quarta-feira, 17 de abril de 2019

Mais uma vez os combustíveis

Que emoção, parece que estamos a reviver os dias do bloqueio dos camionistas, em 2007!

Emoção? Muitos não lhe chamarão assim. Têm razões para isso. À semelhança de então, a presente greve dos motoristas de transportes de matérias perigosas tem paralisado o país por via da falta de combustível. E ainda só vamos no terceiro dia do protesto! Por consequência, para além de alguns desacatos e atrasos nos transportes e serviços, outros bens de consumo devem vir a sofrer quebras nas disponibilidades aos adquirentes ao mesmo tempo que os preços terão uma previsível subida dos preços, se não houver acordo entre as partes.

E porquê emoção? Porque é nestas ocasiões, tal como há 12 anos, que se torna evidente a enorme vulnerabilidade do sistema e a sua dependência dos combustíveis e surgem os respectivos questionamentos. Já nessa altura (como já lá vai tanto tempo...) se discutiu aqui a matéria e tudo me aponta para a mesma conclusão.

Certo, os combustíveis fósseis não são solução. Aliás, são o problema. Que alternativas então? Ora há os biocombustíveis. O problema é que, embora emitam menos gases poluentes, emitem-nos à mesma, pelo que são bons mas para uma fase de transição, para máquinas que já trabalhem com combustíveis mas se pretenda que passem a usar outros menos marcantes para o ambiente pela negativa.

Gás. E porque não? Há métodos de produção de gás a partir de fontes não fósseis. Só que coloca-se o mesmo sobredito.

Electricidade, a preferida dos amigos do ambiente. Problema é esquecerem-se que não há ainda uma verdadeira cadeia de tratamento de baterias usadas, que requerem o uso de matérias perigosas, como o chumbo e o electrólito, para não falar no plástico que as estrutura e reveste. Mais digo: como se viu no «Sexta Às Nove» do passado dia 12, o lítio é um componente crucial para qualquer bateria que se deseje poderosa e duradoura mas o custo ambiental e social da sua exploração é pesado demais, o equivalente a uma chaga hemorrágica com tendência à gangrena. Portanto, ou se descobre outro material e outra técnica ou a hipótese, à partida apelativa, depressa se verifica um fracasso.

Nuclear? Não, obrigado! (Será que o Jacques Chirrac ainda se lembra disto?) É demasiado perigoso e as consequências remetem-se para um muito e complicado longo prazo.

Muitas outras opções há mas, para já, fiquemo-nos por aqui.

Portanto, que fazer? Aponto três hipóteses.

1 - Usar os recursos disponíveis de maneira sensata. Claro que dizer isto a um consumidor voraz ou a um empresário do petróleo é o mesmo que um comerciante não querer receber pelo que acabou de vender ou dizer a um cão esfomeado para não comer um biscoito. Porém, vale sempre a pena incentivar o uso de bicicletas e transportes públicos e a prática de caminhadas. Aliás, por alguma razão temos pernas e pés. Prefira-se o uso de engenhos manuais ou movidos por fontes renováveis, reduzindo o daqueles movidos a combustíveis fósseis ao necessário. Ao mesmo tempo, urge levar adiante um verdadeiro, sério e intenso programa de reflorestação geral de Portugal e, porque não, do Mundo. É crucial como forma de controlo ambiental e forma de minorar os efeitos da poluição atmosférica.

2 - Usar várias fontes energéticas. Tal como na lavoura, em que a monocultura esgota os terrenos em determinados nutrientes, empobrecendo o terreno e propiciando o desenvolvimento de doenças e pragas, também neste sector se vê que, estando tudo dependente dos derivados do petróleo, os problemas surgem assim que ele escasseia. Portanto, havendo uma multiplicidade de fontes, a vulnerabilidade seria inferior.

3 - Não direi em tudo, até porque é evidente que não seria possível, mas para deslocações mais curtas e certa gama de trabalhos, porque não esta solução que eu já tenho referido e podia ser regeneralizada?

