segunda-feira, 17 de março de 2025

Pouca Vergonha III: Nacional Mais Uma Vez

 Na passada terça-feira dia 11, foi a debate e votação a tão falada moção de confiança. Como era de prever, foi rejeitada e o Governo caiu. Depois da votação, deu-se algo de tão surpreendente quanto inédito: ao contrário dos aplausos de uma parte e dos protestos de outra que se costumam verificar, desta feita verificou-se silêncio entre as bancadas, com os deputados apresentando um ar abatido e cabisbaixo. Porque seria? Adivinha-se com facilidade. Decerto ressentiram-se todos perante a vergonha que acontecera e com a certeza de que tinham tomado parte numa enorme asneira. O Governo não foi pròpriamente exemplar, nem de perto nem de longe, mas as politiquices e a falta de juízo foram muito além do admissível. Restam-nos mais umas eleições a seguir a outra campanha vazia de conteúdo, como sempre.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sábado, 8 de março de 2025

Pouca Vergonha II: Nacional

 Nem só lá por fora há escassez de vergonha. Aqui no nosso pequeno mundo também há um défice notável.

Na passada quarta-feira fiz algo que há muito que não fazia. Desde que tenho lembrança de o darem em fazer que acompanhava os debates parlamentares na rádio. Por imperativos laborais, deixei de ter oportunidade de o fazer mas neste dia tive oportunidade e pude voltar a sintonizar a Antena 1 para me deliciar com este espectáculo, ainda que um espectáculo profundamente decadente. Razão teve o deputado António Filipe, referindo-se à Assembleia da República, que afirmou que toda esta situação só desprestigia um lugar já de si com pouco prestígio aos olhos do povo.

O caso já se arrasta há várias semanas sem que daqui venha qualquer benefício para Portugal e explica-se em breves palavras. Luís Montenegro tinha uma sociedade de advogados e uma empresa ligada ao ramo imobiliário. Quando se tornou Presidente do Partido Social-Democrata, em 2021, deixou a firma de advocacia e entregou a empresa de imobiliário à sua esposa. Entretanto, tornou-se Primeiro-Ministro de um governo que aprovou a nova Lei dos Solos, de que já falei e disse que ia dar mau resultado. Um secretário de Estado que criou duas empresas do ramo a seguir à aprovação da lei, teve de abandonar o executivo. Entretanto, a comunicação social «descobriu» esta empresa ligada a Luís Montenegro e fez do assunto um bicho de sete cabeças com alegações de conflito de interesses à medida que as opiniões dos comentadores e dos opositores se ampolavam e inflamavam. Coisa curiosa pois tal não aconteceu com casos idênticos de outros primeiros-ministros, como os mencionados aquando do debate, Mário Soares e o colégio da sua mulher e Pinto Balsemão com o grupo empresarial ao qual pertencia o semanário «Expresso». Pedro Nuno Santos bem criticou Luís Montenegro pelo sucedido, esquecendo que há dois anos tinha sido alvo de igual escrutínio e defendeu uma vida de trabalho e investimentos para além da política. A tal empresa passou para os filhos do Primeiro-Ministro, que bem se explicou, mas isso não impediu que fossem apresentadas duas moções de censura na Assembleia, as quais foram, claro está, rejeitadas porque ninguém quer ser acusado de ser o culpado pela queda de um governo e porque a oposição sabe que umas novas eleições a curto prazo ser-lhe-ia desfavorável: bloquistas eclipsando-se, comunistas em risco de desaparecerem do Parlamento e cheguistas e socialistas com quebra das intenções de voto. Só a Iniciativa Liberal parece estar sóbria no meio desta embriaguez eleitoral, e isto porque sabe que a sua votação vai aumentar. André Ventura, curiosamente, apresentara a primeira moção de censura, da parte do Chega, mas votou contra na segunda, de iniciativa comunista. Já os socialistas abstiveram-se mas afirmam que votarão contra a moção de confiança a debater no próximo dia 12. Mais estranho de tudo, duas coisas. Uma é que está tudo mais que explicado. O Primeiro-Ministro até explicou o que não lhe foi pedido, que foi o caso da compra da casa na Lapa, em Lisboa, para o filho, mas vários partidos, em especial o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda, continuam a exigir explicações e clarificações. A outra é que o Partido Comunista apresentou esta segunda moção de censura mas foram tantas as acusações que lhe foram dirigidas que mais parecia que era ele a ser censurado.

Confesso-vos uma coisa. Não tenho nem pretendo ter qualquer filiação política, nunca votei nem votarei no P.S.D., o que acho que é compreensível vindo de quem passou por dez anos de Governo de Cavaco Silva, e não tenho sequer simpatia por Luís Montenegro, pelo que creio ter legitimidade para dizer o que se segue. Neste caso, acredito que ele está a agir de boa fé e que a oposição não está a prestar um bom serviço ao país. Se o Governo vai cair, como tudo indica que vai, então este é um motivo muito frouxo para tal. Com tantos motivos que há, tinha de ser por isto?

Estamos, de facto, a perder tempo e energia preciosos que poderiam ser empregues a debater e procurar soluções para os tantos, tão graves e cada vez mais e maiores problemas do país. Em vez disso, a política nacional está, como de costume, a fazer-se de manobras de diversão, trocas de acusações, jogadas palacianas e de bastidores, em suma, politiquices, que é tudo aquilo de que o povo não quer saber. Assim vai Portugal caminhando, errático e decadente, rumo a um previsível precipício. Como é que há-de a população de olhar bem aos políticos? Não pode.

Que vergonha...

Que a caca esteja convosco!



P.S.(não o que se irá afundar ainda mais nas próximas eleições, cortesia do seu líder): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pouca Vergonha I: Internacional

 Acho que nem vale a pena alongar-me muito com este comentário pois todos nós sabemos que Trump e a sua horda de apoiantes são gente com pouca ou nenhuma vergonha. Para o provar está a recepção feita a Zelensky na Casa Branca há uma semana atrás, onde o Presidente da Ucrânia foi enxovalhado não só pelo seu homólogo americano mas por toda a comitiva que o recebeu. Propositadamente, quanto a mim. Basta ver que o encontro foi transmitido em directo pela televisão. Se tiver sido essa a intenção, acredito que deve ter tido o efeito contrário. Pelo menos num povo de gente normal teria. Por outro lado, e mesmo sabendo que a Ucrânia depende fortemente da ajuda dos Estados Unidos da América, é evidente que Zelensky, se o Tico e o Teco faiscaram entre si na sua «caixa ucraniana», deve ter acabado por concluir que recorrer a este aliado foi o mesmo que fazer um pacto com o Diabo. Mais cedo ou mais tarde, o mafarrico cobraria a alma, ou neste caso os minérios preciosos, em troca da ajuda.

Enfim, numa só palavra, vergonha, que é o que Trump(a) e os seus «lacacaios» não têm mas que a esta hora os Estados Unidos da América devem ter de sobra por terem eleito para a Presidência alguém assim.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Dinamarca e telemóveis: exemplo a seguir

 O Governo da Dinamarca decidiu proibir o uso de telemóveis e tablets nas escolas do país, mesmo durante os intervalos das aulas. A decisão vem na sequência de um relatório apresentado por uma comissão dedicada à apreciação do assunto e que conclui que o uso destes aparelhos é prejudicial aos jovens e não deveriam ser usados por estes até, pelo menos, aos 13 anos de idade. A medida pretende evitar comportamentos aditivos nas crianças e trazê-las de volta ao são convívio entre elas. Não é nada de novo. Decisões idênticas já tinham sido tomadas em França em 2018 e, posteriormente, na Noruega.

Ainda se diz que «há algo de podre no Reino da Dinamarca». Para quando semelhante regra na podre República de Portugal?

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 26 de janeiro de 2025

Miguel Arruda, o «Bagageiro»

Já que falamos de política, que dizer da polémica em torno de Miguel Arruda, o deputado à Assembleia da República acusado de furtar malas pelo menos no Aeroporto da Portela? A fazer fé nas imagens das câmaras de vigilância deste aeroporto, Miguel Arruda aproveitaria a confusão habitual neste lugar para levar malas alheias, vendendo posteriormente alguns dos artigos furtados através da Internet. O deputado alega que as imagens são falsas e podem ter sido criadas por programas de inteligência artificial mas buscas realizadas na sua casa de Lisboa levaram à apreensão de doze malas. Resta saber o que pode ser encontrado na sua casa nos Açores, de onde é natural. Consequentemente, foi constituído arguido.

