segunda-feira, 17 de março de 2025

Pouca Vergonha III: Nacional Mais Uma Vez

 Na passada terça-feira dia 11, foi a debate e votação a tão falada moção de confiança. Como era de prever, foi rejeitada e o Governo caiu. Depois da votação, deu-se algo de tão surpreendente quanto inédito: ao contrário dos aplausos de uma parte e dos protestos de outra que se costumam verificar, desta feita verificou-se silêncio entre as bancadas, com os deputados apresentando um ar abatido e cabisbaixo. Porque seria? Adivinha-se com facilidade. Decerto ressentiram-se todos perante a vergonha que acontecera e com a certeza de que tinham tomado parte numa enorme asneira. O Governo não foi pròpriamente exemplar, nem de perto nem de longe, mas as politiquices e a falta de juízo foram muito além do admissível. Restam-nos mais umas eleições a seguir a outra campanha vazia de conteúdo, como sempre.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

sábado, 8 de março de 2025

Pouca Vergonha II: Nacional

 Nem só lá por fora há escassez de vergonha. Aqui no nosso pequeno mundo também há um défice notável.

Na passada quarta-feira fiz algo que há muito que não fazia. Desde que tenho lembrança de o darem em fazer que acompanhava os debates parlamentares na rádio. Por imperativos laborais, deixei de ter oportunidade de o fazer mas neste dia tive oportunidade e pude voltar a sintonizar a Antena 1 para me deliciar com este espectáculo, ainda que um espectáculo profundamente decadente. Razão teve o deputado António Filipe, referindo-se à Assembleia da República, que afirmou que toda esta situação só desprestigia um lugar já de si com pouco prestígio aos olhos do povo.

O caso já se arrasta há várias semanas sem que daqui venha qualquer benefício para Portugal e explica-se em breves palavras. Luís Montenegro tinha uma sociedade de advogados e uma empresa ligada ao ramo imobiliário. Quando se tornou Presidente do Partido Social-Democrata, em 2021, deixou a firma de advocacia e entregou a empresa de imobiliário à sua esposa. Entretanto, tornou-se Primeiro-Ministro de um governo que aprovou a nova Lei dos Solos, de que já falei e disse que ia dar mau resultado. Um secretário de Estado que criou duas empresas do ramo a seguir à aprovação da lei, teve de abandonar o executivo. Entretanto, a comunicação social «descobriu» esta empresa ligada a Luís Montenegro e fez do assunto um bicho de sete cabeças com alegações de conflito de interesses à medida que as opiniões dos comentadores e dos opositores se ampolavam e inflamavam. Coisa curiosa pois tal não aconteceu com casos idênticos de outros primeiros-ministros, como os mencionados aquando do debate, Mário Soares e o colégio da sua mulher e Pinto Balsemão com o grupo empresarial ao qual pertencia o semanário «Expresso». Pedro Nuno Santos bem criticou Luís Montenegro pelo sucedido, esquecendo que há dois anos tinha sido alvo de igual escrutínio e defendeu uma vida de trabalho e investimentos para além da política. A tal empresa passou para os filhos do Primeiro-Ministro, que bem se explicou, mas isso não impediu que fossem apresentadas duas moções de censura na Assembleia, as quais foram, claro está, rejeitadas porque ninguém quer ser acusado de ser o culpado pela queda de um governo e porque a oposição sabe que umas novas eleições a curto prazo ser-lhe-ia desfavorável: bloquistas eclipsando-se, comunistas em risco de desaparecerem do Parlamento e cheguistas e socialistas com quebra das intenções de voto. Só a Iniciativa Liberal parece estar sóbria no meio desta embriaguez eleitoral, e isto porque sabe que a sua votação vai aumentar. André Ventura, curiosamente, apresentara a primeira moção de censura, da parte do Chega, mas votou contra na segunda, de iniciativa comunista. Já os socialistas abstiveram-se mas afirmam que votarão contra a moção de confiança a debater no próximo dia 12. Mais estranho de tudo, duas coisas. Uma é que está tudo mais que explicado. O Primeiro-Ministro até explicou o que não lhe foi pedido, que foi o caso da compra da casa na Lapa, em Lisboa, para o filho, mas vários partidos, em especial o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda, continuam a exigir explicações e clarificações. A outra é que o Partido Comunista apresentou esta segunda moção de censura mas foram tantas as acusações que lhe foram dirigidas que mais parecia que era ele a ser censurado.

Confesso-vos uma coisa. Não tenho nem pretendo ter qualquer filiação política, nunca votei nem votarei no P.S.D., o que acho que é compreensível vindo de quem passou por dez anos de Governo de Cavaco Silva, e não tenho sequer simpatia por Luís Montenegro, pelo que creio ter legitimidade para dizer o que se segue. Neste caso, acredito que ele está a agir de boa fé e que a oposição não está a prestar um bom serviço ao país. Se o Governo vai cair, como tudo indica que vai, então este é um motivo muito frouxo para tal. Com tantos motivos que há, tinha de ser por isto?

Estamos, de facto, a perder tempo e energia preciosos que poderiam ser empregues a debater e procurar soluções para os tantos, tão graves e cada vez mais e maiores problemas do país. Em vez disso, a política nacional está, como de costume, a fazer-se de manobras de diversão, trocas de acusações, jogadas palacianas e de bastidores, em suma, politiquices, que é tudo aquilo de que o povo não quer saber. Assim vai Portugal caminhando, errático e decadente, rumo a um previsível precipício. Como é que há-de a população de olhar bem aos políticos? Não pode.

Que vergonha...

Que a caca esteja convosco!



P.S.(não o que se irá afundar ainda mais nas próximas eleições, cortesia do seu líder): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pouca Vergonha I: Internacional

 Acho que nem vale a pena alongar-me muito com este comentário pois todos nós sabemos que Trump e a sua horda de apoiantes são gente com pouca ou nenhuma vergonha. Para o provar está a recepção feita a Zelensky na Casa Branca há uma semana atrás, onde o Presidente da Ucrânia foi enxovalhado não só pelo seu homólogo americano mas por toda a comitiva que o recebeu. Propositadamente, quanto a mim. Basta ver que o encontro foi transmitido em directo pela televisão. Se tiver sido essa a intenção, acredito que deve ter tido o efeito contrário. Pelo menos num povo de gente normal teria. Por outro lado, e mesmo sabendo que a Ucrânia depende fortemente da ajuda dos Estados Unidos da América, é evidente que Zelensky, se o Tico e o Teco faiscaram entre si na sua «caixa ucraniana», deve ter acabado por concluir que recorrer a este aliado foi o mesmo que fazer um pacto com o Diabo. Mais cedo ou mais tarde, o mafarrico cobraria a alma, ou neste caso os minérios preciosos, em troca da ajuda.

Enfim, numa só palavra, vergonha, que é o que Trump(a) e os seus «lacacaios» não têm mas que a esta hora os Estados Unidos da América devem ter de sobra por terem eleito para a Presidência alguém assim.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Dinamarca e telemóveis: exemplo a seguir

 O Governo da Dinamarca decidiu proibir o uso de telemóveis e tablets nas escolas do país, mesmo durante os intervalos das aulas. A decisão vem na sequência de um relatório apresentado por uma comissão dedicada à apreciação do assunto e que conclui que o uso destes aparelhos é prejudicial aos jovens e não deveriam ser usados por estes até, pelo menos, aos 13 anos de idade. A medida pretende evitar comportamentos aditivos nas crianças e trazê-las de volta ao são convívio entre elas. Não é nada de novo. Decisões idênticas já tinham sido tomadas em França em 2018 e, posteriormente, na Noruega.

Ainda se diz que «há algo de podre no Reino da Dinamarca». Para quando semelhante regra na podre República de Portugal?