Eu sei, é esta a parte em que toda a gente se ri e diz que eu sou parvo. Contudo, creio que essas afirmações provêm tanto do desacostume como da impraticabilidade de acomodações para as bestas em grande parte das actuais áreas urbanas e do facto de nos termos habituado a ver algumas viaturas de tracção animal de mau aspecto e funcionalidade degradante tanto para o animal que lhe dá o movimento quanto para o(s) que é(/são) transportado(s). Esquecem estes que outrora existiram veículos elegantes e alfaias de trabalho com uma sofisticação com que hoje só se sonha ou recorda em museus e entre os idosos que tiveram a ventura de usufruir deles. Que poderia hoje haver se as técnicas e os materiais tivessem aperfeiçoado e as regulamentações tivessem melhorado?

É só um conjunto de sugestões que pode ter alguma aplicação, cada uma no seu contexto.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Aborrexit

Será que não há quem dê uma mãozinha ao Reino Unido e o ajude a sair de vez da União Europeia? É que desde há coisa de um ano que pouco mais se fala na comunicação social que do chamado «Brexit». «É já daqui a 9 meses, 3 semanas, 5 dias, 18 horas, 34 minutos e 51 segundos!» «Vai ser votada uma 345ª moção sobre a saída sem acordo ou com acordo limitado e restringido ao raio que o parta na Câmara dos Comuns do Parlamento Inglês.» «Chumbada a nova proposta sobre o que quer que seja relativo ao processo de saída da União, em Westminster.» «Mais um adiamento para a saída do Reino Unido, agora para 30 de Fevereiro de 30020.» «As olheiras da Theresa May são tão grandes que ela já se parece com a Angela Merkel.» «Brexit, Brexit, Brexit...» 

AAAAAAAH!!! NÃO HÁ PACHORRA!

Porque é que aqueles palermas não se deixam de reticências e hesitações e pura e simplesmente deixam a União Europeia? Eu sei que as pessoas em geral não me concedem a razão mas insisto que, à partida, o Reino Unido tinha tudo a ganhar em sair da União. Basta lembrar, entre uma miríade de outros factores, que é um dos maiores contribuintes para o orçamento comunitário, pelo que a saída de riqueza neste campo cessaria com o fim da ligação a Bruxelas. Deixavam de correr uns quantos subsídios, claro. Mas e daí? Ao invés, não teriam mais os burocratas federalistas de Bruxelas a mandar e desmandar nos assuntos internos. Tudo mais é pura especulação, até porque o Reino Unido não pertence ao Espaço Schengen e tem uma gestão de fronteiras própria. O problema é que permitiu-se que se falasse demasiado no assunto e durante demasiado tempo. A incerteza é um repasto inflamável para qualquer teoria de cenário catastrofista e a questão tem sido propositadamente ampolada de modo a fazer parecer que qualquer episódio de secessão dentro da União Europeia é trágico, dramático e de consequências apocalípticas.

Portanto, e quanto a mim, a primeira coisa que deveria ser feita seria a demissão da Primeira-Ministra Theresa May, que tem gerido mal o assunto, ao qual parece ter reduzido, ou pelo menos destacado, com infelicidade a sua governação. E como o Parlamento Inglês também não se tem portado muito bem, nada melhor que clarificar a situação com eleições legislativas. Em terceiro lugar, definir uma data para a saída. Nada de adiamentos, é chegar ao dia e pôr um ponto final na malfadada relação. Se há acordo ou não com a União, quanto a mim, é irrelevante. Se não o há, logo se negoceia depois com cada uma das partes envolvidas, sejam estados, empresas ou particulares. De resto, pouco ou nada muda.

Vá lá, vamos dar o passo em frente que já ninguém aguenta mais esta lenga-lenga. Até os mais cépticos verão de futuro que, apesar de tudo, a melhor coisa que podia ter acontecido às nações britânicas foi terem virado costas à União Europeia. Pena é nenhum outro lhe seguir o exemplo, e há quem razões tenha avondamente para o fazer. Deverei nomeá-los? Será necessário mesmo?

Continuo a dizer: a União Europeia deveria ser uma plataforma de entendimento e cooperação entre estados independentes e não uma espécie de conjura centralizada pró-federal. Nos moldes actuais, não há futuro possível.

