segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Boas oportunidades de negócio

Sim, é verdade, tenho andado muito viajado desde há uns tempos para cá. Não é que eu queira, posto que grande valor atribuo ao sossego, mas a necessidade a tal me obriga. Ora ao longo das minhas jornadas tenho-me deparado com algumas situações que, se não fosse eu ser o eterno teso de primeira apanha, decerto me constituiriam boas oportunidades de negócio. Fico pois eu a pensar que, se o seriam para mim, também o deveriam ser para outrem. Portanto, convosco, estimados camaradas de pombal, partilho três exemplos.

1 - Casa Pepe - Situada mesmo à entrada de Santa Clara-a-Velha, Concelho de Odemira, fica, do lado esquerdo da rua, aquele que até ao ano passado era o mais prestigiado restaurante, café e pequena pensão da zona e arredores. Outrora almocei lá um punhado de vezes e a casa estava sempre cheia a abarrotar. Na seguinte morada, encontram-se mais informações sobre o estabelecimento.

http://boacamaboamesa.expresso.sapo.pt/boa-mesa/guia-restaurantes/casa-pepe-17870

Segundo o que me foi dito, não foi por falta de clientela que a casa fechou mas por opção dos donos em mudarem-se para Lisboa, a ser verdade o que me disseram. Como é o único estabelecimento do género por ali, é garantido, creio eu, que só um palerma que ali invista é que não leva o empreendimento de rumo a bom porto.

2 - Pousada de Santa Clara - Não muito longe da aldeia supracitada, há a Pousada de Santa Clara, localizada mesmo à beira do paredão da barragem e com uma vista deslumbrante para o enorme espelho de água sustido por entre múltiplas elevações e irregularidades do terreno tão suaves como os mais belos e inspiradores contornos anatómicos das nossas congéneres femininas. Para além do grande edifício e suas naturais dependâncias, posssui vários anexos de lazer, como jardins, piscina e instalações desportivas. Pertenceu ao Estado mas já se sabe como é que são os nossos ilustres governantes. Há anos foi adquirida pelo Grupo Pestana, tal como todas as outras pousadas públicas. Porém, os novos proprietários optaram pelo seu encerramento, há cerca de dois anos. Era um lugar muito concorrido e que empregava muita gente. O fecho desta pousada e da Casa Pepe ditaram a morte de Santa Clara-a-Velha e das povoações vizinhas. Agora está à venda mas também há a opção do arrendamento. Eis mais algumas informações sobre ela aqui:

 http://www.aportugal.com/pousadadesantaclaraavelha/index.htm

Também será importante ver estas fotografias:

 http://www.riomira.com/index.php?option=com_content&view=article&id=6579:pousada-de-santa-clara-ao-abandono&catid=14:turismo

Ouvi há algumas semanas dizer que houve quem tivesse adquirido o imóvel. Se é verdade, tanto melhor. Se não é, então exorto-vos, leitores de posses, a investir neste desafio decerto engrandecedor para o prestígio, o ego e as algibeiras. Seque-me já o charco se me estou a enganar!

3 - Cine-Teatro João de Deus - Manilhas, esta é dedicada a ti. Na artéria principal de São Bartolomeu de Messines, Concelho de Silves, que é a Rua da Liberdade, fica uma das mais castiças e estereotipadas recordações da época áurea do cinema: o deslumbrante Cine-Teatro João de Deus. Está encerrado desde 2012 mas mantém uma característica fantasmagórica quase arrepiante. Por cima da porta de entrada, logo abaixo dos cartazes dos filmes, o painel electrónico continua a fazer passar os horários das sessões. Aqui nesta terra e nos arredores, mesmo até nos concelhos vizinhos, se alguém quer ir a um cinema ver um filme, tem de se deslocar dezenas de quilómetros, léguas, meus caros, e ir até à Tavagueira, antes da Guia, Concelho de Albufeira, ou até Portimão! Até de Odemira e Almodôvar vão! Portanto, quanto venturoso não seria um investimento de um independente num negócio destes? Mesmo até para uma grande cadeia. Ocorre-me agora, por exemplo, que a Castello Lopes perdeu quase todos os cinemas que explorava. Porque não adquirir ou arrendar este espaço e devolver-lhe o charme e a animação de tempos idos?

Aqui ficam as minhas sugestões e só não ficam as intenções porque, como é sabido, eu sou o sempre teso.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

A Câmara de Albufeira não aprende...

