Parece que quando há uma vitória portuguesa, há logo uma desgraça a ensombrá-la. Mal a selecção de futebol foi campeã e um idiota atropelou uma multidão em Nice, com amplo prejuízo de mortos e feridos. A equipa de hóquei em patins replicou nessa modalidade igual triunfo e um tipo desata aos tiros em Munique. Ainda ontem, um palonço fez-se explodir também na Baviera à entrada dum festival de música.
Independentemente dos êxitos desportivos portugueses, que nada têm a ver com o sucedido, e falando um bom bocado mais a sério, fico sempre na dúvida quando a comunicação social nos depara com estes e outros casos de consequências menos mediáticas. Para quê isto? Qual a piada que há em pôr um ponto final em vidas e arruinar outras tão alheias ao que vai na mente de quem pratica estas acções? Que culpa podem ter estes inocentes no cartório? Pois se não têm, para quê destrui-las assim? E, mais estranho de tudo, para quê fazer isto e dar cabo da própria vida, indo contra tudo o que o instinto de sobrevivência nos dita? É um mistério que só a estupidez pode esclarecer.
A qualquer um que haja para aí com ideias de levar avante algum acto tresloucado desta natureza ou só que seja atentar contra a vida de alguém, eu digo-lhe: ganha juízo. Não é fazendo isto que o teu empreendimento vai alcançar o objectivo último pretendido, seja a criação dum estado qualquer ou a chamada de atenção de uma suposta amada. O que as pessoas normais, ao contrário de ti, meu estronço, vão sempre dizer e pensar é que tu és um estúpido, bronco e anormal. A sério, basta pensar um pouco e qualquer raciocínio rudimentar chegará prontamente a essa conclusão. Por exemplo: queres uma... Europa muçulmana. É o que está na moda. Se vais matar todos os europeus, vais ter é uma Europa deserta, seu cara de cu à paisana, e não há imigração que te valha porque vão todos os outros querer fugir do pesadelo que tu causaste. Queres que o Fisco não te chateie? Paga os impostos. Se atacares uma repartição ou funcionário, o problema não se resolve e terás de te haver com uma senhora cega: a Justiça. O mesmo se aplica com outras áreas da Função Pública ou, num sentido amplo, do que quer que seja. Queres arrebatar o coração de quem amas ou por quem tens um sentimento de posse acervalado? Pois, o homicídio da cara-metade não ajuda nada. Caso contrário, vais para o gaiolo e em vez de cara-metade, ficas com metade da cara. Ah, já agora, o suicídio é uma parvoíce. Se armas sarilhos e depois te matas, os problemas não deixam de existir, tu é que deixas. Chiça, é preciso ser mesmo besta quadrada...
Mas ainda assim queres levar a tua avante e desatar a matar gente? Então aguenta os cavalos que eu quero ajudar-te. Vou dar-te uma dica muito útil. Presta atenção. Escolhe a ocasião perfeita. Adquire os meios para o ataque. Armas com montes de munições. Testa-as, certifica-te com antecedência que elas não encravam. Se optares pelos explosivos, junta o máximo que puderes, de preferência na viatura onde tu seguires ou no edifício onde tu estiveres. O importante é manteres-te bem perto dessa murraça. Espera que não haja gente ao pé de ti e deixa-os manterem uma distância segura. É que se tu mandares para o Maneta o pessoal, não vai sobrar testemunha nenhuma da tua obra. Antes do ataque, grita, se quiseres, umas palavras de ordem, algo do género de «cá vai alho» ou «quentes e boas, quentinhas». Por fim, rebenta com os teus cornos e livra a Humanidade da tua maluquice. Não te esqueças, isto é importante, faz isto neste momento. Depois sim podes desatar a matar gente, seu cabeça de pirilau.
Cretinos...
Que a caca esteja convosco!
P.S.: NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO!!!