segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Condenação a Portugal (versão revista)

Caros colegas de pombal.

Perante os resultados do referendo de ontem, faço minhas as palavras do ilustríssimo Doutor Gentil Martins mas com uma agravante. Eu não estou chocado nem escandalizado nem sequer horrorizado com os resultados, eu estou profundamente enojado! Eu tenho náuseas, engulhos, vómitos até só de pensar naquilo a que se chegou. Como é que é possível que se vá violar grosseiramente a lei ao aprovar um resultado inválido? Apenas cerca de uma quarta parte da população votou “sim”! Mais grave ainda: como é que é possível que se torne permitido e aceitável o homicídio?! Será que as pessoas não compreenderam que abortar é matar um bebé?! Eu nunca esperei viver para assistir a um tal grau de degradação mental da sociedade. É a isto que se reduziu e se rebaixou a nobilíssima linhagem portuguesa? Triste vida a minha que me obrigou a assistir a tão insanos e tristes dias. Preferia de bom grado ter visto o meu adorado país ser atravessado e arrasado de lés a lés por invasores estrangeiros do que assistir ao corrompimento generalizado da minha gente. É para isto que nos foi atribuída a liberdade? Foi para isto que se fez a Revolução dos Cravos? Para que os criminosos fizessem todas as barbaridades e não fossem castigados mas antes se orgulhassem daquilo que cometeram? E a culpa é desse bando de chupistas que nos tem vindo a governar nas últimas décadas e dos semelhantes que os espicaçam como cães atiçados. “Rei fraco faz fraca a forte gente”, já lá diz o ditado, e não há dúvidas que grande parte do povo está mentalmente fraca e incapacitada para viver em democracia. Isto é uma insanidade nunca vista. O pior é que abre um precedente! Hoje é o aborto. Amanhã será o quê? Eutanásia? Drogas? Prostituição? Homicídio na generalidade? Bruxaria e sacrifícios humanos? A anarquia? Desde que vi um porco a andar de bicicleta já acredito em tudo! Por dentro apodrecem os impérios enquanto esperam que um vento os faça cair e os desfaça em pó!

Parece-me que a Justiça e a Lei já não funcionam em Portugal e que as instituições paralisaram por completo. Onde é que já se viu? Quem rouba por ter fome é preso mas quem mata inocentes fica em liberdade. O crime compensa em Portugal! Este não é mais o país em que eu, felizmente, nasci e vivi mas eu não vou ser fraco e abandoná-lo. Ele é a minha paixão, a minha vida, eu sou dele e ele é meu e, se for necessário, será a minha perdição. Por isso, vou obviamente continuar aqui a fazer os possíveis para que ele se reerga e as pessoas ganhem juízo, que é coisa que parece que já não têm.

Já não há Lei, o país está exangue! (A parte seguinte, pelo que se pode ler nos comentários, foi removida. Basicamente, eu desejava que:
- esses pacóvios comunas (P.S. incluído) e especialmente essas aberrações berloquistas, tenham uma dor de barriga tão grande que nem saibam para que lado fica Lisboa;
- todos os que fizeram ou hão-de fazer abortos ou os convenceram ou ajudaram durante o dito acto ou são favoráveis a essa abominável acção não consigam ter filhos e sejam atormentados pelos seus próprios negros pensamentos até ao fim da sua morte;
- Portugal, já que está condenado a cair no abismo outra vez, então que caia depressa para que depois possa renascer novamente das suas ruínas como a fénix renascida das cinzas;
- tudo nas vidas e mortes dos visados seja tormenta a não ser que cada um reconheça o seu erro e se arrependa.)
E só não vos condeno com uma maldição de dano à memória porque tenho a certeza absoluta que o tempo vai-me dar razão, reconhecer o erro bárbaro cometido ontem e esquecer os nomes dessa cambada de criminosos do lado do “sim”. E para que eu não seja incluído nessa corja de corrompidos, só quero que toda a gente saiba e que os meus futuros descendentes se possam orgulhar que eu, Aquele Que Aqui Dá Pelo Nome de MIGAS-O-SAPO, o Galo da Alvorada, votou “não” e é contra essa abominação pois sou pela Lei, pela Justiça, pela Lógica, pela Verdade e pela Razão.

Que a caca esteja convosco!

8 comentários:

Migas-o-Sapo disse...

Bem, eu sou uma pessoa de fé mas também de ciência e se não fosse eu acreditar na ciência, eu diria que o tremor de terra, o maior dos últimos 32 anos, que se deu quando eu estava a acabar de escrever a praga que roguei, até era capaz de dizer que tinha sido castigo, ou aviso disso.
Que a caca (e o arrependimento, se for o caso) esteja convosco!

X-Filer disse...

Bolas! Que violência! Tudo bem que, sendo contra a despenalização do aborto fiquei desagradado com os resultados do referendo,tanto pelo desfecho do referendo em si como pelos valores inaceitáveis de abstenção (que demonstram uma ainda grande imaturidade democrática do eleitorado português...). Mas daí a rogar pragas... Enfim...

Mas em vez de estar aqui a falar mal da sociedade portuguesa (para isso serve o resto do blog...) posso apenas dizer que vou estar atento ao desenvolvimento da questão, em especial no que diz respeito à proposta de lei do diploma a que se refere o referendo. E neste diploma, numa questão em especial que, para mim, quer ganhasse o Sim, quer o Não, devia ser posto em primeiríssimo plano, que é o ponto do aconselhamento no período pré-"abortivo". Isto porque, segundo o que me veio ao conhecimento, esse ponto estava presente numa primeira versão do projecto-lei mas numa mais recente esse ponto fundamental foi estranhamente retirado. É que se este referendo serviu única e exclusivamente para acabar com o mediatismo causado pelos julgamentos de mulheres que fizeram assassinatos / abortos (ou para desresponsabilizar o governo pela incapacidade de fazer a lei neste ponto ser cumprida), então temos uma sociedade pública e política ainda mais hipócritas que pensava.

Mas num ponto tenho que concordar com o Migas-o-Sapo. Com isto, abriu-se um precedente. Acabou de se "perdoar" um crime imperdoável. Quem sabe que caminho esta abébia não abriu. O que se seguirá? O homicídio? A violação? A pedofilia? Não são também vergonhas nacionais, mais gravosas ainda que o aborto? A solução será despenalizá-las também? Espero sinceramente que não. Pois tanto aí como nesta causa, eu estarei lá para a luta!

Migas-o-Sapo disse...

Concordo plenamente contigo. A despenalização/desresponsabilização jamais resolverá o problema. Pronto, uma quarta parte da população decidiu enveredar pelo modo mais fácil e porém macabro. A abertura de precedentes é de extrema gravidade e sabe-se lá aonde isto poderá parar.
Por vezes somos obrigados a fazer coisas horríveis. Assim, eu nunca roguei praga alguma e espero nunca mais o fazer. Não se deve fazer uma coisa destas de ânimo leve e eu se o fiz foi pela minha paciência ter chegado a um nível muito além do meu limite. Eu não desejo mal a ninguém mas espero que eles sofram para ver a verdade e o mal que fizeram para que se possam arrepender e emendar o mal que apoiaram. Apenas quero ver justiça e já que os humanos não são mentalmente capazes de o fazer, pode ser que Deus a faça.
Que a caca esteja convosco!

xtatic disse...

meus caros:
a razão porque este tema é tão complicado de debater, resolver e legislar, é a de que ele levanta dúvidas éticas, morais, médicas, sociais e até religiosas, que dividem a sociedade, como nenhum dos outros problemas mencionados pelo x-filer... pedofilia, violação, etc... são monstruosidades, atrocidades inqualificáveis, que OBVIAMENTE não passa pela cabeça de ninguém, nem dos defensores do NÃO nem dos defensores do SIM, despenalizar ou liberalizar.
Colocar tudo no mesmo saco é insinuar que os defensores do SIM defendem o aborto só porque SIM, quando na realidade, todos sabemos que o móbil desta luta são os problemas sociais que o provocam e as sequelas graves que dele podem advir...
fica mal aos defensores do NÃO irem por este caminho de distorção de intenções... por mais que achem, com toda a legitimidade, que solução do SIM não é a acertada.
E caro Migas-o-Sapo... fica também muito mal a um defensor da vida e "pessoa de fé" desejar tanto mal a quem comete aquilo que tu consideras errado... é uma atitude pouco católica... eu, como católico, e mesmo identificando-me com muitos dos valores da igreja e com alguns dos valores usados como argumentos do NÃO nesta campanha, acho sinceramente que são este tipo de textos e atitudes que afastam algumas pessoas da igreja, e em alturas como esta, afastam-nas da posição que a igreja tem sobre estes assuntos.
não é com pragas e castigos que se aprende. é com tolerância e respeito. E vontade de melhorar as coisas.

