domingo, 19 de abril de 2020

Manifestações pró-não-reeleições?

Por incrível que possa parecer, têm-se verificado no Brasil e nos Estados Unidos da América manifestações a favor de, respectivamente, Jair Bolsonaro e Donald Trump e exigindo o fim das medidas de restrição impostas para evitar a disseminação do novo coronavírus. Acho bem os apoiantes destes dois e outros que tais se juntem todos e se manifestem. Pode ser que assim não venha a sobrar nenhum palerma que os reeleja.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pandemia que chateia pandemia dá 100 anos de alegria

A disseminação da pneumonia viral que nos assola hoje em dia tem tido, apesar de tudo, um efeito à partida inesperado. A obrigação de uma parte considerável da Humanidade em ficar confinada à sua residência provocou uma diminuição drástica do uso de veículos automóveis e muitas empresas de transportes públicos, em particular as companhias aéreas, que têm sido mais afectadas, reduziram consideràvelmente o seu tráfego ou paralisaram de um todo. Muita da indústria também teve de encerrar as portas a título provisório, ainda que indefinido. Desta forma, o consumo de combustíveis fósseis e a consequente emissão de substâncias poluentes quer para a atmosfera quer para os solos e as águas tiveram uma quebra significativa.

Graças a isso, temos podido assistir ao desaparecimento da característica névoa negra que obstrui a visão de muitas cidades por todo o Mundo, com particular notoriedade na China, ao regresso ao ar fresco e puro, aos aromas naturais e ao silêncio acompanhado do canto das aves em núcleos urbanos. A concentração de gases perigosos para a saúde diminuiu e as águas dos cursos de água clarearam como já poucos se lembravam. É assim que temos de novo e por exemplo Wuhan de novo com céu azul, veados em Odivelas e peixes de regresso aos canais de Veneza.

O problema é que o novo coronavírus há-de passar e os humanos hão-de continuar por cá. Sabendo como as pessoas são, será que aprenderemos a lição e nos esforcemos agora por manter este travão forçado à destruição do planeta e de nós próprios? Receio e lamento que não. Porém, pode ser que de entre os 6 biliões e tal que nós somos, alguns saibam reconhecer o benéfico dano colateral que o Covid-19 nos tem trazido por alguns instantes e, mais do que isso, que pandemia a sério somos nós. Não tenho a menor dúvida que os humanos é que são o verdadeiro mal do planeta. Pois se não nos transformarmos em benefício para a Terra e continuarmos a arruiná-la como temos feito até agora, então pode ser que esta ou qualquer outra doença nos venha a mostrar que uma pandemia que nos trave talvez seja a melhor coisa que o Mundo viesse a conhecer.

Não queremos que isso aconteça, pois não? E gostas desta calmaria e limpeza que se verifica actualmente, certo? Então vamos lá aprender e fazer por mantê-las e virmos assim a tirar proveito do nosso pequeno berlinde espacial da forma mais sensata, produtiva e prazeirosa possível.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!


sábado, 4 de abril de 2020

Cinema Purgatório: «1941 - Ano Louco em Hollywood»

Vamos desanuviar um pouco mudando de tema. Acho que todos nós estamos fartos de ouvir falar em COVID-19.

Faz hoje uma semana, passou na R.T.P. Memória um filme que muito me fez rir. Aliás, há muito tempo que não me ria assim. Talvez desde algum «Sharknado» ou «Shaollin Soccer», sei lá.

Steven Spielberg é um génio do cinema, conhecido pelos sucessos de«E.T.», «Tubarão», «Hook», «Goonies»,  «Parque Jurássico», «Gremlins», «Regresso ao Futuro», sei lá, tantas maravilhas coroadas pela imperdível saga de Indiana Jones. Sim, eu sei, também fez coisas mais estranhas, como aquela falhada adaptação d'«A Guerra dos Mundos», e trágicas, de entre as quais «Munique», «Resgate do Soldado Ryan» ou «A Lista de Schindler». Portanto, tirando temporadas pontuais mais depressivas, introspectivas ou simplesmente infelizes, o Mestre Spielberg soube levantar o ânimo, com agrado e sentimento de confiança, dos espectadores. Não há quem se sinta em baixo depois de ver a maioria daquilo em que o homem teve a felicidade de pôr a mão! Contudo, ninguém estava preparado para a onda de bom humor, qual maremoto de gargalhadas, que com brutal impacto atinge quem vê «1941 - Ano Louco em Hollywood».

