O Governo de António Costa tem tido algumas coisas a que se apontar o dedo. Não tanto na administração em geral do país mas quanto a certos relacionamentos em particular. Primeiro, certas nomeações. Depois, regimes especiais, como o dos administradores da Caixa Geral de Depósitos. Agora, o fim da responsabilização dos autarcas pelos delitos cometidos em funções. Passo a explicar. Se algum autarca causava dano às contas da sua autarquia, tinha de pagar do seu próprio bolso pelo delito cometido, naturalmente. Agora isso acabou.
Esta medida, mais esta, é gravosa em dois sentidos. Por um lado, ajuda a acentuar o clima de impunidade, desresponsabilização e vale tudo generalizado em Portugal. Em segundo lugar, é desprestigiante para o Governo, que fica conotado com um retrocesso civilizacional, mais um, e agrava as desconfianças que há entre todos relativamente a favorecimentos e métodos imorais de livrar delinquentes instituídos de consequências pelas suas más acções. É que se não é, parece. A uma entidade ou governante em particular, não basta sê-lo, há que parecê-lo, e o presente executivo tem dado a entender parecer algumas coisas nada boas, o que não é abonatório para o exercício do poder em Democracia, que assim resvala para terrenos de ilegitimidade. É que, ao contrário do que os políticos dizem, o poder não é legitimado pela eleição mas pelo cumprimento recto e isento do dever e às vezes o Governo peca em parecer, não querendo dizer que o seja, pouco recto e de isenção suspeita. Portanto, é bom que o Governo não se estique e siga o exemplo da mulher de César. Conselho de amigo, sim? É que nós ainda nos lembramos do executivo anterior e não nos apetece tê-lo de volta. E do de Sócrates também, já agora.
Que a caca esteja convosco!
P.S.(nada a ver com o partido, apesar da conversa): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário