, não é uma época de caça livre; não, não é uma epidemia de raiva; não, não é época festiva para os gananciosos e avarentos, ou pelo menos não deveria ser. Este, meus caros, é o Natal, a curiosa, peculiar e nada acidental coincidência das festividades pagãs em redor do Solstício Hiemal (o de Inverno) com a celebração do nascimento de Jesus Cristo, aquele pobre bebé deitado numa manjedoura aquecido com o bafo do gado e debaixo de carinhosa vigília da família. Sim, esta é a festa da vida e da família, família esta que engloba até aqueles bichos que para nós se chegam e que nós se não estimamos, deveríamos estimar. Quantas vezes não são eles mais dedicados e fiéis aos humanos, ainda que por eles, nós, com frequência maltratados, do que os humanos entre si. Falamos nós em Humanidade como sinónimo de virtudes mas quantas vezes não vemos entre nós, humanos, despontar os comportamentos e ideais mais asquerosos e repulsivos? Diz-se que a Humanidade é a detentora da razão e que os outros animais são «irracionais». Pois olhando para muitas acções de uns e de outros, amiúde nos interrogamos com quais serão de facto os racionais e os irracionais. Pois se queremos continuar a rotular-nos como «racionais», façamos um esforço por isso. Vamos agir com a razão e também com o coração, pois os dois podem e devem ser conciliados, e banir de nós a impulsividade que faz de nós as bestas que afirmamos não sermos. Sigamos o exemplo daquela família que se uniu numa gélida noite há mais de 2000 anos; o daquele gado que, mesmo não sendo nada àquela gente, compartilhou com ela o meso abrigo e deu-lhes o calor que necessitava para passarem aquela noite; o daquele bebé, que cresceu e espalhou entre nós uma mensagem de esperança. Esqueçamos, nem que seja por agora, o nosso impulso consumista e olhemos para a nossa volta. Façamos deste mundo a eterna arramada que una todos os filhos da criação.

Muita gente (quem é que eu ando a tentar enganar?) deve interrogar-se quanto ao porquê das fotografias de miúdas giras e descascadas que eu deixo junto das mensagens natalícias todos os anos. Logo agora, que é uma época em que costuma fazer frio! Pois bem, eu explico. É para presentear os nossos leitores com um pouco de... calor humano... que é para fazer as senhoras sorridentes com a graciosidade do seu género e os senhores também mas com a graciosidade do género alheio. Tanta falta faz fazer sorrir as pessoas e dar-lhes algum... calor.

Muito boas festas para todos e que a caca esteja com todos vós!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Comunicação em estilo revivalista

Desde há uns anos para cá que a originalidade tornou-se quase uma utopia, é algo raro e difícil de alcançar. Por esta razão, começaram a ser reaproveitados e reinterpretados modelos do passado. Veja-se na televisão, no cinema, na música, na roupa, por exemplo. Na historiografia diz-se que é um revivalismo, embora hoje em dia seja moda chamar-lhe «vintage», como se tudo fosse dos anos «vitge»... Ora até nos meios de comunicação essa moda pegou. Sim, telefones de disco são porreiros, são aliás os melhores de sempre, mas eu refiro-me a algo mais antigo, nomeadamente telégrafos.

Não? Então basta ligarmos o nosso televisor, pelo menos para quem ainda o faz, e constatarmos essa retoma tecnológica, em especial nos programas de qualidade inferior. 

Às vezes não tenho grande remédio senão ter de gramar, como direi, o «Big Breda XIV ou XV: Casa dos Degredos V». Ali vemos gente à fartazana a comunicar com o velho e sempre útil Código Morse, é só «pipipipiiiii prppi pipipiiiii» a toda a hora. Nós é que fazemos figura de parvos a olhar para eles, sem saber o que dizem. Mas aqui o Migas-o-Sapo não quer ninguém banhado na ignorância. Portanto, aqui está o Código Morse.

Agora já não há razões para não compreendermos o que os «concorrentes» dizem. Afinal, quem é que aqui são os ignorantes?

Serviço público de Internet!

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Olha só...só... Sócrates...

Quem diria, o nosso ex-patrão supremo (sim, porque a chefia do Estado pouco ou nada chefia), José Sócrates, foi detido sob várias acusações, tais como branqueamento de capitais (típico), fraude fiscal (que irónico) e corrupção (clássica). Quando vi a notícia, apenas uma questão me surgiu na cabeça: só agora!?

Independentemente da nossa antipatia por ele, não sejamos idiotas ao ponto de aproveitarmos a ocasião da fraqueza do nosso ex-Primeiro-Ministro para agora desatarmos a bater no morto, em claro sentido figurado, como é óbvio. Deixemos a justiça trabalhar e depois sim veremos se há ou não surpresas. É que o que vimos acontecer não é surpresa nenhuma para ninguém. Depois de tanta suspeição, era de prever que, mais cedo ou mais tarde, isto teria de acontecer. Em rigor, é uma tristeza, não por ele mas por nós.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Bem vindos ao Big Show Pires de Lima!

Quando pensamos que da Assembleia da República só vêm tristes figuras e más notícias e que os políticos só nos fazem chorar ou encher de raiva, eis que o bem-humorado, toldado, mocado ou qualquer que fosse a circunstância Pires de Lima, o nosso ilustre Ministro da Economia, aparece com um conjunto de intervenções fabulosas de tão hilariantes. Já lá vão uns dias, é verdade, mas eu tenho mais que fazer do que espetar os meus olhos num monitor e dar à tecla. Por isso, se tu, pombo amigo, tiveres estado noutro planeta nos últimos tempos, eu mostro-te o que se passou, cortesia da Sociedade Independente de Comunicação.



Às vezes faz falta desanuviar um pouco aquele ambiente insano da Assembleia. Resta saber é se isto serviu para provocar a política ou se foi a política que chegou a isto. Seja o que for, há que dar os parabéns ao senhor ministro pois deve ser dos pouquíssimos políticos que nos fez rir nos últimos 200 anos.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Demografia e audio-visuais

Há quem diga que os meios de comunicação social, em particular os audio-visuais, estão cada vez mais saturados de cenas capazes de ferir a susceptibilidade dos espectadores mais sensíveis, nomeadamente no que diz respeito a má língua, violência, nudez e sexo. Acerca da linguagem incorrecta e à violência, é, de facto, reprovável a todos os níveis e não existe motivo para tal. Quanto às cenas de nudez e sexo, talvez se lhe possa encontrar uma explicação, por muito absurda que possa parecer à primeira vista. Mas que Diabo, isto é o Pombocaca, não é a revista da National Geographic! Se há baboseira que se possa dizer, diz-se aqui ou a seguir ao Conselho de Ministros!

Antigamente, havia uma elevada taxa de natalidade. A malta até costuma dizer que «não tinham televisão, tinham de se entreter com qualquer coisa». Entretanto, surgiram e difundiram-se o cinema, a televisão, os computadores, a Internet... Tivesse algo a ver ou não, a natalidade diminuiu. Aí há uns anos, os responsáveis de alguns jardins zoológicos da China começaram a aplicar uma técnica para incentivar a reprodução de ursos pandas, em vias de extinção, e teve ela grande sucesso. É que os pandas são muito tímidos e, para os ajudar a vencer essa barreira, os responsáveis começaram a mostrar-lhes cenas de documentários sobre pandas em que era ver os ursinhos no arrefinfanço.

Posto isto, fico eu cá a pensar. Não será esta sobrecarga de erotismo e pornografia nos meios de comunicação social uma estratégia encapotada para incentivar a população à natalidade? Eu cá não sei e se é, pode não dar em nada mas ao menos sempre alegra a vista e incentiva a pinocada ou só que seja a auto-fricção.

Alguém viu o David Attenborough
? Não? Bem me parecia.

Que a caca esteja convosco!


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Ciência Bizarra: «Teoria Científica Que Explica Porque É Que Dizem Que Os Alentejanos São Lentos»

Que é que se há-de fazer, eu adoro livros. Acho que são a mais prática, fácil, duradoura e acessível forma de guardar, difundir e perpetuar o conhecimento. Já alguém viu um livro «crashar», como os informáticos dizem, ou deixar de funcionar por falta de luz? São como a televisão, a Internet e, em última análise, as pessoas: encontra-se neles tudo, desde o mais interessante ao mais enfadonho, do mais correcto ao mais estranho. Tivesse eu mais tempo disponível e mais dedicava a eles. Claro que os meus olhos depois é que se queixam mas já se sabe como é que são os vícios, há sempre um senão.

Há tempos, andava eu a vaguear, em busca de um título interessante nas prateleiras de uma biblioteca e eis que dou de caras com um manuscrito, sim, aquela coisa raríssima que se faz escrevendo à mão, de 30 páginas intitulado «Teoria Científica Que Explica Porque É Que Dizem Que Os Alentejanos São Lentos». E esta, ein? Após uma detalhada explanação dos factores que interagem sobre o objecto de estudo, chega toda a argumentação a um corolário, uma tese sob a seguinte forma:

«(...) um alentejano é tanto mais lento quanto maior for a resultante das forças e factores que sobre ele actuam mais a relação do ritmo de vida do Alentejo comparado com o local de proveniência do forasteiro visitante e a lentidão do Alentejo é directamente proporcional à lentidão do conjunto de todos os alentejanos ou à aparente lentidão dos alentejanos do ponto de vista do forasteiro visitante embora este não contribua em nada para a lentidão do Alentejo e dos alentejanos mas sim para a sua aparente lentidão. Quer isto dizer que só as forças e factores que actuam sobre os alentejanos fazem com que eles sejam lentos. O resto é só aparência devido ao diferente ritmo de vida de, por exemplo, Serpa e Coimbra.»

