Vou confessar-vos uma coisa. As tecnologias têm um pequeno problema comigo. Não sei porquê, tudo de mais sofisticado neste campo tende a recusar-se a trabalhar comigo como deve ser ou simplesmente a trabalhar. Mais faço com um lápis ou uma daquelas simples mas sempre eficazes esferográficas BIC Cristal do que com um gingarelho daqueles XPTO e para mim tabletes só mesmo de chocolate.
Com computadores e telemóveis tenho mesmo um relacionamento que mais parece um caso clínico, para os padrões da Modernidade, apesar de lhes reconhecer grande utilidade prática. Dou-me melhor com máquinas de escrever ou melhor ainda com papel do que com computadores, que encravam e avariam constantemente. Telemóveis então são máquinas muito inoportunas, com pouca ou nenhuma cobertura de rede em muitos locais, sorvedouros de dinheiro só superados por automóveis e daquelas coisas que permitem tanto que nos estejam constantemente a azucrinar a mioleira que dá vontade de rebentar com eles. Hoje em dia então, chegámos ao estranho paradoxo dos telemóveis fazerem tudo e mais alguma coisa (gravações de som, vídeos, fotografias, acesso à Internet,troca de mensagens,...) que às tantas duvido que ainda façam aquela que, originalmente, era a sua função primária: telefonemas.
É como os mais recentes «Telemóveis», o estranho tema que Conan Osíris levou à edição deste ano do Festival da Canção. Talvez seja só de eu ser um sacana jarreta ou um antiquado mas quer-me cá parecer que talvez este telemóvel esteja com problemas de rede, se é que eu me faço entender. No entanto, merece todo o mérito pela crítica de costume e pelo entretenimento garantido. É que a par da estupefacção inicial, que nos deixa a captar mal o sinal, as gargalhadas não cessarão com este momento «mas que raio». Sem dúvida que o Festival da Canção tornou-se num espectáculo de variedades, do mais talentoso ao mais grotesco, em particular nesta... e não é de agora. Mais estranho ainda é que o júri não achou grande graça mas o público conferiu-lhe uma votação notável.
Tenho de ir andando, que esta, digamos, música, deixou-me meio zonzo. Acho que é a bateria quase esgotada... de tanto rir!
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!
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