Como é sabido, está a decorrer em Paris mais uma cimeira de líderes mundiais com vista a tentar obter um compromisso que possa resolver os problemas ambientais ou, pelo menos, minimizá-los. Parece que, como sempre, o entendimento está complicado e quase que posso apostar que da reunião vai sair pouco mais que nada. O problema, segundo o meu ponto de vista, é que as questões ambientais têm sido tratadas como um negócio que, invariàvelmente, acaba por sair prejudicial aos países menos desenvolvidos e que passam por maiores dificuldades. Veja-se, a título de exemplo, o que se tem verificado com o vergonhoso comércio de direitos de emissões de gases com efeito de estufa, um esquema engendrado de modo a que os países adquirem a bom preço uns aos outros os direitos de poluir o ar. Claro que os países mais pobres acabam sempre por abdicar da sua capacidade de produção industrial e consequente desenvolvimento a troco de alguns tostões extra, sempre necessários e preciosos para eles mas que para os mais industrializados e, portanto, ricos, não passam de bagatelas. Ora, acima de tudo, os líderes mundiais têm de encarar o problema como tudo menos como um negócio, como tem sido sempre.
Em segundo lugar, tem-se falado muito nestes últimos anos do aquecimento global e dos gases com efeito de estufa, à base de carbono. Já sabemos que as temperaturas estão a aumentar. A questão, aliás sistemàticamente ocultada, é que em períodos anteriores da História da Terra, os níveis de dióxido de carbono, entre outros do mesmo género, na atmosfera foram muito superiores sem que as temperaturas aumentassem. Mais: que não se consegue estabelecer um padrão que relacione a industrialização e o aumento da concentração desses gases carbónicos com capacidade de efeito de estufa com um aumento das temperaturas do planeta. E no entanto, a Terra aquece. Eu, na minha suprema ignorância sobre o assunto, e não estou a ser irónico nem sarcástico, chego a uma conclusão.
Talvez a mera redução das emissões de gases com efeito de estufa seja inútil sem um outro passo essencial: a retenção do que é emitido. O mar, os glaciares e a vegetação são os maiores reservatórios de dióxido de carbono do Mundo. O mar tem sido maltratado a todos os níveis, o aquecimento global tem feito derreter o gelo dos glaciares e as florestas aniquiladas um pouco por todo o lado. Podemos impedir o gelo de derreter? Não, a não ser que consigamos travar o aumento da temperatura. Mas podemos ser bem mais cuidadosos com o mar? Sem dúvida. E podemos investir numa benéfica reflorestação geral do Mundo, benéfica não só para o clima e o ambiente em geral mas também em termos económicos. É que as temperaturas noutros períodos foram inferiores com concentrações de carbono superiores talvez porque existia vegetação onde hoje há betão e devastação e essas plantas, juntamente ao mar e aos glaciares, eram gigantescos reservatórios desse elemento.
É uma mera ideia minha mas talvez dê que pensar, não?
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
Sem comentários:
Enviar um comentário