Migas-o-Sapo disse...

Começo por desejar umas muito boas-vindas ao Xtatic, obrigado por te juntares a este insano pombal da caca e esperemos que regresses, e pergunto-lhe apenas duas coisas. 1ª - Como é que descobriste este "blog"? 2ª - Não és do Sul, pois não? Pois, bem me parecia. Se fosses talvez compreendesses melhor o que se passou neste "blog".
Bem, eu não acho que seja difícil legislar sobre este assunto porque é algo que não tem nada que saber. A vida é inviolável e a própria Constituição o diz. Uma lei que permita a morte por capricho é uma violação grosseira à Constituição. Este assunto dividiu a sociedade e empesta-a já há cerca de 10 anos ou mais porque alguns sectores políticos, nomeadamente berloques, J.S.'s e P.C.P.'s e etc., quiseram fazer disto uma matéria de discussão e prestígio partidário (vai-se lá saber como... ) porque antes ninguém discutia isto. Era indiscutível! Agora, as outras coisas enunciadas (violação, pedofilia e outras) são consideradas atrocidades e não passam pela cabeça de ninguém... tal como o aborto o é e não passava. Ó homem, até parece que não conheces as linhas com que se fazem os teus lençóis. Uma coisa abre um precedente e mais tarde alguém pega nela e quer mais. Dá-se uma mãozinha e depois as pessoas acabam por querer o braço. Apenas acho que se poderia cortar o mal pela raiz ao chumbar esta proposta louca. A nossa lei era a melhor possível. Agora sim Portugal é um país hipócrita, como os defensores do "sim" diziam que era. E como é possível ver alguém a festejar a possibilidade de poder matar sem recear castigo? É a mais pura degradação das mentalidades!
A praga que eu roguei não vai muito além, se é que vai, da do padre de Castelo de Vide, que a esta hora já deve ter excomungado meia paróquia. No entanto, eu não acho que sejam atitudes destas que afastam pessoas das igrejas, uma coisa nem sequer tem relação com a outra. Mesmo que tivesse, deixa-me dar um exemplo que demonstra que as coisas não são bem como dizes e olha que eu sei o que digo porque eu sou um estudioso da cultura, o meu curso a isso me obriga. Durante a Idade Média, uma época em que a religião estava no centro das atenções, eram frequentes as queixas dos clérigos aos nossos reis, principalmente D. Afonso II, D. Afonso III e D. Dinis, que alegavam que as pessoas se recusavam a pagar a dízima e outros impostos à Igreja e não faziam qualquer caso dos castigos temporais que eles lhes aplicavam (interditos, excomunhões, etc.).
Apesar disto, devo reconhecer que a tua crítica me fez ver uma coisa. Eu não gosto de prejudicar as outras pessoas pela minha conduta e, para dizer a verdade, creio que nem sequer tenho raiva suficiente para amaldiçoar uma pessoa sequer, quanto mais uma quarta parte de Portugal. Reconheço também que caí no erro de fazer disto aquilo que os defensores do "sim" alegavam que os do "não" estavam a fazer, que era transformar o assunto numa questão religiosa. Nós os dois, como católicos que somos, podemos achar que Deus faz parte do que é natural mas é melhor separar as águas para evitar confusões. Por isso, e como acho que neste aspecto tens razão, vou retirar do texto a parte da praga.
Eu também acho que não é com pragas e castigos que se aprende mas sim com tolerância, respeito e vontade de melhorar as coisas só que temos de ver que às vezes umas boas palmadas no traseiro fazem os gaiatos mais reguilas porem-se na linha (e olha que eu não levei poucas...). É por isso que não é por eu retirar a praga daqui que deixo de achar que ela é um mal necessário. Tal como um bom pai ou mãe devem reprimir se necessário os filhos para que eles vejam que erraram e se tornarem pessoas melhores, também eu acho que essa quarta parte da população devia ser castigada para que vejam que fizeram mal e se arrependam. É mau, eu sei, mas às vezes as pessoas só vêem o caminho certo à força. Agora a praga não foi mais do que uma maneira mais poética de mostrar o meu desagrado com o estado de coisas. E de resto, quem é que liga já a estas coisas? Ninguém! Agora retirá-la? Eles que se arrependam primeiro! Só o arrependimento dá direito a perdão.
Por último, a maldição "damnatio memoriam", ou de dano à memória, é algo que é impossível de praticar nos nossos dias. Eu não cometo nenhum delito ao te dizer como fazer porque em qualquer aula de História na Secundária ou Universidade nos dizem como era feita. Os Egípcios e os Romanos, entre outros, é que gostavam muito disto. Consistia em apagar todos os registos da existência de algo ou alguém de modo a que parecesse que nunca tinha existido. Com um Mundo globalizado e informatizado como o de hoje, teriamos de vasculhar as casas de todas as pessoas do Mundo para que se conseguisse fazer uma coisa destas. Neste caso específico, nem quero nem preciso de fazê-la porque acredito, como disse, que o tempo vai dar razão aos defensores do "não" e eu quis que todos soubessem que eu me enumerava entre eles.
Obrigado pelo contributo, vem vindo de vez em quando e que a caca esteja contigo!

