quinta-feira, 30 de junho de 2016

O que faz falta: amaciador de pêlo

Há dois dias, era suposto dois representantes do Fundo Monetário Internacional terem participado na reunião do Conselho Económico e Social. Era suposto, está bem dito, porque não se dignaram a pôr lá os pés. Se calhar, temiam ouvir das boas tanto dos sindicatos como das corporações. Talvez por isso tivessem optado por recorrer à comunicação social. Um deles afirmou que a diminuição do horário de trabalho da função pública de 40 para 35 horas era um dado preocupante. É que se o trabalho feito em 40 horas pode ser feito em 35 pelo mesmo número de funcionários, então é porque há trabalhadores a mais. Logo, só há duas maneiras de resolver o problema: ou se reduz o ordenado ou se despede pessoal. Pode é dar-se ao caso de não haverem funcionários a mais. Nessa circunstância, terão de fazer horas extra que é para fazerem aquilo para o qual no horário reduzido não é suficiente, horas extra essas que têm de ser pagas. Portanto, para aquelas mentes iluminadas pelos cifrões, a única opção do Governo ao reduzir o horário de trabalho e não despedir ninguém seria a do costume, aumentar impostos.

Continuando na onda das patacoadas, ontem o Ministro das Finanças da Alemanha afirmou que o Governo Português se preparava para pedir um novo resgate. Se é verdade ou não, isso pouco interessa, pois fazer uma declaração dessas numa altura em que se deu a previsível vitória do não à permanência britânica na União Europeia e os sempre voláteis e especulativos mercados ainda estão a ressacar disso, não é das coisas mais sensatas, se é que eu me faço entender.

Que parvoíce terão dito hoje...

Não fosse termos tido a triste notícia da morte de Bud Spencer e ter-lhe-íamos pedido que fosse dar um correctivo a estes companheiros de língua tão solta para a baboseira. Assim, temos de recorrer aos Castigadores da Parvoíce. É que faziam mesmo aqui falta.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

terça-feira, 21 de junho de 2016

Deixá-lo sair, se quiser

Voltando à Inglaterra, continua ao rubro a campanha para o referendo quanto à permanência ou saída do Reino Unido da União Europeia e há em tudo isto alguns pontos que me causam confusão. Como por exemplo, continuo sem perceber, tal como aconteceu no caso do referendo à independência da Escócia, qual é que é mesmo a posição do Primeiro-Ministro, David Cameron. Fartou-se de ameaçar a União e fazer-lhe montes de exigências impossíveis e agora é impressão minha ou anda a fazer campanha pela permanência? Acho eu mas se calhar estou enganado.

Não deixa de ser curiosa a argumentação dos defensores da permanência, faz quase lembrar uma versão invertida dos que apoiavam a adesão ao euro. Ditam toda a sorte de sentenças apocalípticas, algo muito do género de: «se o Reino Unido abandonar a União Europeia, não há volta a dar, é irreversível, e as empresas multinacionais fogem todas daqui e o capital raspa-se para o estrangeiro e vai haver escassez de bens e os preços vão subir e os impostos vão aumentar e vamos morrer todos fechadinhos aqui porque não podemos sair de cá e nada vai conseguir entrar e vamos todos lerpar com claustrofobia e consanguinidade em alta escala e depois virá o Bicho Papão e os Cavaleiros do Apocalipse e dedicarem-se à necrofilia e a concertos de música pimba com os nossos cadáveres e vai ser o fim do Mundo em cuecas.» Calma, também não é bem assim.

Como é costume, há em toda esta discussão muita especulação. Na realidade muito pouco muda. Eis o que de mais importante há a assinalar.

1 - Moeda: Nicles. Nada muda. Lembremo-nos que a libra estrelina, moeda de referência e valor, circula no Reino Unido. Não há lá nada de euros.

2 - Circulação de pessoas e bens: O Reino Unido não aderiu ao Acordo Schengen. A relação com o resto da União apenas se trata em matéria de cooperação policial e judicial. O controlo para entradas e saídas daqueles países britânicos é muito diferente e apertado do que o verificado nos restantes casos, pelo que a eventual saída do Reino Unido poucas ou nenhumas alterações vai trazer para a «livre circulação de pessoas e bens».