Muito bem.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pão Por Deus e Dia das Bruxas

Estamos a chegar a mais uma época festiva dos Santos e mais uma vez deixo aqui o apelo. Não nos esqueçamos daquilo que é nosso, puro e original. Lembremo-nos da nossa festa dos bolinhos ou do pão por Deus, festividade de raízes muito antigas e com origem nos tempos das culturas pré-romanas em que os vivos iam deixar oferendas aos seus entes queridos mortos e outros, normalmente os mais pobres, pediam pão como paga para rezarem pelas almas desses. Séculos após séculos, numerosas gerações de crianças (pois a uma criança não se nega pão) vagueavam pelas ruas e campos a pedir para depois, no dia 2 de Novembro, Dia dos Fiéis Defuntos e, como consta em alguns documentos antigos, «Dia do Pão Por Deus», repartir pelos mais carenciados, com frequência os próprios.

Hoje em dia, há quem diga que devia ser Natal todos os dias. Na realidade, bêque-me é mas é Carnaval todos os dias. O costume anglo-saxónico e fortemente americanizado e comercializado do Dia das Bruxas veio fazer tábua rasa sobre esta antiga tradição nossa. Agora, em vez de gaiatos a pedir bolinhos ou pão por Deus, temos bandos de pirralhos disfarçados de criaturas das trevas a pedir doces sob a ameaça de pregar alguma partida. Muito bem, temos aqui as bases dum curso para futuros chantagistas e os diabetes agradecem tanto açúcar.

Já sabes como é que é. Se veres alguém disfarçado de bruxa ou de Drácula «à lá Christopher Lee», aplica-lhes uma bolinhada na abóbora que é para lhes... derreter as calorias!

Que a caca esteja convosco!

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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Considerações de um Monstro da Estrada

Pois é, há quase um ano que tirei a carta e chegou a altura de fazer um breve balanço. Até agora, continuo vivo e não matei nem aleijei ninguém, o que não é mau. Aleijei sim foi a minha algibeira. É que manter uma bicicleta não tem custo quase nenhum. Manter uma motorizada, pouco mais, há o seguro, o combustível, pouco, e a manutenção. Manter uma besta de montada anda ela por ela. Manter um automóvel é que é o Diabo. Seguro quase tão caro quanto o António José, selo, inspecção, mecânico a toda a hora, combustível a montes... Caramba, não há bolso que resista! Desde que me meti a conduzir, pouco dos meus parcos rendimentos sobra! Só no obrigatório por lei vai logo a maior fatia. Quererá o Estado dinheiro ou pôr-nos a andar a pé? Hummm... sabendo como aquela maltaza é, quer é o tostanito. Só pode, até porque muitas vezes ter viatura própria consegue sair mais barato que andar em transportes públicos. Depois há o outro lado. Uma viagem de carro é mais cómoda, principalmente em dias de condições atmosféricas mais adversas. No entanto, é uma carga de trabalhos metê-lo em muitos lugares sem garantirmos uma futura despesa numa oficina ou bate-chapas. Ter um carro é também bom para levarmos mais gente a passear connosco mas é uma garantia de que nos vamos meter num submundo de contornos pouco claros, lidando com mânfios que de outro modo seriam a evitar, desde mecânicos vampíricos, se não os soubermos escolher bem, a inspectores e eventuais agentes da autoridade pouco leais, que não vamos ser ceguinhos ao ponto de não admitirmos que não os há. Independentemente do nosso veículo, temos ainda de lidar com a gigantesca selvajaria que ocorre a toda a hora nas estradas. Há que ter olho muito vivo e uma boa dose de sorte para sobreviver num meio tão adverso, com criaturas perigosas a fazer manobras perigosas, desrespeitando tudo e todos e pondo as vidas deles e dos outros em risco.

Em suma, um carro é pior que uma renda. Não fosse a comodidade da viagem e a possibilidade de poderem ir eventualmente mais de duas pessoas num e uma pequena motorizada de 50cc seria de muito longe bem mais satisfatória e económica. Assim, para pequenos trajectos, o ideal é ir a pé ou de bicicleta. Para as médias distâncias, pé, bicicleta ou montada, que tem a desvantagem de não estar disponível a toda a hora mas vence em atravessar qualquer obstáculo. Motorizada ou mota também servem e não saem muito caras. Para longas distâncias, depende do caso e oscila entre automóvel e transporte público.

Aproveito a ocasião para tecer alguns comentários acerca das inspecções periódicas obrigatórias. Pessoalmente, acho que é importante haver uma fiscalização em prol da segurança. No entanto, o modo como as inspecções são feitas é um incentivo à corrupção. Vá lá, não sejamos ingénuos. Toda a gente já ouviu histórias acerca de malta que, a troco duns tostões, facilita a aprovação de veículos que, de outro modo, reprovariam sem pestanejar, se é que não passou por elas. É algo do senso comum, coisas que ninguém admite mas que se fala à boca cheia sem saber dizer quem, como e quando. E depois, para agravar a situação, há centros de inspecções que pertencem a donos de oficinas ou empresas de transportes ou que com elas têm relação. Quanto a mim, há que rever o modelo de centros que se pretende. É certo que não há modelos isentos de corrompimento mas ajudaria um que garantisse a independência de quem inspecciona, fosse a vistoria feita por autoridades do Estado ou não. Quanto menos subjectiva e mais objectiva, restringida a parâmetros específicos e efectuada por aparelhos sem possibilidade de manipulação humana melhor. Não é legítimo apontar o dedo aos governantes chamando-os corruptos e, ao mesmo tempo, falar em facilitismos. Não queremos que um dia nos apontem também o dedo, pois não?

Dito isto, vou ver se vou monstrualizar mais um bocado as vias públicas. BRLRRRAAAUUUUURR!!!

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Maddie: breves passos de uma estranha conspiração

Há anos que a comunicação social nos bombardeia com o caso Maddie, um dos mais bizarros alguma vez investigados em Portugal. E quando pensamos que nada de mais estranho há-de aparecer acerca disto, eis que novos indícios e desenvolvimentos vêm a lume. Enumerá-los em pormenor é uma tarefa quase titânica, tal não é a complexidade de um caso aparentemente simples à partida e a quantidade de tinta que isso tem feito escorrer. Assim, vamos sintetizar tudo o mais possível, passo a passo, que é para chegarmos aonde é pretendido sem nos perdermos em demasiados pormenores.

1 - Madeleine McCann, mais conhecida como Maddie, desaparece do Ocean Club, na Praia da Luz. A janela foi partida de dentro para fora, os irmãos mais novos continuavam a dormir profundamente apesar do aparato de gente no local e os pais desde logo que afirmaram que nada mais podia ter acontecido que o rapto.

2 - A investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária apontava em como o único cenário possível para o desaparecimento da miúda tivesse sido a morte e que os pais teriam algo a ver. Vamos ser sinceros. Nós cá em Portugal não somos assim tão ingénuos. Quase toda a gente ficou desde logo fortemente convencida disso.

3 - Mapa Cor-de-Rosa, Parte II. As autoridades diplomáticas e policiais da Inglaterra metem-se ao barulho e agem à vontade perante um Governo Português subserviente e fraco, fosse ele do Sócrates ou agora do Coelho. A Scotland Yard faz o que entende em Portugal, mandando e desmandando, pondo e dispondo, acusando, muito convenientemente, mortos da autoria do crime e, claro, passeando muito. Muitas operações de cosmética. Provas é que nem vê-las, até porque essas tem-as a Polícia Judiciária muito bem guardadas, sabe-se lá onde.

4 - Enquanto o casal McCann é apoiado de todos os modos, incluindo muito dinheiro, viaja que se farta, encontra-se com altas individualidades, até com o Papa, e goza de uma protecção diplomática e jurídica muito fora do comum, os investigadores portugueses são perseguidos e silenciados ou desacreditados quano possível. Que o diga o Inspector Gonçalo Amaral, expulso da Polícia Judiciária e alvo de vários processos em tribunal e até de censura (em democracia!).

5 - E eis que houve uma cidadã inglesa que quebrou o tabu existente em terras de Sua Majestade e questionou a seriedade da investigação levada a cabo pelas autoridades britânicas e a do casal McCann. Expôs o seu ponto de vista na Internet. Entretanto, foi descoberta e a sua identidade revelada na televisão por um jornalista pró-McCann que lhe fez uma espera à porta de casa. Começou a receber ameaças. Deixou o aviso de que se alguma coisa lhe acontecesse, toda a gente deveria duvidar da causa oficial da sua morte. Dias depois, apareceu morta num quarto de hotel em Leicestershire. A causa oficial de morte foi apontada como sendo... suicídio! O médico legista recusou-se a aceitar esta conclusão pois os indícios por ele encontrados não apontam senão no sentido oposto e entrou em rota de colisão com as autoridades.

 6 - Para adensar ainda mais o caso, descobre-se que as autoridades do Reino Unido têm uma lista de gente céptica e crítica à investigação e ao casal McCann.

Perante tudo isto, só me ocorre uma pergunta. Independentemente do casal McCann ter sido ou não o responsável pela morte da própria filha, é por demais evidente que goza de um estatuto junto do Estado Britânico que nenhum outro goza. E a pergunta é: porquê? Será que as autoridades inglesas mantêm esta fachada para não admitirem que erraram a respeito deles? E seja a resposta sim ou não, porquê? Sempre o porquê! Serão os McCann mais importantes do que aquilo que nós pensamos? Porquê?