Como é previsível e comum em muitos partidos, o Chega, que Miguel Arruda representava na Assembleia, pressionou-o a suspender o seu mandato parlamentar e sair do partido se não quisesse ser expulso. De facto, saiu do partido mas nem por isso abandonou a Assembleia, permanecendo como deputado não-inscrito, o que, mais uma vez, causou mau-estar nas bancadas do Hemiciclo.

Não sei como é possível persistirem situações destas, as quais têm vindo a tornar-se recorrentes e cada vez mais frequentes. Na minha maneira de ver, quando os eleitores vão votar nas eleições legislativas, votam em partidos. Se formos a olhar para os boletins de voto, constam lá nomes de partidos, não de pessoas a título individual. Logo, votamos em partidos. Portanto, quando um deputado eleito se desvincula ou é expulso do partido que representa, parece-me lógico que deixa de ter legitimidade para manter o cargo. Deveria abandonar a Assembleia e ser substituído pelo primeiro candidato não-eleito no respectivo círculo eleitoral. Talvez assim se evitassem as quase constantes polémicas e vergonhas que afectam agora o mais alto parlamento de Portugal.

Quem não se fez rogado foi um conjunto de marcas, desde o Ikea ao Licor Beirão, que se inspiraram no sucedido para criarem novas e hilariantes campanhas publicitárias. Há malta que até a dormir sonha com as piadolas que vai contar no dia seguinte. A imaginação não tem limites.


 Publicidade do Ikea, que parece não perder uma ocasião!

Quanto a Miguel Arruda, logo se verá o que vai mais acontecer. Mas aconteça o que acontecer, este é apenas outro caso vergonhoso a manchar a política nacional.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pedro Nuno Valham-no os Santos

 Esta semana política ficou marcada pela entrevista concedida por Pedro Nuno Santos ao jornal «Expresso». Nela, o Secretário-Geral do Partido Socialista reconheceu que o Governo de António Costa, do qual fez parte, não lidou bem com a questão da imigração e que esta deveria ser regulamentada, bem como que a intenção de interesses necessária à legalização dos imigrantes não sortiu o efeito desejado, criando uma espécie de «efeito de chamada».

Vai daí e deu-se uma série de reacções, até dentro do próprio partido, umas a favor e outras contra.

Calhou anteontem eu ter tido ocasião de ouvir o programa «Antena Aberta» da Antena 1, algo que, por imperativos profissionais, há anos não acontecia. Perguntavam aos ouvintes qual era o balanço que faziam da liderança partidária de Pedro Nuno Santos e não houve um único ouvinte que lhe desse por bendito o desempenho em tais funções. Outra coisa não seria de esperar. Tivesse eu participado e teria dito o seguinte. Enquanto ministro, não só foi um fraco governante como esteve a cada passo envolvido em trapalhadas e polémicas e foi sempre uma pedra no sapato de António Costa. Como o foi no Governo, é-o na liderança do Partido Socialista. Ele apenas continuou a ser o que era. Fala pouco e o melhor mesmo era ficar calado, posto que muitas vezes fala tarde e noutras inoportunamente e sem correcção de conteúdos ou ideias, quando as há. Há quem diga que de quase todas as vezes que abre a boca, as asneiras que saem são tantas que nem deixam as moscas entrarem. Também não é assim mas não deixa de ser verdade que lhe falta visão e conhecimento da realidade e que dá amiúde o dito pelo não dito e muda de opinião a cada passo, no qual se parece muito com uma versão menos reactiva, ou deverei dizer mais apática, do André Ventura. Para «líder da oposição» é fraco e qualquer dia arrisca-se a perder esse título de consolação para o seu referido homólogo do Chega, se ele não for para o Governo. Com tudo isto, para além de outros factores que não dependem dele, o partido tem-se afundado das intenções de voto, de acordo com as sondagens.

Tendo isto em mente, como pode Pedro Nuno Santos falar em preparar-se e ao partido para umas eventuais eleições antecipadas? Ter-se-á já arrependido de ter aprovado o Orçamento de Estado para este ano, que até foi feito muito à base de cedências e à medida socialista, e pretenderá chumbar já, à partida e sem conhecer o seu conteúdo, o para o ano que vem? Ou estará já a pensar numa moção de censura?  Curiosas hipóteses para um Governo quase ou tão esquerdista quanto o Partido Socialista ou para um Partido Socialista quase ou tão direitista quanto este Governo. A diferença entre esquerda e direita em Portugal é pouco mais que relativa aos assentos na Sala do Hemiciclo. Tenho dito. Para todos os efeitos, umas eleições antecipadas neste contexto traduzir-se-iam sempre num tiro no pé dos socialistas que, por este andar, ainda se arriscam a verem-se ultrapassados pelo ainda indefinido Chega.

Quanto à questão que se tornou central na entrevista, acho que, qualquer que fosse a conduta dele face à questão, sairia dela sempre fragilizado. A defesa da insistência socialista (e não só) em manter um não-sistema de portas escancaradas, desregulação total e consequente decadência identitária portuguesa só poderia continuar a levar o P.S. ao descrédito e à impopularidade. O presente reconhecimento dos erros passados e da necessidade de mudanças só pode fragilizar ainda mais a sua liderança mediante o aumento das críticas e da oposição interna e, por consequência, fragilizar o próprio partido.

Em suma, pode ser muito boa pessoa mas não tem qualquer jeito para a política. Eu sempre disse que o melhor candidato à liderança socialista era o José Luís Carneiro, mais calmo, sensato e consensual.

Que a caca esteja convosco!



P.S. (não o que está a ficar lixado): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Perigosa «Trumpalhada»

 Ainda nem tinha tomado posse e já Donald Trump se mostrava irrequieto em pensamentos, palavras e acções. Uma vez de volta à Casa Branca e desta vez com o apoio do Congresso e do Senado, não perdeu tempo a começar a pôr em prática as suas promessas eleitorais. Ao menos, nisso ninguém o pode censurar.

Muito se fala das deportações de imigrantes ilegais. Contudo, essa medida, que não é nova nem nada de mais, apesar de se falar delas numa dimensão muito superior ao habitual («milhões e milhões», diz Trump) é uma mera manobra de diversão para distrair as atenções de políticos e comunicação social da Europa. Oficialmente, o nome «Golfo do México» já foi substituído pela designação «Golfo da América» na documentação oficial dos Estados Unidos, tal não é a arrogância do novo-velho líder. Acabam os apoios à aquisição de veículos eléctricos (nem sei como é que o amiguinho Elon Musk foi nisso pois dá cabo do seu negócio da Tesla) e regressam os incentivos à exploração de carvão mineral e petróleo, bem como a uma nova campanha de reindustrialização. Não faltam medidas que visam uma certa censura nos meios de comunicação social, em muito graças aos oligarcas que rodeiam, sustentam e dependem de Trump. Mais uma vez, a Administração Federal  retirou os Estados Unidos da América do Acordo de Paris sobre o ambiente e o clima e se não fossem os donativos compensatórios de particulares, este seria pouco mais que papel para reciclagem. Também retirou da Organização Mundial de Saúde, para o qual era o maior contribuinte, levando a entidade a um estado de difícil sobrevivência, apesar do importante trabalho levado a cabo. Equaciona até a saída da N.A.T.O., que até agora tem sido vista por muitos como uma mera extensão do poderio militar norte-americano. Decidiu ainda levar a cabo uma guerra comercial sem sentido com a União Europeia e a China. Porque havemos nós de comprar carros, alimentos e outros produtos americanos se os nossos são melhores?

