Já nem me lembro há quanto tempo se debate a construção de um novo lugar que sirva como alternativa ao velhinho e hoje diminuto Aeroporto da Portela. Isto é como o T.G.V. ou a regionalização, há sempre quem se lembre disso de tempos a tempos.
Não deixa de ser curioso que se pretenda aumentar ainda mais o tráfego aéreo num tempo em que para além das ligações estarem saturadas e do fluxo de gente se estar a aproximar de níveis excessivos, se tenha por garantido que o avião é o transporte mais poluente que hoje o cidadão comum dispõe. Resta saber se se pretende proteger o ambiente ou puxar ainda mais pela economia.
Mas voltemos à questão central. Recentemente, foi apresentada a decisão sobre a localização do novo aeroporto. Será em Alcochete e nem tem uma só pedra assilhada e até já tem nome e tudo: Aeroporto Luís de Camões. Não sei é se será construído, tendo em conta que este é um Governo a curto prazo e lá para o fim do ano ou início do seguinte teremos novas eleições.
Porém, uma dúvida logo à partida me assombra. Será que é mesmo necessário um novo aeroporto? A resposta parece-me óbvia: não. Que o da Portela já não dá resposta ao tráfego que se verifica e tende a crescer é certo e sabido mas também o é que os governos portugueses não são conhecidos por boas gestões de meios. A solução é simples e implica uma despesa muito inferior à do eventual provável ou não futuro Aeroporto de Alcochete. Acontece que a Portela não chega mas um novo aeroporto é desnecessário porque Portugal já dispõe de uma enorme infra-estrutura, o maior do seu género em terras lusas, que está subaproveitado, quase ao abandono, que é o Aeroporto de Beja, construído ainda há relativamente poucos anos. Bastaria seguir os seguintes passos:
- pelo menos numa primeira fase, desviar da Portela para Beja todos os voos que apenas fazem escala e não têm destino a Lisboa;
- rentabilizar ao máximo o Aeroporto de Beja;
- fazer as ligações rodoviárias que se achem necessárias ao Aeroporto de Beja e construir até ele um ramal ferroviário;
- reabrir o troço da Linha do Sul da Funcheira a Beja e a Linha do Sueste/Ramal de Moura;
- dotar os utentes dos respectivos meios de transporte;
- numa segunda fase, desviar mesmo da Portela voos que tivessem destino a Lisboa, quer a Portela se limite a aviões de menor dimensão ou não e continue a funcionar ou não, pois dispondo de várias vias e meios de transporte complementares, não haveria a necessidade das aeronaves terem de aterrar dentro de Lisboa..
Esta é a minha sugestão, a qual permitiria aliviar a capital de tanto tráfego, rentabilizar um aeroporto com todas as condições que tem sido sempre relegado para segundo plano e poupar muito dinheiro ao Erário Público. Lembro que os principais aeroportos não costumam ser dentro ou junto das cidades que servem mas arradados.
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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