Que a caca esteja convosco!

P.S.: O Hernâni Carvalho que se ponha a pau, até porque a malta gosta dele mas ele sabe umas quantas coisas. Força, Hernâni!


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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Crítica Literária: «A Ponte» e «A Pastora Liza» de Guilhermina Filipe

Há malta que me diz que eu sou um inculto, um analfabruto troglodita. Pois eu agora e num outro artigo de futuro vou provar que sou mesmo um troglodita «aincultural», se é que me faço entender. Ora não há melhor modo de demonstrar esta brutidade toda que analisando um livro. Melhor: dois livros!

Hoje temos «A Ponte» e «A Pastora Liza», de Guilhermina Filipe, ou Ghilhermina, como, por lapso ou de propósito, aparece escrito nos livros. Vamos ao ataque.

«A PONTE»
- Género - Trata-se de uma auto-biografia parcial. A autora descreve parte da sua vida, com foco em certos episódios encadeados, desde a sua infância, na aldeia de Tinalhas, Concelho de Castelo Branco, Beira Baixa, até à época em que morava e trabalhava em Albufeira, Algarve. Foi publicado em Dezembro de 2013, em simultâneo a «A Pastora Liza».  

- Organização - O livro tem uma introdução, com uma ligeira descrição de Tinalhas e onde se lança o mote para o livro, como se verá na «crítica» deste artigo. Desenrola-se depois a narrativa sem divisão por capítulos, ao longo de 31 páginas, às quais se seguem três dum poema em rimas brancas, ou seja, que não rima coisa alguma.

- Crítica - Este livro é de uma edição de autor, como vem na capa, pelo que não saiu ao público pela mão de nenhuma editora. Vendo nem se quer é preciso que seja muito bem a coisa, instantaneamente chegamos à conclusão que jamais editora alguma cometeria o suicídio de o fazer. Quando agarramos num exemplar, olhamos para a capa e temos logo a particularidade de lhe encontrar escrito aquilo que deveríamos constatar só no fim, que é a moral da história (não «História», como ela erradamente escreveu, que é outra coisa diferente). Diz ela:

«Moral da História: NÃO DESCUIDES VOSSOS FILHOS MENORES NAS MÃOS DE UM MÉDICO. PODE SER FATAL!»

Médico? Mas médico quê? Médico psicopata? Médico pedófilo? Médico político? Não? Então com uma construção da frase assim, não são os menores que precisam de ir ao médico. «Não descuides vossos filhos...» Logo aqui ficamos com a sensação de que isto não vai acabar nada bem... Os nossos receios ficam confirmados ao ler a Introdução, nomeadamente logo no primeiro parágrafo, onde se lê: «Ele dizia-me, se escreveres um livro, escreve com merda, porque isto é tudo merda, e maldito seja a hora em que nesta terra nasci.» A citação está tal e qual, letra por letra e acho que aqui ficou logo tudo dito. Temos aqui os primeiros ingredientes de uma receita para o desastre. Depois, a história desenrola-se, cheia de analepses e prolepses com frequência introduzidas sem dizer «água vai», ao sabor caprichoso e inconsequente de uma memória divagante. Não? Então vamos só ver um de vários casos. Página 23:

«E o milagre aconteceu, deixei de sentir quele [sic] pús [sic] que me empava [sic] a boca
Tudo isto eu tinha esquecido, não fora a compra da casa onde passei a minha primeira infância.
Casa essa que com alma viva me fez lembrar tudo o que eu esquecera em quarenta anos.
Mas ainda não falei da minha primeira escola.
Quando ia para a escola (...).»

Mais bizarro ainda é que aparece aquele tal aviso na capa sob a forma duma ridícula «moral da história» e ficamos com a sensação de virmos a deparar com alguma situação que, de qualquer modo, constituiu uma violação ao código ontológico, uma grosseria sob o ponto de vista ético, algo que um qualquer médico tivesse feito a ela enquanto menor ou a algum seu familiar ou amigo. Não, nada de mais acontece. É visado um tal Dr. Calaça ou Calassa, visto que aparecem as duas formas no texto e ficamos sem saber qual é a correcta mas nunca em nenhuma situação comprometedora sob qualquer ponto de vista. Apenas a autora tinha uma raiz dum dente infectada e andou anos amedrontada com a possibilidade da morte iminente com um cancro imaginário pois o médico procurou explicar-lhe melhor qual o problema dizendo-lhe que era provocado por uns bichinhos na boca. Que outra coisa poderia dizer a uma criança sem qualquer noção básica de Medicina? Para além disso, a narrativa oscila entre as considerações biográficas, a crítica política e social, as fadas, as descrições e sabe-se lá que mais com frequência sem grandes cuidados de manter uma relação entre os temas ou um fio condutor. O próprio porquê do nome ser «A Ponte» permanece um mistério aos distraídos. Já os atentos reparam que, no quarto parágrafo da página 18, diz:

«O Alentejo é como um mar que eu tenho de atravessar, para fazer a ponte entre Tinalhas e Albufeira.»

Sùbitamente, tudo acaba na página 31 e dá lugar ao tal poema onde não há métrica nem rima. Os próprios «versos» não fazem grande sentido. Eis um exemplo. Quinta estrofe:

«Mas a poesia essa vem atrás
do despravado amor
aproveitando a ocasião
pois ela sabe decerto
que o passarinho canta melhor
se lhe cortarem as asas»
[sic, sic, sic, tvi, rtp...]

Reminiscência da obra de Vincent Price ou alegoria sobre o efeito da depilação púbica? Boa pergunta... E por fim a cereja no topo do bolo. Na décima terceira de 16 estrofes, eis que se dá a estranha invocação... pela Síria?! Estranho para uma auto-biografia, o que só não estranha mais porque, a esta hora, já estamos entranhados de tantas coisas estranhas.

- Veredicto - O livro apresenta alguns retratos muito interessantes da vida em Tinalhas e Albufeira nas décadas de 60, 70 e 80 do século XX, testemunhos curiosos e preciosos para um estudo futuro e melhor compreensão da vida nas duas terras. Também ocorrem pontualmente boas tiradas e passagens de génio da melhor qualidade literária. Contudo, isto são gotas de água num oceano. Nota-se que o livro teve como único objectivo criticar algumas pessoas em específico, com destaque para o Dr. Calaça/Calassa/Chalaça, mas nem nisso foi bem sucedida. Em geral, tudo aqui é mau a um nível atroz. A história não está bem contada, é de estrutura anárquica, não tem um fio condutor, está pejada de desvios e divagações, já para não falar nos saltos espaço-temporais que deixariam o Doutor Emmett L. Brown a largar fumo pelas orelhas e dizer «great scot!» em modo de disco riscado. A linguagem é péssima, pejada de más construções das frases, arrepiantes conjugações verbais, gralhas e erros ortográficos impossíveis de inserir como correctos em qualquer regra de escrita da língua portuguesa. Portanto, este é um livro a não ler, a não ser que procuremos os tais retratos da vida quotidiana ou nos queiramos urinar a rir com tantos atentados à literatura, à língua e à escrita. A bem dizer, maior atentado cometeu a autora, ao ter tido a despesa de publicar tamanha nulidade literária.

«A PASTORA LIZA»

- Género - É um pequeno romance que foi concebido como conto infantil mas que, como a saga do Harry Potter, degenerou em algo muito diferente. Foi publicado em Dezembro de 2013, em simultâneo a «A Ponte».

- Organização - Nenhuma, a história decorre em 14 páginas sem divisão por capítulos.

- História - Liza, uma jovem pastora, andava a apascentar o seu rebanho no Monte de Balfeche, perto de Tinalhas, quando apareceu Eiateclil, o rapaz, mais ou menos da mesma idade de Liza. Ordena-lhe com rudeza que abandone com as suas cabras a terra, que lhe pertencia. Depois de uma discussão, vai cada um para seu lado mas ficam ambos a matutar no sucedido. Tanto era o ódio que nutriam um pelo outro que se apaixonaram. Tudo acaba com os dois juntos.

- Crítica - O livro junta um conjunto de frases e ideias feitas de modo encapotado a uma história que se pretende romântica mas que acaba por ser patética. Como podem dois tipos de classes sociais muito distintas que se encontram uma vez, mordem-se que nem cães, ficam com ódio um ao outro e, no encontro seguinte, já derretidos de amores, abraçam-se calorosamente? Mais inverosímil que os «Transformers»...

- Veredicto - Ainda bem que a autora gosta de nos pôr de sobreaviso. Na contracapa aparece escrito:

«Em Tinalhas no Monte do Balfeche um cavaleiro surge por entre pedras e tojos Liza reivindica o direito universal da terra a reforma agrária.»

A ausência da quase totalidade da pontuação e a menção à reforma agrária remete-nos para o P.R.E.C. e aí ficamos logo outra vez com a impressão que aquilo, tal como «A Ponte», também não vai dar nada bom resultado. Toda a gente sabe que juntar ideologia comunista a um romance pseudo-infantil não é das misturas que melhor se digerem. Ao abrir o livro, obtemos a confirmação na dedicatória, que está no reverso da capa:

«Dedico aos mais belos pirilampos que na noite escura brilham Dedico à Susana e Beatriz duas luzes brilhantes na noite escura»

Dedicar o livro aos pirilampos é estranho mas dedicar duas luzes brilhantes a uma tal Susana e Beatriz é algo verdadeiramente bizarro. Quanto à história, é inconsequente, irracional e, de tão má que é, apesar de simples e linear, de desfecho paradoxalmente previsível. O resto é o mesmo que se diz acerca d'«A Ponte». A linguagem é péssima, pejada de más construções das frases, arrepiantes conjugações verbais, gralhas e erros ortográficos impossíveis de inserir como correctos em qualquer regra de escrita da língua portuguesa. Portanto, este é um livro a não ler, a não ser que nos queiramos descascar a rir com tantos atentados à literatura, à língua e à escrita ou, pelos mesmos motivos, cortar os pulsos e vazar os olhos como garantia de que nunca mais iremos ler um crime daqueles. A bem dizer, maior atentado cometeu a autora, ao ter tido a despesa de publicar tamanha nulidade literária.