Mas eis que chegámos ao domínio do grotesco e do verdadeiramente perigoso. Trump pretende anexar o Canal do Panamá, o Canadá e a Gronelândia. A ideia é fazer estes territórios ingressarem os Estados Unidos da América de forma voluntária ou por via de compra e venda. Ora os responsáveis do Canadá rejeitam esta intenção, os do Panamá lembram que o canal não foi um presente americano e, como tal, não têm nada que o devolver, nem que o tivesse sido, e a os da Dinamarca afirmam que a Gronelândia não está à venda. Porém, Trump insiste em ampliar o «Império Americano», já há muito dono do Havai e de Porto rico e o mais influente e poderoso país do Mundo, sob alegações vagas de «segurança nacional», que toda a gente sabe serem a camuflagem para interesses comerciais, industriais e de obtenção de matérias primas. E insiste de forma muito agressiva. Há ainda um incremento previsto do investimento militar que não deixa de ser perturbador. Como se não bastasse, tem os seus lacaios, em especial o ambicioso Elon Musk, a espalhar rumores e instabilidade pelo Mundo e a apoiar movimentos radicais.

Se aquando do seu primeiro mandato nós ainda podíamos dizer que os Americanos eram malucos e rir-nos às custas das baboseiras e percalços de Trump, agora talvez seja mais recomendável prestar atenção ao que não está só do outro lado do Oceano Atlântico mas quase omnipresente a nível global.

O comediante a as suas piadas deixaram de ter graça.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Juízo do Ano do Pombocaca

 Caros pombos amigos.


Tenho dito que o «Juízo do Ano» do «Borda d'Água» tem tido uma falha recorrente desde há anos no que diz respeito ao planeta regente, com o qual não atina. Consequentemente, o resto da prognosticação também não é correctamente apresentado. Quanto ao texto que sobra, concordo as mais das vezes e no deste ano subscrevo inteiramente a severa crítica proferida quanto à situação da habitação. Por isso, e com vista a corrigir a falta que eu aponto, passo a fazer o Juízo do Ano do Pombocaca.

Cômputo do ano de 2025

Planeta Regente: Mercúrio

Número do Ciclo Solar: 26

Áureo Número: 12

Letra Epactal: B

Número da Epacta: 0

Letra Dominical: E

Prognosticação

No que diz respeito às condições meteorológicas, este ano seria, teòricamente, de Inverno áspero e não muito frio, Primavera húmida e pouco boa, Verão quentíssimo e Outono temperado. Por consequência, haveria abundância de cereais, grãos e azeitonas. As vindimas prever-se-iam excelentes. No entanto, o rigor excessivo do Inverno e do Verão poderiam provocar más produções agrícolas e fome em alguns lugares. Como hoje em dia o clima está muito alterado face ao que era a norma, o mais provável é que, embora os princípios básicos se continuem a verificar de forma mais ou menos marcada, principalmente menos, já ninguém saiba dizer com segurança o que é que se há-de esperar das condições atmosféricas. Portanto, há-de fazer Sol quando for de dia e não houverem núvens e chover quando cair água destas. O vento há-de soprar dum lado para o outro. Trovejará quando soarem trovões.

A fazer fé nos antigos lunários e com base no que se há-de esperar dum ano mercurial, alguns principais poderão morrer e as condições adversas do estado do tempo no Inverno e no Verão poderão provocar alguns abortos e coisas invulgares ou inéditas acontecerão. Os artistas continuarão a fazer arte ou coisa a que isso chamam, os cientistas, médicos, oficiais de justiça e muitos mais a contorcer-se com falta de meios, os traficantes  a traficar, os professores e os empregados a aturar pirralhada e seus pais e encarregados de educação mal comportados, os políticos a atirar-nos areia para os olhos e fazer coisas parvas as mais das vezes e por aí a fora. Enfim, hão-de acontecer acontecimentos, como é costume.

De uma forma geral, as pessoas nascidas neste ano terão cabeça, tronco e membros. Os membros serão quatro, sendo que dois serão braços com uma mão cada e cinco dedos em cada e duas pernas com um pé em cada uma, cada qual dotado igualmente de cinco dedos cada. No tronco, por entre a organada toda, há-de bater um coração em cada vivo, embora em certos Putines, Nethaniahus e outros que tais não pareça. Cada cabeça deverá contar também com dois olhos, duas orelhas e seus ouvidos, um nariz com duas narinas, uma boca com língua e dentes, em muitas delas há-de haver cabeça e talvez barba e, parecendo que não com preocupante frequência, é de prever que haja um encéfalo a trabalhar dentro da caixa craniana.

A guerra na Ucrânia vai continuar, assim como, parecendo que não, a da Palestina. O Nicolás Maduro continuará a fazer e dizer disparates, assim como o Javier Milei e o Donald Trump, só para nomear alguns. Se não estiverem, é porque estarão a pensar em disparates. Pessoas vão continuar a nascer, a ter doenças e a morrer e quase podia apostar que os outros viventes também. A Amazónia e as outras florestas vão continuar a ser destruídas. A ganância, a estupidez e a ambição continuarão a prosperar num mundo regido pelo dinheiro e dele dependente. Assim, os pobres e oprimidos continuarão a ser mais e a sê-lo mais e a Natureza a degradar-se. Os impostos continuarão a ser cobrados e os preços de tudo continuarão a subir. Como dizia uma criadora de vacas da minha terra, «só o leite do cacete é que não aumenta!»

Acho que não vale a pena continuar. Como se vê e é de prever, 2025 será um ano de mais do mesmo, só que sempre cada vez pior. Claro que há sempre uma esperança e é a essa que nos devemos agarrar. Mas agarrar não significa que fiquemos à espera que tudo nos caia no colo. Significa sim que temos de nos fixar à ideia e pôr mãos à obra para a tornar numa realidade. Só assim se quebrará este ciclo vicioso e se o substituirá por um outro ciclo, mas virtuoso.

Que a caca esteja convosco!



P.S.(nada a ver com o partido caído em desgraça):NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 19 de janeiro de 2025

Morte de Coimbra-A, mais um prego no caixão de ferrovia

A 18 de Outubro de 1885, foi inaugurada a Estação de Coimbra-A, também conhecida por Estação Nova, visto que já havia uma outra, a de Coimbra-B, que servia a Linha do Norte. Esta agora seria um terminal do Ramal da Lousã, ao serviço da nossa bem conhecida C.P., então denominada Companhia Real dos Caminhos-de-ferro Portugueses, e permitia acesso ao centro da cidade. Entretanto, o volume de passageiros e mercadorias obrigou a uma ampliação de raiz e a estação entrou em obras em 1925. Seis anos depois, em 1931, um novo edifício, de aspecto mais clássico mas requintado e imponente, projectado por Cottinelli Telmo, foi inaugurado. E assim se manteve durante muitos anos, ao serviço dos utentes, dos Coimbrões em particular e, num sentido mais amplo, do país. Conheceu a visita de reis, presidentes e outras personalidades ilustres e as muitas vidas anónimas que por lá passaram. Mas os tempos estavam a mudar para mostrar que nada era eterno, nem mesmo o mais útil, lógico, sensato e belo e que se há algo que prevalece são os interesses e, claro, a estupidez.

A intenção de transformar o Ramal da Lousã num metropolitano de superfície, lá nos anos 90, levou ao encerramento de quase toda esta via em 2009-2010, do qual se exceptuou o troço entre as estações de Coimbra-A e Coimbra-B, que se manteve em funcionamento. Em 2017, o Governo deixou cair por terra a ideia do metro de superfície e optou por ligações de autocarros. Era o fim definitivo anunciado para o que sobrava do Ramal da Lousã. À meia-noite e vinte do dia 12 deste mês, a ligação ferroviária entre as duas estações cessou, o que determinou o encerramento da primeira destas edificações, 139 anos, 2 meses e 25 dias depois da primeira viagem de comboio.

Muita incúria e politiquice se moveu ou primou pela inércia, contribuindo para este desfecho, em particular da parte de sucessivos governos incompetentes, dentro dos quais se destaca um do qual fazia parte alguém que tratou do assunto e nada fez (Pedro Nuno Santos, então Ministro das Infra-Estruturas), e de um executivo camarário, também socialista, que decerto não vai ser reeleito e, como tal, pode dar-se ao luxo de meter a pata na poça até se afogar com tanta palermice que o seu presidente tem proferido sobre esta questão. E quem fica a perder é o povo, que necessita dos tão apregoados transportes públicos e agora ficou privado de mais um, cuja uma única composição só pode ser substituída por vários autocarros e sem a mesma eficácia. Fica também a perder por outro motivo: porque perde um valor patrimonial quer material quer imaterial. O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra afirma que a estação não vai ser demolida, como se nós ainda continuássemos a acreditar em políticos. Porém, ainda que seja mantida, perde a sua função, passa a ser só mais um edifício jeitoso no meio da cidade. Perde a honra de servir Portugal. Perdem-se memórias. Perde-se um elemento cultural com significado próprio. Todos ficarão a perder, até os idiotas que conduziram ao seu fecho.