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 26 de janeiro de 2025

Miguel Arruda, o «Bagageiro»

Já que falamos de política, que dizer da polémica em torno de Miguel Arruda, o deputado à Assembleia da República acusado de furtar malas pelo menos no Aeroporto da Portela? A fazer fé nas imagens das câmaras de vigilância deste aeroporto, Miguel Arruda aproveitaria a confusão habitual neste lugar para levar malas alheias, vendendo posteriormente alguns dos artigos furtados através da Internet. O deputado alega que as imagens são falsas e podem ter sido criadas por programas de inteligência artificial mas buscas realizadas na sua casa de Lisboa levaram à apreensão de doze malas. Resta saber o que pode ser encontrado na sua casa nos Açores, de onde é natural. Consequentemente, foi constituído arguido.

Como é previsível e comum em muitos partidos, o Chega, que Miguel Arruda representava na Assembleia, pressionou-o a suspender o seu mandato parlamentar e sair do partido se não quisesse ser expulso. De facto, saiu do partido mas nem por isso abandonou a Assembleia, permanecendo como deputado não-inscrito, o que, mais uma vez, causou mau-estar nas bancadas do Hemiciclo.

Não sei como é possível persistirem situações destas, as quais têm vindo a tornar-se recorrentes e cada vez mais frequentes. Na minha maneira de ver, quando os eleitores vão votar nas eleições legislativas, votam em partidos. Se formos a olhar para os boletins de voto, constam lá nomes de partidos, não de pessoas a título individual. Logo, votamos em partidos. Portanto, quando um deputado eleito se desvincula ou é expulso do partido que representa, parece-me lógico que deixa de ter legitimidade para manter o cargo. Deveria abandonar a Assembleia e ser substituído pelo primeiro candidato não-eleito no respectivo círculo eleitoral. Talvez assim se evitassem as quase constantes polémicas e vergonhas que afectam agora o mais alto parlamento de Portugal.

Quem não se fez rogado foi um conjunto de marcas, desde o Ikea ao Licor Beirão, que se inspiraram no sucedido para criarem novas e hilariantes campanhas publicitárias. Há malta que até a dormir sonha com as piadolas que vai contar no dia seguinte. A imaginação não tem limites.


 Publicidade do Ikea, que parece não perder uma ocasião!

Quanto a Miguel Arruda, logo se verá o que vai mais acontecer. Mas aconteça o que acontecer, este é apenas outro caso vergonhoso a manchar a política nacional.

Que a caca esteja convosco!


P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Pedro Nuno Valham-no os Santos

 Esta semana política ficou marcada pela entrevista concedida por Pedro Nuno Santos ao jornal «Expresso». Nela, o Secretário-Geral do Partido Socialista reconheceu que o Governo de António Costa, do qual fez parte, não lidou bem com a questão da imigração e que esta deveria ser regulamentada, bem como que a intenção de interesses necessária à legalização dos imigrantes não sortiu o efeito desejado, criando uma espécie de «efeito de chamada».

Vai daí e deu-se uma série de reacções, até dentro do próprio partido, umas a favor e outras contra.

Calhou anteontem eu ter tido ocasião de ouvir o programa «Antena Aberta» da Antena 1, algo que, por imperativos profissionais, há anos não acontecia. Perguntavam aos ouvintes qual era o balanço que faziam da liderança partidária de Pedro Nuno Santos e não houve um único ouvinte que lhe desse por bendito o desempenho em tais funções. Outra coisa não seria de esperar. Tivesse eu participado e teria dito o seguinte. Enquanto ministro, não só foi um fraco governante como esteve a cada passo envolvido em trapalhadas e polémicas e foi sempre uma pedra no sapato de António Costa. Como o foi no Governo, é-o na liderança do Partido Socialista. Ele apenas continuou a ser o que era. Fala pouco e o melhor mesmo era ficar calado, posto que muitas vezes fala tarde e noutras inoportunamente e sem correcção de conteúdos ou ideias, quando as há. Há quem diga que de quase todas as vezes que abre a boca, as asneiras que saem são tantas que nem deixam as moscas entrarem. Também não é assim mas não deixa de ser verdade que lhe falta visão e conhecimento da realidade e que dá amiúde o dito pelo não dito e muda de opinião a cada passo, no qual se parece muito com uma versão menos reactiva, ou deverei dizer mais apática, do André Ventura. Para «líder da oposição» é fraco e qualquer dia arrisca-se a perder esse título de consolação para o seu referido homólogo do Chega, se ele não for para o Governo. Com tudo isto, para além de outros factores que não dependem dele, o partido tem-se afundado das intenções de voto, de acordo com as sondagens.

