De cada vez que a comunicação social dá com uma, já não desgruda. Os políticos então, valha-nos Deus!
A semana passada, a Polícia de Segurança Pública levou a cabo uma rusga na zona do Martim Moniz, em Lisboa. Dezenas de pessoas, na sua maioria imigrantes, foram encostadas às paredes e passadas a revista. Esta operação, que já estava a ser preparada desde Agosto na sequência de várias denúncias de casos de prostituição, assaltos, violência e tráfico de droga, resultou num saldo, apesar de tudo, bastante fraco: dois detidos apenas e ambos portugueses, um por posse de droga e outro de arma ilegal. À partida, a situação daria num quase nada, não fossem as sucessivas queixas que se seguiram de partidos políticos e, por contágio, particulares e organizações. Desde então, é um alarido enorme em torno da questão.
Sinceramente, já não posso ouvir falar no assunto. Não compreendo o porquê de se falar tanto sobre esta operação que até é algo relativamente comum no nosso país e noutros e, uma vez justificando-se, ainda bem. O que não falta são as autoridades fazerem rusgas assim. Numa zona próxima a onde eu nasci, posso mesmo dizer que é mesmo corriqueiro, tendo em conta a quantidade de vezes que já ouvi dizer que lá fizeram isto. Alguma vez causou alarido como neste caso do Martim Moniz? Não, nunca. Nem mesmo quando de uma das vezes fizeram lá uma carga de cavalaria, há uns 15 ou 20 anos. Então fico a pensar no porquê desta ocorrência agora ter tido tanto mediatismo. A resposta é simples. Muitos dos visados eram de determinadas nacionalidades e o ocorrido deu-se agora. Se se tivesse dado há uns anos ou mesmo agora mas com outros imigrantes ou com portugueses, tudo teria passado ao lado. Como se não bastasse, não se assistiu a nenhuma brutalidade nem abuso de autoridade ou sequer falta de respeito da parte dos polícias. De facto, vejo para aí muitos caramelos queixarem-se do sucedido mas não consta que algum dos que foram revistados pela Polícia tenha apresentado queixa ou se tenha queixado de alguma outra forma. E mais afirmo: fala-se tanto em aproveitamento político da questão e não duvido que o haja mas acima de tudo da parte de bloquistas, comunistas e socialistas, acima de outros. Estes e outros continuem assim que decerto farão o Chega continuar a subir nas intenções de voto e depois logo se queixam.
Fala-se muito em vergonha mas se alguma há é a de todo o falatório que se tem feito questionando o que se passou. Se as autoridades não tivessem feito nada, de certeza que queixas também se fariam ouvir. Deixo-me até ficar aqui com uma última questão que dá que pensar. Para uma acção desta envergadura, com tão prolongado planeamento e tão fortes indícios ter tido tão frouxos resultados, ou a Polícia caiu num erro gigantesco, ou foi alvo de falsas denúncias e caiu numa emboscada ou os que haveriam de ser detidos no Martim Moniz fugiram da zona antes das autoridades chegarem, se é que me faço entender.
A Lei não conhece nacionalidades. Apenas a necessidade de ser cumprida em prol da ordem pública e do bem-estar comum.
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!