Esta é só uma das inúmeras «Coimbras-Ás» que existem no nosso cada vez mais triste país. Há tantas estações ao abandono de Norte a Sul, centenas delas. Umas mais pequenas e modestas, outras tanto ou mais monumentais que esta, mas todas constituem testemunhas de um tempo glorioso que acabou e da pobreza cada vez maior em que a nossa triste nação caiu. Os políticos podem falar muito em investimentos nos caminhos-de-ferro e de vez em quando lembrarem-se da palermice do T.G.V. mas tudo não passa de propaganda e manobras de diversão partidária e parlamentar. Não interessa que os comboios passem cada vez mais depressa. Interessa sim é que eles parem... e daqui a bocado não passam e muito menos param em quase lado nenhum. A verdade, nua e crua, caros pombos amigos e políticos em particular, é que a «Idade dos Comboios» chegou ao fim. Este foi só mais um prego no caixão de um morto há décadas. Resta-nos apenas lembrar com saudade outros tempos e preservar, ao menos, a memória.

Adeus, Coimbra-A!


 Fotografia do «Campeão das Províncias»

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

quarta-feira, 25 de dezembro de 2024

Já chega de Martim Móiz-me (ou a vergonha da polémica em torno da rusga no Martim Moniz)

 De cada vez que a comunicação social dá com uma, já não desgruda. Os políticos então, valha-nos Deus!


A semana passada, a Polícia de Segurança Pública levou a cabo uma rusga na zona do Martim Moniz, em Lisboa. Dezenas de pessoas, na sua maioria imigrantes, foram encostadas às paredes e passadas a revista. Esta operação, que já estava a ser preparada desde Agosto na sequência de várias denúncias de casos de prostituição, assaltos, violência e tráfico de droga, resultou num saldo, apesar de tudo, bastante fraco: dois detidos apenas e ambos portugueses, um por posse de droga e outro de arma ilegal. À partida, a situação daria num quase nada, não fossem as sucessivas queixas que se seguiram de partidos políticos e, por contágio, particulares e organizações. Desde então, é um alarido enorme em torno da questão.

 

 Sinceramente, já não posso ouvir falar no assunto. Não compreendo o porquê de se falar tanto sobre esta operação que até é algo relativamente comum no nosso país e noutros e, uma vez justificando-se, ainda bem. O que não falta são as autoridades fazerem rusgas assim. Numa zona próxima a onde eu nasci, posso mesmo dizer que é mesmo corriqueiro, tendo em conta a quantidade de vezes que já ouvi dizer que lá fizeram isto. Alguma vez causou alarido como neste caso do Martim Moniz? Não, nunca. Nem mesmo quando de uma das vezes fizeram lá uma carga de cavalaria, há uns 15 ou 20 anos. Então fico a pensar no porquê desta ocorrência agora ter tido tanto mediatismo. A resposta é simples. Muitos dos visados eram de determinadas nacionalidades e o ocorrido deu-se agora. Se se tivesse dado há uns anos ou mesmo agora mas com outros imigrantes ou com portugueses, tudo teria passado ao lado. Como se não bastasse, não se assistiu a nenhuma brutalidade nem abuso de autoridade ou sequer falta de respeito da parte dos polícias. De facto, vejo para aí muitos caramelos queixarem-se do sucedido mas não consta que algum dos que foram revistados pela Polícia tenha apresentado queixa ou se tenha queixado de alguma outra forma. E mais afirmo: fala-se tanto em aproveitamento político da questão e não duvido que o haja mas acima de tudo da parte de bloquistas, comunistas e socialistas, acima de outros. Estes e outros continuem assim que decerto farão o Chega continuar a subir nas intenções de voto e depois logo se queixam.

 Fala-se muito em vergonha mas se alguma há é a de todo o falatório que se tem feito questionando o que se passou. Se as autoridades não tivessem feito nada, de certeza que queixas também se fariam ouvir. Deixo-me até ficar aqui com uma última questão que dá que pensar. Para uma acção desta envergadura, com tão prolongado planeamento e tão fortes indícios ter tido tão frouxos resultados, ou a Polícia caiu num erro gigantesco, ou foi alvo de falsas denúncias e caiu numa emboscada ou os que haveriam de ser detidos no Martim Moniz fugiram da zona antes das autoridades chegarem, se é que me faço entender.

A Lei não conhece nacionalidades. Apenas a necessidade de ser cumprida em prol da ordem pública e do bem-estar comum.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 22 de dezembro de 2024

Mensagem de Boas Festas do Pombocaca

 Mais um ano está a chegar ao fim e com ele vem a mais encantadora das épocas.  Com a chegada do cúmulo das longas noites, inicia-se o Inverno que, com a sua aspereza aparente, trás apesar disso consigo a esperança de um renascimento da vida com uma quase de início imperceptível paragem da diminuição dos dias e depois com o seu novo crescimento. É neste contexto que temos logo a seguir o Natal, o verdadeiro carimbo cristão que certifica essa vitória da vida sobre a morte.

Muito já eu tenho falado sobre esta época e o seu significado face às tormentas e desvios de atenções que fazem padecer a Humanidade, pelo que não me porei com grandes dissertações pois creio já ter dito e repetido tudo diversas vezes sem que, contudo, a situação melhore, antes me pareça que esteja a agravar-se. Direi apenas que pode parecer que estamos no Outono dos Humanos, que a nossa felicidade, minada por invejas, diferenças, conflitos e ódios, se vai diminuindo. Que a noite dos tempos se aproxima para devorar a existência e que nós, apesar das evidências, permanecemos tão distraídos e alheios a tudo ou, ainda que conscientes, caídos em desespero. Porém, há mais de dois mil anos isso também parecia ser um facto e o nascimento de um pequeno e frágil rapaz em tão precárias condições trouxe um novo Inverno e uma promessa de nova Primavera, ou seja, esperança e vida nova para o Mundo. E se era assim tão improvável que sobrevivesse, como é que vingou? Com união, alegria e amor, pois claro. Com gente que pôs de lado as suas diferenças e rumou a Belém para ver e acarinhar a nova esperança de Deus para tudo e todos. Decerto teriam todos eles interesses, afazeres ou distracções próprias e não nutririam por alguns dos outros particular simpatia mas não deixaram de se juntar em prol de um bem comum.

Esqueçamos as nossas crenças por agora, se é que as há, e olhemos para este projecto. Porque não fazermos todos nós o mesmo hoje? Porque não deixamos para trás o que nos aparta e nos unimos para o benefício geral de toda a existência? Não constará isso apenas em deixar de fazer o mal que temos feito uns aos outros e às outras criaturas? De certeza que de uma acção destas só poderia resultar a nova Primavera da Humanidade.

Caros amigos. O Pombocaca gostaria de vos desejar um santíssimo Natal e um ano de 2025 com toda a felicidade desejada. Saúde e paz para todos!

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sábado, 14 de dezembro de 2024

Ronda pelas tradições quase esquecidas: ramos de frasca

 Para quem acha que neste blog só se escrevem asneiras, aqui vai um assunto cultural, o qual já devia ter sido falado há bastante tempo.

Foi já em Setembro de 2022 que fui a Santa Clara-a-Velha, uma pacata aldeia do Concelho de Odemira, e me deparei com a ocorrência de um casamento, algo que ali não acontecia já há cinco anos, segundo me contaram. Contudo, havia algo de invulgar a acontecer. Um grupo etnográfico local, as Gentes do Alto Mira, com os elementos trajados a rigor, tocava temas tradicionais à saída do novo casal da igreja. Numa pausa entretanto feita, a que me parecia ser a líder do grupo, a Dona Odete, explicou o que ali se estava a passar bem como o significado de uns curiosos objectos que sustinham.