Tenho andado por muitos lugares e chamado por vezes os responsáveis à atenção para certas situações que considero irregulares ou alvo de melhoramento. Uma delas teve a ver com a Câmara Municipal de Albufeira, entidade em muitos aspectos considerada em geral problemática. Não sou eu que o digo, é algo de tão senso comum quanto a fama de «capital do turismo». Porém, neste caso, como noutros que muitas outras pessoas alertaram, parece que o efeito foi o inverso do lógico. Pelos vistos é preferível ignorar conselhos, não é? Pois assim a edilidade corre o risco de não vir a ter conselho se o vier a procurar, seja onde for, e de ter quem lhe acuda quando mais necessitar. Se não o esperar dos seus munícipes, nos quais eu não me incluo, há-de esperá-lo de quem? Depois não diga que eu não a avisei, como antes já o fiz, e que, qualquer dia, o Concelho fique ingovernável. É que até parece que é essa a intenção!

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Este lugar triste que habito

Eu moro num sítio triste. Habito num lugar de aspecto feliz mas de onde há muito tempo a alegria fugiu. Aqui trazia eu as ovelhas a pastar quando eu era um jovem ovelheiro. As antiquíssimas árvores que nos abrigavam e davam pequenos petiscos foram arrancadas para dar lugar a casario e parque de estacionamento. Uma sobrou, uma oliveira centenária, e novas foram plantadas. Em vez do bucólico gado há agora gente triste. Uns são tristes porque nisso os tornaram e outros são-o porque nisso tornam os outros.

Aqui há quem dê presentes aos vizinhos e lhes mostre simpatia mas com o único intuito de vir a tirar proveito da situação, usando e manipulando os fracos e incautos. Quando estes já para nada serves ou se tornam em empecilhos, são deitados fora pelos primeiros. Com sorte, passam a ser como se não existissem. Aqui há delito de opinião. Quem diz o que pensa é censurado. Se fala a verdade, é punido com a ostracização. É que é preferível a esta triste gente aceitar como facto uma mentira e acreditar piamente nela, sabendo que é aldrabice, se esta servir os seus interesses. No lugar onde eu moro, cumprimentar é uma acção suspeita pois quem o faz, consoante a conveniência de quem o recebe, ou tem o silêncio como troco ou é acusado de ser hipócrita. Há quem não goste dos sons da Natureza. Não se pode ter sequer um pássaro sem que não tenhamos os guardas a baterem-nos à porta. Uns fazem o que lhes dá na gana, mesmo que prejudiquem os outros e o bem comum, mas nunca deixam de serem vizinhos exemplares e dedicados. Ao invés, quem é respeitador para com os outros e as instituições é visto como uma ameaça. Consequentemente, é odiado por uns e dele os outros fogem, não vá alguém sofrer as consequências de ser visto a confraternizar com um «perigoso». O visado chega ao ponto de evitar conviver com os outros para não lhes causar problemas. Neste sítio onde moro, as pessoas que julgamos serem correctas são parasitas sociais ou lacaios simbiontes tácitos destes.

Sob a aparência dum lugar simpático, existe um ponto de insalubridade urbana e cinismo dissimulado, onde a atmosfera pesada de falsidade e falta de união fazem desejar a solidão a qualquer um em vez de tão indesejadas companhias. Há aqui boa gente, é inegável, mas a conduta de alguns outros e o negrume da consequente envolvência actuam como um buraco negro emocional, sugando qualquer réstea de animação de todo o ambiente em redor. Neste sítio, já só as frondosas árvores eram motivo de contentamento para as almas ensombradas pelos desalentos quotidianos. As jovens tipuanas, com o seu verde radioso polvilhado de numerosas flores amarelas, e a oliveira anciã, marco quer da divisão de três terras quer da abundância de excelsas azeitonas e deleite à vista.

Quando certa noite cheguei a casa e vi todas as árvores do arruamento cortadas, aquelas sob as quais os miúdos brincavam e os graúdos conversavam e sob as quais se planearam futuras jantaradas, vi mais que cepos esvaindo-se em seiva, vi definitivamente morto o último resíduo de alegria e união desta malfadada urbanização. Não foram as folhas caídas ou o passeio levantado e irregular que as sentenciaram, foi a mesquinhez e a trica. É que aqui usam-se pretextos para fazer algo como modo de atingir alguém. Desta vez, como noutros, eu fui um dos atingidos. E ali, ao ver o vazio daquela rua desarborizada, vejo também um vazio de bondade. Pode tudo até não ser bem assim e ser muito disto mera impressão minha mas a nudez deste espaço conjugada com o o seu ambiente não me conseguem fazer chegar a outra conclusão. Um lugar tão negativo não é o meu lugar. Nada mais de bom lhe consigo dar e nada mais de bom nele vejo. Aliás, este lugar está a fazer de mim e dos meus pessoas piores. Resta-me apenas demandar a alegria antes que este lugar triste me torne tão triste quanto ele próprio e parte dos que nele moram.

