domingo, 28 de fevereiro de 2010

Ai o meu rico escudo!


Anda por aí uma veia nostálgica de gente que suspira com a memória da boa velha moeda portuguesa. Isto é o que alguns dizem porque, na realidade, o euro nunca foi desejado pela quase totalidade da população. Devo recordar que foi bastante pedido em tempos um referendo à moeda única mas que o Governo, na altura ao encargo do Guterres (e, apesar de tudo, não temos nós saudades dele?), recusou a proposta. Humm... talvez porque só se referendem parvoíces, os referendos tenham caído no mais profundo descrédito.

Bem, como eu ia dizendo, o escudo, sim, a boa velha moeda, não muito forte, nem de perto nem de longe, mas estável. Diz-se que se tornou a unidade monetária em 1911 mas poucos sabem que é muito mais antiga que isso. Já antes da pandilha anarco-maçónica conhecida por republicanos (note-se que eu não tenho orientação nem preferência política, apenas falo dos factos da época) ter tomado o poder, o escudo circulava. Em tempos anteriores ao sistema métrico, um escudo era o equivalente a quatro cruzados, isto é, 1600 reis, mas desde o tempo d'El-Rei Dom Duarte que se cunhavam escudos e meios-escudos de ouro. Mais tarde, com a adopção do sistema métrico, passou a corresponder a 1000 reis. Depois de ser unidade, circulou a par do rei durante cerca de 20 anos. Teve uma existência conturbada e de contínua desvalorização mas nós afeiçoámo-nos a ele e o seu desaparecimento levou à aniquilação de toda uma vasta tradição de séculos. Alguma vez os moços de agora sabem o que é um conto, um tostão ou um centavo? Que raio vem a ser um vintém ou uma milena? Nem falo em mais senão os gaiatos entram em curto-circuito!

A par deste desaparecimento, ficamos entregues a uma moeda estrangeira. Prometeram-se mundos e fundos: que íamos ter salários e reformas iguais aos dos grandes países europeus, que os preços seriam iguais em toda a União Europeia e a qualidade de vida seria superior, que faríamos frente ao dólar e blá blá blá... Que se cumpriu nisto tudo? Tal como eu disse naqueles dias passados que aconteceria: nada! E depois é o que se previa. Os bancos centrais dos países perderam poderes e os governos capacidade de se ajustarem às circunstâncias jogando com a moeda própria. Em suma, se um ou dois países estão mal, arrastam os outros consigo pois todos partilham a mesma moeda e, no geral, mercado. E agora pergunto eu: tendo em conta os escassos anos que temos de euro e o que tem sucedido, como podem as pessoas não desejar de volta escudos, pesetas, francos, marcos, liras e outras que tais?

Os políticos da treta que temos e os pseudo-economistas de meia tigela esqueceram-se do mais evidente. Isto não são os Estados Unidos da América, é um conjunto de múltiplos países, alguns deles divididos por culturas distintas, nações com pouca ou nenhuma relação umas com as outras. Cada país tem as suas características intrínsecas e era mais que óbvio que o modelo de moeda única (tal como o do estado federal, já agora) seria inviável.

Tal como há dez anos, eu sou absolutamente contra o euro. Moeda portuguesa é o escudo e mais nada e custou-me o seu desaparecimento acima de tudo pelo símbolo de independência que era. Às vezes interrogo-me se ainda seremos, de facto, independentes. Seremos?

Escudo, por amor de Deus, volta!!!

PELO ESCUDO!
POR PORTUGAL!
E já que aproveito a ocasião, NÃO AO ACORDO ORTOGRÁFICO(do qual falarei em breve)!

Que a caca esteja convosco!

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AVISO IMPORTANTE: DADO O ELEVADO TEOR EM EXCREMENTOS CORROSIVOS, NÃO SE RECOMENDA A VISUALIZAÇÃO DESTE BLOG EM DOSES SUPERIORES ÀS ACONSELHADAS PELO SEU MÉDICO DE FAMÍLIA, PODENDO OCORRER DANOS CEREBRAIS E CULTURAIS PROFUNDOS E PERMANENTES, PELO QUE A MESMA SE DESACONSELHA VIVAMENTE EM ESPECIAL A IDOSOS ACIMA DOS 90 ANOS, POLÍTICOS SUSCEPTÍVEIS, FREIRAS ENCLAUSURADAS, INDIVÍDUOS COM FALTA DE SENTIDO DE HUMOR, GRÁVIDAS DE HEPTAGÉMEOS E TREINADORES DE FUTEBOL COM PENTEADO DE RISCO AO MEIO. ISTO PORQUE...

A CACA DE POMBO É CORROSIVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!