Tendo isto em mente, como pode Pedro Nuno Santos falar em preparar-se e ao partido para umas eventuais eleições antecipadas? Ter-se-á já arrependido de ter aprovado o Orçamento de Estado para este ano, que até foi feito muito à base de cedências e à medida socialista, e pretenderá chumbar já, à partida e sem conhecer o seu conteúdo, o para o ano que vem? Ou estará já a pensar numa moção de censura?  Curiosas hipóteses para um Governo quase ou tão esquerdista quanto o Partido Socialista ou para um Partido Socialista quase ou tão direitista quanto este Governo. A diferença entre esquerda e direita em Portugal é pouco mais que relativa aos assentos na Sala do Hemiciclo. Tenho dito. Para todos os efeitos, umas eleições antecipadas neste contexto traduzir-se-iam sempre num tiro no pé dos socialistas que, por este andar, ainda se arriscam a verem-se ultrapassados pelo ainda indefinido Chega.

Quanto à questão que se tornou central na entrevista, acho que, qualquer que fosse a conduta dele face à questão, sairia dela sempre fragilizado. A defesa da insistência socialista (e não só) em manter um não-sistema de portas escancaradas, desregulação total e consequente decadência identitária portuguesa só poderia continuar a levar o P.S. ao descrédito e à impopularidade. O presente reconhecimento dos erros passados e da necessidade de mudanças só pode fragilizar ainda mais a sua liderança mediante o aumento das críticas e da oposição interna e, por consequência, fragilizar o próprio partido.

Em suma, pode ser muito boa pessoa mas não tem qualquer jeito para a política. Eu sempre disse que o melhor candidato à liderança socialista era o José Luís Carneiro, mais calmo, sensato e consensual.

Que a caca esteja convosco!



P.S. (não o que está a ficar lixado): NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Perigosa «Trumpalhada»

 Ainda nem tinha tomado posse e já Donald Trump se mostrava irrequieto em pensamentos, palavras e acções. Uma vez de volta à Casa Branca e desta vez com o apoio do Congresso e do Senado, não perdeu tempo a começar a pôr em prática as suas promessas eleitorais. Ao menos, nisso ninguém o pode censurar.

Muito se fala das deportações de imigrantes ilegais. Contudo, essa medida, que não é nova nem nada de mais, apesar de se falar delas numa dimensão muito superior ao habitual («milhões e milhões», diz Trump) é uma mera manobra de diversão para distrair as atenções de políticos e comunicação social da Europa. Oficialmente, o nome «Golfo do México» já foi substituído pela designação «Golfo da América» na documentação oficial dos Estados Unidos, tal não é a arrogância do novo-velho líder. Acabam os apoios à aquisição de veículos eléctricos (nem sei como é que o amiguinho Elon Musk foi nisso pois dá cabo do seu negócio da Tesla) e regressam os incentivos à exploração de carvão mineral e petróleo, bem como a uma nova campanha de reindustrialização. Não faltam medidas que visam uma certa censura nos meios de comunicação social, em muito graças aos oligarcas que rodeiam, sustentam e dependem de Trump. Mais uma vez, a Administração Federal  retirou os Estados Unidos da América do Acordo de Paris sobre o ambiente e o clima e se não fossem os donativos compensatórios de particulares, este seria pouco mais que papel para reciclagem. Também retirou da Organização Mundial de Saúde, para o qual era o maior contribuinte, levando a entidade a um estado de difícil sobrevivência, apesar do importante trabalho levado a cabo. Equaciona até a saída da N.A.T.O., que até agora tem sido vista por muitos como uma mera extensão do poderio militar norte-americano. Decidiu ainda levar a cabo uma guerra comercial sem sentido com a União Europeia e a China. Porque havemos nós de comprar carros, alimentos e outros produtos americanos se os nossos são melhores?