No final, deixo aqui a questão. Os meios urbanos estão a perder as suas características de aldeias em ponto grande e muitos já o perderam mesmo. Tornam-nos pessoas sós, introvertidas, egocêntricas, em suma, infelizes sem darmos por isso. Num mundo em que se privilegia o individualismo e a competição, quantos lugares tristes ou mais que este não existirão? Urge revalorizar a camaradagem e a cooperação em prol da felicidade.

Tornarmo-nos boas pessoas e fazermos da nossa morada um lugar feliz está nas nossas mãos e nas de todos.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Nós estamos mas é feitos ao bife com esta maltinha...

Às vezes dizem-me que eu me fartava de criticar o Sócrates e a sua maltasa mas nada digo sobre o Coelho e afins. Isso deve-se a uma razão muito simples: eu fico sem palavras, incrédulo com a realidade. Talvez eu esteja a ser injusto, até porque governar em crise é difícil, pelo que lhes vou dar o benefício da dúvida. É que eu ainda não consegui compreender se o Governo é incompetente em proporções épicas ou se está a fazer de propósito para arruinar o país. Porquê? Ora então vejamos.

Em primeiro lugar, os seus membros mordem-se como cães danados e acho que nem com uma sobredosagem de vacinas contra a raiva a coisa ia ao lugar. Em segundo, o executivo liga mais à política externa do que à administração do país. Terceiro lugar. Até podíamos dizer «ainda bem, se eles nos governassem como tratam dos negócios estrangeiros, estaríamos muito bem lixados». O pior é que eles fazem-no tão mal ou pior. Queres fazer justiça, mandares o puto para a escola, tratar da tua saúde ou até pagar a ranchada de impostos a que és obrigado? Não querias mais nada! É que esta malta encerra e elimina serviços que nem as pragas de gafanhotos numa horta. Por isso, se queres usufruir de alguma destas funcionalidades, por muito degradadas que estejam, despacha-te porque qualquer dia nem boas nem más, é nicles.

Mais. A dívida do Estado é brutal e a débil economia portuguesa segue no encalço dos dinossauros. Que fazer? Que raio de pergunta... Aumentam-se os impostos, criam-se outros novos, encerram-se mais uns serviços e manda-se gente embora. Podia-se estimular a economia e o emprego aliviando a carga fiscal e burocrática sobre os trabalhadores e as empresas. Pois: com menos impostos a pagar, há mais capital disponível para gastar, logo consome-se mais, movimenta-se o comércio e, como há mais procura, há um incentivo a uma maior produção. Consequentemente, o próprio Estado arrecada mais receita porque há maior movimento e deixa de haver necessidade de fugir a impostos de vulto abusivo. Só que isso nem é chique nem é o que a Angela Merkel e o F.M.I. querem.

O défice aumenta? A economia fica mais estrangulada? O mercado negro e a fuga ao fisco proliferam? O desemprego e a emigração agravam-se? Claro! Mas e o que faz o Governo? Aumenta ainda mais a carga fiscal! Parece-me impossível que os seus membros não se tenham apercebido que estão a acabar de destruir o país. O mais surpreendente é que ninguém consegue derrubar o executivo, apoiado por uma assembleia paralisada e por um chefe de Estado compactuante. Mesmo que nos livrássemos deste Governo, para quem nos viraríamos nós? Para uns pseudo-socialistas em auto-destruição? Para um Bloco meio desintegrado? Para os comunistas?

