domingo, 9 de junho de 2024

Qual novo aeroporto?

 Já nem me lembro há quanto tempo se debate a construção de um novo lugar que sirva como alternativa ao velhinho e hoje diminuto Aeroporto da Portela.  Isto é como o T.G.V. ou a regionalização, há sempre quem se lembre disso de tempos a tempos. 


Não deixa de ser curioso que se pretenda aumentar ainda mais o tráfego aéreo num tempo em que para além das ligações estarem saturadas e do fluxo de gente se estar a aproximar de níveis excessivos, se tenha por garantido que o avião é o transporte mais poluente que hoje o cidadão comum dispõe. Resta saber se se pretende proteger o ambiente ou puxar ainda mais pela economia.


Mas voltemos à questão central. Recentemente, foi apresentada a decisão sobre a localização do novo aeroporto. Será em Alcochete e nem tem uma só pedra assilhada e até já tem nome e tudo: Aeroporto Luís de Camões. Não sei é se será construído, tendo em conta que este é um Governo a curto prazo e lá para o fim do ano ou início do seguinte teremos novas eleições.

 

Porém, uma dúvida logo à partida me assombra. Será que é mesmo necessário um novo aeroporto? A resposta parece-me óbvia: não. Que o da Portela já não dá resposta ao tráfego que se verifica e tende a crescer é certo e sabido mas também o é que os governos portugueses não são conhecidos por boas gestões de meios. A solução é simples e implica uma despesa muito inferior à do eventual provável ou não futuro Aeroporto de Alcochete. Acontece que a Portela não chega mas um novo aeroporto é desnecessário porque Portugal já dispõe de uma enorme infra-estrutura, o maior do seu género em terras lusas, que está subaproveitado, quase ao abandono, que é o Aeroporto de Beja, construído ainda há relativamente poucos anos. Bastaria seguir os seguintes passos:

- pelo menos numa primeira fase, desviar da Portela para Beja todos os voos que apenas fazem escala e não têm destino a Lisboa;

- rentabilizar ao máximo o Aeroporto de Beja;

- fazer as ligações rodoviárias que se achem necessárias ao Aeroporto de Beja e construir até ele um ramal ferroviário;

- reabrir o troço da Linha do Sul da Funcheira a Beja e a Linha do Sueste/Ramal de Moura;

- dotar os utentes dos respectivos meios de transporte;

- numa segunda fase, desviar mesmo da Portela voos que tivessem destino a Lisboa, quer a Portela se limite a aviões de menor dimensão ou não e continue a funcionar ou não, pois dispondo de várias vias e meios de transporte complementares, não haveria a necessidade das aeronaves terem de aterrar dentro de Lisboa..


Esta é a minha sugestão, a qual permitiria aliviar a capital de tanto tráfego, rentabilizar um aeroporto com todas as condições que tem sido sempre relegado para segundo plano e poupar muito dinheiro ao Erário Público. Lembro que os principais aeroportos não costumam ser dentro ou junto das cidades que servem mas arradados.


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!


Confusão de género... na queijaria

Estava eu hoje a degustar um queijo, neste caso um Queijo de Vaca Por Si Viva Bem Light Cremoso (eu sei, parece o nome dum familiar do Dom Duarte) quando reparei no rótulo da embalagem. Convido-vos a analisá-lo com atenção.




Eu sei que a imagem não é muito nítida mas ainda assim arrisco a perguntar: ninguém repara em nada de invulgar na embalagem?  Pronto, vou contar. Alguém consegue reparar na zona entre as pernas dos animais? Pois, é que das duas uma: ou quem fez os rótulos não sabe como são as vacas e fez uma enorme confusão ou então está a querer dizer-nos que nós não estamos a comer queijo de leite de vaca mas sim de leite de touro... Garanto, pode coalhar mas se faz queijo ou não, não me atrevo a responder e muito menos a experimentar!


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

Ainda o Festival da Politização da Eurovisão

 Cá estou eu, de novo, após tanto tempo. É assim, quem trabalha muito, e as mais das vezes apartado de rede, não tem possibilidade de estar sempre cravado na Internet.


Eu sei que já foi há umas semanas mas tinha um desenho engraçado e não resisti a abordar o tema por causa dele. Portanto, cá vou eu.


Confesso que deixei de prestar atenção tanto ao Festival da Canção da R.T.P. como ao da Eurovisão. Por um lado, porque a qualidade das canções anda muito por baixo nestas últimas décadas e ambos os acontecimentos, muito desvalorizados, pouco mais são que meros espectáculos de variedades em que se faz tudo e mais alguma coisa mas de cantar pouco ou nada. Creio que o meio ideal para apreciar qualquer festival da canção hoje em dia é este: a rádio. Só assim poderemos abstrair-nos de tudo quanto é supérfluo e teremos a certeza quanto aos dotes vocais do intérprete e ao valor artístico dos temas.