***

Fala-se tanto em proteger o meio ambiente e a saúde pública. Porque não começar a fazê-lo evitando publicar coisas destas. Não só não seriam sacrificadas árvores para virem a ser transformadas em papel para tão tristes finalidades como se evitaria o enlouquecimento de eventuais leitores, em particular os letrados e intelectuais, e seu consequente internamento nos hospícios. Bizarria das bizarrias é que ambos os volumes contam com uma segunda edição! Tenebroso, não é?

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!


segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O Descalifado e as Tentações do Absurdo (título porreiro para uma obra de ficção)

Infelizmente, isto é bem real.

Desde há tempos que acompanho com especial interesse e preocupação as acções do auto-intitulado «Califado», também conhecido como «Estado Islâmico do Iraque e do Levante» ou «do Iraque e da Síria». Por um lado, é um trágico episódio, que se deseja curto e com um final feliz, muito interessante do ponto de vista historiográfico. Por outro lado, é mais uma daquelas supremas mostras da sempre impressionante estupidez humana. Por mais estúpidos que nós sejamos, e nós sempre conscientes disso, ainda nos conseguimos surpreender de cada vez que alguém produz uma parvoíce.

Em primeiro lugar, a malta do costume. Já alguém reparou que, sempre que os Estados Unidos da América apoiam os inimigos de algum inimigo seu, estes acabam por se virar contra eles? Apoiaram-se ambas as partes na Guerra Irão-Iraque e ambos vieram a tornar-se hostis aos Amaricanóides. Suportou-se a guerrilha afegã contra a União Soviética e eis os Talibãs. Mais uma mãozinha aqui e ali no Golfo Pérsico e lá veio a Al-Qaeda! Apoiaram-se os opositores do Saddam Hussein e agora temos estes extremistas bem carregadinhos de armamento americano. Serão precisos mais exemplos? Resta saber no que dará a ajuda aos Curdos e outros combatentes anti-Califado Daqui por uns aninhos logo o saberemos. A Inglaterra que se ponha a pau porque vai pelo mesmo caminho.

Em segundo lugar, temos os extremistas, gente unida em torno dum ex-presidiário que se diz descendente do Maomé, como é costume e que embarcou numa loucura isenta de qualquer sentido de lógica e humanidade a pretexto da religião. Oh, sim, está para acontecer a primeira guerra que se faça por causa da religião. Não contentes em invadirem as vizinhanças e massacrarem as populações, enveredaram pela estratégia suicida de espicaçarem a Inglaterra e os Estados Unidos da América, como se desejassem obter de borla inimigos que jamais conseguirão derrotar e que, ao invés, os eliminarão apenas com a simples vontade, pouco mais. Talvez seja essa a ideia, serem mártires, eles que têm essa panca para aqueles lados, como se as suas mortes fossem de algum modo úteis para a causa... E que estado julgam eles estarem a edificar? Se a guerra lhes acabar favorável, como conter o ímpeto dos criminosos, mais do que isso não são, que agora se enumeram nas suas fileiras? Que instituições? Que leis? Como pode um bando de ambiciosos sanguinários organizar um país sem terem as menores noções de governo? Um califado se nem sabem o que é um califa? Um estado islâmico se nem sabem o que é o Islamismo?

Em terceiro lugar, o mais importante e preocupante de tudo. Por incrível que pareça, os actos e apelos dos extremistas criaram a repulsa em muita gente mas também o fascínio e um estranho (e breve) sentido para a vida noutros. Vai-se lá saber por que carga de água, há quem se sinta cativado por uma promessa de violência, crueldade e morte quase certa em prol da ambição de quem nunca botará os seus calcantes num campo de batalha. Não são um ou dois, são alguns milhares os que abandonam as suas vidas pacatas ou desmotivantes, esquecem quem são e, depois de sujeitos a uma ridícula lavagem ao cérebro, seguem numa viagem sem regresso rumo à sua perdição. Muitos são jovens e, espantemo-nos, instruídos! Aqui cai-nos em cima o peso da questão. O que estará a nossa sociedade a fazer aos nossos jovens, a garantia do seu futuro? Que motivos os levaram a abandonar família, pátria, amigos e carreira em favor da loucura?

Caros pombos amigos. É certo que esses que partiram para se juntarem a um grupo de terroristas já não são aqueles que outrora conhecíamos. Esses já desapareceram. Os corpos podem ser os deles mas do corrompimento a que foram submetidos resultaram renegados sem alma nem inteligência, infelizes destinados a matar e morrer. E ainda assim, até para esses há uma réstea de redenção, se ainda tiverem a milagrosa clarividência de serem iluminados pela luz da razão. Mas perante este triste cenário, chega-se com facilidade a outra questão. Não se terão as nossas decadentes e instáveis sociedades tornado terreno fértil para pseudo-ideologias de doidivanas cruéis? Oh, sim. Eles podem alegar a defesa dum Islamismo que nada tem a ver com o que praticam, 120 grandes líderes muçulmanos o afirmam, se não acreditas na palavra dum cristão, mas uma boa dosa da sua inspiração proveio das nossas tristes figuras e cabe a nós corrigir-nos e darmos os bons exemplos.

Àqueles que se sentem tentados a seguir o apelo daqueles que incitam à desumanização, eu alerto. Tu aí que pensas nisto, lembra-te da tua família, dos amigos que cá tens, da tua terra! «Honrai a pátria porque a pátria vos contempla», como se costumava dizer. Lembra-te das tuas oportunidades, dos futuros promissores que tens por opção. E se nada disto te trouxer recordações de algo que te faça manter agarrado ao teu meio, lembra-te ao menos de ti próprio, da alegria ou desgosto que as tuas obras podem fazer nos outros, que se tu te mantiveres fiel a ti mesmo e seguires o caminho da paz e da rectidão, aí sim serás um vencedor e terás alegria. Os que mandam os outros para as contendas, e mais ainda aqueles que estão na mira de meio Mundo, ficarão na segurança das suas tocas, rodeados por guardas e luxos, à espera que tu morras em benefício das suas vontades. Para eles, pouco mais és que a pedra duma calçada sobre a qual eles caminham até ao seu destino. Sê sensato, tem juízo e mostra que tu és bem mais esperto que esses tais. Escolhe o caminho da paz e vence. Jamais haverá vitória na morte.

Que a caca esteja convosco!



P.S.:NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Falhanços Disney - Parte III ?

Fiquei a saber há poucos dias que a Disney tem uma nova vedeta: a Violetta. Fiquei imediatamente preocupado. Em primeiro lugar porque Violeta é também o nome de um instrumento de auto-satisfação dum amigo meu. Acredito que ele preferiria uma Violeta a sério, de carne e osso, mas não esta, que é nova demais. Em segundo lugar porque todas as mocinhas adolescentes que se tornam estrelas dos Estúdios Disney acabam por passar pelo seu casulo de pureza virginal e delicada e virem a transformar-se não em esplêndidas borboletas mas em criaturas de aspecto um tanto ou quanto depravado. Ou seja, é como se a passagem pela Disney fosse uma sessão de recalcamento da qual as estrelas se libertam com a maior das violências lascivas. Quê? Há dúvidas? Então vamos já averiguar dois exemplos.

1 - Britney Spears, também conhecida como «Vítima de Espirros».
 Antes:


Depois:

2 - Miley Cyrus, outrora famosa enquanto Hannah Montana.
Agora conhecida como a «Lambedora Total».




Posto isto, resta desejar que a jovem Martina Stoessel, que ao que parece se está a tornar famosa enquanto Violetta Castillo, tenha mis um pouco de juízo, não desiluda os seus fãs e saiba lidar bem melhor com a fama que as suas antecessoras. Daqui por uns 10 anos, se tanto, ficaremos a saber.
Que a caca esteja convosco!








P.S.:NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Inde Pendências

Hoje é o dia do referendo na Escócia em que os seus naturais decidirão se hão-de permanecer no Reino Unido ou se restaurarão a sua independência. Independentemente do resultado, o que é certo e sabido é que nunca mais as coisas serão as mesmas entre Escócia e Inglaterra e mesmo entre esta última e o País de Gales. Não se pode dizer que esta situação abre um precedente pois este verificou-se com o referendo de Timor-Leste, em 1999. No entanto, é uma situação nova na Europa. Outros foram feitos mas de legitimidade duvidosa, como se viu há poucos meses na Crimeia. Portanto, há muita gente de olhos postos no que vai sair deste escrutínio.

Tenho ficado admirado com a postura do Primeiro-Ministro de Inglaterra. Então o homem vem falar em separações dolorosas, que uma vez separada, a Escócia nunca mais regressará ao Reino Unido mesmo que queira, que as pessoas não têm as suas reformas e salários garantidos e mais isto e aquilo. Mas vamos lá ver se eu compreendo. Com esta verdadeira campanha de terror psicológico, estará ele a querer que os eleitores escoceses votem contra ou a favor da independência? Só pode ser a favor porque, se for pelo «não», então é evidente que aquela argumentação é fogo para se queimar.