Antigamente, as bodas nesta parte do Alentejo processavam-se de maneira um bocado diferente da que hoje é o uso comum. Quando alguém se casava, não tinha grandes posses. No fundo, a vida conjugal ia-se construindo ao longo do tempo. Por isso, em vez de serem os noivos a proporcionar aos convidados o copo d'água, eram os convidados que traziam consigo muitos dos comes e bebes. Para o efeito, aproveitavam os aros de madeira de peneiras cuja rede se tinha estragado e montavam uma espécie de esfera armilar fixa a uma vara com que se erguia e segurava pela mão o objecto. A esfera era então decorada com recortes elaborados de papel colorido e nele costumavam também fixar-se biscoitos ou outros tipos de bolos secos, as mais das vezes simples bolinhos de manteiga. A estes objectos peculiares dava-se o nome de ramos de frasca. Estes seriam transportados à mão, fosse a pé ou em montadas, pelos convidados até ao local da celebração, normalmente num alegre cortejo que costumava contar com cantigas.

 


Grupo «Gentes do Alto Mira» com os curiosos ramos de frasca. Fotografia gentilmente cedida por um dos convidados para o casamento.

De acordo com a mesma narradora da ocasião, a última vez que tinha tido notícia de se ter levado a cabo este costume, teria sido 80 anos antes, aquando do casamento dos seus pais, e os ramos de frasca teriam sido feitos por Delfina de Góis. A reacção de alegria não se fez esperar. Ao que parece, era parente de muitos dos presentes. Outro dado curioso que obtive é que numa derradeira ocasião mais recente o costume ainda foi usado: nada mais nada menos que 78 anos antes, isto é, em 1944, aquando do casamento dos avós do noivo que agora se casava, sendo que a autora dos ramos de frasca foi a mesma Delfina de Góis.

Achei o costume tão curioso que me pus a investigá-lo. Porém, não encontrei qualquer menção nem em documentação nem na Internet. Passei então à pesquisa no terreno e encontrei ainda recordações disso entre as pessoas mais velhas. Noutros tempos, muitas pessoas iam do Algarve para o Alentejo trabalhar nas mondas e nas ceifas. Consequentemente, o costume foi levado também para a província mais meridional do nosso país, sendo que nos inícios do século XX era um hábito corrente em pelo menos parte dela. Se o mesmo aconteceu em terras a Norte do Alentejo, isso já não sei dizer. Contudo, em meados da mesma centúria, caiu quase sùbitamente em desuso e ficou no esquecimento até este grupo etnográfico o ter recuperado.

Fiquei tão admirado quanto curioso quanto a esta celebração e só tenho a dar os meus louvores às Gentes do Alto Mira, esperando que a bonita tradição tenha sido recuperada e continue a ser feita, devolvendo assim mais um pouco de brilho e riqueza à nossa cultura.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 1 de dezembro de 2024

Viva Portugal! Viva a Restauração!

 Celebremos Portugueses

O dia da redenção

Em que valentes guerreiros

Nos deram livra a Nação!


Pois é, já foi há 384 anos que um punhado de conjurados patriotas resgatou Portugal da opressão, da ruína e da escravidão. É meu desejo que todos estejam a ter um feliz feriado e que se lembrem de quem se arriscou e sacrificou para que pudéssemos gozar da liberdade que passámos a ter.

Feliz Restauração!

Que a caca esteja convosco!

 

 

P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pensamento poético-batráqueo do dia

«Poesia que não rima é prosa encavalitada.»

Migas-o-Sapo


Que a caca esteja convosco!



P.S.NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

YYYYYYYYYYYYYYYYYYABADABADOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!

 Já que estamos a falar de pessoas que se tornaram conhecidas durante a pandemia de COVID-19, lembrei-me de alguém já antes conhecido mas que então ganhou uma certa notoriedade. Falo do Presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (sim, isto existe), Filinto Lima.  Já alguém imaginou na quantidade de piadolas que se fariam às custas dele se o seu nome fosse Filinto Pedra?




Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Já chega de bater no morto, quer dizer, vice-almirante!

 Há coisas que vão muito além da minha compreensão. Uma delas tem sido recorrente de tempos a tempos e ùltimamente regressou à baila com um força que me mete impressão. Desde que o Vice-Almirante Gouveia e Melo foi nomeado como o líder do grupo de trabalho responsável pela coordenação da vacinação durante a pandemia que parece ter dado uma travadinha na cabeça de parte considerável da comunicação social: a cada passo lá o homem é dado como candidato à Presidência da República, ainda que ele nunca tenha tido qualquer iniciativa de falar do assunto ou sequer tê-lo dado a entender, o que, aliás, seria contrário aos seus deveres militares. De facto, ninguém sabe dizer com precisão como é que nasceu esse rumor absurdo. Daí, é ver com frequência aflitiva alguém a chagar a cabeça de Gouveia e Melo com esse assunto. Quando há dias rejeitou a sua recondução para um novo mandato de dois anos como Chefe do Estado-Maior da Armada, logo as sirenes dos tablóides ecoaram sonoramente e obtiveram réplica até na imprensa mais sensata!



Corro o risco de me acontecer o mesmo agora que me aconteceu com a ida de Jorge Jesus para o Benfica e depois com o seu regresso. Nunca acreditei que ele fosse fazer isso, que era uma fantasia, e muito menos que o repetisse, e no entanto fê-lo e eu tive de engolir o que eu disse. Agora afirmo: não faz qualquer sentido que Gouveia e Melo se candidate à Presidência da República. A avaliar por aquilo que ele já disse antes, e recordo-me agora em específico de uma entrevista dada a Filomena Cautela, acredito que ele não só não se candidatará como está farto de ser chateado com isso e nem sequer quer ouvir falar no assunto.

Não seria melhor os meios de comunicação social dedicarem-se a temas e notícias de verdadeiro interesse? Às tantas o homem rejeitou a recondução no cargo para poder fugir para o outro lado do Universo e não ter quem lhe dê cabo do juízo com tamanho disparate.

Que a caca esteja convosco!



P.S.:NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 24 de novembro de 2024

Aumento populacional e imigração: bons mas como assim?

 Lá vem mais um daqueles textos que vai deixar gente enxofrada por aí. Contudo, não é esse o meu propósito. É apenas o de explanar algumas minhas ideias e opiniões. Vou apresentar o caso da forma mais objectiva possível. Se alguém achar que eu estou a ver mal, então contra-argumente, por favor.


Domingo passado vi o comentário de Luís Marques Mendes na S.I.C. e fiquei de testa franzida ao ouvir uma das suas opiniões. Concordo com muitas e discordo de outras. Apenas refiro esta agora porque tenho vagar para o fazer, nada mais. Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a população residente no nosso país ultrapassou os dez milhões e seiscentos mil habitantes, sendo que o aumento se deveu essencialmente ao enorme fluxo migratório que se tem verificado nos últimos anos, uma vez que os nascimentos conhecidos, já de si em boa parte de filhos de imigrantes, são inferiores aos óbitos. Sem este incremento de gente, a nossa população cifrar-se-ia em pouco mais de nove milhões, a avaliar pelo saldo negativo entre os que nascem e os que morrem e a contínua (e quanto a mim quase inacreditável) saída de congéneres nossos para o estrangeiro, de onde, tristemente, muitos não pretendem sequer voltar. Ora o popular comentador saudou este aumento populacional argumentando que era muito bom, constituía um aumento da força e da riqueza do país, com incremento de mais contribuintes e mão-de-obra.

Não é uma opinião nova. É comum verem-se empresários e políticos falarem da mesma maneira. De facto, hoje em dia parece que se uma empresa ou uma localidade não crescem em dimensão, então é porque estão estagnadas e prestes a entrar em declínio. Crescimento é sinónimo de progresso e existe uma obsessão nesse sentido que extravasou da economia para todas as outras áreas. Porém, eu fico a pensar que Marques Mendes e outros que tais estão redondamente enganados.

Crescer é bom?

