Ainda nem tinha tomado posse e já Donald Trump se mostrava irrequieto em pensamentos, palavras e acções. Uma vez de volta à Casa Branca e desta vez com o apoio do Congresso e do Senado, não perdeu tempo a começar a pôr em prática as suas promessas eleitorais. Ao menos, nisso ninguém o pode censurar.
Muito se fala das deportações de imigrantes ilegais. Contudo, essa medida, que não é nova nem nada de mais, apesar de se falar delas numa dimensão muito superior ao habitual («milhões e milhões», diz Trump) é uma mera manobra de diversão para distrair as atenções de políticos e comunicação social da Europa. Oficialmente, o nome «Golfo do México» já foi substituído pela designação «Golfo da América» na documentação oficial dos Estados Unidos, tal não é a arrogância do novo-velho líder. Acabam os apoios à aquisição de veículos eléctricos (nem sei como é que o amiguinho Elon Musk foi nisso pois dá cabo do seu negócio da Tesla) e regressam os incentivos à exploração de carvão mineral e petróleo, bem como a uma nova campanha de reindustrialização. Não faltam medidas que visam uma certa censura nos meios de comunicação social, em muito graças aos oligarcas que rodeiam, sustentam e dependem de Trump. Mais uma vez, a Administração Federal retirou os Estados Unidos da América do Acordo de Paris sobre o ambiente e o clima e se não fossem os donativos compensatórios de particulares, este seria pouco mais que papel para reciclagem. Também retirou da Organização Mundial de Saúde, para o qual era o maior contribuinte, levando a entidade a um estado de difícil sobrevivência, apesar do importante trabalho levado a cabo. Equaciona até a saída da N.A.T.O., que até agora tem sido vista por muitos como uma mera extensão do poderio militar norte-americano. Decidiu ainda levar a cabo uma guerra comercial sem sentido com a União Europeia e a China. Porque havemos nós de comprar carros, alimentos e outros produtos americanos se os nossos são melhores?
Mas eis que chegámos ao domínio do grotesco e do verdadeiramente perigoso. Trump pretende anexar o Canal do Panamá, o Canadá e a Gronelândia. A ideia é fazer estes territórios ingressarem os Estados Unidos da América de forma voluntária ou por via de compra e venda. Ora os responsáveis do Canadá rejeitam esta intenção, os do Panamá lembram que o canal não foi um presente americano e, como tal, não têm nada que o devolver, nem que o tivesse sido, e a os da Dinamarca afirmam que a Gronelândia não está à venda. Porém, Trump insiste em ampliar o «Império Americano», já há muito dono do Havai e de Porto rico e o mais influente e poderoso país do Mundo, sob alegações vagas de «segurança nacional», que toda a gente sabe serem a camuflagem para interesses comerciais, industriais e de obtenção de matérias primas. E insiste de forma muito agressiva. Há ainda um incremento previsto do investimento militar que não deixa de ser perturbador. Como se não bastasse, tem os seus lacaios, em especial o ambicioso Elon Musk, a espalhar rumores e instabilidade pelo Mundo e a apoiar movimentos radicais.
Se aquando do seu primeiro mandato nós ainda podíamos dizer que os Americanos eram malucos e rir-nos às custas das baboseiras e percalços de Trump, agora talvez seja mais recomendável prestar atenção ao que não está só do outro lado do Oceano Atlântico mas quase omnipresente a nível global.
O comediante a as suas piadas deixaram de ter graça.
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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