quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Encantos da malandrice literária: «Aparição»

Quando andei na escola, tive de ler o famoso livro «Aparição» de Vergílio Ferreira. Tive? Pois, consegui ler até à quarta página e depois marimbei-me para aquilo. Por sorte, estávamos atrasadíssimos no programa e o livro foi dado de rajada, quase sem se dar por isso. Há dias, vi o documentário «Grandes Livros» no Canal 2 sobre esta obra e fiquei com uma noção mais acertada do conteúdo do famoso romance.

Em primeiro lugar, fiquei a saber porque é que uma história, filosecóido-existencialista se tornou conhecida. Em suma, porque nela Évora e os seus naturais eram insultados à brava e ficaram chateados com o autor.

Para quem nunca leu o livro, aqui vai um resumo segundo o que captei do documentário e bem (não) me lembro das aulas de há laaaaargos anos.

Há um tipo, professor, que chega a Évora para dar aulas e vinha de luto porque o pai tinha, enfim, quinado. O homem trazia consigo umas ideias esquisitas e a malta eborense achava-o maluquinho, senão vejamos. Conheceu uma ilustre família da cidade. O homem... o homem... Qual homem? Adiante. A mulher dele era um exemplo de vácuo mental, muito característica dos dias de hoje. Pinava-se que era um encanto e o marido nem daria pelo peso extra na cabeça. Outra era uma moçoila também à maneira e não podia ter filhos. O professor podia aliviar-se à vontade que a gajinha nunca emprenharia e ela até jogaria foguetes ao ar por merecer alguma atenção da parte dum homem. A terceira era das que se faziam difíceis, uma espécie de matadora tesuda que estava mortinha para que lhe saltassem para a espinha mas dizia sempre que não. A quarta era uma criancinha, nada de pedofilias por aqui, por amor de Deus! De Deus? Não, de Deus não que o palerma do docente não acreditava em Deus. Enfim, a mocita pouco ou nada falava mas tocava piano que era um encanto.

Com três mulheraças à mão de semear, o que é que ele fez? Nada. Até se antipatizou com a atiradiça da terceira. Deve jogar noutro campeonato... o outro campeonato. Em vez disso, conheceu um tipo novo, um tal Bexiguinha, que raio de alcunha, que andava muito pensativo na vida. Entretanto, desatam todos a morrer que nem peixes num rio contaminado. Um enforcou-se porque já não prestava para trabalhar e deu o mote. A pobre gaiata deixou de tocar piano: sem que se dissesse «água vai», foi atropelada e foi-se à vida. Depois uma das manas dela morre também por sabe-se lá o quê. O Bexiguinha torna-se psicopata depois de matar galinhas e mata a coitada da irmã estéril das outras duas porque acreditava que se tornaria em algo superior se a matasse. E tornou-se: num parvalhão de calibre superior. Depois disto, ao qual o professor era relativamente alheio, até porque as coisas acontecem e ele não tem intervenção directa em nada, pirou-se de Évora para ir dar aulas em Faro. Porquê? Já não haviam gajinhas vivas em Évora ou achou melhor pôr-se a milhas dali antes que o seu amigo Bexigoso resolvesse despachá-lo para o Além para se tornar anjo ou o Deus que, segundo ele achava, não existia?

No meio disto, há um episódio inverossímil, o da aparição pròpriamente dita. Numa analepse, o professor lembra-se de quando era pequeno e julgou ter visto um ladrão em casa. Quando constatou que era só o seu reflexo, ficou a olhar para o espelho e a pensar no ser que o habitava e o era e o se lhe reflectia na superfície vítrea espelhada e blá blá blá Wyskas Saquetas. Mas que raio de balela é esta? Um miúdo jamais faria tal coisa. Nem um graúdo, quanto mais. Eis como seria a cena na realidade.

«Olhei então para o espelho e, no meio da escassa luz do candeeiro a petróleo que a minha mãe trazia, vislumbrei a minha própria figura, o meu naqueles dias jovem ser, inocente a todos os níveis e claramente ingénuo. Respirei de alívio. Virei-me para os meus sorridentes pais e disse-lhes suspirando de novo:
- Ah, bom, o ladrão era eu! Quer dizer, o meu reflexo no espelho. Está bem, vamos dormir.»

Óbvio, não?

Antes achava que a «Aparição» era um mau romance, uma seca. Estava enganado. Agora tenho a certeza que pode ter sido escrito com grande erudição e aprumo linguístico mas a história é mesmo um avultado monte de caca.

Que a caca esteja convosco!



P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!

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A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!