Sim... mas só até certo nível. Recomendo a leitura do livro «Uma Vida no Nosso Planeta», de David Attenborough, só para citar este documento imprescindível e de leitura tão fácil quanto obrigatória. Nele, bem como noutros, é explicado algo que é do senso comum. Num sistema fechado, como é a Terra, pode crescer-se à vontade mas não indefinidamente. Há-de chegar-se a um ponto em que a capacidade chega ao limite e não dá para crescer-se mais porque não há recursos suficientes para este continuar a fazê-lo. A partir desse limite, ocorre uma sobre-exploração dos recursos. Como estes não chegam, a população entra em competição. O ambiente vai-se tornando cada vez mais tóxico e uma ou mais das partes sucumbe em prol do crescimento de outra ou outras. Por vezes, a degradação ambiental atinge o ponto em que toda a população se degrada e morre.

Este princípio está cientìficamente provado em culturas de bactérias, por exemplo, e é sabido que terá sido assim que os Maias ou os Rapa Nui colapsaram. Há muitos casos concretos que ilustram o princípio mas vou recorrer a um exemplo mais prático compreensível a todos. Conheci uma cidade no nosso país, não muito grande, que tinha uma rua quase em exclusivo dedicada ao comércio, até a alcunhavam de «Rua das Lojas», e uma série de pequenas mercearias e outros estabelecimentos espalhados pela malha urbana. A certa altura, foi construído um centro comercial. Depois outro e outro e outro. Nem sei quantos tem actualmente. Sei que por toda a cidade, pequenas casas de comércio foram fechando as portas e as que restam estão sufocadas e em agonia financeira. Chegou-se ao extremo de edificarem dois centros comerciais a par um do outro, logo à entrada da cidade. Quando construiram um terceiro, ainda maior, do outro lado da rua, até um dos dois já existentes não aguentou e fechou as portas. Não havia clientela para todos. Transpondo o caso para o princípio referido, o ambiente chegou ao seu limite, não foi possível crescer mais, isto é, haver aqui mais comércio, e alguns acabaram por morrer.

Claro que há uma forma de evitar que este colapso aconteça, que é não chegar aos limites nem os forçar. Curioso é que, em condições favoráveis, uma população não cresce indefinidamente. Tem uma explosão populacional, alcança um patamar máximo e depois entra em decréscimo até estabilizar numa espécie de meio termo sustentável.

Regresso ao livro. Toda a gente sabe que a população humana a nível mundial está a aumentar, o que tem sido um sufoco para os recursos, cada vez mais exaustivamente sobre-explorados e esgotados, e para uma progressiva degradação ambiental e, por consequência, das condições de vida. Contudo, há vários países no Mundo em que os habitantes gozam de razoáveis ou boas condições de vida em que a população conheceu esse crescimento repentino, alcançou um pico e depois reduziu-se até estabilizar, do qual o caso mais emblemático e estudado é o do Japão.  Fico eu a pensar se o mesmo não estaria a acontecer com o nosso país. É certo que Portugal está em franca decadência e já tem sido falado amplamente disso aqui, no Pombocaca, como quando falei do Estado da Nação, no ano passado, mas deixemos agora isso de parte e restrinjamo-nos à população em particular. Recorro ao meu velhinho «Almanaque de Portugal», ainda escrito à maneira etimológica como «Almanach», de 1855 e verifico que a população do Continente e Ilhas Adjacentes ascendia aos 3.814.771 habitantes em 1850, sendo que a população do referido Território Continental variou entre os 1.550.000 em 1527 e os 3.471.199 de 1850. Nos finais do século XIX e durante o século XX, a partir de dada altura, consequência da estabilização social e política, a melhoria das condições de vida levou a um aumento da população até estabilizar em cerca de dez milhões nas últimas décadas dessa centúria e princípios da presente. Porém, a população começou a diminuir. Pondo agora de parte a crise e mesmo fazendo de conta que não ocorreu a emigração massiva que se deu e dá, é notório o envelhecimento da população, uma diminuição da natalidade e um aumento da mortalidade. Portanto, interrogo-me quanto a se não estaria o nosso país já na fase de maturidade populacional em decréscimo rumo à estabilização demográfica.

Sabendo que Portugal é altamente deficitário e cada vez mais dependente do estrangeiro para o seu sustento, não será complicado que haja um aumento da população? É que quanto mais pessoas há, mais recursos são necessários ao seu sustento. Mais alimentos, mais casas (embora essas já as hajam em excesso), mais transportes, mais estradas, mais hospitais, mais escolas e muitas outra infra-estruturas, mais roupa e outras necessidades e comodidades e, por consequência, mais energia e água e redes que as permitam fornecer, bem como mais de outros artigos e matérias-primas. Tudo isto implica um aumento da despesa pública. Ora do pouco que ainda se vai produzindo, muito é para exportação, pelo que é necessário um incremento da importação e consequente aumento do défice da balança comercial, já que o que se importa é, de longe, sempre superior ao que se exporta, nas presentes condições.

Temos ainda que os sucessivos maus governos foram permitindo e até incentivando o abandono do interior do país com todo um rol de extinção de serviços públicos e postos de trabalho e outras péssimas opções que conduziram a que em metade do território tivesse deixado de haver Estado e na outra metade a população se atafulhasse amiúde sem condições. A capacidade produtiva de Portugal foi dràsticamente reduzida nos últimos 40 a 50 anos e recuperá-la implicaria um investimento que, nas actuais circunstâncias, exigiria um esforço económico e de recursos quase impossível de levar a cabo.

Em suma, a nossa economia é débil, reduzida e, como um dia logo hei-de explicar, fortemente inflacionada, pelo menos na parte sobrepovoada do território. Tem capacidade para providenciar meios para mais população mas de forma limitada e, em muitos casos, com ainda maior sacrifício de bens mais valiosos que importam também preservar.

Não sei se será necessário continuar e apresentar argumentos. Acho que já toda a gente percebeu a ideia.

A questão dos contribuintes

 No ano passado ou há dois anos, já nem me lembro, houve alguém que se apresentou em defesa da imigração com o argumento de que a Segurança Social passara a contar com mais 600.000 novos contribuintes, o que contribuíra para um aumento da receita e seu consequente saldo positivo. O que ele e outros iluminados esquecem ou omitem é que os imigrantes, tal como nós, Portugueses, descontam e, um dia mais tarde, tal como nós, terão naturalmente direito a beneficiar de subsídios, reformas e outras pensões. Olhando para a taxa de inflação, para o aumento da esperança média de vida e para o aumento dos benefícios sociais, entre outros factores, depressa se chega à conclusão que as despesas da Segurança Social serão sempre superiores às receitas. É normal. Portanto, seria necessário que houvesse um fluxo constante de novos contribuintes para que o sistema continuasse a ter liquidez. Mesmo assim, ao ritmo actual de novos contribuintes, o sistema entraria em sobrecarga e falência ao fim de escassas décadas. O aumento de novos contribuintes também levaria ao constante futuro aumento das despesas, a não ser que os benefícios sociais fossem restringidos, o que seria injusto para quem contribuiu. O mesmo se passa quanto ao Fisco, que pode contar com novas receitas mas estas depressa serão reencaminhadas para despesas em infra-estruturas, equipamentos e serviços públicos derivados ao acréscimo da população. Estes e outros sistemas só são viáveis em caso de estabilização ou diminuição da população.


Emprego e riqueza nacional

No ano passado, os empresários da hotelaria, restauração e outras actividades ligadas ao turismo alegavam que necessitavam desesperadamente de 20.000 novos empregados para cobrir as vagas de pessoal. Se durante décadas o sector não tivesse, de uma forma geral, usado e maltratado os naturais, decerto arranjar-se-ia quem ocupasse os empregos de entre os de cá. Tal não aconteceu. Por isso, o Governo de António Costa até estabeleceu protocolos para mandar vir pessoal de Marrocos e Cabo Verde. A burocracia foi muita, complicada e demorada e poucos foram os que chegaram a vir. Depressa os empresários também concluíram que, afinal, não eram necessários assim tantos empregados. Desta forma, este ano apenas se falava em 8000 empregados necessários. Já se sabe como são os empresários, sempre exagerados.