 O filme, gravado em 1979, o que pode querer dizer muito, é baseado num facto real mas que se passou em 1942, não 1941. A 7 de Dezembro de 1941 deu-se o ataque a Pearl Harbor e os Estados Unidos da América entraram numa vaga de paranóia, receando serem atacados por forças japonesas a qualquer instante. É neste clima de nervosismo que alguém alega ter-lhe parecido ver algo a sobrevoar o céu de Los Angeles na noite de 25 de Fevereiro de 1942. Num impulso, iniciam-se os disparos e toneladas de armamento, de entre as quais mais de 2000 projécteis de 5kg, foram usadas naquela noite contra qualquer coisa que o mais provável é que não fosse nada, até porque nunca nada se encontrou ou sequer se viu em concreto. No meio desta loucura, morreram seis pessoas, o que não foi mau, tendo em conta todo o estardalhaço, que podia ter acabado numa tragédia de proporções catastróficas. O episódio ficou conhecido como a «Batalha de Los Angeles», uma espécie de versão americana mais avacalhada e não tão desastrosa da nossa Guerra do Mirandum.
Fotografia real da «Batalha de Los Angeles», então veiculada na imprensa. Notem-se as tracejantes, o fumo das explosões e os focos de luz.

Pretexto ideal para um avacalho cinematográfico total. Em «1941», um submarino japonês alcança a costa americana dias após o ataque à base de Pearl Harbor. O objectivo é atacar uma posição emblemática do estilo de vida dos Estados Unidos que cause um sentimento generalizado de desmoralização entre a população norte-americana. O alvo escolhido foi Hollywood. Só que há dois problemas. Por um lado temos um submarino de fabrico nazi com instrumentos suíços mas muito rascas. Por outro, o desconhecimento quanto à localização de Hollywood, que julgavam ser na zona costeira, quando afinal é no interior. Começam então a haver avistamentos de japoneses e de outros confundidos enquanto tais. Se a isto juntarmos um concurso de dança que dá para o torto, uma secretária com um fetiche por aviões e um piloto aviador mais ganzado na ficção do que o actor que o interpreta era na realidade, então temos a receita para uma barrigada de riso imprópria para quem padece de incontinência.

Parece-me a mim que, parvalheira à parte, este filme pode ser entendido como uma crítica à paranóia e gosto por armas características dos Americanos. De resto, a acção é galopante e a conduta das personagens parece errática, sem lógica nem sentido. Mas e daí? Quem não gosta de umas boas cenas de pancadaria à antiga, explosões a montes e raparigas com vestidinhos todos pipis?  É como ver o «Prato do Dia» só que com a Filipa Gomes a cozinhar no meio de tiros e murros.

Veredicto: se achas que a tua bexiga não aguenta, usa umas fraldas mas, por amor de Deus, se queres passar um bom bocado, vê este filme e vais ver que não só não te arrependes como vais ficar a trautear a marcha que o fez John Williams durante dias a fio.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Breve História das Epidemias em Portugal

Tem-se falado muito de «coisa nunca vista», «inédito», jamais se conheceu», etc., mas a verdade é que esta situação que vivemos com o COVID-19 não é inédita. Sempre existiram doenças e provàvelmente sempre hão-de haver. Mesmo epidemias também se verificaram muitas. Vejamos aqui uma brevíssima súmula delas em Portugal.

As informações para épocas mais recuadas da História são escassas mas, ainda assim, restam indícios de tragédias ao longo da Idade Média e da Idade Moderna.

1348 - Peste Negra - Chegou durante o Outono, trazida por mercadores vindos da Península Itálica. Matou entre um terço e metade da população nacional e deixou o país mergulhado no caos. A cada geração apareciam novos surtos, o que se prolongou até ao final do século XVII. De entre estes, alguns tomaram dimensão de epidemia. Porém, este primeiro foi o pior caso.

1569 - Grande Peste de Lisboa - Nova epidemia de peste negra, a qual foi particularmente preocupante em Lisboa, onde chegaram a morrer cerca de 600 pessoas por dia, num total estimado de 60.000 vítimas mortais.

1650 - Última epidemia de peste negra em Portugal.

Do século XIX em diante há mais informações. No entanto, não é só pelo conhecimento mas pela ocorrência que se pode concluir que este século e as primeiras décadas do seguinte foram o período mais crítico no que respeita a epidemias.

1833 - A cólera-morbo chega ao Porto durante o cerco aquando da Guerra dos Dois Irmãos, trazida por soldados provenientes da Bélgica para reforçar as hostes de Dom Pedro IV. Desconhece-se o número de vítimas mas terão sido mais que a causada pelo conflito que opunha liberais a absolutistas.

1855 - Inicia-se em Maio outro surto de cólera-morbo que alastrou a todo o país. Durou até 1857 e são conhecidos pelo menos 22.700 mortos.

1895 - Novamente a peste negra em Macau, grassando aí até ao fim do século. Talvez a partir daí, chegou ao Porto em Junho 1899, onde se prolongou até Janeiro de 1900. Apesar de tudo, dos 326 casos conhecidos nesta cidade, há a lamentar 111 mortos.

1917 - Tifo exantemático - novo tipo de febre tifóide. A epidemia prolongou-se desde Dezembro deste ano até Agosto de 1919, cifrando-se em 1481 mortos de 9035 infectados conhecidos.