Cameron, assim como outros responsáveis, em particular da União Europeia, têm de ter consciência de uma coisa. E o mesmo se aplica quanto aos naturais de uma região. Se um determinado povo pretende a sua independência mas vai a olhar para questões económicas, então mais vale a pena desistir da sua ambição. É o que está em causa não é a riqueza da região e o seu contributo para o produto interno bruto ou balança comercial do país onde se insere. Essa é a menor das questões, aquela que nem se coloca. O que é realmente importante é a unidade do povo, a sua identidade própria, enfim, toda uma legitimidade histórica e cultural. Se um grupo se sente distinto e que nada tem a ver com um ou mais  com que compartilha o território nacional, então porque não reger-se por si próprio? Ao invés, aqueles que por quesília ou vantagem económica pretendem separar-se dos demais, pois que o façam mas ficando desde logo a saber que, se nada mais os motiva que os cifrões, então estarão sempre lixados quanto baste.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: Dito isto, o Alberto João Jardim que ganhe juízo pois não há distinção em nenhum parâmetro ente um madeirense e um beirão, por exemplo. E os Escoceses que não se deixem ir em cantigas e ameaças, claro.

P.P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Regresso às sec... aulas, aulas!

Começou o novo ano lectivo, iupi... Não sei porque é que todos os anos há aquela enorme euforia com o regresso às aulas. É que, se bem me lembro de quando eu andava na escola, a coisa que mais alegria dava a um aluno era não ter aulas. Sim, e não digo isto por ser só comigo que isto se passava, era com todos, em maior ou menor grau. A malta passava o tempo de aulas a desejar que viessem as férias. É certo que também havia quem depressa desejasse o regresso das aulas pouco tempo depois de ter entrado em férias mas isso não era porque gostassem de aulas, era porque gostavam era de recreio. Por isso, o que estes desejavam era não o regresso às aulas mas o regresso ao recreio. A prova disso era que já desejavam que as férias chegassem pouco tempo depois do ano lectivo começar.

E os professores e empregados? Por muito que gostem de toda aquela azáfama da instrução pública, com a criançada aparentemente ansiosa por aprender algo de novo, não deixa de ser um pesadelo voltar à acção em meio escolar. Por um lado, temos as sempre problemáticas colocações dos professores. Se não ficarem desempregados, são desterrados para o extremo oposto do país. Quer tenham alguma destas sortes quer fiquem colocados no mesmo local, terão de gramar com uma guerra em duas frentes, compartilhada pelos empregados: numa são as investidas do Governo, imprevisíveis quanto ao conteúdo mas precisas quanto à natureza, que é, invariàvelmente, de asneira e no sentido de lixarem um tipo; noutra são os ferozes putos reguilas e adolescentes de hormonas aos pulos, cada vez mais agressivos.

E que dizer dos pais e encarregados de educação? Ai, valha-me Deus! Não há campanha publicitária que lhes saque um sorriso. Como se não bastasse a panóplia crescente de material em quantidade e preço que é exigida, são os sempre incontáveis e dispendiosos manuais. E como não temos a felicidade de termos manuais únicos e de pequeno tamanho, temos as editoras a monopolizar sem problemas e partilhando o lucro entre si, lucro esse que jamais conseguiriam com a venda de livros, por muito interessantes que fossem, a um público inculto e iletrado. Os livros para a escola são a garantia de lucro das editoras... e que lucro! E depois há aquela velha técnica de mudar uma imagem ou outra, alterar a disposição dum texto e exigir manuais novos todos os anos porque o programa é, supostamente, novo, quando no final é sempre a mesma coisa. Livra, nem as reformas do ensino são assim tão frequentes!

Se a isto acrescentarmos umas despesas com passes e comida e o Diabo a quatro, depressa vemos que não são só os impostos a fazer implodir as carteiras da população. E depois querem que tenhamos filhos... O preço a pagar para os adultos se verem livres das crianças é tão alto que mais vale a pena aturá-las. Venham daí as férias! A coisa, digamos, «boa» é que, à velocidade a que os sucessivos governos fecham escolas, o mais provável é que daqui a poucos anos já não haja nenhuma onde aplicar despesas.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Tarantinolândia: como deveria ter acabado «Belmonte» (Versão Taralhouca)

Havia um antigo professor meu que dizia que nenhum filme, telenovela ou série era inteiramente original, que eram meras reedições ou reelaborações das antigas tragédias gregas. Pois se vermos bem cada produção actual, depressa chegamos à conclusão que é muito provável que seja verdade. É que, com frequência, vemo-nos mesmo gregos com os argumentos.

Nós sabemos que existe uma gritante falta de originalidade hoje em dia. Basta reparar nas milhentas versões modernas de músicas antigas, novas produções cinematográficas de fitas de outrora e adaptações televisivas de novas «Escravas Isauras» , «Jardins Proibidos» e outras, muitas das vezes mais pobres ou exageradas que as originais. Mas mais grave que a repetição de fórmulas do passado é a repetição de fórmulas absurdas e falhadas. Que o digam os telespectadores da T.V.I..

Eu não sou grande adepto de telenovelas mas às vezes calha de eu ficar a passar algum tempo a ver um pouco de um episódio qualquer se não estiver a dar nada mais de interessante. Pois na passada noite de dia 5, entretive-me a ver o último episódio de «Belmonte», o qual, confesso me desagradou. Não fui o único, acrescento. Para quem não viu, eis o que aconteceu.

Três irmãos iam casar-se com as suas respectivas. Um quarto irmão chamado Carlos, procurado pelas autoridades, apareceu lá para se vingar e fez refém a própria mulher, que estava grávida e que ele acreditava ser de um dos seus irmãos. Entretanto, apareceu um quinto irmão, o João, e o Carlos, de Mauser em punho, fez também dele refém. O pai biológico do Carlos chegou ao local e, pois claro, foi feito igualmente refém. Apareceu uma outra irmã, a Paula, e, já que temos a mão na massa (ou como canta o Álvaro Fabião, «Uma lasca de presunto/ Já que falas no assunto»), lá foi encostada também ao canto. Aquilo é que era um sortido de sequestrados. A conversa azedou e o Carlos quis começar por matar a mulher dele. Só que, quando o bandido disparou, o João meteu-se à frente da cunhada e levou um balázio na barriga em vez dela. O que o Carlos não sabia era que a sua delicada esposa trazia um pistolão na carteira. Portanto, assim que o outro tombou e lhe saiu da frente, ela fez questão de despejar o carregador no maridinho. Com tamanho alarido, os noivos acorrem ao local e dão de caras com o João inanimado/quinado e a esguichar sangue e com o Carlos feito passador e de olhos esbugalhados. Está bem, talvez o João não estivesse a esguichar sangue mas largava-o à fartazana. E o olhar do Carlos? Hilariante quanto baste! Apesar disso, degenerou tudo numa berratina épica. De repente, o João acordou. Estava num hospital, só que psiquiátrico. «Que Diabo...», pensamos nós. Sim, afinal ele era paciente num manicómio e inspirou-se nos outros maluquinhos e nos médicos e enfermeiros para escrever a história que muitos viram ao longo de quase 200 episódios. Como a história acabou mal, ele alterou-lhe o final. Pôs-se a ele a cavalgar no Pantanal com a sua amada, a Paula, falsa meia-irmã («Zarolhos de Água» aldrabados?), vivendo felizes para sempre. E é enquanto vemos os créditos finais pela última vez que ficamos todos a pensar: «mas que raio de término mais fatela vem a ser este?»

É isso, esta modalidade do fazer de conta que tudo o que vimos nunca aconteceu nem sempre resulta. Aqui foi mesmo desastrosa, em particular por causa da acção ter ficado inacabada e por causa daquele súbito final alternativo em tom de porno-sugestão. O pior é que já há tempos, numa qualquer das incontáveis telenovelas da T.V.I. sobre uns pescadores setubalenses, os argumentistas tinham recorrido à mesma solução. No momento em que a personagem interpretada por Paula Lobo Antunes era, digamos, fuzilada, também depois de ter sido raptada, acordava e via-se, espantemo-nos, numa cama de hospital, onde estava em coma há muito tempo, imaginando todo o enredo da história. Já aí esta solução mereceu duras críticas e, mesmo assim, parece que decidiram recorrer a ela também para esta vez. É curioso que há muitos anos usaram a mesma receita numa série de desenhos animados, o «Raio Azul», com um miúdo, um autocarro e um cavalo azul. Dessa vez, se bem me lembro, resultou na perfeição. O miúdo acordava e reparava que tinha sido tudo um sonho que adveio da leitura dum livro que lhe ofereceram. Lá calhou!

