sábado, 4 de abril de 2020

Cinema Purgatório: «1941 - Ano Louco em Hollywood»

Vamos desanuviar um pouco mudando de tema. Acho que todos nós estamos fartos de ouvir falar em COVID-19.

Faz hoje uma semana, passou na R.T.P. Memória um filme que muito me fez rir. Aliás, há muito tempo que não me ria assim. Talvez desde algum «Sharknado» ou «Shaollin Soccer», sei lá.

Steven Spielberg é um génio do cinema, conhecido pelos sucessos de«E.T.», «Tubarão», «Hook», «Goonies»,  «Parque Jurássico», «Gremlins», «Regresso ao Futuro», sei lá, tantas maravilhas coroadas pela imperdível saga de Indiana Jones. Sim, eu sei, também fez coisas mais estranhas, como aquela falhada adaptação d'«A Guerra dos Mundos», e trágicas, de entre as quais «Munique», «Resgate do Soldado Ryan» ou «A Lista de Schindler». Portanto, tirando temporadas pontuais mais depressivas, introspectivas ou simplesmente infelizes, o Mestre Spielberg soube levantar o ânimo, com agrado e sentimento de confiança, dos espectadores. Não há quem se sinta em baixo depois de ver a maioria daquilo em que o homem teve a felicidade de pôr a mão! Contudo, ninguém estava preparado para a onda de bom humor, qual maremoto de gargalhadas, que com brutal impacto atinge quem vê «1941 - Ano Louco em Hollywood».

 O filme, gravado em 1979, o que pode querer dizer muito, é baseado num facto real mas que se passou em 1942, não 1941. A 7 de Dezembro de 1941 deu-se o ataque a Pearl Harbor e os Estados Unidos da América entraram numa vaga de paranóia, receando serem atacados por forças japonesas a qualquer instante. É neste clima de nervosismo que alguém alega ter-lhe parecido ver algo a sobrevoar o céu de Los Angeles na noite de 25 de Fevereiro de 1942. Num impulso, iniciam-se os disparos e toneladas de armamento, de entre as quais mais de 2000 projécteis de 5kg, foram usadas naquela noite contra qualquer coisa que o mais provável é que não fosse nada, até porque nunca nada se encontrou ou sequer se viu em concreto. No meio desta loucura, morreram seis pessoas, o que não foi mau, tendo em conta todo o estardalhaço, que podia ter acabado numa tragédia de proporções catastróficas. O episódio ficou conhecido como a «Batalha de Los Angeles», uma espécie de versão americana mais avacalhada e não tão desastrosa da nossa Guerra do Mirandum.
Fotografia real da «Batalha de Los Angeles», então veiculada na imprensa. Notem-se as tracejantes, o fumo das explosões e os focos de luz.

Pretexto ideal para um avacalho cinematográfico total. Em «1941», um submarino japonês alcança a costa americana dias após o ataque à base de Pearl Harbor. O objectivo é atacar uma posição emblemática do estilo de vida dos Estados Unidos que cause um sentimento generalizado de desmoralização entre a população norte-americana. O alvo escolhido foi Hollywood. Só que há dois problemas. Por um lado temos um submarino de fabrico nazi com instrumentos suíços mas muito rascas. Por outro, o desconhecimento quanto à localização de Hollywood, que julgavam ser na zona costeira, quando afinal é no interior. Começam então a haver avistamentos de japoneses e de outros confundidos enquanto tais. Se a isto juntarmos um concurso de dança que dá para o torto, uma secretária com um fetiche por aviões e um piloto aviador mais ganzado na ficção do que o actor que o interpreta era na realidade, então temos a receita para uma barrigada de riso imprópria para quem padece de incontinência.

Parece-me a mim que, parvalheira à parte, este filme pode ser entendido como uma crítica à paranóia e gosto por armas características dos Americanos. De resto, a acção é galopante e a conduta das personagens parece errática, sem lógica nem sentido. Mas e daí? Quem não gosta de umas boas cenas de pancadaria à antiga, explosões a montes e raparigas com vestidinhos todos pipis?  É como ver o «Prato do Dia» só que com a Filipa Gomes a cozinhar no meio de tiros e murros.

Veredicto: se achas que a tua bexiga não aguenta, usa umas fraldas mas, por amor de Deus, se queres passar um bom bocado, vê este filme e vais ver que não só não te arrependes como vais ficar a trautear a marcha que o fez John Williams durante dias a fio.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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