Anónimo disse...

vamos pensar positivo: ela maluqueira toda já passou, a gritaria, a parvalheira, tanto do lado do SIM como do NÃO... eu não sei de vocês, mas até que estou um pouco aliviada por esta estupidez toda ter terminado.
não te censuro, caro migas. aquela converseta que tivemos na uni foi bastante interessante, gostei muito de ver os teus pontos de vista. tive uma boa conversa (finalmente) com alguém que se sente enojado com tudo isto e que não foi mal educado e extremista radical. eu sou da opinião contraria do migas, mas no entanto, tal como muitos, já começo a ter minhas duvidas, pelo rumo que as coisas estão a ir.

beijinhos a todos e um super abração ao migas (o unico que conhece a minha identidade ehehe)******

Migas-o-Sapo disse...

Saudações pombalinas, minha cara colega de pombal! Sim, porque a Universitalândia também tem tanta caca...
Exactamente. Eu também estou aliviado pela loucura da campanha ter acabado, aquilo já cheirava mal. Apenas fiquei descontente com os resultados, ou melhor, com a aprovação ilegal de um resultado inválido.
Eu não sou radical mas devo reconhecer que me excedi muito com este "Condenação a Portugal". Quis fazer uma coisa "bonita" e isto deu para o torto, como deves ter visto. Acho que compreendo porque não queres que se fale de religião no teu blog. Não leves a mal o que eu disse, eu não desejo mal a ninguém!
Também apreciei muito a conversa que tivémos e acho que tens razão. Ajudaste-me a clarear a tua opinião e a minha própria.
Achas que expliquei bem esta lenga-lenga do dano à memória? É que eu às vezes sou um bocado confuso.
Acho que este assunto já foi demasiado discutido, não voltarei a falar nele nos próximos tempos. Vou sim espetar qualquer coisa sobre o Carnaval e voltar à linha do "seriamente na boa".
(Espero não te ter abranjido com a minha praga. Não leves a mal... )
Fico honrado por ser um guardião único da tua identidade. :) Obrigado pelo teu contributo. Um abração também para ti. Bom Carnaval e que a caca esteja contigo!

Migas-o-Sapo disse...

Bem, como o Xtatic sabe que eu o avisei que lhe tinha respondido e ele não me responde, então só se pode deduzir que ele ou não pôde ainda vir responder ou pura e simplesmente não quer. Se for o primeiro caso, estou à espera. Se for o segundo, então só lhe tenho a dizer uma coisa: toma lá que já almoçaste!
Que a caca esteja contigo!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!