Perante este desastre novelesco, ficamos a pensar que «Belmonte» merecia um final melhor. Como poderia ele ser? Bem, para isso, nada melhor que recorrer à boa velha técnica do «como é que Quentin Tarantino o faria?» Nada mais fácil. Até podíamos fazer de conta que este era o «Sacanas Sem Lei» e deixar Uma Thurman, Samuel L. Jackson e John Travolta no descanso. Sim, ele foi capaz de fazer isso. Ora bem, o final do episódio tem tudo de necessário para resultar, tem conversa da treta, tiros, mortos, porreiro. Ignoremos as cenas do manicómio e do Pantanal, que só atrapalham. Estão os quatro reféns do mano mauzão. O Carlos aborrece-se da conversa, até porque estava ali era para fazer uma matança e ainda provar o bolo de noiva, que mais um pouco e tinha a cobertura azeda, e decidiu pôr um termo ao paleio.Ergueu a sua Mauser e disparou contra a mulher mas o mano João pôs-se à frente e levou com o balázio na barriga. Ao cair, deixou a mulher a descoberto, de canhangulo na mão, e toca de arrear chumbada no esposo, que se deixou ficar estático com a surpresa e com a súbita entrada em choque do sistema nervoso. Cambaleou para o lado e fraquejou das pernas. Ainda ia para tentar dar mais um tiro mas eis que se reergue o João, como se nenhuma bala o tivesse atingido, agarra na pistola da cunhada, petrificada com o que acabara de fazer e jamais julgara ser capaz, e diz ao irmão:
- Carlos, sabes dizer-me, por exemplo, como é que chamam a um Big Mac em França? Royale Com Queijo.
Fantástico! Ele previra a aparição sanguinária e prevenira-se com um colete à prova de bala! Afincou um derradeiro tiro mesmo no meio da testa do Carlos e este caiu no chão, morto a 100% e a esguichar sangue aos esgarrões da cabeça. O resto do pessoal entrou de rompante na casa, alertado pelo barulho, e dão de caras com aquele cenário. Então o padre olha para aquilo e diz:
- Livra, valha-me Deus! Até me deu um aperto. Vou só ali à casa de banho.
Sim, é que todas as histórias do Tarantino têm de ter casas de banho. Assim acabou a telenovela, com todos satisfeitinhos da vida, menos o morto, e viveram felizes para sempre e a comer montes de bolos que sobraram do copo d'água.

É ou não é muito melhor?

Que a caca esteja convosco!

P.PS.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Ó Diogo, lá se vão as «Mamas de Tronos»!

Há tempos atrás, correram rumores de que o actor português Diogo Morgado, famoso pelas suas interpretações de Jesus Cristo na televisão e cinema, iria participar na célebre série «Jogo de Tronos» (não «Guerra dos Tronos», como tem sido erradamente traduzido. Parece que foi apenas um boato infundado pois ele não foi convidado para contracenar na série. É pena, certamente que ele ficaria contente por participar noutro tipo de... paixão!

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Boas oportunidades de negócio

Sim, é verdade, tenho andado muito viajado desde há uns tempos para cá. Não é que eu queira, posto que grande valor atribuo ao sossego, mas a necessidade a tal me obriga. Ora ao longo das minhas jornadas tenho-me deparado com algumas situações que, se não fosse eu ser o eterno teso de primeira apanha, decerto me constituiriam boas oportunidades de negócio. Fico pois eu a pensar que, se o seriam para mim, também o deveriam ser para outrem. Portanto, convosco, estimados camaradas de pombal, partilho três exemplos.

1 - Casa Pepe - Situada mesmo à entrada de Santa Clara-a-Velha, Concelho de Odemira, fica, do lado esquerdo da rua, aquele que até ao ano passado era o mais prestigiado restaurante, café e pequena pensão da zona e arredores. Outrora almocei lá um punhado de vezes e a casa estava sempre cheia a abarrotar. Na seguinte morada, encontram-se mais informações sobre o estabelecimento.

http://boacamaboamesa.expresso.sapo.pt/boa-mesa/guia-restaurantes/casa-pepe-17870

Segundo o que me foi dito, não foi por falta de clientela que a casa fechou mas por opção dos donos em mudarem-se para Lisboa, a ser verdade o que me disseram. Como é o único estabelecimento do género por ali, é garantido, creio eu, que só um palerma que ali invista é que não leva o empreendimento de rumo a bom porto.

2 - Pousada de Santa Clara - Não muito longe da aldeia supracitada, há a Pousada de Santa Clara, localizada mesmo à beira do paredão da barragem e com uma vista deslumbrante para o enorme espelho de água sustido por entre múltiplas elevações e irregularidades do terreno tão suaves como os mais belos e inspiradores contornos anatómicos das nossas congéneres femininas. Para além do grande edifício e suas naturais dependâncias, posssui vários anexos de lazer, como jardins, piscina e instalações desportivas. Pertenceu ao Estado mas já se sabe como é que são os nossos ilustres governantes. Há anos foi adquirida pelo Grupo Pestana, tal como todas as outras pousadas públicas. Porém, os novos proprietários optaram pelo seu encerramento, há cerca de dois anos. Era um lugar muito concorrido e que empregava muita gente. O fecho desta pousada e da Casa Pepe ditaram a morte de Santa Clara-a-Velha e das povoações vizinhas. Agora está à venda mas também há a opção do arrendamento. Eis mais algumas informações sobre ela aqui:

 http://www.aportugal.com/pousadadesantaclaraavelha/index.htm

Também será importante ver estas fotografias:

 http://www.riomira.com/index.php?option=com_content&view=article&id=6579:pousada-de-santa-clara-ao-abandono&catid=14:turismo

Ouvi há algumas semanas dizer que houve quem tivesse adquirido o imóvel. Se é verdade, tanto melhor. Se não é, então exorto-vos, leitores de posses, a investir neste desafio decerto engrandecedor para o prestígio, o ego e as algibeiras. Seque-me já o charco se me estou a enganar!

3 - Cine-Teatro João de Deus - Manilhas, esta é dedicada a ti. Na artéria principal de São Bartolomeu de Messines, Concelho de Silves, que é a Rua da Liberdade, fica uma das mais castiças e estereotipadas recordações da época áurea do cinema: o deslumbrante Cine-Teatro João de Deus. Está encerrado desde 2012 mas mantém uma característica fantasmagórica quase arrepiante. Por cima da porta de entrada, logo abaixo dos cartazes dos filmes, o painel electrónico continua a fazer passar os horários das sessões. Aqui nesta terra e nos arredores, mesmo até nos concelhos vizinhos, se alguém quer ir a um cinema ver um filme, tem de se deslocar dezenas de quilómetros, léguas, meus caros, e ir até à Tavagueira, antes da Guia, Concelho de Albufeira, ou até Portimão! Até de Odemira e Almodôvar vão! Portanto, quanto venturoso não seria um investimento de um independente num negócio destes? Mesmo até para uma grande cadeia. Ocorre-me agora, por exemplo, que a Castello Lopes perdeu quase todos os cinemas que explorava. Porque não adquirir ou arrendar este espaço e devolver-lhe o charme e a animação de tempos idos?

Aqui ficam as minhas sugestões e só não ficam as intenções porque, como é sabido, eu sou o sempre teso.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

A Câmara de Albufeira não aprende...

Tenho andado por muitos lugares e chamado por vezes os responsáveis à atenção para certas situações que considero irregulares ou alvo de melhoramento. Uma delas teve a ver com a Câmara Municipal de Albufeira, entidade em muitos aspectos considerada em geral problemática. Não sou eu que o digo, é algo de tão senso comum quanto a fama de «capital do turismo». Porém, neste caso, como noutros que muitas outras pessoas alertaram, parece que o efeito foi o inverso do lógico. Pelos vistos é preferível ignorar conselhos, não é? Pois assim a edilidade corre o risco de não vir a ter conselho se o vier a procurar, seja onde for, e de ter quem lhe acuda quando mais necessitar. Se não o esperar dos seus munícipes, nos quais eu não me incluo, há-de esperá-lo de quem? Depois não diga que eu não a avisei, como antes já o fiz, e que, qualquer dia, o Concelho fique ingovernável. É que até parece que é essa a intenção!

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Este lugar triste que habito

Eu moro num sítio triste. Habito num lugar de aspecto feliz mas de onde há muito tempo a alegria fugiu. Aqui trazia eu as ovelhas a pastar quando eu era um jovem ovelheiro. As antiquíssimas árvores que nos abrigavam e davam pequenos petiscos foram arrancadas para dar lugar a casario e parque de estacionamento. Uma sobrou, uma oliveira centenária, e novas foram plantadas. Em vez do bucólico gado há agora gente triste. Uns são tristes porque nisso os tornaram e outros são-o porque nisso tornam os outros.

Aqui há quem dê presentes aos vizinhos e lhes mostre simpatia mas com o único intuito de vir a tirar proveito da situação, usando e manipulando os fracos e incautos. Quando estes já para nada serves ou se tornam em empecilhos, são deitados fora pelos primeiros. Com sorte, passam a ser como se não existissem. Aqui há delito de opinião. Quem diz o que pensa é censurado. Se fala a verdade, é punido com a ostracização. É que é preferível a esta triste gente aceitar como facto uma mentira e acreditar piamente nela, sabendo que é aldrabice, se esta servir os seus interesses. No lugar onde eu moro, cumprimentar é uma acção suspeita pois quem o faz, consoante a conveniência de quem o recebe, ou tem o silêncio como troco ou é acusado de ser hipócrita. Há quem não goste dos sons da Natureza. Não se pode ter sequer um pássaro sem que não tenhamos os guardas a baterem-nos à porta. Uns fazem o que lhes dá na gana, mesmo que prejudiquem os outros e o bem comum, mas nunca deixam de serem vizinhos exemplares e dedicados. Ao invés, quem é respeitador para com os outros e as instituições é visto como uma ameaça. Consequentemente, é odiado por uns e dele os outros fogem, não vá alguém sofrer as consequências de ser visto a confraternizar com um «perigoso». O visado chega ao ponto de evitar conviver com os outros para não lhes causar problemas. Neste sítio onde moro, as pessoas que julgamos serem correctas são parasitas sociais ou lacaios simbiontes tácitos destes.