Já que falo em empresários, é verdade que muitos têm tido grande dificuldade em encontrar empregados portugueses. Contribuem numerosos factores para isso: sobredimensionamento da empresa ou da economia, economia nacional débil, falta de vontade em seguir certas carreiras profissionais seja por vontade ou preconceito, preguiça e subsidiodependência por parte da população, entre muitos outros. Porém, é comum ouvir empresários falarem em terem de recorrer a mão-de-obra estrangeira porque os portugueses não querem trabalhar. É verdade que há com fartura quem prefira andar a parasitar familiares, amigos e Estado do que trabalhar. No entanto, também não é menos verdade que muitos empresários nem sequer querem saber de empregados portugueses nas suas empresas e eu falo com conhecimento de causa. Os estrangeiros, face à sua situação, sujeitam-se a tudo e trabalham com frequência afincadamente para obterem sustento sem conhecerem horários, férias, folgas ou quaisquer direitos legais. Já os Portugueses estão cientes dos seus direitos e querem contratos, horários fixos, folgas certas, férias e tudo o que a legislação prevê. Há ainda aqueles, não poucos, que por terem formação superior é suposto receberem maior salário que os que não a têm. Daqui se gera a dicotomia «estrangeiro barato, português caro», um verdadeiro estereótipo bem vincado mas que nem sempre corresponde à verdade. Ora qualquer empregador quem escolheria para seu empregado? Naturalmente a quem tivesse de pagar menos.

Por outro lado, temos que muitos imigrantes vêm à procura emprego para obterem dinheiro e melhores condições de vida, quando não vêm também fugidos de conflitos, ditaduras ou outros tipos de perseguições. Se uns pretendem estabelecer-se em terra alheia à sua, outros há que ambicionam amealhar para mais tarde regressarem aos seus lugares naturais e aí terem uma vida melhorada com os ganhos obtidos.  Por isso, e à semelhança do que muitos portugueses fizeram pelo Mundo fora, trabalham, ganham e enviam o que podem para as suas terras de origem. Daí resulta o país onde estão estabelecidos a trabalhar ir empobrecendo com a saída de capitais para o estrangeiro, hoje em partes do ordenado e mais tarde em reformas e outras pensões. Pode parecer irrelevante mas não o é se hoje mais de uma décima parte da população é estrangeira. É verdade que nem todos pretendem ou conseguem mandar para os seus países algum dinheiro e é também verdade que nem todos eles alguma vez regressarão às suas terras-natal ou sequer venham a receber pensões ou subsídios de qualquer tipo. Porém, seja em pequena ou larga escala, a saída de capitais é sempre inevitável. Aconteceu connosco, acontecerá com eles.

No que diz respeito à economia, parece-me que a imigração só é benéfica para os empregadores do sector primário (o produtor, como na agricultura, pesca e pecuária) e, quanto muito, de parte do secundário (o que transforma, como a indústria) e áreas restritas do terciário (a prestação de serviços, neste caso em particular em certos lugares de hotelaria, restauração, comércio, limpezas, entre outros) em que não seja requerido grande grau de formação, o que encareceria a mão-de-obra, tudo isto, claro, no caso de pessoal com pouca ou nenhuma qualificação. De igual modo sê-la-á para lugares que exijam qualificação de categoria elevada quando não hajam portugueses em semelhantes condições ou havendo-os, se servir de complemento e mútua aprendizagem. No entanto, sempre é necessária alguma formação, independentemente do grau de instrução e especialização, para que as funções sejam desempenhadas conforme o pretendido e para que o empregado estrangeiro, sem compreensão do novo contexto em que se insere, possa ter alguma noção do que está a fazer, do que vai fazer e da sociedade que o rodeia. Mesmo isto só a curto ou médio prazo pois ao fim do estipulado pela Lei, passa a efectivo e a dispor dos correspondentes direitos, a não ser que isso seja desejável pelo empregador, e tudo isto se o imigrante não estiver a ser usado como um escravo ou algo do género, o que é comum, quase sempre por via de conterrâneos seus e muitas vezes com cúmplices ou parceiros entre nós, Portugueses.

Demografia e genética

Já vimos que o aumento da população por si só não acarreta nenhuma riqueza material, ao contrário do que defendem certos economistas e políticos. E humana? Se ela se desse apenas entre população nativa, não acarretaria nem vantagens nem desvantagens do ponto de vista genético e do demográfico só pelo povo passar a ser mais numeroso, o que, como já vimos, não trás consigo qualquer benefício material, só humano. E se este se desse por via da imigração? Acarretaria se a população nativa fosse de tal forma diminuta que a reduzida variabilidade genética e a consequente forte consanguinidade acabassem por dar origem a frequentes e sucessivas deficiências. Ora os Portugueses são cada vez menos mas ainda constituem um grupo amplo e variado mais que suficiente para que esta questão jamais se ponha. Porém, quando um fluxo migratório é muito expressivo, como aquele a que temos assistido, vemos que a população pré-existente venha a ser incorporada ou substituída por uma nova. Daqui resulta nenhum ganho demográfico, apenas uma perda do que já existia, visto que a nova gente tem características diferentes da antiga e em vez de ganhos em variabilidade genética, só há a perda de um grupo com as suas próprias características.

Diz-se ainda que «todos diferentes, todos iguais». É verdade indiscutível que somos todos humanos e, como tal, iguais, ainda que com as suas nuances de diferença. Nalguns casos, as distinções vão um bocado além de nuances e de meras características físicas. Por exemplo, os negróides, grupo a que pertence a maior parte dos povos de África e muitos habitantes principalmente da América e de antepassados  africanos, têm em geral uma intolerância à lactose superior à dos causásicos, a que pertencem, entre outros, os europeus, uma vez que não têm uma lidação com o leite tão antiga como estes e não desenvolveram a lactase, a enzima que a decompõe. Também têm os homens desse grupo da Humanidade níveis de testosterona superiores aos dos outros três, o que lhes confere maior força física e aptidão para esforços maiores de curta e média duração mas nem por isso de prolongados e resistência. Como este, há outros exemplos. Uma presença de indivíduos de povos distintos e distantes noutro contexto e o eventual cruzamento entre eles lançaria sem dúvida desafios e despesas maiores em áreas como a saúde, uma vez que seria necessária uma maior formação e mais meios de diagnóstico e tratamento, visto que há características e enfermidades mais comuns a certos povos que a outros.

No caso português, a situação só não é tão grave quanto ao estabelecimento de cidadãos estrangeiros e consequentes alterações populacionais, seja em número de habitantes seja em termos genéticos, porque uma parte significativa daqueles que ao nosso país aportam usa Portugal como uma porta de entrada para a União Europeia. Toda a gente sabe que a legislação por cá é das mais senão a mais permissiva da Europa quanto à admissão e regularização de imigrantes. As várias insistências da Comissão Europeia e de vários governos junto do Governo Português nos últimos anos com vista a tornar as regras mais restritas comprova-o. Por isso, muitos chegam, legalizam-se aqui e seguem para outros países.

Cultura

Quando duas culturas muito diferentes se encontram, é comum haverem incompreensões, atritos e, como é de prever, conflituosidade. Já dentro da mesma cultura, onde existe um maior ou menor grau de homogeneidade, isso é previsível. Quando ocorre um choque civilizacional, o resultado pode não ser o melhor. Fala-se muito em sociedades pluriculturais e não falta quem as defenda como formas de enriquecimento cultural dos países mas os acontecimentos dos finais dos anos 90 e princípios deste século em vários países, de onde se destacam França e Inglaterra, só para citar casos europeus, depressa frustraram essa teoria utópica, ainda que as evidencias tendam a ser repetidamente negadas e com os piores resultados, como se tem visto. Não quer dizer que os estrangeiros provoquem um aumento da criminalidade.  O que é lícito supor é que a criminalidade aumente na mesma proporção que a população aumente também mas que se mantenha estável em proporção relativa. O que acontece é que existem tipos de criminalidade característicos ou que se verificam mais entre imigrantes do que entre as populações nativas, o que é compreensível à luz das características culturais que lhes são próprias bem como a vicissitudes inerentes à sua introdução num novo território, como é o caso do tráfico de seres humanos e, quase inevitàvelmente, da prostituição, da extorsão, da exploração, do tráfico de droga, de crimes comuns mas com níveis de gravidade invulgares e de costumes que aos olhos das populações nativas sejam considerados criminosos. Não venham agora bloquistas, comunistas e afins dizer que não que toda a gente sabe que isto acontece e por isso não é preciso eu agora vir dar exemplos concretos disso. Quem diz o contrário, não tem a menor noção do que diz ou quer negar uma realidade tapando o Sol com uma peneira.

