Como é bom estar de regresso a esta época do ano, um tempo de magia, união e felicidade. Muitos dirão que não é bem assim, que estes dias são iguais aos restantes, que essas coisas de «união e felicidade» são meras miragens e fachadas para um consumismo desenfreado que corrói cada vez mais profundamente as sociedades modernas e as torna dependentes do capital e de quem o detém. Em parte é verdade. Olhando para um calendário, a segunda metade de Dezembro e início de Janeiro não é distinta dos meados de Março ou da segunda semana de Setembro. Aquilo que nos junta e faz felizes não é só algo característico e desejável nesta altura do ano mas algo que se pretende todos os dias. Finalmente, sim, muitas vezes, estes e outros argumentos, em particular os religiosos, são usados mais como pontos para um fim publicitário comercial do que como sinceros votos para quem são dirigidos.
Portanto, porque não dar a volta à questão? Não é difícil, basta sermos melhores e darmos o que somos. Estendamos as mãos uns aos outros com um sorriso na cara. Esqueçamos as nossas carrancas, dissabores e desavenças e juntemos os nossos corações. De que valem atritos, vinganças, invejas e competições? No final, nada disso será levado connosco, apenas as recordações e sentimentos. E se assim é, porque não levarmos lembranças de bons momentos e alegria?
Em vez de gastarmos o nosso precioso e irrecuperável tempo em bichas de centros comerciais e lojas, porque não empregá-lo em estarmos com os nossos entes queridos? No fundo, o que precisamos de dar uns aos outros são afectos, o bálsamo da alma e alimento da vida. Lembremo-nos daquela noite fria em Belém, há tantos anos. O que teriam pobres pastores, camponeses famintos e gado para oferecer ao Menino Jesus, predito nas profecias como o futuro rei dos reis? Ele mesmo ali gemendo de frio no áspero berço de palha? Coroas? Sedas? Anéis? Não: o calor do aconchego e da companhia, o amparo, a sensação de que somos todos um só e que juntos vencemos a solidão e a tristeza.
Estes dias podem ser indistintos dos outros no Calendário mas se não podemos ou sabemos dar mostras de união, solidariedade e alegria nos outros, porque não tentar fazê-lo só que seja nestes? E eis que proponho aqui este desafio. Se somos capazes de o fazer durante esta quadra festiva, porque não arriscar e tentar estender estes sentimentos ao ano de 2018 que está mesmo a bater à porta? Quem sabe, porque não para a posteridade? E porque não? O desafio começa dentro de nós próprios. Saibamos mudar-nos e melhorarmos para que esta nossa alegria em conjunto irradie pelo Mundo e o faça um local melhor para todos nós, humanos ou não, já que somos todos filhos da mesma criação, tenhamos ou não alguma fé em particular. Marquemos pela diferença em 2018 e a vida sairá vencedora. Eu fi-lo este ano e não podia sentir-me melhor!
Estimados colegas deste nosso grande pombal universal. Desejo-vos a todos, até a quem eu sei que não me grama, um muito feliz Natal e, mais do que um excelente 2018, uma eternidade de alegria com tudo o que vos possa fazer um sorriso de orelha a orelha e o coração ficar cheio daquele calor ternurento que se aninha no peito e aquece o espírito.
(Para variar, este vídeo aqui em baixo não tem qualquer malandrice relativa a... calor humano...)
Obrigado a todos e votos de muito boas festas, festas a sério, mais com doçura imaterial que com a que provém do açúcar.
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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