Sob a aparência dum lugar simpático, existe um ponto de insalubridade urbana e cinismo dissimulado, onde a atmosfera pesada de falsidade e falta de união fazem desejar a solidão a qualquer um em vez de tão indesejadas companhias. Há aqui boa gente, é inegável, mas a conduta de alguns outros e o negrume da consequente envolvência actuam como um buraco negro emocional, sugando qualquer réstea de animação de todo o ambiente em redor. Neste sítio, já só as frondosas árvores eram motivo de contentamento para as almas ensombradas pelos desalentos quotidianos. As jovens tipuanas, com o seu verde radioso polvilhado de numerosas flores amarelas, e a oliveira anciã, marco quer da divisão de três terras quer da abundância de excelsas azeitonas e deleite à vista.

Quando certa noite cheguei a casa e vi todas as árvores do arruamento cortadas, aquelas sob as quais os miúdos brincavam e os graúdos conversavam e sob as quais se planearam futuras jantaradas, vi mais que cepos esvaindo-se em seiva, vi definitivamente morto o último resíduo de alegria e união desta malfadada urbanização. Não foram as folhas caídas ou o passeio levantado e irregular que as sentenciaram, foi a mesquinhez e a trica. É que aqui usam-se pretextos para fazer algo como modo de atingir alguém. Desta vez, como noutros, eu fui um dos atingidos. E ali, ao ver o vazio daquela rua desarborizada, vejo também um vazio de bondade. Pode tudo até não ser bem assim e ser muito disto mera impressão minha mas a nudez deste espaço conjugada com o o seu ambiente não me conseguem fazer chegar a outra conclusão. Um lugar tão negativo não é o meu lugar. Nada mais de bom lhe consigo dar e nada mais de bom nele vejo. Aliás, este lugar está a fazer de mim e dos meus pessoas piores. Resta-me apenas demandar a alegria antes que este lugar triste me torne tão triste quanto ele próprio e parte dos que nele moram.

No final, deixo aqui a questão. Os meios urbanos estão a perder as suas características de aldeias em ponto grande e muitos já o perderam mesmo. Tornam-nos pessoas sós, introvertidas, egocêntricas, em suma, infelizes sem darmos por isso. Num mundo em que se privilegia o individualismo e a competição, quantos lugares tristes ou mais que este não existirão? Urge revalorizar a camaradagem e a cooperação em prol da felicidade.

Tornarmo-nos boas pessoas e fazermos da nossa morada um lugar feliz está nas nossas mãos e nas de todos.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Nós estamos mas é feitos ao bife com esta maltinha...

Às vezes dizem-me que eu me fartava de criticar o Sócrates e a sua maltasa mas nada digo sobre o Coelho e afins. Isso deve-se a uma razão muito simples: eu fico sem palavras, incrédulo com a realidade. Talvez eu esteja a ser injusto, até porque governar em crise é difícil, pelo que lhes vou dar o benefício da dúvida. É que eu ainda não consegui compreender se o Governo é incompetente em proporções épicas ou se está a fazer de propósito para arruinar o país. Porquê? Ora então vejamos.

Em primeiro lugar, os seus membros mordem-se como cães danados e acho que nem com uma sobredosagem de vacinas contra a raiva a coisa ia ao lugar. Em segundo, o executivo liga mais à política externa do que à administração do país. Terceiro lugar. Até podíamos dizer «ainda bem, se eles nos governassem como tratam dos negócios estrangeiros, estaríamos muito bem lixados». O pior é que eles fazem-no tão mal ou pior. Queres fazer justiça, mandares o puto para a escola, tratar da tua saúde ou até pagar a ranchada de impostos a que és obrigado? Não querias mais nada! É que esta malta encerra e elimina serviços que nem as pragas de gafanhotos numa horta. Por isso, se queres usufruir de alguma destas funcionalidades, por muito degradadas que estejam, despacha-te porque qualquer dia nem boas nem más, é nicles.

Mais. A dívida do Estado é brutal e a débil economia portuguesa segue no encalço dos dinossauros. Que fazer? Que raio de pergunta... Aumentam-se os impostos, criam-se outros novos, encerram-se mais uns serviços e manda-se gente embora. Podia-se estimular a economia e o emprego aliviando a carga fiscal e burocrática sobre os trabalhadores e as empresas. Pois: com menos impostos a pagar, há mais capital disponível para gastar, logo consome-se mais, movimenta-se o comércio e, como há mais procura, há um incentivo a uma maior produção. Consequentemente, o próprio Estado arrecada mais receita porque há maior movimento e deixa de haver necessidade de fugir a impostos de vulto abusivo. Só que isso nem é chique nem é o que a Angela Merkel e o F.M.I. querem.

O défice aumenta? A economia fica mais estrangulada? O mercado negro e a fuga ao fisco proliferam? O desemprego e a emigração agravam-se? Claro! Mas e o que faz o Governo? Aumenta ainda mais a carga fiscal! Parece-me impossível que os seus membros não se tenham apercebido que estão a acabar de destruir o país. O mais surpreendente é que ninguém consegue derrubar o executivo, apoiado por uma assembleia paralisada e por um chefe de Estado compactuante. Mesmo que nos livrássemos deste Governo, para quem nos viraríamos nós? Para uns pseudo-socialistas em auto-destruição? Para um Bloco meio desintegrado? Para os comunistas?

Se o objectivo era ser tão mau ou pior que o Governo do Sócrates, parabéns, Passos Coelho & Companhia estão a consegui-lo. Se a isto juntarmos toda uma total decadência de uma sociedade sem valores nem referências culturais e morais, dependente daqueles que mais despreza, os idosos, depressa chegamos à conclusão que o fim das gerações mais velhas deixará parte da população numa situação ainda mais precária. Dadas as circunstâncias, é bom que os nossos governantes acordem, deixem os números da mão e olhem para o país real, aquele que existe para lá da janela e da resma de papéis, até porque os graves problemas financeiros do Estado e da banca são a menor das preocupações nos dias de hoje. É que é urgente fazer algo, dar uma volta radical ao estado de coisas, sob pena de, a curto prazo, estarmos metidos em muito maus caminhos, os quais só nos poderão levar a dois desfechos trágicos: ou o desembocar noutro regime autoritário e fortemente conservador, que nos forçará a fazer a mal aquilo que poderia ser feito a bem, ou pior, a desintegração da sociedade, com o respectivo colapso da nacionalidade.

Portugal que se cuide pois quer-me cá parecer que nós estamos é muito bem lixados.

P.S.: Se eu criar ou comprar um banco e roubar montes de dinheiro, será que também me safam à grande?

P.P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Eles depois que não digam que eu não avisei...

Aí há tempos, o Joanito, isto é, o bacano que era rei de Espanha, anunciou que estava acabado o seu tempo e que abdicava do trono a favor do seu filho, o agora rei Filipe VI. Imediatamente, houve uma maltinha que desatou a exigir a República como forma de chefia de estado, não de regime, como é costume dizer-se. Que gente era esta? Há quatro categorias:
1 - os defensores da antiga República, isto é, comunistas, anarco-sindicalistas e outra espécie de simpatizantes;
2 - franquistas, tipos que achavam que um palerma que arrasou o país com uma guerra absurda é que era bom e o João Carlos/Juan Carlos (como preferires chamar-lhe) traiu o seu antecessor ao não lhe dar a prometida continuidade;
3 - tipos que estão descontentes com o estado de coisas e vêem no Rei um bode expiatório pronto a sacrificar e que, por isso, querem o fim da Monarquia;
4 - republicanos, sejam conscientes ou inconscientes do que isso quer dizer.
Destes, só alguns da segunda categoria é que ainda se lembram da «outra senhora». Os outros são todos, como é que eu hei-de dizer sem os ofender, palermas, gente ignorante que não sabe do que fala e que, se tivesse conhecido a República do Franco e a Antiga
República ou sequer dado ao trabalho de ler um pouco acerca desses dois períodos, talvez desejasse nunca ouvir falar em República. E digo isto, eu, que não sou monárquico.

Ainda bem que essa pseudo-agitação sossegou e cessou. Vou ser absolutamente sincero. Em cada português reside aquele secreto desejo quase mórbido de ver desmantelado o senhorio de Castela na Ibéria mas temos de ser sensatos, ver as coisas como elas são e reconhecer o que é bom para todos, o qual tem de estar acima dos desejos particulares. Se não fosse o anterior monarca, a Espanha teria mergulhado numa nova contenda pela sucessão a Franco e/ou continuado numa ditadura que acabaria num conflito armado. Outro. A consequência natural do caos na Península Ibérica seria o fim de Espanha, o seu desmembramento. Embora isso viesse a conduzir a um novo equilíbrio de forças no território, mais favorável a nós, Portugal também sofreria graves consequências no imediato.

Portugal e Espanha não têm como se apartarem, o destino de um influencia o do outro. Claro que se a malta descontente e com muito tempo livre nas mãos continuar a fazer birra em Espanha e vier a pôr os reis a mexer, força. Galegos, bascos e catalães agradecem.

