Caros pombos amigos
Começamos a década com um tema clássico, de há uns 13 anos atrás, o qual motivou uma chamada de atenção ao município da minha área de residência por ver que, ano após ano, a situação se repete.
Creio
ser a vontade de todos usufruírem de uma aprazível
caminhada pelas ruas, seja em trabalho ou por simples lazer, e ainda,
principalmente por parte das autarquias tê-las apresentáveis para que os
numerosos visitantes o possam igualmente fazer com todo o agrado. Porém,
é complicado levar a cabo tais intentos com o estado em que o arvoredo
dos espaços públicos fica depois dos frequentes ataques de que padece.
Nos
dias que se seguiram ao Natal, seguia eu pela estrada quando vejo uma
equipa a levar a cabo podas às árvores. A questão aqui é se se pode chamar de «poda» a cortar as árvores
de modo a deixar-lhes pouco mais que o tronco. No meu fraco
entendimento, não.
(Na fotografia, exemplo há anos, em Olhão.)
Um
serviço destes é uma infelicidade a todos os níveis. Em primeiro lugar
para as próprias árvores, que não fizeram mal nenhum para serem tratadas
daquela maneira. Em segundo para quem o vê, porque só a alguém
insensível não desagradaria este cenário grotesco. Em terceiro para as próprias autarquias, que ficam sempre mal vistas com estas acções, como
ilustra o muito difundido termo «poda camarária» e a sua conotação
negativa, e a perderem com prejuízos, pois por muito vigorosas que as
plantas possam ser, muitas não sobrevivem a uma derreia destas, o que se
traduz numa perda de propriedade e do investimento que com ela foi
feito, ou seja, é deitar dinheiro fora. Não nos esquêçamos que o
dinheiro das autarquias é público, ou seja, de todos. Pessoalmente, eu não
gostaria de ver o meu dinheiro ser empregue em algo que é para
estragar. Por outro lado, quando uma árvore sobrevive a uma situação
destas, tende a responder com vigor, dando origem a muitos rebentos, o
que lhe confere o aspecto dum manjerico. Isso obriga a que, na temporada
seguinte, ou se tenha trabalho mais que dobrado se se pretende um
acabamento de qualidade ou se repita o mesmo e errado procedimento.
Em
suma, se quem faz trabalhos destes ano após ano ou só que fosse uma
única vez fosse meu funcionário ou, não o sendo, eu soubesse que teria
feito algo a outro assim ou com os meios de outrem, o mais provável é
que eu o despedisse de imediato, o que decerto evitaria futuros
prejuízos à entidade empregadora. Porém, entendendo que toda a gente
merece uma segunda oportunidade, deixo aqui a sugestão quanto a que se
não seria uma boa ideia fazer uma acção de formação a quem for fazer
este trabalho, a qual poderia ser complementada com a supervisão no
terreno de alguém entendido.
Fica
aqui a minha chamada de atenção e consequente sugestão para que
pequenos pormenores contribuam para um Portugal entre os maiores, com
votos de um excelente 2020 para todos.
Boas podas! E bom ano novo!
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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