1918 - Simultâneamente ao tifo, espalharam-se outras duas doenças, ambas de Junho a Dezembro. Uma foi a varíola, cujo número de infectados e mortos é desconhecido, em muito por causa da agressividade da outra doença, que abafou esta. A gripe pneumónica, conhecida por gripe espanhola, terá matado, de acordo com as estimativas da época, cerca de 59.000 pessoas. Porém, estudos mais recentes apontam para 135.257, de acordo com o estudo de Maria Antónia Pires de Almeida para o ISCTE.

Se formos a ver as medidas adoptadas durante estas epidemias e outros surtos que entretanto se verificaram  nos séculos XIX e XX, verificamos que são idênticas às estabelecidas hoje em dia: encerramento dos estabelecimentos de ensino e da generalidade dos serviços públicos, bem como muitos dos estabelecimentos comerciais e de hotelaria e restauração; cancelamento de eventos desportivos e culturais, missas, procissões, romarias, feiras e mercados; montagem de cercas sanitárias e hospitais de campanha; limitações às deslocações e acessos a lugares; quarentenas obrigatórias; indicação para as populações ficarem em casa; recomendações de higiene; tratamentos, dentro do possível em cada época; entre muitas outras, só para citar algumas.

«Em equipa vencedora não se mexe», certo?

O que há a reter nisto tudo é que este caso não é novo e soubemos aprender, de tal forma que os surtos têm sido menos graves do que foram em épocas recuadas. Em geral, as epidemias tiveram facilidade em grassar devido à falta de higiene, fome, miséria e instabilidade causada por guerras e convulsões sociais. Com cautelas, higiene, boa alimentação, paz e tratamentos, tudo se passará sem tragédias ou problemas de maior e cá estaremos para perdurar e fazer dos tempos que hão-de vir épocas melhores. Sobreviveremos, como outros antes de nós.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Soltar presos? Humm...

Foi renovado, e bem, o estado de emergência. Porém, de entre as novas medidas apresentadas, uma há que tem levantado uma série de questões. O Governo pretende libertar presos como forma de evitar a propagação da pneumonia viral nas cadeias. Porém, quanto a mim, e acredito que para muitas outras pessoas, esta é uma péssima ideia. Isto pelas seguintes quatro razões.

1 - Segurança dos próprios prisioneiros -  Parece-me lógico que manter os reclusos nas prisões é uma forma de os manter afastados do novo coronavírus. Há quem diga que a sobrelotação das prisões pode levar a que, havendo um contágio, a doença depressa alastre entre presos, guardas e outros funcionários. É verdade. Por isso, seria sensato fazer era exactamente o contrário, cancelando e mesmo proibindo as saídas precárias e que tais, bem como cancelar provisòriamente as visitas, tomar medidas sanitárias básicas, fazer desinfecções frequentes, usar meios de protecção e fazer controlos mínimos à entrada e saída dos estabelecimentos prisionais. A médio prazo seria indispensável contratar mais pessoal e construir novas prisões, algo de que há muito se fala. É que os prisioneiros não são muitos, o que não falta é gente que devia estar presa, as prisões é que são poucas.

2 - Penitência - Quem comete um crime, deve cumprir a pena a que foi condenado. Em Portugal desabituámo-nos a isso mas é assim é que é justo e tem de ser.

3 - Legitimidade - Com que autoridade vai ser detido e preso qualquer desrespeitador do estado de emergência quando, ao mesmo tempo, se libertam presos? Não faz sentido, é o total descrédito do Estado. 

4 - Impunidade - Libertar prisioneiros só vai ajudar a acentuar e confirmar o clima de impunidade que tem minado o país nas últimas quatro décadas. Se já hoje se acredita que se pode fazer tudo e mais alguma coisa sem esperar qualquer consequência, que mão no país terão as autoridades se o próprio Governo der o aval a esta derradeira desresponsabilização? Lembremo-nos que a justiça sempre foi a base da manutenção de qualquer sociedade e a principal competência e dever dos soberanos desde o início da Humanidade.

Ai, ai, ai...

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Bolsonarices (só mais uma vez... de inúmeras)

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, parece tentar rivalizar com Trump no que respeita a dizer e fazer asneiras. Desvalorizando a presente pandemia, tem dito toda a espécie de disparates e não só recusa medidas de contenção e combate à doença como pretende ver é toda a gente na rua, a trabalhar, de preferência. Ele próprio tem aparecido rodeado de pessoas.

Recentemente disse que «todos temos de morrer um dia».

É verdade, concordo plenamente. Talvez ele devesse continuar a dar mais uns abraços e beijinhos e dar o exemplo de morrer que é para nós vermos se terá sido mesmo boa ideia.

Posso adiantar uma resposta a esta dúvida? Acho desnecessária, certo?

Vá lá, pessoal, toca de ter juizinho e protegermo-nos a nós e aos outros e que a caca, não o novo coronavírus, esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!