segunda-feira, 9 de março de 2015

Festival da Canção 2015... lá vamos nós outra vez...

Lá está mais uma vez a R.T.P. de parabéns por mais um aniversário. Como é costume, o dia de anos da velhinha televisão foi marcado por mais uma edição do Festival da Canção, algo que até há cerca de 15 anos, pouco mais ou menos, era um acontecimento de destaque. Hoje já não tem o relevo de outrora, consequência da maior variedade de meios de comunicação e entertenimento, das mudanças sociais e de alterações na natureza da música, mas continua a manter um certo charme, ainda que com frequência não se saiba onde é que ele pára. Contudo, há coisas que eu não consigo compreender.

Desde sempre que se disse que o vencedor do Festival iria representar o nosso país no Festival da Eurovisão da Canção mas acho que se tem dado um cada vez maior tratamento redutor ao nosso festival no que concerne a este aspecto. O Festival da Canção deve ser para escolher o melhor de Portugal, não um mero representante para a Eurovisão. Da maneira como se tem tratado o Festival, parece que não passa de uma pré-eliminatória da Eurovisão, quando, e à semelhança de qualquer outra competição, a ida para um torneio internacional deve ser a consequência de um triunfo a nível nacional, não oculminar dum mero trâmite. Existe uma certa falta de amor próprio da parte da organização que acho que ainda não se apercebeu que ao público pouco ou nada importa se alguém de cá vai para o Festival da Eurovisão, té porque é sempre certo e sabido qual é o resultado. Em última análise, eu nem sei porque é que ainda continuamos a mandar gente para o Festival da Eurovisão. Mas isto digo eu, que sou um paspalho qualquer.

No que diz respeito ao Festival pròpriamente dito, não sei se a canção que ganhou, «Há Um Mar Que Nos Separa», teria sido a indicada para a vitória.

Leonor Andrade, a jovem interprete agraciada com este triunfo, fez uma esplêndida demonstração dos seus dotes vocais aquando da prestação de excertos de temas antes da apresentação dos resultados, o que não aconteceu com o tema que levava a concurso. O mesmo sucedeu com Yola Dinis, que brilhou com uma magnífica demonstração das suas capacidades em iguais circunstâncias mas que não nos fez sentir a chegada das andorinhas com o seu «Outra Vez Primavera». Ambas têm bons dotes vocais mas os temas que apresentaram não eram os mais adequados às características das suas vozes e daí resultou que pareciam ter menos garganta que a que, de facto, têm.

José Freitas teve um outro problema, igualmente muito comum nos festivais, que é o de ter uma voz potente e capaz das maiores proezas, as quais soube demonstrar, e um tema que nem por isso era o mais adequado para o tipo de competição que é o Festival da Canção.

Falou-se muito de Simone de Oliveira e até de ser uma preferida mas, quanto a mim, esta é uma questão que não se coloca. Simone teve dois pontos a favor: a gigantesca estima e adoração que o público lhe tem e um tema que se adequa à sua voz. Porém, temos de ser sinceros e não podemos deixar de reconhecer aquilo que a própria grande Simone sabe, que a sua voz já não é como era outrora, aquando do «Sol de Inverno» e da «Desfolhada». Portanto, a sua participação tem todo o mérito que ela merece, nem que seja pela sua nova aparição num festival mais de 40 anos depois, mas só num contexto semelhante àquele em que a Sabrina ganhou é que ela também ganharia.

Na minha modesta opinião, a justa vencedora era Teresa Radamanto, com o seu «Um Fado Em Viena». O título é pretensioso, é verdade, mas não o é menos verdade que, de todos os temas, este «fado-valsa», como o classificaram, era o mais harmonioso, completo e bem interpretado de todos os doze temas apresentados. Boa composição, boa letra, ainda que de refrão um pouco repetitivo, e com uma intérprete dotada com uma habilidade, segurança e capacidade vocal de bem longe muito superior a qualquer outro concorrente. Há dúvidas? Então veja-se e oiça-se o tema. Quanto a mim, não duvido que é uma pena não figurar no lugar cimeiro dos Anais dos Festivais. Quantos anos não se passarão entretanto sem que tão boa canção e intérprete ressurjam? Bem, «o futuro a Deus pertence», como diz o provérbio.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!