Mas eis que chegámos ao domínio do grotesco e do verdadeiramente perigoso. Trump pretende anexar o Canal do Panamá, o Canadá e a Gronelândia. A ideia é fazer estes territórios ingressarem os Estados Unidos da América de forma voluntária ou por via de compra e venda. Ora os responsáveis do Canadá rejeitam esta intenção, os do Panamá lembram que o canal não foi um presente americano e, como tal, não têm nada que o devolver, nem que o tivesse sido, e a os da Dinamarca afirmam que a Gronelândia não está à venda. Porém, Trump insiste em ampliar o «Império Americano», já há muito dono do Havai e de Porto rico e o mais influente e poderoso país do Mundo, sob alegações vagas de «segurança nacional», que toda a gente sabe serem a camuflagem para interesses comerciais, industriais e de obtenção de matérias primas. E insiste de forma muito agressiva. Há ainda um incremento previsto do investimento militar que não deixa de ser perturbador. Como se não bastasse, tem os seus lacaios, em especial o ambicioso Elon Musk, a espalhar rumores e instabilidade pelo Mundo e a apoiar movimentos radicais.

Se aquando do seu primeiro mandato nós ainda podíamos dizer que os Americanos eram malucos e rir-nos às custas das baboseiras e percalços de Trump, agora talvez seja mais recomendável prestar atenção ao que não está só do outro lado do Oceano Atlântico mas quase omnipresente a nível global.

O comediante a as suas piadas deixaram de ter graça.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Juízo do Ano do Pombocaca

 Caros pombos amigos.


Tenho dito que o «Juízo do Ano» do «Borda d'Água» tem tido uma falha recorrente desde há anos no que diz respeito ao planeta regente, com o qual não atina. Consequentemente, o resto da prognosticação também não é correctamente apresentado. Quanto ao texto que sobra, concordo as mais das vezes e no deste ano subscrevo inteiramente a severa crítica proferida quanto à situação da habitação. Por isso, e com vista a corrigir a falta que eu aponto, passo a fazer o Juízo do Ano do Pombocaca.

Cômputo do ano de 2025

Planeta Regente: Mercúrio

Número do Ciclo Solar: 26

Áureo Número: 12

Letra Epactal: B

Número da Epacta: 0

Letra Dominical: E

Prognosticação

No que diz respeito às condições meteorológicas, este ano seria, teòricamente, de Inverno áspero e não muito frio, Primavera húmida e pouco boa, Verão quentíssimo e Outono temperado. Por consequência, haveria abundância de cereais, grãos e azeitonas. As vindimas prever-se-iam excelentes. No entanto, o rigor excessivo do Inverno e do Verão poderiam provocar más produções agrícolas e fome em alguns lugares. Como hoje em dia o clima está muito alterado face ao que era a norma, o mais provável é que, embora os princípios básicos se continuem a verificar de forma mais ou menos marcada, principalmente menos, já ninguém saiba dizer com segurança o que é que se há-de esperar das condições atmosféricas. Portanto, há-de fazer Sol quando for de dia e não houverem núvens e chover quando cair água destas. O vento há-de soprar dum lado para o outro. Trovejará quando soarem trovões.