Por outro lado, pela mesma razão que me leva a não ligar nenhuma importância aos Óscares: a de que estão fortemente politizados. Na edição deste ano, isso foi particularmente evidente. Ora como estes eventos pouco ou nada para mim valem, vou comentá-los, pois claro.


Começo pela nossa Iolanda, com o tema «Grito». Continuo a dizer que não era a melhor canção do Festival da R.T.P., independentemente do talento da cantora, isto por o considerar um tanto ou quanto repetitivo. Não era dos melhores temas da Eurovisão mas também não dos piores, pelo que o décimo lugar que obteve ficou dentro do que eu esperava. A destacar pela positiva há o grande favoritismo entre o público quanto a outros dotes de Iolanda, que consideraram as suas amigas do peito como as mais protuberantes. Não sei dizer, deixo aos vossos critérios, mas lá que tem argumentos de peso, não haja dúvida.



Fiquei surpreendido com a classificação da música espanhola, que até me pareceu interessante e, no entanto, teve uma classificação medíocre. Ao invés, foi bem-feito o desprezo a que tanto público como júri votaram o outro tema espanhol, que foi o dos espanhóis que concorreram por São Marino. Quiseram fazer fífias ao seu próprio país, chateados por não terem sido escolhidos no reino de Filipe VI e convencidíssimos, com toda a arrogância, de que seriam os vencedores da Eurovisão. Pois passaram despercebidos... e a fazer triste figura.


Fiquei também admirado pela positiva com os temas da Arménia e da Áustria. No caso da primeira porque não só trouxe os músicos ao palco, o que já foi mais invulgar mas continua a não voltar a ser uma desejada regra, como constituiu uma grandiosa lufada de ar fresco de autenticidade. Alegremente interpretada na língua nativa por uma cantora enérgica e jovial, pode não ter a letra mais variada e complexa mas trouxe aos olhares do público um banho de folclore por um rancho trajado a quase rigor e que soube puxar pela assistência. No caso da segunda, porque pode não ser o género que as pessoas do meu tempo entendem como o mais festivaleiro, à semelhança do tema arménio, mas não está nada mau para o seu estilo e dá muito bem para abanar uns capacetes.



Chamo ainda a atenção para aqueles que apareceram nus ou quase, como os intérpretes da Finlândia ( o Salvador Sobral, crítico do «fogo de artifício», teve ter-se passado) ou da Eslovénia, ou que fizeram muito mas cantar nem por isso, como foram os casos de Reino Unido (que raio de porra foi aquela?) ou principalmente de Irlanda. Neste último exemplo, ninguém fica a saber se a «cantora», chamemos-lhe assim, canta ou não, visto que passa o tempo vestida como um demónio a grunhir e gritar.




Quanto à canção vencedora, a da Suíça, desde cedo começara-me a dizer que seria a galardoada. Porém, ao ver o Festival, depressa descartei essa hipótese pois parecia-me que o tema da França teria maiores probabilidades de ganhar. Aliás, a música trazida pela delegação helvética não me agradou nem um bocadinho e considerei-a próxima de lixo. Não há qualquer dúvida quanto ao talento e poder vocal do cantor. De facto, é notório que o tema foi composto e a apresentação, com todos aqueles equilibrismos, foi pensado com o propósito de extrair e mostrar a todos essas fabulosas capacidades. Contudo, toda a canção pareceu-me desconexa, cacofónica e desordenada. Passei mesmo aqueles minutos da exibição a desejar que o cantor desse um enorme trambolhão da plataforma onde se passeava em números circenses. Como me enganei! Para surpresa a minha, no dia seguinte vim a ver que tinha mesmo sido o vencedor.



Justiça seja dita, já que não foi feita. O melhor tema em concurso e que merecia ter ganho era o único que, por uma questão de coerência e uniformidade de critérios, não devia sequer ter participado, que era o de Israel. Antes, tal como agora, a Rússia foi banida do Festival por causa da invasão à Ucrânia. Israel também o deveria ter sido pelo ataque à Faixa de Gaza, que tem sido um morticínio geral. Este tema já de si não era o originalmente apresentado, que foi rejeitado por versar sobre matérias políticas, neste caso os ataques do Hamas em Outubro passado. Aparte de tudo isso e fosse a música boa ou má, o que é certo é que jamais ganharia, sob pena da organização vir a ter gigantescas dores de cabeça e sarilhos diplomáticos.



Acabo como comecei. Este festival foi politizado como nunca antes se viu e a política esteva muito acima da arte, tal como acontece com os Óscares. Jogadas de bastidores, insultos, agressões, desclassificações, manifestações, batalhas campais... Enfim, é por isto que decidi comentar este festival. Porque, tal como referi noutros anos, os festivais são boas amostras das suas contemporaneidades e os dias de hoje são assim, tornaram-se nisto, uma tristeza em misto de bizarria e agressividade.



Que saudades de há uns 20 ou 30 anos...


Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!




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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!