Avante, Bretões!

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Hora, mudar ou não mudar? Brevíssimas considerações

Estamos de novo e desde há algumas semanas em horário de Verão. Pois é, a hora mudou. Entretanto, o Parlamento Europeu aprovou a proposta que visa o fim das mudanças de hora, ora para a de Verão, ora para a de Inverno. Quer isto dizer que, a partir de 2021, o horário vigente vai passar a ser sempre o mesmo, tal como já era até há umas décadas atrás. Claro que, como não podia deixar de ser, logo uma série de entendidos veio declarar um rol de malefícios da medida, apesar de uma sondagem indicar que 85% dos Portugueses ser contra a mudança de hora.

Ora bem: o simples conceito de «mudar de hora» já de si é parvo.  Não tem lógica nem faz qualquer sentido visto que o tempo é sempre o mesmo, uno e constante, independentemente do que diga qualquer Einstein das Couves. Note-se que aqui eu não me refiro a matérias de Física.

Depois é o aspecto prático da coisa. Dizem que é por uma questão de poupança energética. Esquecem-se é que a electricidade, por exemplo, que se poupa num período, acaba por ser despendida no outro. Logo, nada se poupa. A única praticabilidade que encontro neste costume bizarro é a facilidade com que se constitui uma espécie de comédia irritante às custas de gente que chega demasiado cedo a um sítio numa altura do ano ou atrasadíssima noutra, esquecendo-se do estúpido detalhe de que algum cromo do passado, daqueles que têm a cola tão ressequida que já não pegam na caderneta nem com Super-Cola 3, se lembrou que seria baril deixar os outros atarantados com pôr os relógios a andar mais para a frente ou no sentido retrógrado e com as imensas discussões que isso geraria nos dias anteriores quanto a se a hora adiantava ou atrasava quando no fim aquilo é sempre a mesma enorme e fétida porcaria. Se o objectivo prático era esse, então foi bem sucedido porque só o constante falatório sobre o «Brexit» consegue ser mais irritante que duas velhotas em debate quanto a se a hora muda para a frente ou para trás. Não muda, nós é que mudamos!

Mas há aqueles que dizem que, se a mudança de hora acabar, nós vamos andar muito atarantados. Acordamos e levantamo-nos de noite, o nosso relógio interno fica desregulado, a síntese de Vitamina D desequilibra-se, nós ficamos passadinhos dos carretos e com aspecto de Drácula e é o colapso da economia e da sociedade e o fim do Mundo em cuecas. Talvez essa malta se esqueça que, antes de começarem as mudanças de hora, já existia Humanidade, sociedade, civilização até e nada daí advinha ao Universo. Mas isto sou eu que digo, talvez seja melhor o leitor confirmar. 

E se a hora deixar mesmo de mudar? Uns dizem que deveria vigorar o horário de Verão. Outros, o de Inverno. Há argumentos para todos os gostos a favor e contra mas não há pachorra para tal maçada.

Em suma, por favor, acabe-se mas é com esta tolice de fazer os relógios saltitarem num constante avança-recua! Acabam-se as confusões, as re-habituações, os atrasos ou adiantos e ponho as minhas mãos no fogo em como nenhuma consequência nefasta o restauro desta ordem horária trará. Quanto a que horário deverá ficar, porque não o mais próximo possível à hora solar, que é a que é a natural, ou seja: o de Inverno? Não faz mal nenhum ir para a caminha mais cedo e levantar com o nascer do Sol ou antes disso. Já lá diz o provérbio que «deitar cedo e cedo erguer, dá saúde e faz crescer». Não há nesta hora qualquer mal e tudo é uma questão de hábito.

Senhor Primeiro-Ministro e demais senhores governantes. Sejamos sensatos e acabemos com esta troca-baldroca relojoeira, como já em tempos António Guterres levou a cabo. Cedo vós mesmos, que vos mostrais avessos à decisão, vereis que é muito prático e benéfico e é tão simples quanto não fazer nada.

Que a caca esteja convosco! 


P.S.(faz sentido, que é quem está no poder): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!