Quando uma cultura está estabelecida e os novos indivíduos introduzidos não são em número significativo, são integrados e aculturados com facilidade pelo povo nativo. Porém, quando a introdução é muito numerosa e ainda por cima os novos indivíduos são culturalmente muito diferentes da população pré-existente, duas coisas acontecem: os indivíduos estrangeiros, numerosos, não sentem necessidade de se adaptarem e agregam-se em comunidades e a presença é tão intensa que os naturais da terra acabam por se adaptarem às novas gentes e a aculturarem-se, ainda que possa haver uma resistência. Juntemos à equação uma outra variável: a da cultura nativa estar em franca decadência. Neste sentido, e consumando-se a aculturação, até a variedade cultural da Humanidade fica a perder. É como na Natureza, com a extinção de uma espécie, só que aqui é de uma cultura.

Em suma

Não creio que um aumento da população se traduza necessàriamente em aumento de riqueza e poder. Isso só seria possível no tempo em que o Estado pouca intervenção tinha em questões económicas e sociais, como a instrução, a saúde, a protecção e previdência, regulação empresarial, transportes, comunicações e toda uma infinidade de áreas que tornam a administração hoje complexa, difícil e dispendiosa. No que diz respeito à imigração, ela pode ser benéfica mas apenas se for regrada, com termos e critérios, de modo a que os imigrantes possam ser devidamente recebidos, acolhidos e integrados, para que daqui resulte em benefício para eles e para o país de acolhimento. A forma como tem sido feita em Portugal tem sido desastrosa e os sucessivos governos já deviam ter aprendido há décadas com o que se tem verificado noutros países. A verdade é que desde 1992 que as fronteiras estão escancaradas e não há qualquer controlo. Agora, a realidade está a bater-nos à porta. É necessário que seja implementado um controlo mínimo quer nas fronteiras, pelo menos nos termos de que já falei no «Estado da Nação», quer na imigração, que se deveria permitir na quantidade, qualidade e duração que as necessidades exigirem. A maioria dos estrangeiros que ruma aos países mais abonados vai com a ilusão de vir a encontrar um paraíso que já não existe ou nem sequer existiu. Se não houver algum cuidado, com brevidade a terra dos seus sonhos tornar-se-á no pesadelo do qual muitos deles procuraram sair.

 

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

COP-a-29... de natação

 Está a decorrer mais uma cimeira do clima, a COP 29, como é conhecida, desta feita em Baku, no Azerbaijão. A avaliar pela falta de entendimento entre os participantes, que me parecem mais interessados em questões económicas do que ambientais, e pela subida do nível médio do mar em consequência do degelo resultante das alterações climáticas, parece-me óbvio que se vai chegar à conclusão do costume: nada!


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Mais construção não, por favor!

 O Governo pretende facilitar os processos de construção e contratação de mão-de-obra, bem como mexer no Regime de Arrendamento Urbano, actualizar indirectamente as rendas e dar maior liberdade às autarquias em matérias de alteração aos planos directores municipais e licenciamentos. O objectivo é combater na habitação com incentivos à construção de modo a que se possam construir cerca de 59 000 casas até 2030.


Creio que a liberalização da construção não é solução para o problema mas antes mais um factor de agravamento deste. Se nada for feito em contrário, as novas casas acabarão por ser alvo da mesma ganância e consequente especulação que já atingem as que existem. Para além disso, a fúria construtiva que se tem verificado nas últimas décadas tem descaracterizado profundamente o nosso país, causando mais destruição do que melhoramentos. A qualidade de vida não tem melhorado. Na realidade, a urbanização de Portugal só tem piorado muitos aspectos, de entre os quais se destacam a falta de sossego,  segurança e com frequência infra-estruturas e um muito negativo impacto ambiental e, nalguns casos, também agrícola, visto que é normal áreas naturais, verdadeiros desafogos de vida, e alguns bons terrenos que produziam preciosos alimentos terem sido sacrificados em prol da amiúde desorganizada, desnecessária ou insensata edificação de prédios. Já que se fala em desnecessária, será que é preciso continuar a construir mais e mais casas? O mais provável é que em Portugal já existam casas para quase o dobro da população! Mas ai de mim, que sou tão ingénuo! Muitas das casas não se destinam sequer a serem habitadas mas sim a servirem de alojamento provisório a turistas. Quem quer arrendar uma casa, não consegue porque as rendas são demasiado elevadas ou os senhorios pretendem arrendá-las ao dia ou à semana a estrangeiros. O mesmo se passa com a compra e venda. Difìcilmente um português comprará um imóvel pois na maioria dos casos não tem o poder de compra que muitos estrangeiros têm. Aliás, muitos vendedores nem sequer querem vender a portugueses porque sabem que um estrangeiro pagará bem mais que um compatriota seu. Haja patriotismo, não é verdade? O patriotismo do dinheiro!


Portanto, se o Governo pretende combater a crise na habitação, deve antes é combater a especulação imobiliária e incentivar a reabilitação e requalificação dos imóveis existentes, bem como fiscalizar o arrendamento e o alojamento local, que está quase desregrado. E porque não também olhar para a metade do país que está ao abandono e dar de novo condições para que as pessoas lá continuem a viver ou a ela pretendam regressar?


Readaptando as palavras de Vasco Santana, «casas há muitas, senhores ministros!» Não creio que façam falta mais. Em vez de incentivos, deviam era haver sérias restrições à construção.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 17 de novembro de 2024

Mais uma vez... houve Trump(a)!

 Estou cá com uma sensação daquela doença francesa, o «déjà vú»! Porém, não se trata de nenhuma sensação de estar a presenciar algo pelo qual me parece ter já passado. Neste caso, é mesmo a repetição de um acontecimento.


Se a vitória de Donald Trump nas presidenciais norte-americanas de 2016 foi uma surpresa para todo o resto do Mundo, mas ao que parece nem por isso o foi para os cidadãos americanos, a reedição do triunfo neste ano não apanhou ninguém desprevenido. O Trump é doido, nós já o sabemos. Diz toda a espécie de asneiras que fariam, por comparação, o Nicolás Maduro parecer um doutor poli-diplomado. Nega o óbvio e defende o indefensável. Insulta este e aquele. De entre uma ou outra ideia acertada, apresenta um cento de propostas absurdas. Até parece que ele não queria cativar o eleitorado mas sim afugentá-lo. Kamala Harris, para ser fanco, não me parecia melhor. Apesar de à partida melhor intencionada e com um discurso mais coerente e conciliatório, não trazia consigo medidas que resolvessem os problemas do país. Perante este vácuo de possíveis soluções e ideias boas mas vazias de conteúdo, optou por granjear apoiantes de peso e explorar nichos de eleitorado descontente com a alternativa. Era evidente que lhe faltava matéria em concreto que cativasse eleitores e o que tinha jamais seria suficiente  para uma eleição. Para além disso, Trump beneficia de todo um conjunto de circunstâncias e de duas tentativas falhadas de atentado. Kamala veio tardiamente  e em substituição de um candidato, o actual presidente, Joe Biden, caído em descrédito.


Apesar da vitória esmagadora quer em votos quer em estados ganhos e quer em lugares do Congresso e do Senado, resta saber é que votação teria tido Trump se tivesse sido mais favorável às mulheres, se não tivesse insultado os Porto-Riquenhos, se não tivesse acusado os democratas das alterações climáticas que ele próprio nega, se não tivesse falado de alguém que devia enfrentar um pelotão de fuzilamento, enfim, se não tivesse dissertado todo um rol de disparates inqualificáveis. Posto isto e muito mais, fico a pensar que muitos americanos e estrangeiros residentes nos Estados Unidos da América vão passar por um mau bocado no mandato que se segue. Porém, olhando para a votação obtida, também me queda o pensamento na paradoxal ideia de que talvez os Estados Unidos da América tenham o presidente que merecem. Mas com o impacto que este gigante tem, mal empregado é o resto do Mundo não merecer tão triste sorte.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!