3 - Economia: A matéria estùpidamente mais sensível, ou pelo menos aquela à qual é dada sempre mais atenção, sem que se compreenda bem porquê. Olhando para o que o Reino Unido dispende e recebe de Bruxelas, não é de esperar grandes mossas no orçamento. Os acordos comerciais, piscatórios e de outras naturezas naturalmente deixarão de incluir o Reino Unido no caso da sua saída da União Europeia mas não será lá por causa disso que há-de faltar o que quer que seja nas ilhas e domínios de Sua Majestade. Basta recorrer à técnica que antes se seguia: celebrar acordos com cada uma das partes envolvidas, os quais costumam ser mais proveitosos do que quando são celebrados com toda a União, visto que os parceiros pretendem sempre vender e explorar o máximo possível e importar ou deixarem-se explorar quanto menos melhor. Em consequência, e como não é de antever carências de materiais e capitais, não há razão para qualquer subida de impostos relacionada com a questão. Portanto, também nisso não se antevêem alterações significativas.

Em suma: pouco muda. Então se assim é, porquê tamanho alarido? É simples. É que há muita gente que depende da mama de Bruxelas. Acabada a permanência do Reino Unido na União, fecha-se a torneira dos fundos e subsídios comunitários. Por outro lado, é menos uma importante área de influência para os grandes da União, sejam os federalistas de Bruxelas ou a Chanceler da Alemanha, que sabem que o Reino Unido, como potência comercial e industrial que é e parceira de peso com os países da Commonwealth, é uma porta de saída para grandes e bons negócios. Mais e acima de tudo: como disse o Presidente da Comissão Europeia, a saída do Reino Unido abre um precedente que pode levar à desagregação da União Europeia. É previsível, olhando para a insatisfação de alguns estados-membros face a uma União cada vez mais ambiciosa, centralizadora, controladora e intrometida. Encaremos o facto: os estados-membros, não todos mas muitos, são independentes apenas no papel e a União é quem, de facto, dita as regras. O resto são balelas.

Posto isto, se o Reino Unido quiser deixar a União Europeia, deixá-lo sair. Erro nisso não há nenhum, a meu ver. Erro sim houve, como com Portugal, em entrar.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Albânia, continua... por favor!

E já que falamos do Campeonato da Europa de Futebol, eu gostaria de juntar a minha voz a muitas outras e dar o meu apoio à Albânia. Equipa? Qual equipa? Ah, nada disso. É que aquelas apoiantes são um espectáculo!
Que a caca esteja convosco!

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Matrioskas, realeza e pancadaria

Isabel II, a idosa e de aspecto gentil Rainha de Inglaterra, fez 90 anos e, como é costume, lá os militares fizeram a sua tradicional parada, a «trooping the colour», dia 11. Vai daí e, não sei se para festejar a ocasião, se pura e simplesmente porque sim, os adeptos ingleses presentes em Marselha, trataram de adquirir a sua habituais condições de esponjas e toca de emborcarem cervejas e afins em doses generosas. Mas a generosidade não se ficou por aqui. É que outros também se atascaram avondamente. Entre eles, os seus adversários de ocasião no Europeu de Futebol: russos. O resto, como dizia o fado, com as necessárias adequações:

«Vai Carcavelos e Porto
E depois está tudo torto
E começa o trinta e um.»

Uma provocação aqui, um mal-entendido ali, uma tosga garreona e está o caldo entornado, como se pôde ver, com grandiosas e degradantes batalhas campais, feridos, detidos, expulsos, esplanadas e montras reduzidas a escombros e avultados prejuízos. Valerá a pena percorrer milhares de quilómetros, fazer despesa e criar expectativas para apanhar uma bebedeira e andar à porrada, com sorte, sem consequências de maior? Não, sem dúvida.

Onde quer que haja ajuntamento de gente, há confusão, seja de que naturalidade for. Porém, parece que há mais inclinação para uns do que para outros. Parece-me que Sua Majestade merecia súbditos à altura da dignidade sua e do seu país, assim como a Rússia merecia naturais mais condizentes com a grandeza do maior país do Mundo, pelos vistos apenas em área. E o Campeonato? Bem, esse fica sempre a perder com espectáculos degradantes como este e outros que tais com os mesmos e outros protagonistas.

Às tantas, não foi ao acaso que a UEFA aumentou o número de participantes na competição. Era já a contar com os que haveriam de ser expulsos pelo mau comportamento dos adeptos. A Rússia não precisou... E os Portuguesitos... juizinho...

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!