Que é que se há-de fazer, eu adoro livros. Acho que são a mais prática, fácil, duradoura e acessível forma de guardar, difundir e perpetuar o conhecimento. Já alguém viu um livro «crashar», como os informáticos dizem, ou deixar de funcionar por falta de luz? São como a televisão, a Internet e, em última análise, as pessoas: encontra-se neles tudo, desde o mais interessante ao mais enfadonho, do mais correcto ao mais estranho. Tivesse eu mais tempo disponível e mais dedicava a eles. Claro que os meus olhos depois é que se queixam mas já se sabe como é que são os vícios, há sempre um senão.
Há tempos, andava eu a vaguear, em busca de um título interessante nas prateleiras de uma biblioteca e eis que dou de caras com um manuscrito, sim, aquela coisa raríssima que se faz escrevendo à mão, de 30 páginas intitulado «Teoria Científica Que Explica Porque É Que Dizem Que Os Alentejanos São Lentos». E esta, ein? Após uma detalhada explanação dos factores que interagem sobre o objecto de estudo, chega toda a argumentação a um corolário, uma tese sob a seguinte forma:
«(...) um alentejano é tanto mais lento quanto maior for a resultante das forças e factores que sobre ele actuam mais a relação do ritmo de vida do Alentejo comparado com o local de proveniência do forasteiro visitante e a lentidão do Alentejo é directamente proporcional à lentidão do conjunto de todos os alentejanos ou à aparente lentidão dos alentejanos do ponto de vista do forasteiro visitante embora este não contribua em nada para a lentidão do Alentejo e dos alentejanos mas sim para a sua aparente lentidão. Quer isto dizer que só as forças e factores que actuam sobre os alentejanos fazem com que eles sejam lentos. O resto é só aparência devido ao diferente ritmo de vida de, por exemplo, Serpa e Coimbra.»
Muito bem.
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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