A disseminação da pneumonia viral que nos assola hoje em dia tem tido, apesar de tudo, um efeito à partida inesperado. A obrigação de uma parte considerável da Humanidade em ficar confinada à sua residência provocou uma diminuição drástica do uso de veículos automóveis e muitas empresas de transportes públicos, em particular as companhias aéreas, que têm sido mais afectadas, reduziram consideràvelmente o seu tráfego ou paralisaram de um todo. Muita da indústria também teve de encerrar as portas a título provisório, ainda que indefinido. Desta forma, o consumo de combustíveis fósseis e a consequente emissão de substâncias poluentes quer para a atmosfera quer para os solos e as águas tiveram uma quebra significativa.
Graças a isso, temos podido assistir ao desaparecimento da característica névoa negra que obstrui a visão de muitas cidades por todo o Mundo, com particular notoriedade na China, ao regresso ao ar fresco e puro, aos aromas naturais e ao silêncio acompanhado do canto das aves em núcleos urbanos. A concentração de gases perigosos para a saúde diminuiu e as águas dos cursos de água clarearam como já poucos se lembravam. É assim que temos de novo e por exemplo Wuhan de novo com céu azul, veados em Odivelas e peixes de regresso aos canais de Veneza.
O problema é que o novo coronavírus há-de passar e os humanos hão-de continuar por cá. Sabendo como as pessoas são, será que aprenderemos a lição e nos esforcemos agora por manter este travão forçado à destruição do planeta e de nós próprios? Receio e lamento que não. Porém, pode ser que de entre os 6 biliões e tal que nós somos, alguns saibam reconhecer o benéfico dano colateral que o Covid-19 nos tem trazido por alguns instantes e, mais do que isso, que pandemia a sério somos nós. Não tenho a menor dúvida que os humanos é que são o verdadeiro mal do planeta. Pois se não nos transformarmos em benefício para a Terra e continuarmos a arruiná-la como temos feito até agora, então pode ser que esta ou qualquer outra doença nos venha a mostrar que uma pandemia que nos trave talvez seja a melhor coisa que o Mundo viesse a conhecer.
Não queremos que isso aconteça, pois não? E gostas desta calmaria e limpeza que se verifica actualmente, certo? Então vamos lá aprender e fazer por mantê-las e virmos assim a tirar proveito do nosso pequeno berlinde espacial da forma mais sensata, produtiva e prazeirosa possível.
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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