domingo, 18 de abril de 2010

Encantos da malandrice literária: «Os Três Mosqueteiros»






Há dias atrás, aproveitei uma viagem de necessidade (não de necessidades, está bem?) para, num pulinho, ir a um alfarrabista e matar um desejo de juventude. Lá aquiri dois exemplares. Um foi «O Livro da Primeira Classe», um belíssimo exemplar cheio de bons exemplos e ilustrações de luxo como poucos títulos badalados se imprimem hoje em dia. Que pena tenho eu de não ter por um destes aprendido os rudimentos da escrita... O outro é um clássico de sempre: «Os Três Mosqueteiros», obra-prima de Dumas Davy de la Pailleterie, mais conhecido como Alexandre Dumas (Pai). Tive uma professora que costumava dizer:

«Há dois livros que todos os adolescentes devem ler antes de se tornarem adultos, sob pena de se arrependerem ao descobrirem o que perderam na vida: «As Aventuras de Dom Quixote» e «Os Três Mosqueteiros».»

Agora que, finalmente, tenho a graciosa honra de ler o segundo destes nomes, alegro-me com a história e descubro certas peculiaridades que, aos nossos olhos, se revelam malandrecas quanto baste. A tradução não é das melhores, pelo menos a partir daí da página 500 ou coisa assim, mas há elementos que não se perdem com meras adaptações linguísticas.

Bem sei que isto é anacrónico, não faz sentido aplicar no século XIX esta piadola mas não deixa de ser uma coincidência espantosa no que eu reparei ao acabar de ler o vigésimo nono capítulo. Tal não foi o meu espanto quando, virando a página, dei de caras com o trigésimo capítulo, que tem como cabeçalho


XXX


Milady



Quem diria que, mais de um século depois, isto pudesse dar azo a interpretações alternativas...
Há uma página brasileira (eu sei, enfim, o que é que se há-de fazer) onde se lê um comentário brilhante e cómico sobre o livro, em


Talvez por aqui se compreenda como é que, sem dizer «água vai» e nem apelo nem agravo, damos de caras com a cena do D'Artagnan a fugir meio despido quarto fora à frente da quase nua e de punhal em riste Milady de Winter. Dá que pensar, meus caros.

Que a caca esteja convosco!

2 comentários:

X-Filer disse...

Hahahah, pornografia versão século XVIII??

Migas-o-Sapo disse...

Olha que se não é... dá-o a entender muito bem.

Acabei de ler hoje o livro. Para quem se lembra dos filmes e do «Dartacão», entre outras séries, esqueça, não tem nada a ver. Adorei, está excelente. Contudo, dois elementos arrasaram-me a mioleira. Em primeiro lugar, a estranha relação entre o D'Artagnan e o Conde de Rochefort. Em segundo, o escusado episódio que creio agora estar na génese daquela patacoada da J.K. Rowlling com a morte do Cedric Digory no «Cálice de Fogo». Em suma: final inesperadíssimo, chocante e desnecessário.

E viva a tabuada renascentista!

Que a caca esteja convosco e com os mosqueteiros!

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