quinta-feira, 12 de maio de 2016

Governo à prova de água?

Depois do Ministério do Ambiente ter anunciado o cancelamento da construção das barragens do Alvito e de Girabolhos e a suspensão das obras da do Fridão por três anos, eis que a seguir chega a notícia de que há ainda a intenção de demolir pelo menos dez barragens e açudes, embora a avaliação possa concluir que mais devam ir abaixo. Os argumentos em prol desta decisão são de que tais represas são obsoletas e inúteis.

É uma novidade preocupante e que carece de apreciação séria, até porque se há estruturas e projectos que são contrários à economia, vivência, fauna e flora específicas desses locais, outros certamente haverão que terão muito mais importância e vantagens em serem mantidos, apesar de rotulados de «inúteis» ou «obsoletos». Em primeiro lugar porque as noções de «inútil» e «obsoleto» são muito subjectivas e variam muito amiúde na boca de quem as define consoante o interesse na respectiva cabeça. Portanto, se uma determinada estrutura for contra o interesse ou ideologia de alguém, o seu valor será nulo ou mesmo deficitário: é algo prejudicial e descartável. Em segundo lugar porque andaram várias gerações precedentes às nossas a erguer obras imensas, sejam grandes ou pequenas, para proveito seu e dos que haveriam de vir. Há um peso de responsabilidade dessas gentes passadas sobre os nossos ombros. Não pode ser de ânimo leve que se opta à partida pela simples destruição daquilo que eles fizeram. Uma vez que se chegue à conclusão que algo não se ajusta às necessidades modernas, não seria melhor pensar antes não na destruição mas na conversão ou melhor forma de aproveitar o que há? Em terceiro lugar, é fácil a muita gente, em particular ambientalistas, e como eu os compreendo, olhar para seja um paredão ou pouco mais que um mero valado e ver algo que, não tendo utilidade aparente, é ainda um bloqueio à fluência do líquido vital e das espécies aquáticas que dele dependem. Porém, esquecem-se que a mera concentração da água já é em si uma mais-valia. Onde há água, há vegetação e animais e, onde a há em grande quantidade, há um nível superior de humidade no ar e, consequentemente, um clima sem amplitudes térmicas tão grandes, logo, mais ameno. Para além disso, qualquer reservatório de água é uma fonte extremamente preciosa em situações de incêndio. Fora delas, pode ser um local de lazer ou até mesmo de estímulo económico, seja para abastecimento, rega, pesca ou até mesmo piscicultura.

Tenho aqui esta imagem mas não quer dizer que esta seja uma das visadas, está bem?

Vou dar um exemplo de uma situação que não conheci pessoalmente mas pelo qual passaram conhecidos meus. A Ribeira de Quarteira tem alguns açudes na zona de Paderne, Concelho de Albufeira. Há alguns anos, optou-se por demolir boa parte deles por se considerarem inúteis e prejudiciais à circulação da água e dos peixes. Que foi feito da água, dos animais? Daqui resultou que, onde antes havia água pelo Verão adentro, passasse a haver coisa nenhuma senão mosquitos durante o período em que os charcos e poças restantes e o fundalho de lodo do leito demoram a secar. Esqueceram-se que o caudal não é suficiente para que a ribeira corra pouco mais que alguns meses ao longo do ano.

Olhando para estas razões, tenho cá para mim que antes de se tratar as barragens e açudes como inimigos ou coisas que já não prestam, o melhor seria antes averiguar o estado das represas e procurar maneiras de as melhorar, seja rentabilizar ou pura e simplesmente as manter ou, na sua impossibilidade, as converter em algo produtivo, vantajoso e que não seja ambientalmente prejudicial. Estão em condições? Se não, o seu estado de degradação é grave ou não? Justifica-se a recuperação? Só depois de avaliados os prós e contras e todas as variáveis é que se pode tomar uma decisão. Caso contrário, ficamos todos a pensar que, às tantas, da mesma forma que Paulo Portas se meteu em negócios de submarinos para evitar que o Governo de Durão Barroso metesse água (e mesmo assim meteu), João Pedro Matos Fernandes quer acabar com barragens para evitar que aconteça o mesmo ao Governo de António Costa.

Juizinho...

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!