Decorreram no passado dia 30 de Janeiro, anteontem, mais umas eleições legislativas, desta vez antecipadas. Se por um lado, muito ficou na mesma, por outro muito mudou. Vejamos então o novo panorama em traços largos.
O Partido Socialista voltou a ganhar, como era de prever. Só não era previsível era que o fizesse por maioria absoluta. Eu nunca pensei. Acho que nem o António Costa alguma vez pensou! Portanto, há tudo para mais quatro anos, que se espera serem de estabilidade. Quatro anos socialistas, para o bem e para o mal. Como eu disse, a hipótese menos má.
O Partido Social-Democrata não teve a votação que esperava, diminuindo a percentagem de votos e o número de deputados. À partida, parecia que ficaria atrás do P.S. mas mais taco a taco. No entanto, obteve mais votos que no anterior escrutínio, em que a abstenção foi superior. Rui Rio deixou o lugar à disposição. Vai ter mais tempo para o seu gato. Parece ter cessado o tempo dos moderados a liderar o partido.
O Chega, como era de esperar, tornou-se a terceira força política do país, ainda que sendo um partido um pouco à deriva e à procura de um rumo e uma identidade. Ascensão exponencial, cortesia da campanha negra generalizada de que foi alvo. André Ventura tem muito que agradecer a notoriedade que Ferro Rodrigues, Ricardo Araújo Pereira e outros lhe deram, ainda que a criticar. Para já, nenhum partido quer falar com o Chega. Mais cedo ou mais tarde, serão a isso obrigados.
O Iniciativa Liberal foi outro grande vencedor das eleições e espera-se vir a ser a nova bengala do P.S.D., uma vez eclipsado o C.D.S..
O Partido Comunista Português teve o pior resultado de sempre em eleições legislativas. Porque será? Seria importante uma discussão interna e um descolar do Bloco de Esquerda.
Os Verdes devem ter secado pois não conseguiram eleger um único deputado. É pena. Vou ter saudades da Heloísa Apolónia a desancar o Sócrates ou o Passos Coelho.
O Bloco de Esquerda também viu perder metade dos seus deputados. Não foi para mim qualquer surpresa. Surpreendente é continuar a eleger deputados desde 1999. Enfim, fenómenos do Entroncamento e não só... Curiosamente, o partido tem-se mantido muito calado sobre os resultados. Se Rui Rio e Francisco Rodrigues dos Santos estão à rasca, decerto Catarina Martins também estará.
O Livre conseguiu repetir a proeza de eleger um deputado.
Ao menos Rui Tavares respirará de alívio. O Livre está livre da Joacine... Hehehe! Confesso, é uma piada fácil.
O partido Pessoas Animais Natureza também só elegeu desta feita uma deputada, que é a sua líder, diminuindo a sua votação, como era de esperar. E até isso já foi uma sorte para algo que carece de programa e não é nem ave nem morcego.
O Centro Democrático Social quis «endireitar-se» e a coisa deu mau resultado. Nenhum deputado eleito. Paulo Portas quase destruiu o partido e Assunção Cristas seguiu-lhe as pisadas. O «Chicão» tratou de dar cabo do que sobrava. Outra coisa que o Chega agradece, já que muitos centristas tornaram-se cheguistas. Agora é que é mesmo P.P.: antes era o Partido da Puta, lugar cedido ao P.A.N., e agora é o Partido aos Pedaços.
De qualquer das formas, a ingovernabilidade foi adiada. No próximo escrutínio os eleitores dirão de sua justiça.
Que a caca esteja convosco!
P.S. (não o partido): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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