Se o objectivo era ser tão mau ou pior que o Governo do Sócrates, parabéns, Passos Coelho & Companhia estão a consegui-lo. Se a isto juntarmos toda uma total decadência de uma sociedade sem valores nem referências culturais e morais, dependente daqueles que mais despreza, os idosos, depressa chegamos à conclusão que o fim das gerações mais velhas deixará parte da população numa situação ainda mais precária. Dadas as circunstâncias, é bom que os nossos governantes acordem, deixem os números da mão e olhem para o país real, aquele que existe para lá da janela e da resma de papéis, até porque os graves problemas financeiros do Estado e da banca são a menor das preocupações nos dias de hoje. É que é urgente fazer algo, dar uma volta radical ao estado de coisas, sob pena de, a curto prazo, estarmos metidos em muito maus caminhos, os quais só nos poderão levar a dois desfechos trágicos: ou o desembocar noutro regime autoritário e fortemente conservador, que nos forçará a fazer a mal aquilo que poderia ser feito a bem, ou pior, a desintegração da sociedade, com o respectivo colapso da nacionalidade.

Portugal que se cuide pois quer-me cá parecer que nós estamos é muito bem lixados.

P.S.: Se eu criar ou comprar um banco e roubar montes de dinheiro, será que também me safam à grande?

P.P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Eles depois que não digam que eu não avisei...

Aí há tempos, o Joanito, isto é, o bacano que era rei de Espanha, anunciou que estava acabado o seu tempo e que abdicava do trono a favor do seu filho, o agora rei Filipe VI. Imediatamente, houve uma maltinha que desatou a exigir a República como forma de chefia de estado, não de regime, como é costume dizer-se. Que gente era esta? Há quatro categorias:
1 - os defensores da antiga República, isto é, comunistas, anarco-sindicalistas e outra espécie de simpatizantes;
2 - franquistas, tipos que achavam que um palerma que arrasou o país com uma guerra absurda é que era bom e o João Carlos/Juan Carlos (como preferires chamar-lhe) traiu o seu antecessor ao não lhe dar a prometida continuidade;
3 - tipos que estão descontentes com o estado de coisas e vêem no Rei um bode expiatório pronto a sacrificar e que, por isso, querem o fim da Monarquia;
4 - republicanos, sejam conscientes ou inconscientes do que isso quer dizer.
Destes, só alguns da segunda categoria é que ainda se lembram da «outra senhora». Os outros são todos, como é que eu hei-de dizer sem os ofender, palermas, gente ignorante que não sabe do que fala e que, se tivesse conhecido a República do Franco e a Antiga
República ou sequer dado ao trabalho de ler um pouco acerca desses dois períodos, talvez desejasse nunca ouvir falar em República. E digo isto, eu, que não sou monárquico.

Ainda bem que essa pseudo-agitação sossegou e cessou. Vou ser absolutamente sincero. Em cada português reside aquele secreto desejo quase mórbido de ver desmantelado o senhorio de Castela na Ibéria mas temos de ser sensatos, ver as coisas como elas são e reconhecer o que é bom para todos, o qual tem de estar acima dos desejos particulares. Se não fosse o anterior monarca, a Espanha teria mergulhado numa nova contenda pela sucessão a Franco e/ou continuado numa ditadura que acabaria num conflito armado. Outro. A consequência natural do caos na Península Ibérica seria o fim de Espanha, o seu desmembramento. Embora isso viesse a conduzir a um novo equilíbrio de forças no território, mais favorável a nós, Portugal também sofreria graves consequências no imediato.

Portugal e Espanha não têm como se apartarem, o destino de um influencia o do outro. Claro que se a malta descontente e com muito tempo livre nas mãos continuar a fazer birra em Espanha e vier a pôr os reis a mexer, força. Galegos, bascos e catalães agradecem.

À família real espanhola aconselho a que ganhe juízo e se comporte com a dignidade que dela se espera. A estes gajos contestatários, aconselho a olharem para o exemplo português antes de fazerem também asneira.

Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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AVISO IMPORTANTE: DADO O ELEVADO TEOR EM EXCREMENTOS CORROSIVOS, NÃO SE RECOMENDA A VISUALIZAÇÃO DESTE BLOG EM DOSES SUPERIORES ÀS ACONSELHADAS PELO SEU MÉDICO DE FAMÍLIA, PODENDO OCORRER DANOS CEREBRAIS E CULTURAIS PROFUNDOS E PERMANENTES, PELO QUE A MESMA SE DESACONSELHA VIVAMENTE EM ESPECIAL A IDOSOS ACIMA DOS 90 ANOS, POLÍTICOS SUSCEPTÍVEIS, FREIRAS ENCLAUSURADAS, INDIVÍDUOS COM FALTA DE SENTIDO DE HUMOR, GRÁVIDAS DE HEPTAGÉMEOS E TREINADORES DE FUTEBOL COM PENTEADO DE RISCO AO MEIO. ISTO PORQUE...

A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!