A fazer fé nos antigos lunários e com base no que se há-de esperar dum ano mercurial, alguns principais poderão morrer e as condições adversas do estado do tempo no Inverno e no Verão poderão provocar alguns abortos e coisas invulgares ou inéditas acontecerão. Os artistas continuarão a fazer arte ou coisa a que isso chamam, os cientistas, médicos, oficiais de justiça e muitos mais a contorcer-se com falta de meios, os traficantes  a traficar, os professores e os empregados a aturar pirralhada e seus pais e encarregados de educação mal comportados, os políticos a atirar-nos areia para os olhos e fazer coisas parvas as mais das vezes e por aí a fora. Enfim, hão-de acontecer acontecimentos, como é costume.

De uma forma geral, as pessoas nascidas neste ano terão cabeça, tronco e membros. Os membros serão quatro, sendo que dois serão braços com uma mão cada e cinco dedos em cada e duas pernas com um pé em cada uma, cada qual dotado igualmente de cinco dedos cada. No tronco, por entre a organada toda, há-de bater um coração em cada vivo, embora em certos Putines, Nethaniahus e outros que tais não pareça. Cada cabeça deverá contar também com dois olhos, duas orelhas e seus ouvidos, um nariz com duas narinas, uma boca com língua e dentes, em muitas delas há-de haver cabeça e talvez barba e, parecendo que não com preocupante frequência, é de prever que haja um encéfalo a trabalhar dentro da caixa craniana.

A guerra na Ucrânia vai continuar, assim como, parecendo que não, a da Palestina. O Nicolás Maduro continuará a fazer e dizer disparates, assim como o Javier Milei e o Donald Trump, só para nomear alguns. Se não estiverem, é porque estarão a pensar em disparates. Pessoas vão continuar a nascer, a ter doenças e a morrer e quase podia apostar que os outros viventes também. A Amazónia e as outras florestas vão continuar a ser destruídas. A ganância, a estupidez e a ambição continuarão a prosperar num mundo regido pelo dinheiro e dele dependente. Assim, os pobres e oprimidos continuarão a ser mais e a sê-lo mais e a Natureza a degradar-se. Os impostos continuarão a ser cobrados e os preços de tudo continuarão a subir. Como dizia uma criadora de vacas da minha terra, «só o leite do cacete é que não aumenta!»

Acho que não vale a pena continuar. Como se vê e é de prever, 2025 será um ano de mais do mesmo, só que sempre cada vez pior. Claro que há sempre uma esperança e é a essa que nos devemos agarrar. Mas agarrar não significa que fiquemos à espera que tudo nos caia no colo. Significa sim que temos de nos fixar à ideia e pôr mãos à obra para a tornar numa realidade. Só assim se quebrará este ciclo vicioso e se o substituirá por um outro ciclo, mas virtuoso.

Que a caca esteja convosco!



P.S.(nada a ver com o partido caído em desgraça):NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

domingo, 19 de janeiro de 2025

Morte de Coimbra-A, mais um prego no caixão de ferrovia

A 18 de Outubro de 1885, foi inaugurada a Estação de Coimbra-A, também conhecida por Estação Nova, visto que já havia uma outra, a de Coimbra-B, que servia a Linha do Norte. Esta agora seria um terminal do Ramal da Lousã, ao serviço da nossa bem conhecida C.P., então denominada Companhia Real dos Caminhos-de-ferro Portugueses, e permitia acesso ao centro da cidade. Entretanto, o volume de passageiros e mercadorias obrigou a uma ampliação de raiz e a estação entrou em obras em 1925. Seis anos depois, em 1931, um novo edifício, de aspecto mais clássico mas requintado e imponente, projectado por Cottinelli Telmo, foi inaugurado. E assim se manteve durante muitos anos, ao serviço dos utentes, dos Coimbrões em particular e, num sentido mais amplo, do país. Conheceu a visita de reis, presidentes e outras personalidades ilustres e as muitas vidas anónimas que por lá passaram. Mas os tempos estavam a mudar para mostrar que nada era eterno, nem mesmo o mais útil, lógico, sensato e belo e que se há algo que prevalece são os interesses e, claro, a estupidez.