À família real espanhola aconselho a que ganhe juízo e se comporte com a dignidade que dela se espera. A estes gajos contestatários, aconselho a olharem para o exemplo português antes de fazerem também asneira.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

terça-feira, 1 de julho de 2014

Caca Raw: Drácula X Suaréz

Agora é que vão ser elas! Vamos preparar-nos para o maior combate da década! Num canto temos Vlad Drácula, o terrível e sanguinário nobre romeno que ocupou o trono da Valáquia por três vezes como Vlad III e ficou para a história como o «Empalador». Oh, sim, para além de se safar quase sempre às embrulhadas e ter fama de imortal, ainda amedrontava os invasores turcos com a fama das atrocidades cometidas que em muito o precedia. Para ele, nada melhor que banquetear-se com pão e uma tigela de sangue enquanto as suas vítimas agonizavam, espetadas num pau e esvaindo-se. No lado oposto temos Luis Alberto Suaréz Díaz, o futebolista antropófago, jogador do Uruguai, tão talentoso para o jogo como para abocanhar ferozmente os seus adversários. Melhor do que isso é que escapa-se quase sempre impune! Uau! Uns joguitos de folga e está o caso resolvido! Teremos nele um discípulo a querer superar o mestre ou ainda dará este outro uma lição suplementar ao seu aluno reguila? Um combate a não perder, um verdadeiro choque de titãs (pessoalmente, prefiro de tetas) em directo, ao vivo e a cores na imaginação de qualquer um. Brutal!!!

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Bolas! Viva Portugal!

Devo confessar que uma mão cheia de marmanjos a arrolhar por causa de 11 tipos a correr atrás de uma bola não é a minha noção de patriotismo. Muitos daqueles que agora gritam a plenos pulmões que Portugal é o melhor país do Mundo ainda há poucos dias denegriam a imagem da sua pátria e daqui a umas semanas, se tanto, voltarão a menosprezá-la. Não é numa jogatana que se dão mostras de apego à terra, é sim nas situações limite. O jogo faz-se e o país fica na mesma, ganha-se ou perca-se.

No entanto, vi há dois dias a revista «Vidas», suplemento sabático do «Correio da Manhã», e deparei com uma cena que me despertou a atenção. Ora vejamos:

Agora como é que é? Com umas bolas assim, quem não jogaria por pátria? Oh, sim! A uma escassa hora do jogo e olhando para uma convocatória destas, é mesmo motivo para gritar VIVA PORTUGAL!!!

Que a caca esteja convosco!

P.S.: Ainda dizia aqui a menina Carina Soares que gostava muito das suas pernas... Parabéns aos pais pelo belo trabalho em geral!

P.P.S.: Convosco não sei mas eu continuarei a dar vivas ao nosso país quer haja futebol quer não. E tu?

P.P.P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 4 de maio de 2014

Zarolhos de Água: O Espelho do Jackie Chan

Estava eu a dar uma vista de olhos à televisão há dias quando vi a figura de um actor português, Joaquim Nicolau, na telenovela «A Outra» e fiquei a pensar cá para mim: «onde é que será que eu já vi uma cara muito parecida à dele?» Foi só dias depois que me ocorreu onde, como se me tivessem arreado um golpe de kun-fu à queima-roupa. E aqui estamos mesmo a falar de artes marciais, ainda que em termos puramente metafóricos.

Quer-me cá parecer que o nosso Joaquim Nicolau dá uns toques a valer no cinema de Hong Kong e outros bem mais dolorosos nas fuças da maltesaria, ou então é o célebre Jackie Chan que, para descomprimir de tanta porrada e acrobacia, faz umas passagens pel'«A Outra»... entre mais produções lusas. Também pode ter acontecido outra coisa bem distinta. E se os dois forem irmãos gémeos separados à nascença... ou uma e a mesma pessoa?

Há dúvidas? Então vê bem as fotografias e depois logo dizes.

O Toy concordaria comigo!

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Monstro da Estrada e as Caramelices Rodoviárias

Parece o nome dum filme de comédia, não parece? E é, mas de muito mau gosto. Hoje gostaria de alertar para duas situações que se passam nas estradas e que não são lá muito agradáveis de presenciar. Portanto, cá vão as bujardas, em dois volumes de simulação retro-estereofónica.

CASSETE 1
LADO A - Vai um tipo a conduzir satisfeitinho da vida e, se tem o azar de ter um furo ou por qualquer motivo ter de se imobilizar dentro de uma rotunda, está xaringado ao máximo. Se não são os outros automobilistas a quererem-nos linchar, são os amigos da bóina que nos aparecem a fazer uma visita e cá vai uma pastilha.
LADO B - A cada passo, damos de caras com os referidos amigos da bóina, malta conhecida em geral como a Geninha, escarrapachados no meio das rotundas a atrofiar ainda mais a circulação num ponto da via já de si problemático. Muitas vezes estão só a mirar, como turistas fardados. Outras vezes ainda se põem a semear o caos rodoviário fazendo ali operações stop, para nosso desespero e alongamento de bichas. Por amor de Deus: há tantos sítios onde parar e mandar fazer paragens, porquê num dos piores sítios possíveis?! Isso seria o mesmo que meter a Companhia Nacional de Bailado a actuar no meio da pista do Aeroporto da Portela!

CASSETE 2
LADO A - Vai um tipo a conduzir satisfeitinho da vida e a cumprir os limites de velocidade. Entra numa zona de velocidade controlada, comporta-se a preceito e o trânsito flui com normalidade.
LADO B - Um indivíduo segue assim, cumpridor, mas há um paspalho, daqueles que pensam que as sardinhadas se fazem sobre o pavimento, visto que andam sempre na brasa, ultrapassam todos os cumpridores, passam os semáforos verdes e os desgraçados que nunca fizeram nada de mal naquele percurso acabam por ficar a gramar o semáforo vermelho por causa daquele pacóvio da treta. A esta espécie de egoístas raliseiros só gostaria de os advertir para uma situação. Tu, meu grande cara de cu à paisana, se andas por aí a alarvejar e a melgar o juízo dos outros à custa da tua cavalagem e estupidez, para mais pondo em risco a segurança rodoviária, fica sabendo que, qualquer dia, se não te puseres na linha, há-de haver alguém, não eu, que não sou dessas coisas, mas há-de haver alguém que te arreie um pêssego bem aplicado nessas trombas e te esbronque a cremalheira toda. Já agora, essa mania da treta deveria ser punida com sodomizações a sangue frio por manadas de elefantes!

Juizinho!

Fica aqui o desabafo.

Que a caca esteja convosco!!!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Campeões, ressuscitados e maus matemáticos

A esperança jazia sobre a relva, a ansiedade crescia e as rotundas preparavam a consumação do seu destino primário, a reserva para a recepção dos gloriosos. E então, ao terceiro dia, neste caso ao fim de quatro anos, a águia, não fénix, reergueu-se do túmulo. Ei-lo de novo na Páscoa Futebolística, Jesus, o Jorge Jesus, prestes a irradiar sobre os adeptos línguas de «pertantes», más conjugações verbais e alegrias imensas sobre os benfiquistas num pentecostes de arrecadar troféus e faixas! E é no meio deste êxtase de vermelho e branco que vemos as multidões de papoilas saltitantes exultarem com a conquista do 33º campeonato de futebol pelo grande Sport Lisboa e Benfica! Ouvindo isto, fiquei a pensar cá para mim: «trigésimo terceiro? Como assim?»

Pus-me a contar um por um cada campeonato que o Benfica venceu desde a criação da competição, em 1938-39. Contei, com esta 30. Voltei a contar... 30. Outra vez... 30. «Mau Maria...», pensei eu. Foi então que reparei que os 33 encaixavam na conta se incluíssemos os três Campeonatos da Primeira Liga Experimental que o Benfica venceu em 1935-36, 1936-37 e 1937-38. Assim sim, 33! Mas ai, há aqui um problema. É que se vamos incluir na contagem de títulos os de uma competição anterior ao actual Campeonato Nacional, porque não haveremos de incluir os da outra anterior, mais antiga? Pois, é que antes de 1936, o Benfica já tinha sido campeão nacional por três outras vezes, em 1929-30, 1930-31 e 1935-35. A diferença é que o Campeonato de Portugal, como era designado, disputado desde 1922, era por eliminatórias e não por jornadas, como é hoje. Assim sendo, o Benfica foi campeão 36 e não 33 vezes.

Então, 36 até é um número mais redondo, mais jeitoso, mais avultado, mais apto à gabarolice e fanfarronice!
Ai essas contas...

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!


sexta-feira, 18 de abril de 2014

Malandrice no Rio?

Tenho achado realmente intrigante o final de um anúncio do Continente acerca do Rock In Rio. Sim, aquela parte em que o locutor diz algo do género de «este ano, "rock" escreve-se com "c" grande». Pode ser só impressão minha mas «rock» com «C» grande... é «Cock»! Quem não perceber esta, pergunte a quem sabe. Das duas uma: ou houve alguém muito distraído e ingénuo a escrever o texto ou esse alguém fez passar uma malandrice de proporções fálicas.

Que a caca (ou a «Cacka») esteja convosco!
Boa Páscoa!

P.S.: Talvez a imagem seja elucidativa, apesar de mais natalícia que pascal
.
P.P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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AVISO IMPORTANTE: DADO O ELEVADO TEOR EM EXCREMENTOS CORROSIVOS, NÃO SE RECOMENDA A VISUALIZAÇÃO DESTE BLOG EM DOSES SUPERIORES ÀS ACONSELHADAS PELO SEU MÉDICO DE FAMÍLIA, PODENDO OCORRER DANOS CEREBRAIS E CULTURAIS PROFUNDOS E PERMANENTES, PELO QUE A MESMA SE DESACONSELHA VIVAMENTE EM ESPECIAL A IDOSOS ACIMA DOS 90 ANOS, POLÍTICOS SUSCEPTÍVEIS, FREIRAS ENCLAUSURADAS, INDIVÍDUOS COM FALTA DE SENTIDO DE HUMOR, GRÁVIDAS DE HEPTAGÉMEOS E TREINADORES DE FUTEBOL COM PENTEADO DE RISCO AO MEIO. ISTO PORQUE...

A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!