A intenção de transformar o Ramal da Lousã num metropolitano de superfície, lá nos anos 90, levou ao encerramento de quase toda esta via em 2009-2010, do qual se exceptuou o troço entre as estações de Coimbra-A e Coimbra-B, que se manteve em funcionamento. Em 2017, o Governo deixou cair por terra a ideia do metro de superfície e optou por ligações de autocarros. Era o fim definitivo anunciado para o que sobrava do Ramal da Lousã. À meia-noite e vinte do dia 12 deste mês, a ligação ferroviária entre as duas estações cessou, o que determinou o encerramento da primeira destas edificações, 139 anos, 2 meses e 25 dias depois da primeira viagem de comboio.

Muita incúria e politiquice se moveu ou primou pela inércia, contribuindo para este desfecho, em particular da parte de sucessivos governos incompetentes, dentro dos quais se destaca um do qual fazia parte alguém que tratou do assunto e nada fez (Pedro Nuno Santos, então Ministro das Infra-Estruturas), e de um executivo camarário, também socialista, que decerto não vai ser reeleito e, como tal, pode dar-se ao luxo de meter a pata na poça até se afogar com tanta palermice que o seu presidente tem proferido sobre esta questão. E quem fica a perder é o povo, que necessita dos tão apregoados transportes públicos e agora ficou privado de mais um, cuja uma única composição só pode ser substituída por vários autocarros e sem a mesma eficácia. Fica também a perder por outro motivo: porque perde um valor patrimonial quer material quer imaterial. O Presidente da Câmara Municipal de Coimbra afirma que a estação não vai ser demolida, como se nós ainda continuássemos a acreditar em políticos. Porém, ainda que seja mantida, perde a sua função, passa a ser só mais um edifício jeitoso no meio da cidade. Perde a honra de servir Portugal. Perdem-se memórias. Perde-se um elemento cultural com significado próprio. Todos ficarão a perder, até os idiotas que conduziram ao seu fecho.

Esta é só uma das inúmeras «Coimbras-Ás» que existem no nosso cada vez mais triste país. Há tantas estações ao abandono de Norte a Sul, centenas delas. Umas mais pequenas e modestas, outras tanto ou mais monumentais que esta, mas todas constituem testemunhas de um tempo glorioso que acabou e da pobreza cada vez maior em que a nossa triste nação caiu. Os políticos podem falar muito em investimentos nos caminhos-de-ferro e de vez em quando lembrarem-se da palermice do T.G.V. mas tudo não passa de propaganda e manobras de diversão partidária e parlamentar. Não interessa que os comboios passem cada vez mais depressa. Interessa sim é que eles parem... e daqui a bocado não passam e muito menos param em quase lado nenhum. A verdade, nua e crua, caros pombos amigos e políticos em particular, é que a «Idade dos Comboios» chegou ao fim. Este foi só mais um prego no caixão de um morto há décadas. Resta-nos apenas lembrar com saudade outros tempos e preservar, ao menos, a memória.

Adeus, Coimbra-A!


 Fotografia do «Campeão das Províncias»

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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AVISO IMPORTANTE: DADO O ELEVADO TEOR EM EXCREMENTOS CORROSIVOS, NÃO SE RECOMENDA A VISUALIZAÇÃO DESTE BLOG EM DOSES SUPERIORES ÀS ACONSELHADAS PELO SEU MÉDICO DE FAMÍLIA, PODENDO OCORRER DANOS CEREBRAIS E CULTURAIS PROFUNDOS E PERMANENTES, PELO QUE A MESMA SE DESACONSELHA VIVAMENTE EM ESPECIAL A IDOSOS ACIMA DOS 90 ANOS, POLÍTICOS SUSCEPTÍVEIS, FREIRAS ENCLAUSURADAS, INDIVÍDUOS COM FALTA DE SENTIDO DE HUMOR, GRÁVIDAS DE HEPTAGÉMEOS E TREINADORES DE FUTEBOL COM PENTEADO DE RISCO AO MEIO. ISTO PORQUE...

A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!